Gato doutor |
Por Ricardo Capuano
Segundo o dicionário Priberam:
1. Morte sem dor nem sofrimento.
2. Teoria que defende o direito a uma morte sem dor nem sofrimento a doentes
incuráveis.
Legislação Brasileira
No
Brasil a eutanásia é tipificada como homicídio privilegiado pelo Código Penal:
“Art.
121. Matar alguém:
Pena
- reclusão, de seis a vinte anos.
Caso
de diminuição de pena:
§
1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.”
A
morte assistida, por sua vez, é considerada crime de Induzimento, instigação ou
auxílio a suicídio:
“Art.
122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que
o faça:
Pena
- reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a
três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza
grave.”
O
Código de Ética Médica, por fim, estabelece o seguinte:
“Art.
6º. O médico deve guardar absoluto respeito pela vida humana, atuando
sempre em benefício do paciente. Jamais utilizará seus conhecimentos para gerar
sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e
acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.
É
vedado ao médico: (...)
Art.
66. Utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a vida do paciente,
ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal.”
Fonte:
Eutanásia e morte assistida - Marcio Sampaio Mesquita Martins
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA - CFMV
No
uso das atribuições lhe conferidas pelo artigo 16, alínea ‘f’, da Lei nº 5.517,
de 23 de outubro de 1968, RESOLUÇÃO Nº 1000, DE 11
DE MAIO DE 2012
Dispõe
sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras providências.
O considerando que a eutanásia é um
procedimento clínico e sua responsabilidade compete privativamente ao médico
veterinário;
Considerando que a eutanásia é um procedimento necessário,
empregado de forma científica e tecnicamente regulamentada, e que deve seguir
preceitos éticos específicos; e que os animais submetidos à eutanásia são seres
Lobinho |
sencientes e que os métodos aplicados devem atender aos
princípios de bem-estar animal,
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 3º A eutanásia pode ser indicada nas situações
em que:
I - o bem-estar do animal estiver
comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o
sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de
analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;
II - o animal constituir ameaça à saúde
pública;
III - o animal constituir risco à fauna
nativa ou ao meio ambiente;
IV - o animal for objeto de atividades
científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de
Animais - CEUA;
V - o tratamento representar custos
incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os
recursos financeiros do proprietário.
Espiritismo e Eutanásia
“Porque o
que acontece aos filhos dos homens, isso mesmo também acontece aos animais; a
mesma coisa lhes acontece. Como morre um, assim morre o outro. Todos têm o
mesmo fôlego, e nenhuma vantagem têm os homens sobre os animais. Tudo é
vaidade”
- Eclesiastes 3.19.
L. dos Espíritos – Pergunta 606-A – “Então emanam de um único
principio a inteligência do homem e dos animais? Sem duvida.”
“ A
verdadeira vida, tanto do animal quanto do homem, não está no invólucro
corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no principio
inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo.” - A Gênese
Para todos os fins, consideramos sempre a “alma”
dos animais igual a do humano, somente em fase evolutiva diferente. O que se
aplica a um; se aplica ao outro.
O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V -
item 28
“Um homem está agonizante, presa de
cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito
pouparem-lhe alguns instantes de angústia, apressando-lhe o fim?”, resposta: “Quem vos daria o direito de
prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até a borda do
fosso, para daí o retirar a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar ideias
adversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo,
ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A
ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?”
Mika |
Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V
“O materialista,
que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender
essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo,
conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos,
quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto,
porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro." - S. Luís.
(Paris, 1860.)
Livro dos Espíritos - 953
"É
sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a
existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse
termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último
momento?"
O Consolador
“O homem não tem o direito de praticar eutanásia, em caso algum, ainda
que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia
prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode
ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em
marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal.”
Emmanuel, psicografia de Francisco Candido Xavier (ed. FEB):
OBREIROS DA VIDA ETERNA - Espirito André Luiz pelo médium Chico Xavier
Lobinho |
“Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico
ministrou-lhe a chamada “injeção compassiva”, ante o gesto de profunda
desaprovação do meu orientador. Em poucos instantes, o moribundo calou-se.
Inteiriçara-se a mascara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis.
Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A
personalidade estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de
qualquer reação. Sem perder a serenidade otimista, o orientador explicou-me: -
A carga fulminante de descanso, por atuar diretamente em todo sistema nervoso,
interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora,
colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de
estranho torpor que o impossibilita de dar resposta ao nosso esforço.
Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais de doze
horas(...). E, conforme a primeira suposição de Jerônimo, somente nos foi
possível a libertação do recém-desencarnado quando já haviam transcorrido vinte
horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não
se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento,
desmemoriado”
Dra. Irvênia Prada
“Se em relação ao ser humano temos a referência do que consta no livro “Obreiros
da Vida Eterna”, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, jamais encontrei
nas obras básicas da codificação espírita, algo paralelo, que nos orientasse
quanto às conseqüências da eutanásia nos animais. Assim, em termos práticos e
considerando as condições evolutivas de nosso planeta, sempre respondo a esta
pergunta, lembrando-me de uma página de Emmanuel intitulada “Quanto Puderes”,
também psicografada por Chico Xavier, em que recomenda: “Quanto puderes, não te
afaste do lar…Quanto te seja possível, suporta… Quanto estiver ao teu alcance,
tolera…”, etc. Então, digo: “Quanto puder, quanto lhe seja possível, quanto
estiver ao seu alcance, faça opção pela vida!”
