segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Proteção a animais maltratados A lei existe e precisamos utilizá-la

 
Cão abandonado a beira da estrada
    
Quem de nós pode dizer que nunca na vida presenciou ou soube de algum animalzinho sofrendo maus tratos? E que providência tomamos? Muitos, como sempre, se calarão diante da dor daqueles que não podem falar por si mesmos, e seguirão suas vidas como se nada estivesse acontecendo.    Entretanto, há muitas pessoas que se sentem terrivelmente perturbadas testemunhando tais atitudes. Sensibilizadas e sedentas por justiça, procuram uma forma de solucionar ou, pelo menos, minimizar essa situação.

    E aí começa uma verdadeira via crucis, pois a falta de informação muitas vezes acaba desmotivando aqueles que se sensibilizam com a dor dos animais. Geralmente, começa-se ligando para a polícia digamos “convencional”. Esta, por sua vez, orienta que se ligue para a polícia ambiental, onde, não raro, tem-se a orientação de ligar para uma ONG protetora de animais. Claro isso não é uma regra, mas acontece em muitas cidades do Brasil.

    E então?

   O que fazer? 

  O imprescindível para que a denúncia obtenha efeitos, é ter conhecimento do trâmite necessário para efetuá-la nos órgãos competentes. Uma boa definição para maus tratos está contida no artigo  do Decreto Federal 24.645/34:

I – praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal;

II – manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz;

III – obrigar animais a trabalhos excessivos ou superiores às suas forças e a todo o ato que resulte em sofrimento para deles obter esforços que razoavelmente não se lhes possam exigir senão como castigo;

IV – golpear, ferir ou mutilar, voluntariamente qualquer órgão ou tecido de economia, exceto a castração, só para animais domésticos, ou operações outras praticadas em benefício exclusivo do animal e as exigidas para defesa do homem, ou no interesse da ciência;

V – abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo o que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária;

VI – não dar morte rápida, livre de sofrimentos prolongados, a todo animal cujo extermínio seja necessário para consumo ou não;

VII – abater para o consumo ou fazer trabalhar os animais em período de gestação;

VIII – atrelar, no mesmo veículo, instrumento agrícola ou industrial, bovinos com eqüinos, com muares ou com asininos, sendo somente permitido o trabalho em conjunto a animais da mesma espécie;

IX – atrelar animais a veículos sem os apetrechos indispensáveis, como sejam balancins, ganchos e lanças ou com arreios incompletos, incômodos ou em mau estado, ou com acréscimo de acessórios que os molestem ou lhes perturbem o funcionamento do organismo;

X – utilizar, em serviço, animal cego, ferido, enfermo, fraco, extenuado ou desferrado, sendo que este último caso somente se aplica a localidades com ruas calçadas;

XI – açoitar, golpear ou castigar por qualquer forma a um animal caído sob o veículo ou com ele, devendo o condutor desprendê-lo do tiró para levantar-se;

XII – descer ladeiras com veículos de tração animal sem utilização das respectivas travas, cujo uso é obrigatório;

XIII – deixar de revestir com couro ou material com idêntica qualidade de proteção, as correntes atreladas aos animais de tiró;

XIV – conduzir veículo de tração animal, dirigido por condutor sentido, sem que o mesmo tenha boléia fixa e arreios apropriados, com tesouras, pontes de guia e retranca;

XV – prender animal atrás dos veículos ou atados às caudas de outros;

XVI – fazer viajar um animal a pé mais de 10 quilômetros, sem lhe dar descanso, ou trabalhar mais de 6 horas contínuas sem lhe dar água e alimento;

XVII – conservar animais embarcados por mais de 12 horas, sem água e alimento, devendo as empresas de transportes providenciarem sobre as necessárias modificações no seu material, dentro de 12 meses a partir da publicação desta lei;

XVIII – conduzir animais, por qualquer meio de locomoção, colocados de cabeça para baixo, de mãos ou pés atados, ou de qualquer outro modo que lhe produza sofrimento;

XIX – transportar animais em cestos, gaiolas ou veículos sem as proporções necessárias ao seu tamanho e número de cabeças, e sem que o meio de condução em que estão encerrados esteja protegido por uma rede metálica ou idêntica, que impeça a saída de qualquer membro do animal;

