terça-feira, 23 de outubro de 2012

Rubem Alves - dando voz a Gandhi


‘Olhar para os animais e as plantas me enchia de alegria.

 Eu queria cuidar deles como quem cuida de algo frágil e precioso. Aí o mandamento cristão do amor me parecia pouco exigente. Pedia apenas amor ao próximo. Os cristãos entenderam que esse ‘próximo’ se referia apenas às pessoas. Eu, ao contrário, penso que todas as coisas que vivem são minhas irmãs. Elas possuem uma alma.(...) Amarás à mais insignificante das criaturas como a ti mesmo. Quem não fizer isso jamais verá a Deus face a face.(...) Agora digam: acham que eu poderia me alimentar da carne de um animal que foi morto e sentiu a dor lancinante da faca, para que eu vivesse? Que alegria poderia eu ter em tamanha crueldade? A natureza foi generosa o bastante, dando-nos frutas, verduras, legumes, cereais. Por mais que tentem me convencer de que as maneiras ocidentais são as melhores para a saúde, sempre as encarei com horror. Antes morrer que matar. Em nenhuma hipótese causar medo ou dor a coisa alguma.(...) Nosso destino espiritual passa por nossos hábitos alimentares. Estou convencido de que a saúde depende de uma condição interior de harmonia com tudo o que nos cerca. Comer demais é uma transgressão dessa harmonia.(...) Quando nos abstemos estamos silenciosamente dizendo às coisas vivas: ‘Podem ficar tranqüilas. Não as farei sofrer desnecessariamente. Só tomarei para mim o mínimo necessário para que meu corpo viva bem. Foi o que fiz. Vivi frugalmente. Fiz jejuns enormes. E minha saúde foi sempre boa.(...) Toda vida é sagrada, porque tudo o que vive participa de Deus. E se até mesmo o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é um pulsar da divindade, não teríamos nós, com muito mais razão, de ter respeito igual pelos nossos inimigos?(...) Sempre acreditei que no fundo dos homens existe algo de bom. Como poderia eu odiar qualquer pessoa, mesmo os que me tinham por inimigo? Dirão que não é assim. Há crueldade, o ódio, a morte... Será que algumas gotas de água suja serão capazes de poluir o oceano inteiro? Que força do mal poderá apagar o divino que mora em nós?(... ) Parece que os ocidentais não acreditam que os homens sejam naturalmente bons e belos. É por isso que se tornaram especialistas em meios de coerção e sabem usar o dinheiro e os fuzis como ninguém mais... É por isso que estão sempre tentando melhorar os homens por meio de adições: a comida em excesso, a roupa desnecessária, a velocidade da máquina, a complicação da vida...

‘Eu nunca quis entender de política. Só quis entender da bondade e dos seus caminhos. A política foi uma conseqüência e não a inspiração... Eu teria feito as mesmas coisas, ainda que não houvesse conseqüência alguma.(...) Os políticos, acostumados a usar o poder da força, desconhecem o poder das sementes...(...) Não haverá parto se a semente não for plantada, muito tempo antes... Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses...’

 (A magia dos gestos poéticos, Ed. Olho D’Água)


Andava na direção contrária. Pensava o que ninguém pensava. Fazia o que ninguém estava fazendo. É compreensível que tenha sido assassinado. (Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 31/01/2001.)



Redação do blog Irmão  Animais- Consciência Humana



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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Desconhecimentos e Desentendimentos Sobre Vegetarianos


"Muito pouco da grande crueldade mostrada pelos homens pode ser atribuída realmente a um instinto cruel. A maior parte dela é resultado da falta de reflexão ou de hábitos herdados”. 
Albert Schweitzer 




Mais uma vez nos vemos motivados a escrever sobre o tema vegetarianismo, pois é importante que aos poucos as pessoas comecem a se conscientizar da necessidade de cuidar realmente bem dos animais. O problema é que a imensa maioria não deseja despertar para esse assunto e ergue verdadeiras muralhas, levantam pesados escudos e afiadas espadas para reagir ao fato de que, queiram ou não, o mundo vai evoluir primeiro para o vegetarianismo/veganismo, e não vai parar mais, pelo menos não por causa da rejeição das pessoas e de seus temores pelas novas mudanças. 

