sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tinta Vermelha


Este é o título de um discurso realizado pelo filósofo esloveno
Imagem:Slavoj Žižek
Slavoj Žižek, em Setembro de 2011 aos manifestantes da luta “Ocupe Wall Street”. O título se refere a uma piada alemã e quero pedir licença a Slavoj para reproduzir aqui parte de seu texto e aproveitar a ideia que ele nos forneceu para criar nosso pequeno discurso de hoje, Dezembro , mês de Natal:

“Um trabalhador alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que suas correspondências seriam lidas pelos sensores, ele combina o seguinte com os amigos: Vamos ter um código: se vocês receberem uma carta minha escrita em azul ela é verdadeira: se a tinta for vermelha, é falsa. Depois de um mês os amigos receberam a primeira carta escrita, em azul: Tudo é uma maravilha por aqui, os estoques estão cheios, a comida é abundante, os apartamentos são amplos e aquecidos, os cinemas exibem filmes ocidentais, há mulheres lindas, prontas para um romance – a única coisa eu não temos aqui é Tinta Vermelha.”

Hoje algumas Casas Espíritas, bem como este e outros Blogs, estão fornecendo Tinta Vermelha, e por quê? Porque a história dos Direitos Animais dentro das religiões sempre nos obrigou a escrever com tinta azul, mesmo as maiores atrocidades que cometíamos com os animais eram escritas com tinta azul, de modo a parecer verdadeiro e natural o que fazíamos com estes nossos irmãos.

Dizíamos que os respeitávamos em azul, enquanto nossos verdadeiros atos eram realizados com tinta vermelha as quais bem poucos tiveram acesso. Reformulando o que disse Žižek em seu discurso: Tínhamos dentro das Casas Espíritas toda a liberdade de que precisávamos para falar dos animais, só não tínhamos Tinta Vermelha. Nós “nos sentíamos livres” porque éramos desprovidos da linguagem para articular nossa falta de liberdade. Hoje algumas Casas nos fornecem a Tinta Vermelha para que possamos dizer com propriedade quando são verdadeiras ou falsas frases como : “Os Animais são nossos irmãos”, “nós os respeitamos”, “nós nos importamos com eles”, “nós precisamos da carne” .

De certa forma. o discurso de Žižek nos coloca o que a falta de Tinta Vermelha significou para a libertação dos animais dentro das religiões: é que todos os termos que usávamos como a necessidade da carne, eram termos falsos que justificavam nossa percepção da situação ao invés de permitir que pensássemos realmente sobre ela.

Hoje a frase “a carne nutre a carne” pode ser livremente escrita em Tinta Vermelha anunciando a mistificação de nossa percepção em relação à realidade de nossas crenças e de nossas convicções. A partir de hoje, sempre que ouvirmos alguém dizer que ama os animais, que os trata como irmãos e realiza confraternizações onde a carne de outros irmãos será servida, poderemos saber se suas palavras são escritas com tinta azul ou com Tinta Vermelha. A partir de hoje não haverá mais como mascarar, não haverá mais como maquiar, nós conseguimos a Tinta vermelha, nós conseguimos reconhecer a cor com a qual cada religião escreve sobre os animais.

É Natal, nós ganhamos de presente muita Tinta Vermelha e distribuiremos aqueles que desejarem muita Tinta Vermelha, essa será nossa garantia de que de hoje em diante todos aqueles que se dedicam ou que irão se dedicar ao aprendizado do amor ,passem a realmente ver os animais como irmãos e a escrever “Amar ao próximo como ti mesmo”, não mais de modo falso, mas de um modo verdadeiro, integralmente verdadeiro.

Feliz Natal e um Ano Novo Verdadeiros.


Simone Nardi



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