XX – encerrar em curral ou outros lugares animais em número tal que não lhes seja possível moverem-se livremente, ou deixá-los sem água e alimento mais de 12 horas;

XXI – deixar de ordenhar as vacas por mais de 24 horas, quando utilizadas na exploração do leite;

XXII – ter animais encerrados juntamente com outros que os atemorizem ou molestem;

XXIII – ter animais destinados a venda em locais que não reúnam as condições de higiene e comodidade relativas;

XXIV – expor, nos mercados e outros locais de venda, por mais de 12 horas, aves em gaiolas, sem que se faça nesta a devida limpeza e renovação de água e alimento;

XXV – engordar aves mecanicamente;

XXVI – despelar ou depenar animais vivos ou entregá-los vivos para alimentação de outros;

XXVII – ministrar ensino a animais com maus tratos físicos; 

XXVIII – exercitar tiro ao alvo sobre patos ou qualquer animal selvagem, exceto os pombos, nas sociedades, clubes de caça, inscritos no Serviço de Caça e Pesca;

XXIX – realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécie ou de espécie diferente, touradas e simulacros de touradas, ainda mesmo em lugar privado;

XXX – arrojar aves e outros animais nas casas de espetáculo, exibi-los, para tirar sortes ou realizar acrobacias;

XXXI – transportar, negociar ou caçar, em qualquer época do ano, aves insetívoras, pássaros canoros, beija-flores e outras aves de pequeno porte, exceção feita para as autorizações com fins científicos, consignadas em lei anterior.”

   
Suinos confinados
 Importantíssimo também citar o artigo 32 da Lei Federal n.º 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), assim como a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.

   Reza ainda, o artigo 23 da Constituição Federal, que “É competência comum
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI – proteger o
meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora”.

    Na mesma linha, preconiza o artigo 225 da mesma Carta que “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

    Além disso, o citado artigo dispõe, em seu parágrafo primeiro, que: “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
 VII – “proteger o Meio Ambiente adotando iniciativas como: proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.”

   Por razões óbvias, é importante ter esses diplomas legais em mãos, para que a denúncia seja efetuada. Recomendo que os denunciantes de maus tratos os imprimam e os levem sempre consigo, para que, no momento da denúncia, os atendentes desta, caso relutem em acatá-la, fiquem cientes da lei e da legitimação dos direitos dos animais.

   Se, mesmo assim, o policial ou agente público que atenda a denúncia não quiser abrir o inquérito, ou termo circunstanciado, é bom ter em mãos também o artigo 319 do Código Penal (retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal), a fim de que ele seja lembrado de que poderá incorrer em crime de prevaricação.

    Tais documentos legais explicitam indubitavelmente o dever de cada um de nós, tanto os denunciantes quanto os responsáveis pelo recebimento da denúncia. E, sempre agindo com educação e respeito, poderemos mostrar aos policiais e agentes públicos tais leis, caso eles não as conheçam, a fim de fazer valer os direitos dos animais.

    Os mesmos direitos que, na maioria esmagadora das vezes, infelizmente são abafados, seja pela inércia dos que veem e fingem não ver, para não se comprometerem, seja pela falta de esclarecimento dos que querem fazer a sua parte em favor dos animais, mas que desconhecendo os seus direitos, sentem-se frustrados ao procurar os órgãos competentes e depararem com despreparo semelhante por parte destes.

    Não podemos mais nos calar. Sejamos a voz dos que, inocentes, sofrem nas mãos dos ditos “humanos”. As denúncias podem ser feitas nas delegacias comuns ou nas especializadas em meio ambiente ou animais, bem como diretamente no Ministério Público ou no IBAMA.

    Vamos lá!!! 

   Façamos como Gandhi disse: Sejamos a mudança que queremos no mundo!!


