Patinhos |
A falta ou deturpação de informação sobre certos assuntos causa a formação de “estereótipos” que muitas vezes não condizem com a realidade. Vemos isso ocorrendo em varias situações, onde pessoas são restritas a grupos, mesmo quando essas pessoas levam uma vida tão normal quanto qualquer um. Muitas vezes essas pessoas são vistas como diferentes, esquisitas, ou estranhas só por que optam em seguir suas convicções.
O caso dos veganos se enquadra nesse estereotipo. O
vegano é uma pessoa normal, que procura conhecer a “verdade” sobre como
as coisas são produzidas e toma atitudes coerentes com sua escolha
moral.
A diferença do vegano é que ele sai da comodidade da ignorância,
diferente do consumidor comum, ele procura se informar de como as
“mercadorias” são produzidas para tomar atitudes condizentes com o que é
ético. Se uma pessoa sabe como os animais sofrem para virar alimento ou
para que se produza “cosméticos” e mesmo assim os continua utilizando,
sem se esconder na praticidade da ignorância, essa pessoa, assim como o
vegano, de posse do conhecimento verdadeiro, faz a escolha que está de
acordo com seus princípios éticos e morais ou com a falta deles. Leia o depoimento de um médico do Vietnã à reportagem do Jornal Folha de São Paulo:
“Eu sei que soa esquisito que eu coma aqui, já que eu tenho cachorros e nem me passaria pela cabeça comê-los”, diz Duc Cuong, um médico de 29 anos, enquanto dá uma mordida num bocado de vísceras caninas que acaba de enrolar numa folha de manjericão. “Carne de cachorro é gostosa e faz bem.”…,…Curiosa sobre como essa filosofia seria vista no Vietnã, pergunto a Duc Cuong, o médico que encontrei no restaurante de Hanói, se faria diferença para ele saber que, no prato dele, podia estar o cãozinho de estimação de alguém. “Não”, diz ele. “Não sendo meu cachorro, não estou nem aí.”- Reportagem da Folha de SP- 13 de outubro de 2013.
Percebemos que ele sabe muito bem o que está fazendo, tem
conhecimento de onde vem a carne que quer consumir e mesmo convivendo
com animais, da espécie que morreu para que seus petiscos fossem feito,
assume a sua atitude incoerente e amoral em publico. Nesse caso vemos o
conhecimento, desatrelado à moral.
No caso dos veganos temos que considerar duas características principais,
a primeira o inconformismo em relação à ignorância e segundo o uso da
moral e ética para guiar suas ações em acordo com esse conhecimento.
Boi antes do abate |
Na prática o Veganismo busca o fim do uso de animais
pelo homem para alimentação, apropriação, trabalho, caça, vivissecção,
confinamento e todos os outros usos que envolvam exploração da vida
animal pelo homem. Veganos boicotam qualquer produto de origem animal
(alimentar ou não), além de produtos que tenham sido testados em
animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos
seus ingredientes ou processos de manufatura. Ou seja, não utilizam
produtos de beleza, de higiene pessoal, de limpeza, remédios, etc. que
não estejam isentos de crueldade animal.
Veganismo não é apenas uma dieta. É um conjunto de práticas focadas
nos Direitos Animais que, por consequência, adota uma alimentação
estritamente vegetariana. Entende-se que os animais têm o direito de não
serem usados como propriedade, e que o veganismo é a base ética para
levar a sério esse direito, pelo mínimo de respeito a eles.
Roupas em peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal.
Exemplo: adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pelos, marfim,
etc) são evitados, pois implicam em morte ou exploração dos animais que
lhes deram origem. Sendo assim, um vegano se veste de tecidos de origem
vegetal como algodão e linho, ou sintéticos como o poliéster, mantendo o
cuidado de não exagerar com consumismos que também, mesmo que
indiretamente, geram degradação do ambiente onde vivem os animais.
Veganos excluem da sua dieta carnes e embutidos, vísceras, músculos, gelatina,
peles, cartilagens, laticínios, ovos, mel e derivados, frutos do
mar e quaisquer alimentos de origem animal.
Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e
qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum
ingrediente de origem animal.
De acordo com o Guia de Nutrição para Americanos de 2010, um
relatório emitido pelo Departamento de Agricultura Americano e o
Departamento de Saúde e Serviços Humanos Americano, uma dieta
vegetariana é associada com baixos níveis de obesidade e risco reduzido
de doenças cardiovasculares. A Associação Dietética Americana (The
American Dietetic Association) e os Nutricionistas do Canadá (Dietitians
of Canada) confirmaram em 2003 que uma dieta vegana planejada, é
nutricionalmente adequada para todos os estágios de vida, incluindo
gravidez e amamentação, e provê benefícios de saúde no tratamento e
prevenção de certas doenças.
Filhote de primata, cobaia |
Também são boicotados circos com
animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, pois
implicam em escravidão, posse, deslocamento do animal de
seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades,
adestramento forçoso e sofrimento. Não caçam, não promovem nenhum tipo
de pesca, e boicotam qualquer “desporto” que envolva animais
não-humanos.
O número de adeptos tem crescido de forma gradual,
com o auxílio de documentários que denunciam o especicismo e
ensinam direitos animais. Ou seja quanto mais pessoas tem descoberto
como os animais são explorados pelos humanos, mais pessoas tem se negado
a participar desse desrespeito.
Você que nos lê está convidado a conhecer mais sobre essa filosofia
de vida, e sobre a exploração dos animais. E mais que isso, você pode
participar ativamente sem precisar modificar drasticamente sua maneira
de viver.
Você não precisa se tornar um radical, basta você
tomar atitudes veganas em seu dia a dia, se você tem dificuldade em
mudar sua alimentação, boicote as empresas que fazem testes em animais,
procure cosméticos, produtos de limpeza, roupas e acessórios que não são
resultados da exploração desses seres.
O maior poder que você tem é o seu “dinheiro de consumidor” que
sustenta as empresas e governos, através de suas compras e pagamentos de
impostos. Você através de sua escolha de onde empregar esse poder
monetário, obriga as indústrias a modificarem sua estrutura, buscando
opções a exploração dos animais.
Essas ações que parecem pequenas tem o poder de modificar o mundo e salvar a vida de muitos animais!
Médico Veterinário formado pela USP, Voluntário na “Casa da Criança Bentinho, Lar Espírita para Crianças Excepcionais”.
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Parabéns ao blog e ao doutor👏👏👏
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