Dentre muitos os escudos levantados, vemo-nos obrigados a falar de uma comparação desnecessária entre bondade e maldade, quando deveríamos deixar mais uma vez de lado o egoísmo de pensarmos somente em nós mesmos e nos preocuparmos com o próximo. Dentro do meio espírita é bem comum ao se tocar no tema vegetarianismo, que algumas pessoas logo rebatam esse conceito alimentar - normalmente uma reação de medo ao que é novo - com a frase de que “Chico Xavier comia carne enquanto que Hitler era vegetariano”, questão essa bem controversa no que tange a parte da alimentação e que pincelei em um artigo anterior, mas faz-se necessário esclarecer ainda mais o fato de que essa frase é prejudicial aos dois lados, ainda mais aos onívoros, já que podemos ver que nem todos os vegetarianos são como Hitler e nem todos os carnívoros são como Chico. 

Devemos estar atentos que: não ligar a morte de animais ao ato de comer carne, nos torna negligentes perante esses nossos irmãos. O foco de quem faz alusão a isso não é a bondade ou a maldade entre vegetarianismo ou onivorismo, mas a exclusão da verdade de que “Sim, nós maltratamos os animais!”, é assim que eles tentam finalizar um assunto que pode tirá-los da zona de conforto onde se encontram. Na verdade Hitler não era vegetariano ético como se costuma repetir por aí , normalmente por ter ouvido “alguém” falar essa célebre frase “Hitler era vegetariano e Chico comia carne”, repetida mais pela falta de conhecimento concreto sobre o assunto do que por conhecimento de causa, até porque o vegetarianismo não torna ninguém “santo” nem torna ninguém “assassino”, assim também, e de certa forma, com o onivorismo[0.1]. 

O que deveria realmente ser revisto é o fato de maltratarmos os animais por cinco minutos de prazer gastronômico, que nos faz mais mal do que bem e que nos incentiva a continuar matando aqueles a quem chamamos de “irmãos”. Se a carne não faz mal, por que então o pedido de que em dias de trabalho nas Casas Espíritas os trabalhadores se abstenham dela? 

Mas, voltando ao assunto em questão, alguns historiadores contam que Hitler fez inúmeros experimentos com animais, matou seu próprio cão e mandou exterminar um sem número de cavalos para que não se tornassem propriedade dos inimigos da Alemanha. Um vegetariano ético jamais faria isso. O que prova que, quem se escuda nessa frase para afastar-se ou simplesmente para menosprezar o vegetarianismo, desconhece realmente o significado deste conceito. 

Mais adiante veremos o que outros historiadores nos falam sobre isso. 

Auschwitz começa onde quer que alguém olhe para um matadouro e pense: eles são apenas animais. 

Theodor Adorno [1] 




Para Rynn Berry, historiador, fazia parte da propaganda nazista de Goebbles, seu Ministro da Propaganda, fazer o povo acreditar que Hitler era vegetariano e um profundo amante dos animais e pelo visto, foi tão bem feita que vem funcionando até hoje. Outros historiadores também alegam que durante certo tempo, mais no final da vida[2], Hitler passou a adotar em parte, uma dieta vegetariana indicada por seus médicos particulares a fim de resolver, ou ao menos diminuir, alguns problemas estomacais. Biógrafos e cozinheiros por outro lado atestam que ele tinha uma forte preferência por carne de porco defumada e salsichas. Conhecendo-se o mínimo sobre vegetarianismo, poder-se-ia de pronto, alegar que nenhum vegetariano ético teria tais preferências alimentares. 

Dione Lucas, cozinheira de Hitler, escreveu um livro chamado "Gourmet Cooking School Cookbook" (Livro de Receitas da Escola de Culinária Fina), onde narra que um dos muitos pratos preferidos dele era squad recheado, e tratava-se nada mais nada menos do que carne de filhotes de pombos. Mais uma vez, buscando-se o conhecimento pelo verdadeiro conceito do vegetarianismo, é impossível crer que optando por não maltratar animais, um vegetariano optasse pelo squad. 