Fernanda Almada






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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Karma e Consumo de Carne na Literatura Védica

18 01
Karma

Sri Nandanandana
Muitas vezes, parece haver confusão ou falta de clareza acerca do tópico de se o caminho védico permite ou condena o consumo de carne. Ouço frequentemente indianos e seguidores do caminho védico explicarem que não há erro em consumir carne e que os shastras védicos não condenam tal coisa. É claro que hoje a situação é pior, pois comer carne significa abastecer toda a indústria da carne, que é a matança sistemática de milhares de animais diariamente. Contudo, se de fato pesquisarmos nos textos védicos, encontraremos que há numerosas referências nas várias porções da literatura védica explicando em termos claros os perigos cármicos de comer carne e de tirar a vida de animais desnecessariamente. Tais referências indicam que o consumo de carne deve ser renunciado pelo progresso espiritual e mesmo material.
Referências Védicas contra o Consumo de Carne e o Abate de Animais
Manu-samhita, para começarmos nosso estudo, diz de maneira lógica e clara que “a carne jamais pode ser obtida sem ferir outras criaturas vivas, e ferir outros seres sencientes é danoso à obtenção da bem-aventurança celeste. Portanto, que haja abstenção do consumo de carne. Tendo considerado bem a origem repulsiva da carne e a crueldade envolvida em prender e matar seres corpóreos, que haja completa abstenção do consumo de carne”. (Manu-samhita 5.48-49)
Contudo, não é simplesmente a pessoa que come a carne do animal morto que se enreda, senão que há consequências a todos aqueles que auxiliam no processo. “Aquele que permite o abate de um animal, aquele que o corta, aquele que o mata, aquele que compra ou vende carne, aquele que a cozinha, aquele que a serve e aquele que a come devem ser todos considerados os matadores do animal. Não há pecador maior do que aquele que, em vez de o fazer pela adoração aos deuses e aos antepassados, tenta crescer através da carne de outros seres”. (Manu-samhita 5.51-52)
Conforme estudamos mais da Manu-samhita, encontramos alertas mais sérios, como este: “Se alguém tem o forte desejo de comer carne, ele pode fazer um animal de ghi ou de farinha e comê-lo, mas que jamais busque a morte de um animal sem um motivo legítimo. Tantos quantos forem os pelos do animal, tantos serão, com efeito, as mortes violentas que o indivíduo experimentará em nascimentos futuros”. (Manu-samhita 5.37-38)
A única circunstância em que é necessário matar animais para o consumo é quando há uma emergência, como quando não há simplesmente mais nada que possa ser comido. De outro modo, quando há grãos, folhas, frutas e similares disponíveis para o consumo, não é nada senão os desejos egoístas da humanidade que motivam alguém a matar outros seres para a satisfação da própria língua mediante a degustação de sangue e carne, ou para enriquecer por meio da participação na distribuição ou cozimento de carne. Tais atos violentos criam reações contrárias à satisfação. Por esse motivo, os avisos são apresentados. “Aquele que fere animais inofensivos com o desejo de conferir prazer a si mesmo jamais encontra felicidade nesta vida ou na próxima”. (Manu-samhita 5.45)
Um significado esotérico da palavra “carne” é revelado na mesma obra: “‘Ele me [mam sah] devorará no próximo mundo, aquele cuja carne eu como nesta vida’; os sábios declaram que esse é o verdadeiro significado da palavra ‘carne’ [mam sah]”. (Manu-samhita 5.54-55)
Também se mencionam benefícios obteníveis pela simples conduta de não comer desnecessariamente os corpos de outras criaturas: “Aquele que não busca causar os sofrimentos da prisão e da morte a outras criaturas viventes, mas deseja, em vez disso, o bem de todos, obtém interminável bem-aventurança. Aquele que não faz mal a nenhuma criatura obtém sem esforço aquilo em que ele pensa, aquilo com o que se compromete e aquilo em que fixa sua mente”. (Manu-samhita 5.46-47)
Também diz: “Por não matar nenhum ser vivo, a pessoa se torna apta para a salvação”. (Manu-samhita 6.60)
Textos mais antigos, como o Rig-veda (10.87.16), também proclamam a necessidade de abandono do consumo de animais abatidos. “Ó rei, Vossa Majestade não deve hesitar decapitar aquele que come carne humana, a carne de cavalos ou a carne de outro animal caso semelhante homem nocivo não desista dessa conduta”.
Há também referências no Mahabharata sobre a atividade de consumir carne. “Aquele que deseja o crescimento de sua própria carne através do consumo da carne de outras criaturas vive em sofrimento em quaisquer espécies em que acaso nasça na próxima vida”. (Mahabharata, Anu. 115.47)
“Aquele que compra carne comete violência através de sua riqueza, aquele que come carne comete violência através do saborear da carne, e aquele que mata comete violência por de fato atar o animal e matá-lo. Assim, há três formas de matar. Aquele que transporta carne ou a envia, aquele que corta os membros de um animal e aquele que compra, vende, cozinha ou come a carne – todos estes devem ser considerados comedores de carne”. (Mahabharata, Anu. 115.40) Todas essas pessoas sofrerão as mesmas reações cármicas por sua participação na morte através da distribuição, consumo etc., reação esta explicada a seguir.
“Os pecados gerados pela violência encurtam a vida do perpetrador. Portanto, mesmo aqueles ansiosos por seu bem-estar pessoal devem se abster do consumo de carne”. (Mahabharata, Anu. 115.33)
A reação pecaminosa compartilhada por quem participa de alguma forma da matança de animais é séria. Com efeito, a Bíblia compara o abate de vacas ao assassinato de um homem. “Quem mata um boi é como se matasse um homem”. (Isaías 66.3) Também se explica no Sri Chaitanya-charitamrita(Adi-lila, 17.166) que “quem mata uma vaca está condenado a apodrecer em vida infernal por tantos anos quantos eram os pelos no corpo da vaca”. Quem é inteligente, portanto, tentará evitar esse destino.
“Quem é ignorante do verdadeiro dharma considera-se virtuoso apesar de perverso e arrogante e apesar de matar animais sem qualquer sentimento de remorso ou de medo de punição. Nas próximas vidas, tais pessoas pecaminosas serão comidas pelas mesmas criaturas que mataram neste mundo”. (Bhagavata Purana 11.5.14)
O consumo de carne e a matança de animais também perturba ou ignora a doutrina de ahimsa, ou “não violência”. Não é possível, sem violência, matar animais para o prazer da língua. O Padma Purana (1.31.27) diz simplesmente que “ahimsa é o dever mais elevado”. Ahimsa é mais diretamente explicado nos Yoga-sutras (2.30), onde Patanjali declara: “Não ter sentimentos negativos para com nenhum ser vivo, de todas as maneiras possíveis e a todo tempo, chama-se ahimsa, o que deve ser a meta almejada por todos os buscadores”. Também se diz na escritura budista Mahaparinirvana-sutra que “o consumo de carne extingue a semente da grande compaixão”.
Um dos princípios que a pessoa tem que seguir nos esforços para não obter mau karma e para avançar espiritualmente é ser misericordiosa, o que se baseia em ahimsa. Misericórdia é mais do que ser bom. Misericórdia é ser amável para com todas as entidades vivas, isto é, não apenas para com humanos, mas também para com animais, insetos e assim por diante. Portanto, para desenvolver e manter a qualidade da misericórdia, tem-se que seguir o princípio de não comer carne, que inclui não comer carne de aves, animais terrestres, peixes, ovos e insetos. Destarte, quem é sério quanto ao caminho espiritual permanece livre de muitíssimas reações cármicas dispensáveis.