Dr. Marcel Benedeti
Lobinho |
“Se eles não tivessem ou se nós não tivéssemos contato com
a dor, nunca saberíamos o que seria isso. Se não soubéssemos o que é a dor,
como saber o que é a falta dela ou o amor? É necessário que haja este contraste
para que reconheçamos um e outro e saibamos diferenciá-los para aplicar em
favor de nossa própria evolução. Todas as situações penosas são aprendizado
para o nosso Espírito que tem evolução dinâmica. O sofrimento é relativo
somente ao corpo físico e não ao Espírito, e é uma interpretação dada pelo
nosso sistema neurológico”.
“O sofrimento faz parte
dos meios de fazer evoluir o Espírito primitivo, que com isso desenvolverá sua
consciência. À medida que os Espíritos, na condição animal por exemplo,
expandem sua consciência pela dor, expandem também sua condição de desenvolver
sentimentos relacionados ao amor ao próximo, tornando-os aptos a entrar em
outra faixa evolutiva da Humanidade.”
“Os animais, assim como
nós, possuem sistema nervoso que serve para fornecer informações sobre o meio
ambiente em que está. O sistema nervoso é para nós e para os animais, entre outras
finalidades, um instrumento de sobrevivência. Sentem dor. No entanto quando o
corpo é acometido por algo que o atinja de modo rápido, fulminante e que
permita que ultrapasse o limiar da dor perceptível ao cérebro, o mecanismo de
separação entre o corpo espiritual e o físico é ativado automaticamente e o
corpo sutil acaba sendo lançado, como se fosse por uma catapulta à distância do
corpo físico para amenizar o sofrimento e evitar dores desnecessárias"
“Deus não deixaria que
os animais sofressem apenas por sofrer, pois não haveria utilidade nisso. Se
não houvesse mais a dor neste mundo, significaria que este mundo passou para
outra fase evolutiva. Existem Espíritos que acompanham os animais e cuidam para
que não sofram mais do que podem, e quando o sofrimento atinge um determinado
ponto eles são retirados do corpo por mecanismos automáticos eles ou
desencarnam para, em seguida, serem reencarnados e continuarem sua evolução ou
se afastam (em espírito) enquanto a dor for demasiada. Este mecanismo de proteção
também acontece com os seres humanos quando se vêem em situações perigosas e de
sofrimento elevado.”
OPINIÃO
Lobinho |
Todas nossas escolhas e opiniões
sempre se baseiam em nossas experiências e conhecimentos que adquirimos com
essas experiências e com o aprendizado a nós transmitido por outras pessoas e
que escolhemos aceitar. Em relação ao tema “Eutanásia” sou explicitamente
contra.
Acredito no que o Dr. Marcel
Benedeti afirmou; “Deus não deixaria que
os animais sofressem apenas por sofrer, pois não haveria utilidade nisso.
Existem Espíritos que acompanham os animais e cuidam para que não sofram mais
do que podem, e quando o sofrimento atinge um determinado ponto eles são
retirados do corpo por mecanismos automáticos eles ou desencarnam para, em
seguida, serem reencarnados e continuarem sua evolução ou se afastam (em
espírito) enquanto a dor for demasiada.”
Acredito que ninguém está desamparado e Deus não deixa
nenhum de seus filhos, independente se é uma planta, animal, humano ou arcanjo,
sem auxilio. Todos temos espíritos protetores que nos “tutelam” e ajudam.
Ninguém, repito, está desamparado da bondade divina. Assim existem espíritos
que protegem os animais para que não passem por sofrimentos desnecessários e
sem finalidade.
Mesmo não tendo um livre arbítrio
elaborado como os humanos que leva a “resgates” pelo sofrimento, a dor para
todos os seres vivos é uma forma de aprendizado e não deve ser negada como
instrumento de evolução.
Gatinho de luz |
Emanuel – Chico Xavier
“Nem sempre o sofrimento está atrelado ao
resgate do passado, mas toda a vivencia atrelada ao sofrimento leva ao
aprendizado.”
Medico Veterinário: Ricardo Luiz Capuano
Sobre as fotos
Lobinho foi um amigo que recolhemos da rua, estava abandonado e doente, com osteosarcoma na região craniana, não conhecíamos até então os problemas da prática da eutanásia para os animais e optamos, por solicitação do veterinário , por esse procedimento. Só o que desejamos todos os dias desde então é que Lobinho nos perdoe pelo erro.Para ler mais sobre o assunto acesse
Eutanásia nos animais
Osteosarcoma,Homeopatia: o que é e como lidar com isso
Osteosarcoma X Homeopatia X Eutanásia
Reflexões sobre a Eutanásia
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2014
Perfeito!
ResponderExcluirGrata pelo apoio Magali
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