A questão não é se Chico por comer carne era um homem do bem e por acreditarem alguns, que Hitler por ser vegetariano era um homem devotado ao mal. A questão não é também se Gandhi , tão esquecido por alguns rebatedores do vegetarianismo[3] , por ser vegetariano - e alguns historiadores o colocarem como frugívoro - era um homem do bem ou se a falsa ideia de que por ser Hitler taxado como vegetariano e ter assassinado tantos seres humanos e tantos animais, demonstra que os vegetarianos são ruins mesmo por escolherem não matar animais para comer, a questão é que somos irmãos e não temos o direito de dispor mais das vidas destes seres em nosso benefício, do contrário nos tornamos tolos ao chamá-los de irmãos. Ninguém que conheça um abatedouro por dentro voltará a comer carne, a questão é ética, assim como muitos já se preocupam com o aborto, outros se preocupam com os idosos, outros se preocupam com os animais, é um ciclo que não pode ser parado. É como dizer que Hitler tratava bem as crianças apesar de ser assassino de adultos , o que não implica que por isso você vá igualmente maltratar as crianças só por causa dele. Deixar de acreditar no vegetarianismo quando se cita Hitler, é fazer exatamente isso, é dizer: “ Não, eu não quero ser comparado a Hitler porque ele não comia animais mas matava pessoas, eu não mato pessoas por isso me vejo no direito de matar animais”. Mas quem nos deu esse direito? Essa é a verdadeira questão, Hitler não tinha direito de matar as pessoas, assim como não temos direito de matar os animais. 

Cada um tem um patamar evolutivo, é sempre necessário dizer isso para que não haja melindre, mas faz parte da nossa evolução deixar de nos alimentarmos de nossos irmãos animais, queiramos ou não, é a evolução, uns o farão mais cedo outros mais tarde, mas todos o farão, porém escudar-se em exemplos simplórios como esse faz com que exemplos piores possam surgir dessa comparação, já que muitos dos crimes que margeiam nossa história foram cometidos por pessoas que comiam carne. Mas isso, muitos não desejam reconhecer. Se a intenção dos que usam essa frase é querer demonstrar que o vegetarianismo não torna as pessoas boas é até aceitável , já que é a conscientização e o aprendizado do amor, da moral e da ética, que irá nos tornar pessoas melhores, mas se a intenção é menosprezar o vegetarianismo, comete-se um erro insustentável , pois a discussão não se encerra com essa frase, ela se estende e nos traz a mostra inúmeros vegetarianos notáveis, que foram extremamente bons e acabaram por escolher o vegetarianismo como meio de se harmonizarem com Deus.E agora, como ficar perante esse fraco argumento em relação a essa frase, se tantos vegetarianos foram bons, mas não são citados nela? 

Lembremos ao falar de vegetarianismo e usarmos o exemplo de Chico, ou de Hitler, que o próprio Jesus é considerado por inúmeros historiadores não apenas vegetariano ou vegano, mas frugívoro[4], assim como Gandhi, assim como Albert Schweitzer e como tantos outros que propagaram o bem. Ser bom ou ser ruim não é questão alimentar, mas é falacioso querer provar que vegetarianos são ruins porque Hitler, para os que desconhecem sua índole, era vegetariano; querer provar que outros que comiam carne eram ou foram bons é querer demonstrar de forma errônea que comer carne não é ruim. Mas comer carne pode para alguns, não parecer ruim para quem a come, mas é ruim para quem serve seu corpo como alimento, isso é que não pode ser omitido ou esquecido. Quando aprendermos a olhar para estes irmãos animais com verdadeiro amor, aí sim entenderemos a dimensão de bondade que o vegetarianismo nos trará. Escolher ser vegetariano por ética é escolher o respeito pelos animais, é proporcionar-lhes a liberdade de viver. Escolher ser vegetariano por capricho, para emagrecer, ficar bonito ou porque esse ou aquele personagem é ou foi vegetariano, é mostrar total desconhecimento pela vida dos animais. 

Vegetarianismo precisa ser visto como uma questão de misericórdia pelos animais e não mais como uma questão de saúde ou bem estar pessoal , e misericórdia é o que a Doutrina Espírita nos pede,dia a dia.





Notas


[0. 1] O onivorismo, se visto pelo olhar do animal e dos vegetarianos, nada mais do que uma forma de assassinato ao qual os seres humanos já se acostumaram, contudo não é mais possível esconder a brutalidade com que os animais são abatidos, basta tentar dizer a quem come carne a forma como os animais morrem para que ele se altere e tente mudar o rumo na conversa, embora ache natural comer carne, nenhum onívoro quer saber como o animal virou bife. 

