O pensador que não age, o fazedor que auxilia |
Ana era menina órfã, perdida nas ruas de São Paulo. Mendigava nos faróis pelas moedinhas que com cuidado, segurava entre as mãos pequenas e trêmulas. A roupa rasgada assustava as pessoas. O cheiro do corpo muitas vezes as afastava. Mas Ana seguia em silêncio, na dor da fome e da solidão.
Muitos passavam pela movimentada avenida e viam a pequenina parada no
farol. Fechavam os vidros dos carros quando ela se aproximava. Desciam
da calçada ou mudavam de direção.
As pessoas nos ônibus também a viam e junto com Ana, muitas delas
sofriam.
Umas poucas lhe davam um trocado, a maioria virava-lhe as costas, tantos outros morriam de consternação.
"Pobre menina só, alguém deveria fazer alguma coisa, comprar-lhe ao menos, um pedaço de pão".
E Ana seguia sozinha.
Fazia frio, chuva e a pequenina continuava pedinte.
Descalça, com fome, a menina morria.
"Alguém, por favor, tire-a dessa situação" - clamava uma voz na multidão.
"Não eu, tenho pressa, sigo para meu trabalho, nem eu tampouco, não sou nada missionário".
"Amai-vos" - pensou um.
E passou por Ana pensando:
"À noite lhe farei uma oração"
Lá estava a menina no farol. Chovia e fazia frio, seu estado era de dar
dó. Cansada e faminta, resolveu abrigar-se e deitou-se sozinha sobre a
antiga laje.
Adormeceu Aninha, pois tamanho era seu cansaço. Nem notou a pobrezinha,
que um homem a acolhia nos braços. Seu rosto sereno sorria olhando para a
luz. A menina pequenina agora morria e quem a recolhia era o Mestre
Jesus.
Essa pequena e singela história serve para ilustrar o que é um
sentimento sem ação. Muitas vezes nas tribulações da vida nos dizemos
ainda fracos para o auxílio e deixamos em desamparo as pessoas que Deus
coloca diante de nós.
Quantos de nós já não viram essa cena antes?
No ônibus, nos carros ou na corrida para o trabalho?
Descer do ônibus e perder a hora, jamais. Tenho meus compromissos. Mas
que tal na volta? Na hora do almoço, dar um pouco do que se tem a quem
nada tem.
Usamos muitas vezes, inúmeras desculpas para nos livrarmos de situações como essa. E por quê?
Porque não queremos ter o trabalho de perder alguns minutos; porque
temos vergonha ou porque somos humildes demais para mostrar nossa cara
aquele irmão que precisa de auxílio.
Não, por mais difícil que seja, temos que deixar de sermos omissos a dor
que ronda esse Planeta, e não apenas a dor humana, a dor animal
também.Sim, pois quantos não são os animais abandonados que passam fome
nas ruas? Acaso merecem menos nossa atenção do que os outros?
Deus os criou e nos criou, como o mesmo amor e dedicação, não nos esqueçamos jamais disso.
Deixemos o:
"Eu deveria ter feito isso ou aquilo", "Eu poderia ter ajudado e não o fiz, agora é tarde".
Pelo
"Como me sinto bem por ter feito o certo"
Vamos crescer e amadurecer, depende de cada um de nós a mudança desse
Planeta, da ação de nossos sentimentos e do crescimento de nosso
espírito.
Sentimento sem ação é a ruína da alma.
(Frase de Edouard Abbey )
Simone Nardi
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