Karma significa que, para toda ação, há uma reação igual e contrária. Matar um animal para comer é certamente um ato de violência que cria uma reação negativa na atmosfera, que retorna como mais violência. Isso volta para nós como tribulações na vida, as quais teremos que viver no futuro.
Comer carne é a forma mais grosseira de ignorância espiritual. Matar outras entidades vivas para o prazer da língua é uma atividade cruel e egoísta que requer que o sujeito seja quase completamente cego para a realidade espiritual de que, dentro do corpo, está uma alma como ele, uma parte integrante da Alma Suprema. Também faz com que o coração do sujeito permaneça endurecido e insensível ao bem-estar e aos sentimentos alheios.
A partir desta breve apresentação, não deve haver dúvidas de que o shastra védico recomenda que esse consumo de carne, baseado no egoísmo, tem que ser abandonado caso se tenha alguma preocupação com outros seres vivos ou com a própria existência futura ou com a obtenção de algum mérito espiritual.
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Fonte:



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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O amor do Cristo pela Humanidade, reflete o Seu amor a tudo o que vive.

Animais do mundo




Artigo do colaborador 

Murillo Francisco Cason


Fazem dois mil anos que a Humanidade ganhou o maior presente que Deus deu aos filhos que já alcançaram o nível da consciência de Sua existência.