[1] De origem judaica, era filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão. Grande expoente da Escola de Frankfurt ao lado de Herbert Marcuse e Jürgen Habermas

[2] Muitas biografias de Hitler narram à mudança alimentar para o vegetariansimo não pelos animais, mas pela saúde, a lógica do pensamento de quem se escuda no menosprezo do vegetarianismo usando Hitler como exemplo, deve se questionar o seguinte: Quantas pessoas Hitler matou antes, enquanto ainda comia carne? Lembrando que ele tornou-se chanceler alemão em 1933 , mesmo ano em que foi construído o primeiro campo de concentração , a Guerra se iniciaria então em 1939, a ideia da “Solução Final” teria surgido em 1941 e se iniciado em 1942, mas muitas pessoas até aí já haviam sido assassinadas e Hitler , segundo alguns historiadores, teria se suicidado em Abril de1945. Seria inválido usar uma personalidade como a de Hitler , ou de qualquer outro, para julgar ou não o vegetarianismo, mas o medo que se tem dele.Não há, a meu ver, outro motivo para esse tipo de comparação.

[3] Não apenas Gandhi é esquecido nesse discurso sobre vegetarianismo entre Hitler e Chico, mas grandes nomes como Buda, Lao Tzu Albert Schweitzer, Max Heindel, Helena Blavatsky, Alice Bailey, Annie Besan , C. W. Leadbeater, Einstein, Humberto Rohden , Ramatis, Rynn Berry , Andrew Linzey, Marcel Benedeti, os essênios, o próprio Cristo entre tantos outros que eram ou vegetarianos ou frugívoros, pois se abstinham da alimentação carnívora em respeito e misericórdia aos animais.

[4] Segundo alguns, Jesus alimentava-se somente de frutas e sementes.


Referências

Albert Schweitzer e a Ética para com os animais – Disponível em http://www.anda.jor.br/?p=12752
Animais, Esses Nossos Irmãos - Parte 7 – Disponível em http://feal.com.br/colunistas.php?art_id=70&col_id=28

Dinshah, J. (1974, January). "Book nook". {A review of Speer, A. (1970). Inside the 3rd Reich (Por dentro do Terceiro Reich)} Ahimsa, p. 11. [Disponível na American Vegan Society, P.O. Box H, Malaga, NJ 08328, USA]
História do Vegetarianismo - Europa: Início do século 20 – Disponível em http://www.ivu.org/history/europe20a/hitler.html.

Meyer, R. (1985). "Was Hitler a vegetarian?" (Hitler era um vegetariano ?) Vegetarian Voice (Voz Vegetariana), 12 (2), p. 6. (Rudolf Meyer foi um dos presidentes da Vegetarier Bund Deutschlands) [Disponível na North American Vegetarian Society, P.O. Box 72, Dolgeville, NY 13329]
Rynn Berry, Why Hitler Was Not a Vegetarian (Porque Hitler não era vegetariano) – Disponível em http://www.vegsource.com/berry/hitler.html

Egroup Clara Luz - OS ANIMAIS TÊM ALMA!

Simone Nardi

Fonte:  FEAL

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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Talvez O Que Falte Não Seja Amor, Seja Atitude


Filhote abandonada na rua, resgata, tratada  e adotada
Iris - Foto S. Nardi


“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo."


O Espírito de Verdade,Paris, 1860

A busca pelo conhecimento é sem dúvida o primeiro passo para a transformação dos seres, pois segundo o Livro dos Espíritos (780a) o progresso moral de cada um depende do progresso intelectual. É a partir desse desvelamento das coisas queos seres humanos passam a possuir em suas mãos a capacidade de se lançar adiante em sua evolução ou de se manterem atrelados a sua inatividade, tanto intelectual quanto moral.

É o conhecimento que vai permitir sua mudança, desde que ele assim a deseje e quando falamos em conhecimento não falamos apenas do conhecimento recebido pela Doutrina Espírita, mas de todo o conhecimento que possa vir a enriquecer o Espírito, sobretudo no campo da moralidade e da ética.

De posse desse conhecimento não podemos mais utilizar a caridade como moeda de troca para com a Divindade, fazendo o pouco e esperando muito.

O problema surge quando este conhecimento não é bem vindo ao nosso ser, por nos obrigar a sair de nossa zona de conforto.

