quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ética , Liberdade e Alimentação

Calvin desesperado e cheio de dúvidas,desenhista Bill Watterson


Quando iniciamos o Blog não esperávamos tantas dúvidas partindo dos leitores, aliás, até esperávamos, mas não tantas referentes as mesmas questões; estudamos o espiritismo de uma forma não dogmática, bem como não temos ídolos dentro deles e assim podemos falar e comentar livremente sobre qualquer assunto abordado pelos mais diversos oradores.

Não somos contra o Espiritismo, ao contrário, somos contra aqueles que tem dogmatizado o espiritismo em favor próprio. Somos contra aqueles que em pleno século 21 - como eles mesmos colocam - no alvorecer de grandes mudanças, permanecem presos ao um passado antropocêntrico.Prometem um mundo de regeneração, mas não querem se regenerar.

Heis que recebemos de um leitor uma outra palestra do grande expositor espírita Raul Teixeira, sim, ele mais uma vez tocando num assunto que parece desconhecer e não reconhecer.

Veja que não desmerecemos em nenhum momento o excelente trabalho de divulgação que Teixeira faz do espiritismo, mas percebemos certo ressentimento em suas palavras toda vez que ele se refere ao vegetarianismo, o motivo? Somente ele sabe.

Vamos a fala e posteriormente iniciaremos nossos estudos:


Allan Kardec

Raul Teixeira



"É muito importante aprendermos a viver numa sociedade plural, onde as pessoas são como querem ser. Desde que elas não desrespeitem ao status quo, aos direitos dos outros, cada um viverá como sabe, como pode.Há pessoas que são vegetarianas, outras são macrobióticas, muitas são lacto-ovovegetarianas, lacto-ovofish-vegetarianas, outras são carnívoras. Qual é o problema?Há mercado para todos, há lugar para todos, há espaço para todos. Mas quando não sabemos viver na relação social saudável, quem é vegetariano começa atormentar o outro que come carne: Como você come carne? Como você carrega um cemitério na barriga? Como você sacrifica os bichinhos?Da mesma maneira que o outro que fala tem a língua ferina. As liberdades. Imaginemos se a criatura quer impor a sua vontade a terceiros. Não permitimos que o mal do outro nos alcance porque estaremos vincados na frequência do bem, estaremos atrelados à frequência do bem.Quando vivemos uma relação saudável na sociedade, o mau exemplo dos outros não pode servir de exemplo para nós se somos pessoas do bem."




"É muito complicada essa questão da escolha, mas temos que escolher, é opção nossa.Quando pensamos no alimento que desejamos para cada dia, que tipo de refeição queremos fazer, a escolha é nossa.Se escolhemos alimentos de graxa, alimentos condimentados, alimentos leves, vegetarianos, escolha nossa."






Raul Teixeira, em seu primeiro texto, dá a impressão, em determinados momentos de sua mensagem, que é somente o vegetariano que atormenta o carnívoro, como se o inverso não ocorresse: "O que , mas você não tem pena das alfaces? Nossa vai ficar descorado se não comer carne. Ai você tem pena dos bichinhos, um bifinho só não fará mal..."

Sem contar que alguns carnívoros comparam vegetarianos a nazistas, fazem piadas irônicas de quem defende animais e criticam tais pessoas a todo momento em seus livros e em suas palestras questionando sempre: "Mas e as criancinhas??"

A relação dele com os vegetarianos igualmente não parece tão saudável como ele deseja colocar, já que por diversas vez coloca o vegetariano como o lado ruim dentro de uma relação social. Seria medo de encarar a verdade? Só ele novamente é quem pode dizer.Mas é perceptível a aflição que ele sente em relação a este assunto.

A pergunta dele é:

Qual o problema em ser carnívoro?


Nenhum problema.

Isso se desconhecemos totalmente tanto as palavras do espiritismo em relação a essas questão e ainda mais se desconhecermos o que ocorre com os animais que irão servir de bife para os carnívoros. Se desconhecermos tudo isso com certeza, ser carnívoro não acarretará mal nenhum;Mal nenhum a pessoa , o que não significa que não faça mal nenhum ao irmão animal, que deveria ser o cerne da questão vegetarianismo X carnivorismo, mas que é sempre deixado a deriva.

E ficamos na dúvida:

Seguimento do abate, o rico explora o pobre que explora o animal
Raul Teixeira realmente sabe o que ocorre com os animais antes de virarem "bifinhos"?

