sexta-feira, 4 de abril de 2014

Aos animais, de alma e coração



Animais


Os inflexíveis adeptos de Nossa Amada Doutrina Espírita, que não admitem a mudança de uma só vírgula em seus postulados, que me perdoem, mas...

Não me convém essa discussão secular e improfícua sobre a existência ou não de  uma alma nos animais; se dispõem de um princípio inteligente, fluido vital, percepções ou instinto; se deliberam, arbitram ou não; se permanecem na erraticidade após a “morte” ou são encaminhados a nova existência quase imediatamente; se aparições de animais são verdadeiras ou formas pensamento, projeções mentais ou ainda alucinações de mentes humanas desequilibradas.

Não valorizo o tempo despendido em lucubrações filosóficas, científicas e/ou religiosas com o respaldo ou não de professores no assunto “interação animal, mais ou menos significativa com a espécie humana”.

Priorizo porque comprovo que: ELES SOFREM!

Gato amarelo
SOFREM (e, muito!) quando o racional superior os manipula nas dolorosas experimentações dos laboratórios, sob o pretexto de estarem “contribuindo”(ainda que, à revelia) para o progresso humano.

SOFREM, submetidos a prolongadas e ininterruptas torturas, a fim de que o produto X ou Y, em futuro próximo, ocupe as prateleiras da vaidade humana livre de reações adversas, comprometedoras da saúde de sua derme.

SOFREM sem culpa no estreito corredor da morte, sentenciados por algozes cruéis a se transformar em comida, carimbada de “saudável” pela fiscalização, embora fluidos deletérios de horror e desespero nela estejam entranhados, camuflados por temperos mil, quando chegam, fumegantes, à mesa das majestades humanas.

Cão abandonado nas ruas
SOFREM, envelhecendo nas jaulas de modernos Zôos, porque foram arrancados, violentamente, um dia, do chão verde e do céu azul e trancafiados entre paredes cimentadas para que humanos possam curtir sua folga dos domingos,  na convivência de seus filhos queridos, entre beijos, abraços, pipocas e picolés, indiferentes à imensa tristeza de seus grandes olhos, logo  ali à frente! Animais que testemunharam a fragilidade de suas crias e ainda se recordam de suas súplicas, na dolorosa separação, não conseguem entender direito o riso daquelas crianças humanas já que seus filhos choravam...

ELES SOFREM (e, muito) enquanto autores famosos autografam obras de relevância espiritual, entre efusivos abraços e saudações cordiais, cujo contexto especula as emoções mais sagradas do Reino Animal, denominando-as INSTINTO, apenas.

Enquanto arautos da Nova Era polemizam nas tribunas importantes, os pequeninos anônimos estão a gritar sem voz todas estas faculdades inerentes a uma Alma: tristeza, saudade, decepção, inconformismo, desespero, amor e medo, manifestações invisíveis mas presentes em todos nós, inclusive nos humanos, com o nome de princípio inteligente ou que outro nome seja inventado, já que admitir uma alma nos animais parece mais desprezível do que aceitar que ela exista em humanos sem alma.

Estas vozes pequeninas clamam, para os que não tem ouvidos de ouvir, pelo socorro e pela chance  de viver em paz, mas  racionais, sem olhos para ver, estão ausentes, indiferentes aos clamores de proteção e ajuda porque já deveriam mas não aprenderam o nobre sentimento da Compaixão.

Em nome de não sei qual deus, viramos as costas para seres criados por uma Divindade do Bem enquanto  rogamos bênçãos nos templos de pedra,sem nada para oferecer-Lhe em nossas mãos vazias a não ser o sangue dos inocentes.

Pudéssemos ouvi-los e vê-los, porque “lá” estão eles, os pobrezinhos e injustiçados de Assis, arrastados à força de seus lares na floresta, por mãos humanas, mais selvagens do que suas patas, plumagem ou penas. Que pena...

Boi para o abate
Arapucas, alçapões e armadilhas são provas inequívocas do mal que ainda não foi extinto no ser humano, à despeito de seu grau superior hierárquico admitir o contrário.

Furtamos das aves tudo o que era a sua felicidade porque, imersos em sombras, julgamos pouco o tesouro de ter um ninho chamado lar e nada, nada além de todo o céu da floresta para vivenciar nas horas de claridade.

Não fôssemos tão inteligentes, audazes, espertos e sábios, quem sabe, poderíamos amar como “eles” amam, sem astúcia ou falsidade.

Não fôssemos tão “criativos”, concebendo quitutes “mirabolantes”, extravagantes e caros à custa dos animais e a fome saciada no mundo haveria de saciar também a nossa própria fome de justiça e de paz.


Fôssemosmenos e serìamos MAIS!


O que eu sei é que as baleias SOFREM no mar de sangue em que se agitam atingidas mortalmente por engenhocas humanas que as foram caçar em seu habitat... em nome de qual deus?!

Não houvéssemos inventado instrumentos torturadores de seres indefesos e teríamos, talvez, uma alma capaz de, à semelhança do Criador, conduzir-lhes os passos errantes e perdoar-lhes os tombos, assim como Ele costuma fazer conosco, quando caímos.

Não me cabe comprovar se os animais tem uma alma mas me pergunto se ainda resta no ser humano algum princípio inteligente capaz de capacitá-lo a sentir e a amar com a mesma pureza dos animais.

Pergunto-me se ainda existe um ponto de contato ínfimo com a compaixão, que o motive a proteger a Natureza, como os animais a respeitam, dela extraindo o necessário para a vida, sem destruí-la.

Não sei se um dia atingiremos esse patamar ideal em que estagiam alguns animais, protegendo o mais novo e o mais velho, o mais triste e o mais doente, doando-lhes, bondosos, o melhor naco do alimento, em abnegável RENÚNCIA!

Pergunto-me se esse princípio inteligente ainda vibra em nós, mesmo que abafado pelo fragor de batalhas inúteis.

Se ainda há tempo de entender de que maneira os animais descobriram os caminhos de DEUS sem nunca terem ouvido falar DELE.

Diante dos estragos que já deixamos após nossa passagem pela Terra, me pergunto se já não é muito tarde para voltar e curar todas as patas quebradas, juntar os ossos desconfigurados, as asas dilaceradas, os corpos mutilados, refazendo-lhes a integridade como num filme ao contrário, limpando o sangue e lavando as ulcerações, a fim de caminharmos juntos, sem ameaça ou medo, para o tão sonhado mundo de Regeneração!

Absolvidos e perdoados, enfim, devolvendo ao CRIADOR as vidas sagradas confiadas às nossas mãos, agora limpas, conscientes do dever cumprido, de SALVÁ-LAS!

Então, todos os animais compreenderão, sem palavras, que humanos tem, sim, sem sombra de dúvidas – um CORAÇÃO, como eles também.


Jubarte saltando
Não importa se queiram chamar de ALMA.













Sandra, autora e colaboradora do Blog

 



Gostou deste artigo?
Mande um recado pelo
Nos Ajude a divulgar 






©Copyright Blog Irmãos Animais-Consciência Humana - Simone Nardi -2014
 Todos os direitos reservados 
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS - CÓPIA E REPRODUÇÃO  LIBERADAS DESDE QUE CITADA A FONTE - 2014










































Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente; Sugira; Critique; Trabalhamos a cada dia para melhorar o Blog Irmãos Animais - Consciência Humana