“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo."
O Espírito de Verdade,Paris, 1860
Jesus |
A busca pelo conhecimento é sem dúvida o primeiro passo para a
transformação dos seres, pois segundo o Livro dos Espíritos (780a) o
progresso moral de cada um depende do progresso intelectual. É a partir
desse desvelamento das coisas que os seres humanos passam a possuir em
suas mãos a capacidade de se lançar adiante em sua evolução ou de se
manterem atrelados a sua inatividade, tanto intelectual quanto moral.
É o conhecimento que vai permitir sua mudança, desde que ele assim a
deseje e quando falamos em conhecimento não falamos apenas do
conhecimento recebido pela Doutrina Espírita, mas de todo o
conhecimento que possa vir a enriquecer o Espírito, sobretudo no campo
da moralidade e da ética.
De posse desse conhecimento não podemos mais utilizar a caridade como
moeda de troca para com a Divindade, fazendo o pouco e esperando muito.
O problema surge quando este conhecimento não é bem vindo ao nosso ser, por nos obrigar a sair de nossa zona de conforto.
O que normalmente ocorre nesse momento é a auto indulgência, não pela
incapacidade de mudar, pois que Deus forneceu a todos, e fornece
diariamente, a mesma capacidade e a mesma força vinda do Fluído Cósmico
Universal, mas a auto indulgência surge pela negativa de cada individuo
em não desejar se transformar, em não desejar ver, ouvir ou falar sobre
aquilo que para ele, passa a ser um tormento.
É quando a partir daí nascem acusações , melindres e discórdias.Talvez
por isso que Emmanuel tenha afirmado um dia que “o maior inimigo do
espiritismo são os próprios espíritas”.
Talvez pela extrema auto indulgência da qual se utilizam quando desejam
permanecer inativos diante de algo novo.
Neste caso em especial falamos da relação entre o espiritismo e os
animais. A todo momento surgem livros e revistas que esclarecem que os
animais são nossos irmãos, que eles evoluem e que um dia nós passamos
pelo reino no qual eles estagiam agora. No entanto a busca pelo
conhecimento estaciona exatamente aí, na alma animal.
Muitos não desejam conhecer a matéria física dos animais, nem os motivos
que levaram ao desprendimento do espírito animal de seu corpo material.
Talvez pela falta de compreensão da palavra que muitos usam, mais por
costume do que propriamente por conhecimento: irmãos animais,repetem mas
não conceituam seu significado a realidade. Falam, mas não atuam.Ouvem,
mas não compreendem. Sua caridade é ainda voltada apenas de ser humano
para ser humano, ignorando assim tudo o que leu e estudou no Pentateuco
Espírita,porque muito do que é dito ali ofende seu desejo de permanecer
no simples e no que ele considera como “natural”. Sua “caridade”, a
moeda de troca que usa para conseguir um espaço na espiritualidade
possui apenas um lado, apenas uma face,para estes apenas a face humana,
os demais reinos pouco lhe interessam.
Cãozinho |
Infelizmente,esse é um alerta a todas as Casas Espíritas que tem se
lançado nessa empreitada que busca o auxilio espiritual dos irmãos
animais. Eles não necessitam apenas
do auxilio espiritual, mas da caridade moral e ética enquanto estão
encarnados.Eles precisam ser vistos como seres completos, com alma e
matéria, a alma que reencarna e que se liberta da matéria muitas vezes através de um ato
humano extremamente violento.
É preciso que estas Casas se mantenham esclarecidas a respeito da vida
destes animais, é preciso que percebam que o termo irmãos animais se
dirige a todos, até mesmo aqueles que muitas vezes são usados em almoços
beneficentes para o tal “bem maior”. É preciso que , a partir do
momento que escolheram abrir suas portas para os animais, abram também
seus corações,e que toda a Casa perceba, não somente aqueles poucos
trabalhadores ousados e corajosos que aceitaram este desafio, mas toda a
Casa perceba que o surgimento deste trabalho em seu seio modificou e
modificará suas vidas para sempre, pois qualquer atitude agora deverá ser
repensada, ser estudada , ser comedida.
Seu mundo não é mais como era antes, esta é a verdade que surge neste
momento.
Não há mais bem maior que seja realizado através da vida destes irmãos;
Não há indulgência que permita a morte destes irmãos. Não há mais amor
feito de meias palavra se escolhas individuais, vocês optaram por um
caminho onde finalmente caridade não é mais moeda de troca, ou se faz o
bem por amor ou se escolhe viver longe dele.
Parabéns aquelas Casas que conseguiram compreender o que significa
trabalhar com os irmãos animais; as outras, aquelas onde os
trabalhadores se dividem e se recusam a seguir o caminho do bem entre
todos os irmãos, estas precisam refletir sobre as palavras de Emmanuel o
maior inimigo do espiritismo são os próprios espíritas.
E reler novamente o Livro dos espíritos sobretudo no que motivou a
escolha deste artigo, a auto indulgência, a única capaz de deter o progresso humano:
781 - O homem pode deter a marcha do progresso?
– Não;mas pode impedi-lo algumas vezes
781a - O que pensar dos homens que tentam deter essa marcha e fazer retroceder a humanidade?
– Pobres seres que serão punidos por suas próprias ações. Serão arrastados pela torrente que querem deter.
Lembrando-se ainda que muito será cobrado daquele que muito sabe, hoje
vocês tiraram a vendados olhos e talvez o que falte não seja amor, mas
Atitude.
Simone Nardi
Nos Ajude a divulgar
©Copyright Blog Irmãos Animais-Consciência Humana - Simone Nardi -2017
Todos os direitos reservados
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS - CÓPIA E REPRODUÇÃO LIBERADAS DESDE QUE CITADA A FONTE - 2017
Texto maravilhoso como sempre.
ResponderExcluirEssa é uma questão grave e que tem se tornado cada vez mais grave no meio espírita. A Luta que muitos travam para excluir esses nossos irmãos dos cuidados e profundas responsabilidades que devemos ter com eles.
A questão 781 nos traz um grande consolo, mas também nos mostra claramente o nosso momento atual. Se os homens não podem deter o progresso, eles podem retarda-lo.E é isso o que está ocorrendo. Não é possível impedir a libertação animal, mas é possível retarda-la. E tristemente, boa parte do movimento espírita se esforça para que essa libertação não ocorra... Não por uma maldade intencional, mas justamente pelo fato exposto no texto; a permanecia na zona de conforto. O Não querer fazer um esforço contra seus desejos, mesmo que isso signifique a escravidão e morte de outros irmãos.
Mais dificil é aceitar que uma religião tão completa de informações trave uma luta intensa para ignorar os fatos tão claros que expomos:
ResponderExcluirOs animais tem alma
os animais são sencientes
Os animais sofrem
Seria possivel falar ou pregar a caridade diante de tanto silencio em relação aos animais?
Grande abraço
Murilo
Simone