Se sabe e não se importa, ser carnívoro já denotará outra preocupação.A de conhecer e se posicionar do lado de algo que gera mal, ainda mais quando ele trata das pessoas de bem.Uma pessoa de bem não pode gerar o mal.

Se não sabe, não lhe fará mal, porém pensamos: Tão estudioso do espiritismo e não reconhece os animais como irmãos??? Será mesmo possível?

De qual língua ferina ele estará falando?

Da língua do vegetariano que lhe fala a verdade sobre os animais embora ele não queira ouvir ou da dele que trata os vegetarianos quase como inimigos?

Essa também é outra questão que somente ele poderá responder.

Interessante ler que ele zomba, não apenas dos vegetarianos , mas de um escritor espírita respeitado : Irmão X, já que foi quem escreveu sobre o cemitério na barriga.Imaginemos se aceitarmos a imposição de Teixeira no que se refere a alimentação a base de corpos de irmãos animais...


Realmente, nós "Não permitimos que o mal do outro nos alcance porque estaremos vincados na frequência do bem, estaremos atrelados à frequência do bem." Evitando a morte de irmãos que estão neste planeta para evoluir, e falando algumas "verdades" que muitos não desejam ouvir. Viver uma relação saudável com a sociedade é não consumir água em demasia como sabemos que ocorre para a fabricação de 1 quilo de bife. É evitar a contaminação do solo e da água com detritos que provenham dos corpos de animais que foram mortos para saciar o paladar e não a fome.

No segundo texto ele fala sobre liberdade de escolhas, mas vejamos onde ele tropeça , mais uma vez:

Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella:

"É impossível falar em ética sem falar em liberdade.Quem não é livre não pode, evidentemente, ser julgado do ponto de vista da ética."

Se somos livres para escolher podemos assim , sermos julgados por nossa ética. 

Mas o que é ética?

Recorrendo novamente  a Cortella teremos que:


"Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para decidir as grandes questões da vida e definirmos nossa conduta. As questões fundamentais são: Quero, Posso e Devo. Tem coisas que eu quero, mas não posso; Outras que eu posso, mas não devo e; Que eu devo, mas não quero."

Segundo o Filósofo, todos temos paz de espírito quando aquilo que queremos é aquilo que podemos e que devemos. A ética está ligada a liberdade e aqui diremos mais, ao livre arbítrio, lembrando sempre que a semeadura é livre mas a colheita é obrigatória.


Como é possível então termos paz de espírito se matamos animais para saciar a gula?

Vejamos :As questões fundamentais são: Quero, Posso e Devo.  


Cortela coloca que:

Tem coisas que eu quero, mas não posso

Quando sabemos que vamos prejudicar o Outro, pensamos assim, eu quero fazer determinada coisa, porém não posso pois  vai prejudicar não somente a mim, mas ao meu próximo. Então eu, de acordo com minha liberdade de ação, Não Faço.

Outras que eu posso, mas não devo 

Eu até poderia me alimentar dos corpos de animais, não há mal em comer carne, mas não devo, porque para que eu coma carne é preciso que uma outra pessoa mate , e que um animal morra. Então não devo.

Que eu devo, mas não quero.

Aqui uma coisa engraçada, eu sabendo do fato dos animais morrerem de forma cruel para virarem carne, deveria virar vegetariano, mas não quero.

Ou seja, nós usamos a nossa liberdade como ela nos deixa feliz, não de acordo com a necessidade de vida do Outro, parece-nos que Raul teixeira está sempre muito preocupado com seu paladar e com a de outras pessoas, mas nunca com a vida dos animais. A liberdade dele gira apenas em torno dos seres humanos, sem que ele se preocupe como é que a carne se transforma em carne, ou melhor, como o irmão animal se torna um ser morto num prato.

Desenho : Boi
Então o Quero, Devo e Posso, para este orador funciona somente quando se trata de outra pessoa, jamais de outro Ser Vivo que merece também, respeito e misericórdia, ou seja, ele não reconhecendo os animais como seres de valor, é simples permanecer defendendo o carnivorismo.

A escolha é dele, concordamos, mas que ele a faça consciente de que seu ato implica em morte para o Outro, mesmo que ele se recuse a reconhecer esse Outro.




 

Simone Nardi



Fonte do artigo em questão: Raul Teixeira



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