O que normalmente ocorre nesse momento é a auto indulgência, não pela incapacidade de mudar, pois que Deus forneceu a todos, e fornece diariamente, a mesma capacidade e a mesma força vinda do Fluído Cósmico Universal, mas a auto indulgência surge pela negativade cada individuo em não desejar se transformar, em não desejar ver, ouvir ou falar sobre aquilo que para ele, passa a ser um tormento.

É quando a partir daí nascem acusações , melindres e discórdias.Talvez por isso que Emmanuel tenha afirmado um dia que “o maior inimigo do espiritismo são os próprios espíritas”.

Talvez pela extrema auto indulgência da qual se utilizam quando desejam permanecer inativos diante de algo novo. Neste caso em especial falamos da relação entre o espiritismo e os animais. A todo momento surgem livros e revistas que esclarecem que os animais são nossos irmãos, que eles evoluem e que um dia nós passamos pelo reino no qual eles estagiam agora. No entanto a busca pelo conhecimento estaciona exatamente aí, na alma animal.

Muitos não desejam conhecer a matéria física dos animais, nem os motivos que levaram ao desprendimento do espírito animal de seu corpo material. Talvez pela falta de compreensão da palavra que muitos usam, mais por costume do que propriamente por conhecimento: irmãos animais,repetem mas não conceituam seu significado a realidade. Falam, mas não atuam.Ouvem, mas não compreendem. Sua caridade é ainda voltada apenas de ser humano para ser humano, ignorando assim tudo o que leu e estudou no Pentateuco Espírita,porque muito do que é dito ali ofende seu desejo de permanecer no simples e no que ele considera como “natural”. Sua “caridade”, a moeda de troca que usa para conseguir um espaço na espiritualidade possui apenas um lado, apenas uma face,para estes apenas a face humana, os demais reinos pouco lhe interessam.

Infelizmente,esse é um alerta a todas as Casas Espíritas que tem se lançado nessa empreitada que busca o auxilio espiritual dos irmãos animais. Eles não necessitam apenas do auxilio espiritual, mas da caridade moral e ética enquanto estão encarnados.Eles precisam ser vistos como seres completos, com alma e matéria, a alma quere encarna e que se liberta da matéria muitas vezes através de um ato humano extremamente violento.

É precisoque estas Casas se mantenham esclarecidas a respeito da vida destes animais, é preciso que percebam que o termo irmãos animais se dirige a todos, até mesmo aqueles que muitas vezes são usados em almoços beneficentes para o tal “bem maior”. É preciso que , a partir do momento que escolheram abrir suas portas para os animais, abram também seus corações,e que toda a Casa perceba, não somente aqueles poucos trabalhadores usados ecorajosos que aceitaram este desafio, mas toda a Casa perceba que o surgimento deste trabalho em seu seio modificou e modificará suas vidas para sempre, poisqualquer atitude agora deverá ser repensada, ser estudada , ser comedida. Seu mundo não é mais como era antes, esta é a verdade que surge neste momento.

Não há mais bem maior que seja realizado através da vida destes irmãos; Não há indulgência que permita a morte destes irmãos. Não há mais amor feito de meias palavra se escolhas individuais, vocês optaram por um caminho onde finalmente caridade não é mais moeda de troca, ou se faz o bem por amor ou se escolhe viver longe dele.

Parabénsa quelas Casas que conseguiram compreender o que significa trabalhar com os irmãos animais; as outras, aquelas onde os trabalhadores se dividem e se recusam a seguir o caminho do bem entre todos os irmãos, estas precisam refletir sobre as palavras de Emmanuel o maior inimigo do espiritismo são os próprios espíritas.

E reler novamente o Livro dos espíritos sobretudo no que motivou a escolha deste artigo, a auto indulgência, a única capaz de detro progresso humano:

781 - O homem pode deter a marcha do progresso?
– Não;mas pode impedi-lo algumas vezes

781a - O que pensar dos homens que tentam deter essa marcha e fazer retroceder a humanidade?

– Pobres seres que serão punidos por suas próprias ações. Serão arrastados pela torrente que querem deter.

Lembrando-se ainda que muito será cobrado daquele que muito sabe, hoje vocês tiraram a vendados olhos e talvez o que falte não seja amor, mas Atitude.

Simone Nardi


Foto Simone Nardi: Cão Iris , filhote que foi abandonado pelo "dono", foi resgatada, tratada e encaminhada a adoção.






