"O diabo empalidece comparado a quem dispõe de uma única verdade"(Emil Cioran)
Sempre que escrevo um artigo o faço baseado em casos que aconteceram ao
meu redor ou que alguém contou ou que presenciei ao observar o mundo que
me cerca. Muitas dessas vezes quando procuro falar de algo especifico,
como é o caso agora, busco mais informações e referências sobre o
assunto em livros ou até mesmo na Internet. O mais incrível quando se
digita: "Fanatismo Religioso", é que se abrem inúmeras páginas, a grande
maioria incriminando algumas religiões a qual nem preciso me referir,
já que o noticiário sempre nos mostra as guerras religiosas em outros
países.
Entre tantos artigos, acusações, refutações, deparei-me com uma frase
que me enregelou o corpo:
“libertamo-nos dos dogmas e do fanatismo. A fé
raciocinada sobre a égide desta humildade, aconselhada e praticada pelo
mestre lionês, levou-o na busca incessante da verdade, que sempre
caracterizou suas ações, a correta elucidação conceptual de possessão,
incitando-nos também a libertarmo-nos de duas outras; a dos ´dogmas´ e a
do ´fanatismo´.”
Imediatamente voltou-me a lembrança do motivo pelo
qual, estava eu, escrevendo novamente sobre o fanatismo religioso.
A kardeclatria.
Como os fanáticos religiosos que repetem centenas de vezes as frases de
seus livros sagrados o kardeclatra repete, de cor e salteado, de frente
para trás e nas diagonais o Livro dos Espíritos. Posta perguntas e
respostas em dezenas de sites, repete sem parar a todos que conhece, na
porta do mercado, no centro espírita, repete, porém não explica. Ora
bolas, afinal ele sabe de cor para que explicar?
Para ele apenas as obras básicas são passíveis de estudo. Enterrem as
obras de Chico, Divaldo, Medrado e tantos outros por aí.Os espíritos
que falam através deles como André Luiz , Emmanuel e sua turma, nada
sabem. Aí deles se contrariarem a codificação. Hereges, não são
espíritas, apesar de serem espíritos.
O fato é que na verdade, não há realmente essa contrariação da codificação,
há o raciocínio lógico que leva as pessoas a dizerem coisas que não
estão implicitamente escritas na obra, mas que não deixam de estar
dentro dela. Tudo parte de uma questão de lógica e estudo sério que nos
levará a todos, menos aos mais fanáticos, as mesmas respostas. Isso
porque algumas vezes o kardeclatra se esquece que o próprio Allan
Kardec disse, que a obra não estava acabada com o pentateuco, mas isso
não vem ao caso, não para o kardeclatra, o que ele quer é repetir o que
decorou: Na pergunta tal, numero tal, tem a resposta tal numero tal do espirito fulano de tal, nascido em tal lugar. Só.
Silêncio. Sem explicação, porque ele não procurou fazer o que seu
"ídolo" tanto pede: Fé raciocinada.
Não importa se está escrito no pentateuco " Não matarás", ao estudá-lo, a
lógica dele o levará à pensar assim:" Não posso matar ". Mas não posso matar o quê? Quem? Quando? Por que fechar os
olhos a tudo o que está escrito nas entrelinhas? Por que decorar
perguntas e respostas ao invés de tirar delas, todas as lições que nos
trazem a cada dia? Não, não posso matar e isso não se refere somente aos seres humanos, mas não posso matar animais, não posso matar plantas, não posso matar esperanças e alegrias, não posso matar o planeta.....
Somos todos criados por Deus?
Quando me refiro a todos não coloco a
classe humana acima de nenhuma outra diante da Criação. O Pentateuco diz
que sim, que viemos da Luz de um mesmo Pai. É preciso então que esteja
escrito lá : " Respeite os que não são da tua cor, respeite os que não
são da tua religião, respeite os que lhe são inferiores pelos degraus da
evolução, respeite as opções sexuais, respeite os que são altos, respeite os que são baixos, os que são obesos , os magrelos(essa é pra mim) porque, independente da tua visão limitada e da tua vontade,
foi Deus quem Criou o Universo em que vive, seja mineral, vegetal ou
animal?..... Se é preciso mesmo que esteja escrito, é porque ainda não
aprendemos a ter a Fé raciocinada pedida por Kardec e como muitos
outros descobriremos que somos fanáticos.
Agora, se já conseguimos ler nas entrelinhas, se conseguimos ir além da
pergunta tal resposta tal do espirito tal, e tiramos dela algo escondido ali conseguimos compreender que a obra não termina -em cinco livros- aí sim estamos
exercitando a nossa lógica, nosso raciocínio e nossa fé. Seria mesmo o
Espiritismo destinado a retroceder no tempo ao invés de avançar? Será
que o Espiritismo hoje se resume mesmo em apenas cinco livros ou serão
eles os alicerces da gigantesca casa espírita que ainda continua em
construção?
Para achar um resposta, basta saber que a obra de Deus jamais termina e
que nossa evolução lhe segue os passos. Tudo evolui, tudo mesmo, até as
religiões.
Simone Nardi
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