sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Expansão da Esfera Moral - Parte 2

Cobra


“O Homem branco não pode ter direito, em razão de sua cor, a escravizar e tiranizar um homem negro... Da mesma forma, o homem não tem direito natural de abusar e atormentar um animal.”
Humphrey Primatt






Terminamos a primeira parte do artigo com a seguinte frase : “Não somos “diferentes” somos apenas seres “singulares”. E o que significa isso para nós? Significa que, diferentemente do que venham nos ensinando há séculos, animais humanos e não-humanos não são criaturas diferentes, mas apenas singulares, com singularidades que as definem e não que as tornem diferentes a ponto de uma ter poder sobre a outra, de forma a criar-se uma discriminação moral por isso ou por aquilo, mas singularidades que nos ensinem o respeito, de forma a que possamos viver lado a lado umas com as outras. Outro autor, não espírita também, e que nos fala sobre isso é Andrew Linzey ,Teólogo , que além de tudo que Primatt já havia dito, assegura que além da forma externa ser irrelevante, não há qualquer outra diferença moralmente satisfatória para que os animais não sejam incluídos em nossos fundamentos éticos, acima de tudo é mais um autor que defende a compaixão humana para com os seres que sofrem. Compaixão : “Além de evitarmos o pior, devemos praticar o bem, em outras palavras, além de não causarmos dor e sofrimento aos animais, devemos agir com compaixão para com eles.”

Agir com compaixão, amar, acolher, auxiliar aos que sofrem, essas foram muitas das palavras deixadas por Jesus de Nazaré, palavras que encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, palavras que correm por inúmeras páginas de livros espíritas ou não, e que rodeiam todas as nossas ações norteando-nos rumo ao bem.

O que todos esses autores desejam nos mostrar? Que, e agora falando espiritualmente, já que nos encontramos num reino superior onde a inteligência e a razão nos guiam, onde sabemos que temos uma capacidade mental acima dos demais e nos assumimos como mais evoluídos em relação aos demais reinos, trazemos para nós mesmos uma “Responsabilidade Moral” muito maior para com as demais criaturas, ou seja, esse “refinamento intelectual”[1] essa “evolução espiritual” nos obriga a sermos “Moralmente Éticos” com as criaturas que sentem dor e sofrem e não ao contrário.

Os animais, ainda falando espiritualmente, não devem ser apenas respeitados por estarem sujeitos as percepções da dor e do sofrimento, mas sim por dividirem conosco essa Centelha Divina que nos torna o que somos, filhos de Deus; por vermos neles o que fomos num passado distante, e não importa se essa distância que nos permeia esteja deles para nós como de nós para Deus,o que não podemos é negar o que fomos para aliviar nossa culpa pelo seu sofrimento.

Ao considerarmos apenas uma razão para que nos tornemos diferentes deles, estamos agindo como seres antropocêntricos, como se fôssemos a medida de todas as coisas, indicando o que é bom em nós e o que é ruim neles ao invés de escolhermos o contrário, afinal em muitas coisas os animais são superiores a nós.

Somos todos Centelhas Divinas, somos todos seres em evolução, sabemos que a cor da pele, o tamanho, a forma, não são mais critérios para se diferenciar quem deve ou não fazer parte de nossa esfera moral. A partir disso, nos outorgamos, mesmo que sem querer, uma responsabilidade enorme para com os animais não-humanos, é nosso dever moral cuidarmos deles, haja vista que são nossos irmãos, haja vista que os fazemos sofrer e somos os únicos capazes de libertá-los desse sofrimento. Sabendo disso agora, devemos pensar em como agir e em como aliviar a dor de nossos irmãos. Mudar faz parte da nossa evolução.


Simone Nardi


15/01/2010



Referências Bibliográficas 




KARDEC, Allan – Evangelho Segundo o Espiritismo – Editora FEB
KARDEC, Allan – Livros Dos Espíritos – Editora Feb
KARDEC, Allan – Céu e Inferno – Editora FEB
COURRIER, Jimmy – Ampliação da Comunidade Moral - Texto original em : http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/772779
SCHUTEL, Cairbar – A Gênese da Alma - Editora FEB
MARCONDES , Danilo - Textos básicos de ética - Jorge Zahar Editor


Notas
[1] Richard Ryder –“ o refinamento intelectual implica no dever do ser refinado em tratar bem os animais”. Ryder, em acordo com Primatt, afirma que a visão antropocêntrica que considera a razão o critério responsável para selecionar os membros da comunidade moral é discriminadora.




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