Romanos
12.2: E
não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.
Podemos
muito bem avaliar as tribulações porque passam os infratores da Lei humana,
sentenciados em razão de crimes praticados contra a sociedade que desrespeitaram.
Segregados
do mundo, à margem do caminho estabelecido pela moral e ética vigente, são
induzidos à restrição de seu espaço físico e psicológico, na humilhante
condição de parias, a fim de que as corrigendas, no decurso do tempo
estabelecido pelo magistrado, sejam efetuadas.
Apartados
do convívio familiar, divorciados da primavera de seus filhos, sem lhes
comungar o primeiro passo e a primeira fala, segregados dos carinhos de uma
esposa e dos afagos de uma mãe, cuja presença os motivava a trabalhar e a
viver; hoje, na companhia diária de malfeitores embrutecidos, entre paredes e
ferrolhos hostis, sem esperança ou alegria, à mercê de carcereiros nem sempre
pacientes e/ou compreensivos, quantos perdem até mesmo a noção do Deus
de sua infância, esquecidos das orações que sabiam balbuciar de cor,
todas as noites, quando eram inocentes.
Mergulhados
em emoções contraditórias de revolta ou arrependimento, desejos de vingança ou
anseios de renovação, a ninguém podendo transferir o peso de suas tribulações,
ora querem matar, ora querem morrer...
Infelizmente,
porque não relevaram provocações de adversários, nelas considerando apenas uma ira transitória que o tempo aplacaria,
preferindo o imediato revide de golpes aniquiladores, destruíram, também, com isso,
a bendita chance de perdoar, salvando-se da armadilha.
Apiedemo-nos
deles, lamentando suas escolhas infelizes em arbítrio equivocado, rogando ao
Deus de Justiça o seu retorno, um dia, ao mundo que deixaram, quando plenamente
justificados.
Se
esse quadro é a triste realidade dos prisioneiros, reflitamos mais
profundamente nos sentenciados por engano
da justiça, em razão de serem sósias de criminosos contumazes ou porque
foram vítimas de circunstâncias e coincidências comprometedoras no local de
ocorrência de um crime ou delito, responsabilizados, por isso por tal ação
nefasta.
Embora
a Sagrada Lei de Causa Efeito explique perfeitamente essa infeliz circunstância,
em geral, quem a vivencia, não encontra nesses postulados, o conforto de que
tanto necessita, no inferno de sua perplexidade.
A
pena imposta a um inocente é sempre muito mais dolorosa do que a imputada a criminosos confessos, porque
ser confundido com um marginal, sem que ninguém acredite em sua verdade é
vivenciar calvário de horrores inimagináveis, no subsolo das degradações.
Filhote atrás das grades |
Desconsiderando-lhes
as veementes súplicas, carcereiros humanos os enxergam como NADA, ZERO À ESQUERDA de qualquer
medida paliativa ou conciliatória, alheios aos sofrimentos atrozes de que são
vítimas, usando e abusando de seus corpos e almas, nos experimentos ou
atividades alheias aos sagrados mandamentos do Deus de Misericórdia.
Ao
invés dos inocentes que supliciam, estes feitores do mal é que precisariam
habitar celas e jaulas, criminosos que
são, atuando, impunes em sagradas searas da Vida, comprovadamente responsáveis
pelos crimes que praticam, como delinquentes INCONFESSOS.
Consideremos
um pássaro engaiolado, debatendo-se em um palmo quadrado de espaço inútil,
agitando-se num ritmo anormal, porque esquecido de voar. Anos a fio de reclusão
em local nem sempre asseado, dependurado em alguma diminuta área de qualquer
apartamento, persuadido a cantar, quando chora. Impedido de optar por momentos
de sombra ou sol, chuva ou vento, solidão ou companhia, invejando asas que
ainda voam, porque livres no céu que também lhe pertencia, por direito de
nascimento. Assim, à espera da liberdade, ainda que chamada Morte.
Meditemos
nos enjaulados sem culpa, manietados para o deleite ou repasto humano, à espera
da exploração, tortura, zombaria, desprezo ou sentença final.
Macacos presos |
Pensemos,
para respaldar o título de Espiritistas
Cristãos que ostentamos, orgulhosos sobre o coração, nos inocentes que
agora, nesse exato momento, estão sendo levados à patíbulos ignóbeis sem
nenhuma voz que os salve ou redima de pecados não cometidos.
Sem
nenhuma culpa ou demérito, tratados como criminosos bárbaros ou réprobos, os
preferidos de Francisco, quando deveriam ser
premiados pela doçura, humildade e inocência e devolvidos ao seu chão, oceano
ou céu.
Ah...
Senhor Deus Das Criaturas!
Pudéssemos
consolar o seu choro, gemidos e urros de dor, assim como amparamos nossos
filhos, após a raladura nos joelhos, quando correm para nós, aflitos, abrindo
os bracinhos, molhados de lágrimas, na certeza dos braços fiéis, amigos e
protetores que os esperam.
Pudéssemos
balsamizar suas feridas como fazes conosco, Pai, quando caímos,
descuidados, nos espinheiros da vida, e nos acolhes sem reservas, de encontro
ao peito alvinitente, como Jesus tão
belamente o fez, com a ovelha desgarrada.
Gato |
Quem
sabe, assim, mereçamos, SEMPRE, o acolhimento de Teus Braços Santos, quando
corremos para eles, chorosos e aflitos, com cruzes mais pesadas do que joelhos
machucados.
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Maravilhoso texto! Pena serem poucos a refletirem sobre uma verdade tão clara. A crueldade humana parece não ter fim...
ResponderExcluirYara: não podemos nem vamos desistir dessa luta por "eles" pois contam conosco. Concordo que "a crueldade humana parece não ter fim", SÓ PARECE, um dia ela acaba.
ResponderExcluirMuito grata.
Sandra