sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Grandes ìcones do espiritismo comem carne e justificam-se



Ao ler mais uma vez, a mensagem do Irmão X, psicografado pelo Chico Xavier, intitulado Treino para morte, abaixo resumida, percebemos que não podemos mais calar e num desabafo escrevemos essas linhas para colocar em discussão. 

Grandes ícones do espiritismo comem carne!  


E tem todo esse direito, visto o livre arbítrio de cada um. Por outro lado, nós que somos totalmente contra esse procedimento, por entender  que é um ato de crueldade e violência com os animais, lamentamos, mas não temos o direito de julgar, entretanto protestamos veementemente a justificativa para esse ato, com argumentos que além de ferir a Doutrina Espírita, são frágeis, inconsistentes, edificados sobre areia. 

Esses valorosos espíritas, que conquistaram prestigio em nosso meio, com toda a justiça,  pelos excelentes e magníficos serviços prestados,  são fortíssimos formadores de opinião.  Assim sendo, em livros, palestras ou  entrevistas, defendem essa posição, como uma ideia fixa e por mais que apresentemos fatos, recusam com toda a intensidade, ao invés de usarem a humildade tão apregoada, dizendo; - "Infelizmente ainda como carne!"  

Entre outros, são eles;  Divaldo Franco, Raul Teixeira, Richard Simonetti, José Carlos de Lucca, Marlene Nobre, José Medrado, Luiz Antonio Gasparetto, verdadeiras bandeiras do espiritismo, foram companheiros, amigos do nosso QUERIDO CHICO XAVIER.     

Mensagens e referências semelhantes a essa, que abomina a utilização do animal como alimento, existem centenas, mormente nos livros psicografados pelo Chico Xavier. Esses citados oradores, sempre foram unânimes em  enaltecer, venerar e considerar  Chico Xavier como o maior médium do mundo, exemplo para humanidade, em que nós concordamos plenamente, pois foi um missionário que com o  amor e a  humildade elevou o espiritismo ao patamar de hoje.  

Mas bradamos! 

E AÍ?   

Será que apenas para esse assunto “COMER CARNE” Chico Xavier  não psicografou correto! Sua psicografia para esse assunto não  tem valor!  Porque pelo jeito, eles não acreditam nessas palavras de forma alguma. Como entender isso? Só pode ser uma coisa - 

“CONVENIÊNCIA!” 

ACORDA PESSOAL! , A morte não manda recado, é melhor iniciarem o TREINAMENTO DE UM HOMEM PARA AS SURPRESAS DA MORTE, ensinado pelo "IRMÃO X", psicografado pelo "CHICO XAVIER."

 
Getúlio L.E.A.C.Feijó Machado -    gsgetulio@ig.com.br





Demais links/continuação



http://irmaosanimais-conscienciahumana.blogspot.com.br/2013/10/vegetarianismo-e-espiritismodiscussao.html








Cartas/Emails que foram enviados aos oradores.

Vegetarianismo e Espiritismo:Carta sobre " A Carne": pt 1


Vegetarianismo e Espiritismo:Carta sobre " A Carne".pt 2


Protetores de Animais - Carta enviada à José Carlos De Lucca


Protetores de animais- Carta enviada à Rádio






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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Carta a Raul Teixeira

Imagem: caricatura de Gandhi


Caro Raul Teixeira,

No seu texto abordando o episódio do abandono da alimentação carnívora, o senhor, apesar dos inegáveis patrimônios intelectuais e do dom da oratória que possui, resvala num erro crasso de interpretação acerca do móvel que leva muitos a se tornarem vegetarianos. Espíritas verdadeiros, comprometidos com a própria mudança interior e com o bem-estar dos semelhantes (e entenda-se como “semelhantes”, aqui, inclusive nossos irmãos animais), não deixam de ingerir vísceras ou outros tipos de carne apenas para adquirir dons mediúnicos em maior escala. Não. Nem de longe essa deve ser a força motriz que impulsiona alguém a abandonar a alimentação carnívora. O que deve mover uma pessoa a adotar essa atitude – espírita, budista, muçulmana ou protestante – é o respeito pela vida, o horror ao massacre de milhões de vidas inocentes e a consciência de que não é lícito sacrificar nossos irmãos menores na imensa família da Criação apenas para satisfazer aos caprichos de nosso paladar. 