Esse maior presente, foi a vinda do próprio Cristo ao planeta, como homem.
É bom ressaltar que Jesus já ultrapassou de forma abismal o nível evolutivo de ser humano, sendo ele há bilhões de anos um ser Cristico e não um ser humano.

Por amor a nós, o Cristo aceitou a espinhosa tarefa de descer a terra, encarnando em corpo humano para ter com os homens.

Sabia de nossa abismal inferioridade evolutiva em relação a Ele, sabia de tudo o que faríamos com ele, tanto que 700 anos antes de sua vinda já nos havia avisado do que faríamos com ele através do profeta Isaias.

Mesmo assim, Seu amor não vacilou por um segundo sequer, e cumpriu a vontade do Pai com absoluta perfeição.

Mas a humanidade, mesmo tendo entre nós esse exemplo inigualável de amor ao próximo desde há dois mil anos, ainda não compreendeu o profundo significado da palavra próximo.

Não podemos mais circunscrever o próximo somente à humanidade, pois na verdade, para Jesus o próximo nunca ficou circunscrito somente ao homem.
Tudo o que vive é nosso próximo.

E graças a Jesus, que rogou ao Pai que nos enviasse o Consolador, hoje temos essa verdade de forma explícita demonstrada através da doutrina espírita.

 Como se não bastasse a prova cabal de nossa irmandade com todos os seres no fato de que todos nós sem exceção, partimos do mesmo ponto, onde fomos criados simples e ignorantes e nos aperfeiçoamos ao longo de milênios, reflitamos sobre a seguinte colocação:

Jesus, em sua natureza espiritual estando muito acima do nível de humanidade, encarnou em nosso meio, por amor ao inferior ser humano.

Imaginemos Jesus se recusando a sofrer a privação da vivência dos planos celestes, não tendo se submetido a tudo o que ele se submeteu ao vir a terra. Imaginemos, como estaríamos sem sua vinda, sem sua divina doutrina entre nós. Imaginemos uma humanidade sem o amor incondicional de Jesus.

Mas Jesus veio até nós e por 33 anos Jesus privou-se da felicidade perfeita dos planos celestes para vir cuidar pessoalmente do inferior homem.

Como sendo criaturas tão inferiores a Ele, e por O termos como modelo e guia, devemos imitar esse amor que não enxerga nível evolutivo, raça, espécie, e estendermos nosso amor a todos os seres de nosso planeta, principalmente aos animais que até os dias de hoje tem sido excluídos do nosso círculo de irmandade e cujo nível evolutivo estamos muitíssimo mais próximos do que o nível angelical, e que dirá ainda do nível Crístico.

Se Jesus nos deu esse exemplo de que o superior deve cuidar do inferior na escala espiritual evolutiva, por que ainda não imitamos essa postura de Jesus em relação aos animais e demais seres da criação?

Por que não nos privamos de satisfazer nosso adoecido paladar com os corpos desses nossos irmãos?

Porque não nos privamos de satisfazer nossa vaidade roubando as peles de nossos irmãos, que é o vestuário que Deus concedeu a eles e não a nós?

Por que não nos privamos de roubar o leite de bebês animais, aprisionando a eles e suas mães para mais uma vez satisfazermos nosso viciado paladar?

Por que ainda insistimos em testar medicamentos para aliviar nossas dores em irmãos cujo organismo responde de forma muito diferente do nosso às substancias que testamos contra a vontade deles submetendo-os a torturas inimagináveis.

Nos privarmos de USAR e ABUSAR de nossos irmãos animais não é uma simples caridadezinha, e sim uma das maiores obrigações do verdadeiro cristão que deseja espelhar-se no exemplo divino de doação, abnegação e renúncia de Jesus Cristo.

Jesus cuida de nós de acordo com as necessidade que nós seres humanos precisamos, assim como Jesus também cuida de cada espécie animal de acordo com aquilo que cada espécie necessita.

Deixemos de uma vez por todas a ilusória ideia de que Jesus se encontra nos planos celestes se preocupando e traçando diretrizes para o futuro do ser humano apenas. Jesus se preocupa, ama e cuida igualmente de todos os habitantes do planeta terra.

