terça-feira, 12 de agosto de 2014

- Educação para sanar todo o mal -pt1


Imagem; Cão de rua, Prince




Consciência na Via Pública




Antes de falar sobre educação, vou contar uma pequena história que ocorreu comigo e com a minha família há alguns anos atrás.Eu a escrevi em forma de conto, pois é mais fácil ler sem que a revolta e as lágrimas cheguem a nossos olhos:

“ Foram os minutos mais longos da minha vida. Aos poucos a dor foi sumindo, acho que era porque estava tão forte que eu não conseguia mais senti-la. As vozes ao meu redor pareciam vir de um túnel, pois ecoavam longe, fracas e tais como eu, doloridas.Alguns cantavam algo que falava sobre um tal de Jesus, para que Ele lhes enviasse uma luz, que lhes mudasse o coração.Outros me olhavam e diziam coisas que eu não compreendia: que dó, minha nossa, quanto sangue, deve estar morto.


Não eu não estava morto.Estava vivo e queria viver.Senti que alguém me tirava do chão e me envolvia num cobertor, diziam que eu era filho de Deus. Me senti tão bem naquela hora.O aconchego daqueles braços, a preocupação naquelas vozes, o carinho daquelas mãos sobre mim.Tentei agradecer, mas sentia-me fraco demais. Cedi a dor.Quando dei por mim, um outro homem de olhar preocupado me examinava, dizia que nada mais poderia ser feito.Senti aquele mesmo toque carinhoso de antes e uma voz tão doce  me dizia:

 Não tenha medo, tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem.

Quando acordei eu já me sentia bem. Meu corpinho não doía mais.Tinha outros amiguinhos ao meu lado e de onde eu estava, podia ver bem abaixo de mim, as pessoas que cercavam um outro filhote, todo ensangüentado e ferido.Foi quando percebi que aquele filhote na verdade era eu mesmo.Aquelas pessoas deveriam ser os anjos de que eu sempre ouvi falar. Os anjos que nos ajudam nos momentos de dificuldade.Sim, hoje olhando para eles, tenho certeza de que eram anjos . Eram eles que tinham me recolhidos da via pública apôs eu ter sido atropelado. Tinham me levado para o médico, mas meu estado era tão grave que ele nada pudera fazer.É eu tinha morrido, mas incrivelmente me sentia vivo, vivo e agradecido por eles terem um coração bondoso, tão bondoso a ponto de se importarem com um filhote que eles nem sequer conheciam.

Eles não haviam apenas passado por mim e virado o rosto. Não, eles haviam tido compaixão e consciência de que eu, mesmo um filhote ainda, era filho de Deus assim como eles e como todos os anjos que nos ajudam. Esse é o meu agradecimento à vocês, nossos anjos da guarda, que dia a dia lutam pelo nosso bem estar, uma luta árdua e muitas vezes ingrata, mas saibam, que para nós vocês são especiais e que já habitam nossos corações. 

Desse filhote que morreu, mas vive ao lado de Deus!”

Filhote, srd, abandonado(Foto SN)
O filhote havia sido atropelado por volta das seis da manhã, quando nós o vimos por volta das sete horas corremos socorrê-lo. Durante o trajeto o acariciamos e ele respondeu ao carinho. Era possível sentir quão grande era seu medo, mas ele se sentiu calmo ao nosso lado.Infelizmente não foi possível salvá-lo, essa dor ainda corrói meu coração:

Por que não levantamos mais cedo?

Por que não olhamos antes na direção  onde ele estava caído?

Muitas pessoas, no ensaio da igreja, cantaram uma música para que Jesus lhes tocasse o coração. Lembro-me de ter acordado por volta das seis e meia com elas cantando. E foram essas mesmas pessoas que passaram pelo filhote e voltaram-lhe as costas.Talvez Jesus as tenha tocado e elas não tenham percebido. Talvez esse fosse o toque de suas mãos, mas eles a ignoraram. 

Por culpa delas? Por culpa dos pais que não as ensinaram a respeitar os animais?

Qual ser humano, religioso, bom e caridoso consegue passar por um filhote de 4 meses estendido na rua, ensanguentado, lutando para viver e mesmo assim, consegue virar-lhe as costas , seguir para sua Igreja e orar para Deus?

Não um ser humano normal.

Não aquele que compreende o significado da palavra Respeito.

Precisamos urgentemente começar a educar hoje, para que as consciências de amanhã não fiquem jogadas na sarjeta





Simone Nardi






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