sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O Vegetarianismo e a Lei do Amor

Mão segurando a luz entre os dedos

TEOSOFIA


O vegetarianismo é muitas vezes, adotado por questões de saúde, como um regime alimentar mais saudável, higiênico e substancioso. Porém, o aspecto mais importante do sistema, é ser UM MODO DE PENSAR E DE SENTIR, visto estar profundamente ligado à ideia da Fraternidade Universal. Todos os reinos da natureza - mineral, vegetal, animal e humano - são partes de um Todo. 

A ciência e algumas religiões aceitam e explicam a Lei da Evolução, processando-se através do desenvolvimento da consciência. O homem, ser dotado de maior consciência, é por isso mesmo o maior responsável no mundo. Por seu continuo pensar, há de se aproximar cada vez mais das verdades proclamadas em todos os tempos Por sábios, filósofos, santos e profetas. A base dessas verdades, é que a LEI DO AMOR é a única lei que conduzirá o homem a um estágio de real grandeza espiritual. Sem o amor, poderemos conhecer grandes progressos materiais, porém não alcançaremos uma verdadeira civilização. Ora, a LEI DO AMOR não pode admitir a inútil e cruel matança de animais como a que é executada em larga escala em pleno final do século 20. 

Dizemos inútil e cruel, porque se é com fins de alimentação, milhões de vegetarianos em todo o mundo provam que vivem em iguais ou ainda melhores condições físicas e intelectuais que os não-vegetarianos. Lembremo-nos de escritores como George Bernard Shaw, idealistas como Gandhi, atletas olímpicos e outros aqui mesmo no Brasil. Se é com fins esportivos, nada pode ser mais vexatório para o nosso orgulho de supostos civilizados, do que ver homens e mulheres divertirem-se e fazendo seus filhos seguirem o exemplo, matando fria e calculadamente, animais, os quais se tornam inúteis para a própria alimentação. 

Se é com fins ornamentais, como acontece com o uso de casacos de pele e de couro, penas e aves para chapéus, mais se evidencia a inutilidade da destruição, porque inúmeras são as pessoas que vivem muito bem com outros agasalhos e enfeites que não exigem destruição de vidas. Poucas pessoas comeriam carne se tivessem elas próprias de sacrificar os animais ou, simplesmente assistissem á carnificina nos matadouros. Compreende-se que no passado, quando o cultivo da terra era reduzido, difícil mesmo em muitas regiões, desconhecidos os grandes recursos agrícolas de hoje, ignorado o valor alimentício da maior parte das frutas, cereais e legumes, a caça fosse o maior abastecimento das mesas. 

Hoje, porém; enriquecidos de tão grandes progressos e conhecimentos, como explicar que ainda não tenhamos vencido a herança desumana de comer carnes? Podemos cultivar o sentimento de FRATERNIDADE UNIVERSAL aprovando, apoiando, participando ou sendo omissos diante da crueldade com que se sacrificam nossos irmãos menores, os animais? 

Não é uma incoerência, festejarem-se grandes datas nas quais reverenciamos o Senhor do Amor, do Perdão - JESUS CRISTO - sacrificando, para nossa mesa, vidas e vidas dos animais? Poderá ser agradável ao Senhor, que foi o maior paradigma da Compaixão, a destruição de seres que já possuem sensibilidade e conhecem o sofrimento justamente nas mãos dos que deveriam ser seus irmãos maiores, os homens?

 O vegetarianismo se impõe por questões de saúde, científicas e, sobretudo, porque corresponde a uma atitude de obediência à LEI DO AMOR. Seria muito interessante que pessoas ou organizações reproduzissem, de alguma maneira, esta publicação, fortalecendo esta corrente de solidariedade à vida animal no mundo.




Fonte: O Teosofista - Julho/Setembro de 1985( o texto chegou as nossas mãos de forma impressa, sem link)





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