quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Fanatismo Religioso - Parte 1

Ursos polares: mãe e seu filhote


"...todos os crentes parecem escandalosos e indiscretos: procura evitá-los" (Nietzsche)




Hoje mais do que nunca, vemos em cada esquina uma igreja ou um salão religioso, que arrastam dezenas de pessoas para seus cultos. Nunca a religião foi tão democrática, porém talvez nunca tenha sido tão mal compreendida pelos homens.

Quantas vezes não tivemos que ouvir os cultos no último volume, como se Deus fosse surdo e o homem tivesse que gritar para que Ele ouvisse? Quantas vezes não tivemos que aguentar aquele cara que tentava - a qualquer custo - nos transformar em outra pessoa não respeitando nossa própria religião.

"Sempre a minha é a melhor"

Quem garante isso? Há algum selo de qualidade de Deus? Algum APD, Aprovado Por Deus.

Por que o homem se tornou tão religioso e ao mesmo tempo tão fanático?

A palavra fanático vem do latim - fanaticus, fanum e significa templo, lugar consagrado. Fanatismo é a cega obediência a uma fé ou um conceito, mas que é seguida com obstinação, tudo que é bom para mim será bom para você. No fanatismo não há liberdade de consciência, tornando a pessoa realmente intolerante e porque não dizer, insuportável.

Desde as cruzadas até os atuais homens-bomba nós temos a clara visão sobre o fanatismo religioso e suas consequências desastrosas para o mundo. Matam-se homens em nome de deus - sim, deus com "d" minúsculo mesmo, matam-se seres humanos em nome de uma única religião.

Quantas vezes também já não tentamos impor nossas ideias às pessoas, sem nos lembrarmos de que todo excesso é prejudicial?

O fanatismo não escolhe religião, todas elas possuem seus "fanáticos de plantão" que não percebem o que fazem e não aceitam conselhos nem críticas. Os espíritas também podem se transformar em fanáticos fervorosos. Você duvida? Sonde ao seu redor e veja se você não age às vezes como aquele seu vizinho que não sai do culto.

Pessoas que descobrem que "fora da caridade não há salvação" e que constroem seu próprio jeito de praticar a caridade. Primeiro pensam em ajudar os outros depois em se ajudar e resolvem aceitar, as cegas, todo e qualquer trabalho que lhe é oferecido. Para eles não existe mais família, amigos, lazer ou qualquer outra coisa que não seja o trabalho espiritual. O "trabalho" torna-se mais importante do que qualquer outra coisa, cegando-lhe a visão da fé raciocinada igualmente pregada por Kardec.

Muitas vezes os dirigentes das casas espíritas veem essas pessoas apenas como trabalhadores esforçados, sem perceberem o perigo que pode se alastrar numa Doutrina de princípios tão fáceis de serem seguidos. 

O orgulho cresce em alguns médiuns: apenas ele sabe, apenas ele vê. Jamais contesta ou procura pesquisar o lado científico da doutrina: "Se Deus fez, para que tentar descobrir como", "A alma existe, é de Deus, para mim está bom". Sim, em parte é verdade, mas Kardec já afirmava que a Ciência, quando caminhasse ao lado de qualquer religião, essa seria a verdadeira e a fé cega deixaria de existir. 

E nosso amigo vai: cursos e mais cursos, palestras e mais palestras. Toma um passe e tudo se resolve. Uma simples dor nas costas pode ser obra de um obsessor. Tudo então passa a ser coisa dos "espíritos", transformando-o num espírita doentio que se recusa a receber auxílio.

"Fanático eu, jamais".

O Espiritismo nos traz a fé viva e racional, por isso o amor a Deus não deve ser doentio.

Vamos buscar o equilíbrio em tudo o que fazemos, principalmente na fé que carregamos dentro de nós, quando em dúvida, pensemos:

O que faria Jesus?



Simone Nardi








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