Para Jesus não existe a espécie humana e os animais, para Ele, existe apenas irmãos.

Passemos a enxergar os animais conforme o que a doutrina espírita e Jesus nos ensina; como irmãos.



                    Murillo Francisco Cason






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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Fanatismo Religioso , a Cura - Parte 3

Filhote raposa


"Se o redentor viesse, ele viria contando piadas (...). No momento em que aprendermos a rir de nós estaremos imunes ao fanatismo" 

 AMÓS OZ


Lendo um artigo muito interessante sobre fanatismo religioso, algo me chamou a atenção, até porque há algum tempo atrás escrevi um texto sobre o riso que se chamava "Sorria como Jesus". Na época eu notara que poucos espíritas sorriam e confesso que ao ler o texto de José Medrado sobre o mesmo assunto, percebi através dele que nada parece ter mudado muito. Voltando ao principal; o texto dizia claramente que a grande maioria dos fanáticos carecia de alguma doença psicológica: o mau humor e o desapego à vida.Normalmente as pessoas mal humoradas são assim, desapegadas de tudo.

Amós Oz, pacifista israelense, nesse mesmo texto, dizia ter encontrado a cura para o fanatismo : O Bom Humor. "nunca vi um fanático bem-humorado, nem alguém bem-humorado se tornar fanático".

Realmente falta em muitas pessoas, sejam espíritas ou não, a Alegria e para quem ainda não sabe, o riso faz parte da alegria.Quando se fala em Deus, devemos sentir a alegria fluir de nossos corações.Ao estudarmos o Pentateuco, igualmente devemos nos sentir felizes por isso.Para que fechar a cara e discutir que na pergunta tal, número tal, não está escrito isso ou aquilo? Será que muitos não sorriem porque no Livro dos Espíritos não está escrito: Na pagina tal pelo espirito tal "Sorria" ? Ou porque os filme hollywoodianos nos mostram sempre um Jesus triste e amargurado trazendo a Boa Nova? Não seria uma Boa Nova se fosse nos trazer apenas tristeza e fanatismo.

Herculano Pires em seu livro " A Agonia Das Religiões", nos diz : 

"Mas se não procurarmos compreendê-lo em toda a sua grandeza(referindo-se ao espiritismo), é certo que o reduziremos a uma seita fanática de crentes obscurantistas. Evitemos essa queda no passado, para nós mesmos e para o mundo. Tenhamos a coragem de avançar sem muletas e sem temor para a Civilização do Espírito."

Não, nós espíritas não estamos ilesos do fanatismo; nossa única diferença talvez seja que coloquemos nos obsessores todas as culpas de nossos erros. Muitos de nós espíritas também não sorrimos, como se fosse um ato criminoso sorrir. A alegria não é crime. Devemos viver a vida com a felicidade que nos cerca, sorrir faz parte dela, lembre-se, o Bom Humor faz parte da cura de muitos males do corpo e do espírito e o fanatismo religioso é um dos piores males que pode nos afligir nos dias de hoje.

Vamos seguir o Pentateuco sim, mas sem fanatismo, sem decorar e nada compreender, há muitas verdades que Jesus não contou quando esteve entre os homens, nem por isso negamos o Espiritismo quando ele surgiu, as verdades nos são passadas aos poucos, talvez porque não tenhamos capacidade de compreende-las tudo de uma só vez, mas chegaremos lá, esse é o nosso destino.

Simone Nardi






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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Fanatismo Religioso , a Kardeclatria - Parte 2

Flores de cactos


"O diabo empalidece comparado a quem dispõe de uma única verdade"(Emil Cioran)



Sempre que escrevo um artigo o faço baseado em casos que aconteceram ao meu redor ou que alguém contou ou que presenciei ao observar o mundo que me cerca. Muitas dessas vezes quando procuro falar de algo especifico, como é o caso agora, busco mais informações e referências sobre o assunto em livros ou até mesmo na Internet. O mais incrível quando se digita: "Fanatismo Religioso", é que se abrem inúmeras páginas, a grande maioria incriminando algumas religiões a qual nem preciso me referir, já que o noticiário sempre nos mostra as guerras religiosas em outros países.