    O fato de os animais possuírem um intelecto ainda rudimentar, menos avançado do que o nosso, não nos dá o direito de utilizá-los a nosso bel-prazer, como se não passassem de meros objetos postos à disposição de nossa vontade por alguma deidade caprichosa. Foi esse mesmo raciocínio equivocado que levou os europeus a capturar milhões de negros na África, acorrentá-los e submetê-los a inomináveis ignomínias, durante longos anos. Não obstante hoje tal ato desumano nos despertar repúdio e aversão, na época, entretanto, parecia perfeitamente natural para as massas a prática escravagista, já que os negros seriam inferiores aos brancos e, por isso, obrigados a se submeterem ao jugo dos escravocratas. 

Hitler também se escorou na falácia da superioridade racial para exterminar milhões de judeus em campos de concentração e utilizá-los como cobaias em experimentos científicos monstruosos, executados friamente pelos doutores nazistas. 

Ademais, a ciência vem comprovando paulatinamente que os animais possuem muito mais que o mero instinto e que são seres dotados de características muito parecidas com as nossas, inclusive nos campos intelectivo e emocional. Vem sendo descoberto também que a ingestão de carne causa muitos malefícios ao ser humano, sendo uma das causas de alguns tipos de câncer, como o de intestino, por exemplo.    

Sendo assim, causa espécie que alguém que se diz um espírita esclarecido como o senhor agrida de forma gratuita e insensata aqueles que optaram, calcados em razões sólidas e bastante razoáveis, pelo abandono da ingestão de cadáveres de seres inocentes em suas refeições diárias. Não há, caro Teixeira, nenhuma loucura nesse ato, como imprudentemente o senhor classificou, mas, sim, uma mostra inequívoca de amor ao próximo, de elevação de consciência, de redução de egoísmo. 

Afinal, se ingerir carne não é uma prática errônea, conforme pugna o senhor, porque soa tão absurdo imaginar espíritos situados num grau elevado de evolução, encarnados num planeta mais sutilizado, enfiando uma faca no coração de um porco ou de um cordeiro, por exemplo, somente para satisfazerem os ímpetos de sua gula? Ora, se nem em Nosso Lar se viu coisa do gênero, que dirá num plano ainda mais evoluído...

Isso, sem falar no mentor Emmanuel, que, assim como André Luiz, também bateu pesado contra o massacre cruel de nossos parentes menores nos açougues e abatedouros. 

Suas afirmações infundadas acerca do tema em pauta não tiram seu mérito de batalhador pela causa espírita, nem o valor de sua contribuição para a divulgação da Doutrina. Contudo, faz-se mister que o senhor reflita bastante antes de exarar conceitos frágeis e facilmente demolíveis acerca do vegetarianismo, a fim de evitar que muitos de seus inúmeros ouvintes acabem entoalhados pela desinformação e pela ignorância e que aqueles que escolheram ampliar seus conceitos de caridade e amor ao próximo, estendendo-os, na prática, aos animais, não sejam injustiçados de maneira leviana, ao menos no meio espírita, devido a tal comportamento.

                
     Jones Mendonça 





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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Oradores espiritas X Vegetarianismo

Imagem: Pizza Vegana



"O sinal mais característico da imperfeição do homem 

é o seu interesse pessoal".

Allan Kardec




Nos vemos mais uma vez obrigados a estudar e a rebater alguns argumentos, novamente do orador espírita Raul Teixeira. Em outra série de artigos que recebemos através do Fale Conosco, voltamos a dizer que não queremos desmerecer seu conhecimento espírita, mas mostrar que ele se engana em alguns assuntos, sobretudo quando tenta falar em vegetarianismo/animais.

