quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Dos Animais para Francisco



Leitões

Nós, os incompreendidos que compreendeste, te agradecemos, Pai Francisco, pela coragem de nos defender, mesmo não apoiado pelos adversários de tuas convicções igualitárias.

Pelo teu exemplo de amor legado às gerações futuras, lições de como nos olhar com a mesma emoção com que contemplamos os humanos, mais importantes do que nós.

Porque priorizaste defender-nos ante opiniões contraditórias e, sem medo, afagaste a cabeça da fera que, a este contato se fez mansa.

Porque nos fizeste ícones de Deus e instrumentos de Sua Paz ao descobrir, em nós, a tristeza que outros não viam e os gemidos que não queriam ouvir.

Porque choraste diante do holocausto ao ouvir nosso pedido de socorro, acudindo-nos com essa percepção própria dos anjos – que tu já possuías.

Ouvindo nosso coração sobressaltado pela aflição e pelo medo causados por humanos sem coração, nos consideraste herdeiros da mesma Vida, qual tu mesmo o foste e és.

Nós te agradecemos por orares por nós, os que ainda não o sabemos fazer com palavras, só lamentos, no silencio de tua capela humilde, iluminada pelo irmão Sol e enfeitada pela irmã Relva, cercado dos amigos passarinhos que não ousam cantar, quando tu cantas canções mais belas do que a deles.

Por causa da incapacidade de entender nosso dialeto simplório de amor e fraternidade, alguns humanos subtraem-se ao nosso convívio, negando-se a compartilhar conosco uma existência pacificadora para todos, já que a Terra é tão grande.

Nós te agradecemos por nos defender sem empunhar espada ou lança, somente com a força de tua imagem fraca ante o Desamor gigante dos que não querem ser lembrados disso.

Não desista de nós, não nos esqueça, te pedimos sem voz, nosso Pai!

Daí, de onde te encontras, continua, por Deus, guiando humanos Protetores, seguidores teus que, nos medicando, libertando e abrigando nos ensinam que por Ele somos lembrados.

Nas ruas de abandono e sofrimento onde esses Anjos nos vão achar em noites mais escuras, tu estás entre eles, clareando-lhes os olhos para que nos vejam, silenciosos, encolhidos e medrosos por não acreditarmos mais no Bem e nos Bons.

Num canto qualquer de beco imundo e frio, há tanto tempo nessa espera, com receio de dormir e morrer sem sermos  salvos, a luz vinda de ti, através deles, é como estrela a nos chamar de novo para a vida, como no dia em que nascemos.

Por mais trevoso abismo nos absorva e mais hediondo inferno nos retenha, com o mapa seguro de tua benção, ELES NOS ACHAM e em teu nome, Pai Francisco, não desistem de nós, lutando por nossa existência humilde e pobre, enquanto sofridos ainda respiramos!




Sandra







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