Entre tantos artigos, acusações, refutações, deparei-me com uma frase que me enregelou o corpo: 

“libertamo-nos dos dogmas e do fanatismo. A fé raciocinada sobre a égide desta humildade, aconselhada e praticada pelo mestre lionês, levou-o na busca incessante da verdade, que sempre caracterizou suas ações, a correta elucidação conceptual de possessão, incitando-nos também a libertarmo-nos de duas outras; a dos ´dogmas´ e a do ´fanatismo´.”

Imediatamente voltou-me a lembrança do motivo pelo qual, estava eu, escrevendo novamente sobre o fanatismo religioso. A kardeclatria.

Como os fanáticos religiosos que repetem centenas de vezes as frases de seus livros sagrados o kardeclatra repete, de cor e salteado, de frente para trás e nas diagonais o Livro dos Espíritos. Posta perguntas e respostas em dezenas de sites, repete sem parar a todos que conhece, na porta do mercado, no centro espírita, repete, porém não explica. Ora bolas, afinal ele sabe de cor para que explicar?

Para ele apenas as obras básicas são passíveis de estudo. Enterrem as obras de Chico, Divaldo, Medrado e tantos outros por aí.Os espíritos que falam através deles como André Luiz , Emmanuel e sua turma, nada sabem. Aí deles se contrariarem a codificação. Hereges, não são espíritas, apesar de serem espíritos.

O fato é que na verdade, não há realmente essa contrariação da codificação, há o raciocínio lógico que leva as pessoas a dizerem coisas que não estão implicitamente escritas na obra, mas que não deixam de estar dentro dela. Tudo parte de uma questão de lógica e estudo sério que nos levará a todos, menos aos mais fanáticos, as mesmas respostas. Isso porque algumas vezes o kardeclatra se esquece que o próprio Allan Kardec disse, que a obra não estava acabada com o pentateuco, mas isso não vem ao caso, não para o kardeclatra, o que ele quer é repetir o que decorou: Na pergunta tal, numero tal, tem a resposta tal numero tal do espirito fulano de tal, nascido em tal lugar. Só. Silêncio. Sem explicação, porque ele não procurou fazer o que seu "ídolo" tanto pede: Fé raciocinada.

Não importa se está escrito no pentateuco " Não matarás", ao estudá-lo, a lógica dele o levará à pensar assim:" Não posso matar ". Mas não posso matar o quê? Quem? Quando? Por que fechar os olhos a tudo o que está escrito nas entrelinhas? Por que decorar perguntas e respostas ao invés de tirar delas, todas as lições que nos trazem a cada dia? Não, não posso matar e isso não se refere somente aos seres humanos, mas não posso matar animais, não posso matar plantas, não posso matar esperanças e alegrias, não posso matar o planeta.....

Somos todos criados por Deus? 

Quando me refiro a todos não coloco a classe humana acima de nenhuma outra diante da Criação. O Pentateuco diz que sim, que viemos da Luz de um mesmo Pai. É preciso então que esteja escrito lá : " Respeite os que não são da tua cor, respeite os que não são da tua religião, respeite os que lhe são inferiores pelos degraus da evolução, respeite as opções sexuais, respeite os que são altos, respeite os que são baixos, os que são obesos , os magrelos(essa é pra mim) porque, independente da tua visão limitada e da tua vontade, foi Deus quem Criou o Universo em que vive, seja mineral, vegetal ou animal?..... Se é preciso mesmo que esteja escrito, é porque ainda não aprendemos a ter a Fé raciocinada pedida por Kardec e como muitos outros descobriremos que somos fanáticos.

Agora, se já conseguimos ler nas entrelinhas, se conseguimos ir além da pergunta tal resposta tal do espirito tal, e tiramos dela algo escondido ali conseguimos compreender que a obra não termina -em cinco livros-  aí sim estamos exercitando a nossa lógica, nosso raciocínio e nossa fé. Seria mesmo o Espiritismo destinado a retroceder no tempo ao invés de avançar? Será que o Espiritismo hoje se resume mesmo em apenas cinco livros ou serão eles os alicerces da gigantesca casa espírita que ainda continua em construção?

Para achar um resposta, basta saber que a obra de Deus jamais termina e que nossa evolução lhe segue os passos. Tudo evolui, tudo mesmo, até as religiões.


Simone Nardi







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