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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Francisco de Assis


Falar aos peixes,  aos pássaros , aos animais e às árvores são realmente fenômenos comuns entre os homens iluminados de todos os tempos, porque eles deram mais um passo. Eles ligam, através do amor universal, seus aparelhos receptores na faixa das ondas emitidas pelos peixes e os entendem, respondendo-lhes na devida frequência. E, com poderes maiores, os interligam através de seu magnetismo benfeitor, tornando esses viventes das águas felizes com esse calor amenizante que flui em abundância do coração de quem ama, e ali ficam, como que ouvindo o que esse pretende falar.

Além disso há o espírito-grupo que comanda divisões de cardumes com  suas espécies variadas que, igualmente, é atraído pelo mestre da Palavra e do Amor e a qualquer vontade desse homem santo, o Espírito encarregado de assistir os viventes da água, transmite com rigorosa precisão, como um comandante de aviões transmite pelo rádio, as ordens para o piloto. Para que pudéssemos falar tudo acerca dessa ciência ainda oculta dos homens, seria necessário escrever um livro o que, por enquanto, é cedo. O fato acontece com os animais, com as árvores, com os pássaros e com os próprios homens quando ocorre uma hipnose coletiva, estando ou não consciente o hipnotizador. 

A conveniência de falar aos peixes, como no caso de João Evangelista — que renasceria mais tarde como Francisco de Assis -, está ligada a necessidade de se exercitar a prática do Amor.Familiarizando-se estes benfeitores com esses reinos, tornam-se mais fáceis os seus trabalhos, cuja ação é imprescindível, pois, quanto mais amizade tiverem com esses companheiros de retaguarda, mais assistência terão deles para as suas realizações no campo próprio da Vida.

A    proximidade   de  Francisco  com a natureza  sempre  foi a faceta   mais , conhecida. Seu amor universalista abrangia toda a Criação e simbolizava para muitos um retorno a um estado de inocência . Muitas histórias com animais cercam a vida de Francisco de Assis e estão contadas no  Fioretti  (pequenas flores, em italiano), uma coleção póstuma de contos populares sobre este santo.

Francisco e os Animais

Certa vez ele viajava com seus irmãos  e  eis  que  viram  ao lado da estrada árvores lotadas de passarinhos. Francisco disse a seus companheiros: "aguarde por mim enquanto eu vou pregar aos meus irmãos pássaros". Os pássaros o cercaram, atraídos por sua voz, e nenhum deles voou. Francisco falou a eles: "Meus irmãos pássaros, vocês devem muito a Deus, por isso deve sempre e em todo lugar dar seu louvor à Ele; porque Ele lhe deu liberdade para voar pelo céu e Ele o vestiu. Vocês nem semeiam nem colhem e Deus os alimenta e lhes dá rios e fontes para sua sede, montanhas e vales para abrigo e árvores altas para seus ninhos. E embora vocês nem saibam como tecer, Deus os veste e a suas crianças, pois o Criador os ama grandemente e o abençoa abundantemente. Então, sempre busquem louvar a Deus."

Outra lenda do Fioretti nos fala que na cidade de Gubbio, onde Francisco viveu durante algum tempo, havia um lobo "terrível e feroz, que devorava homens e animais". Francisco teve compaixão pela população local e foi para as colinas achar o lobo. Logo, o medo do animal fez todos os seus companheiros fugirem, mas Francisco continuou e quando achou o lobo fez o sinal da cruz e ordenou ao animal para vir até ele e não ferir ninguém. Milagrosamente o lobo fechou suas mandíbulas e se colocou aos pés de Francisco: 

"Irmão lobo, você prejudica a muitos  nestas paragens e faz um grande mal".  

disse Francisco.

 "Todas estas pessoas o acusam e o amaldiçoam. Mas, irmão lobo, eu gostaria de fazer a paz entre você e essas pessoas". Então Francisco conduziu o lobo para a cidade e, cercado pelos cidadãos assustados fez um pacto entre eles e o lobo. Porque o lobo tinha "feito o mal pela fome", a obrigação da população era alimentar o lobo regularmente e, em retorno, o lobo já não os atacaria ou aos rebanhos deles.

Fica aqui nossa pequena homenagem a Francisco de Assis no seu mês.





Fontes : Francisco de Assis  - João Nunes  Maia

Saída  da Matrix—Francisco de Assis.                                 http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2007/05/sao_francisco_d.html




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