Raposa |
(Sandra)
Podemos
medir o adiantamento moral e espiritual
das criaturas pela maneira como consideram e tratam os animais.
Essa
avaliação torna-se nítida quando dedicamos ao animal (ou animais) de estimação
da nossa casa o tratamento adequado à sua qualidade de vida, saudável e
enriquecedora, para nós e para “eles”.
No
entanto, nem sempre somos motivados à prestação do auxílio básico (alimentação
e socorro médico) aos animais extra-muros de nossa moradia, aqueles
considerados “de ninguém”.
Sem
mão humana que os ampare, olhos que os vejam e ouvidos que ouçam seus gemidos,
perambulam (quando ainda o podem fazer) desnutridos e/ou feridos, maltratados,
às vezes, por “racionais sem razão”.
Filhote abandonado |
Das
vitrines de lanchonetes se esparrama o aroma das esfihas, croquetes,
empadinhas, pizzas e pastéis, sem que ninguém se recorde de que eles
também tem fome.
Quem
se importa, senão DEUS, com o registro destas cenas, já que câmeras de
segurança, espalhadas na redondeza desconsideram o crime testemunhado contra
coitados de quatro patas, cuja vida ou morte em nada interessa consignar?
Que
piedoso benfeitor o irá descobrir, intuído pelo céu, sob a madeira podre de um
degrau qualquer, onde se abriga do vento, da chuva ou das pedradas humanas?
Que
mãos racionais, sem medo de sujar-se, o irão beneficiar com afagos em sua
cabeça sofrida, e, comovendo-se do seu olhar súplice e rouco gemido, o
transportar nos braços, com o amor de um samaritano?
Quem
o levará, como se leva um filho, para ser cuidado, protegido, salvo e amado apesar da sua qualidade de
anônimo, até então?
Nenhum
arcanjo descerá do céu para fazê-lo. Você ou eu, é o que Deus espera.
**************
Ao
orarmos pela Paz do nosso lar, possamos incluí-los nessas preces, pois
efetivamente muito mais precisam delas do que a parentela sanguínea ou do
coração que avaliamos, emocionalmente, como os nossos amores.
Cão abandonado |
É
que preces desatendidas, às vezes o são, porque não a validamos com o crédito
do atendimento aos mais fracos, e uma boa ação, esquecida ou não feita será sempre débito em nossa conta,
ainda que com a moratória da misericórdia Dele.
O arbítrio é nosso.
Sandra, autora e colaboradora do Blog
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