O texto fez parte da palestra da "Inauguração da Sociedade Espírita Meimei - Campo Mourão - 1988", esperamos que o pensamento do orador tenha se transformado desde 1988 para cá, já que o tema da palestra era "Transformações Humanas" .

Mesmo assim, conscientes de que muitas pessoas ainda podem acessar a palestra e depois de ler ter a ideia errônea de que os mais pobres não podem realizar uma transformação moral devido aos custos, resolvemos explicar detalhes que o orador novamente parece ter se esquecido de comentar em sua fala ; como ele mesmo se referiu a um dirigente espírita[1] em relação a Doutrina, talvez ele esteja obtuso em relação aos animais e a uma alimentação vegetariana.

Resumindo grande parte da palestra: Raul Teixeira comenta que  tentou deixar de comer carne porque desejava se tornar um bom médium e depois de muito falar em Transformações Humanas ele inicia seu discurso a favor do abate de animais[2]:


Imagem: Raul Teixeira, orador espírita
"[...] a partir daquela noite, já não comia a comida que era feita com gordura animal. Então, imaginemos a casa de pobre, o transtorno que a gente cria quando começa com esse negócio isso come, não come aqueloutro, porque todo mundo come a mesma comida. Então, vocês imaginam o transtorno que eu criei.O tempo passou. Um ano. Eu estava de olheiras. Com rosto largo, estrutura óssea larga. Eu emagreci demais. Fiquei uma coisa. A memória começou a falhar. Foi me dando aquela coisa. Eu estava um decrépito, mas não comia nada. Alface ao molho pardo."


Notamos primeiro, além da ironia, grande falta de conhecimento em relação a mudança, aliás a "Transformação Humana", tema da palestra parece ser para outros apenas. Não é de esperar que um orador espírita, conhecedor da ideia de Kardec sobre instruir-se[3] tenha se esquecido que a reeducação alimentar se faz por meio de instrução/estudo e amor, mas não amor próprio, já que seu primeiro interesse não era zelar pela vida dos animais, mas, se tornar um médium melhor, e aqui cabe repetir novamente a frase de kardec:


"O sinal mais característico da imperfeição do homem é o seu interesse pessoal".



Todos somos imperfeitos, mas é dever de todos, buscar a perfeição parcial que nos aguarda. Mesmo que em 1960, aliás e faremos uma ressalva aqui , sempre existiram vegetarianos ricos e pobres em todos os séculos da humanidade, o que já desqualifica a colocação de des-conhecimento sobre o assunto devido a tal ou tal época, como alguns insistem em colocar[4], portanto não se pode dizer que em 1960 não se conhecia absolutamente nada sobre vegetarianismo.

Logo em seguida ele comenta que era uma casa de pobre, dando a impressão que pobre não pode ser vegetariano por ser uma reeducação alimentar elitista e já postamos no Blog um artigo sobre a alimentação vegetariana ( Alimentação vegetariana é mais cara?) sair bem mais em conta que uma alimentação a base de carne; talvez seja preciso lembrar os oradores que as pessoas passam fome não porque não conseguem comprar carne, mas porque não conseguem comprar o básico que são os grãos e as oleaginosas, o conhecido arroz e feijão.

Afinal, quais alimentos é que são doados nas épocas de grandes necessidades, quilos de carne ou de arroz e feijão???

Dizem os nutricionistas que a combinação de ambos é a mais perfeita em termos nutricionais:

"Segundo a Embrapa, um prato de arroz com feijão garante a absorção de mais de 80% da sua proteína. [...] "Além de ser uma excelente fonte de proteína, o arroz oferece carboidratos, vitaminas e sais minerais", diz Luci Uzelin, coordenadora da Nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein HIAE.[...] O Guia Alimentar do Ministério da Saúde prevê a ingestão de arroz e feijão todos os dias.[...]O consumo diário desses alimentos também ajuda a prevenir doenças. "

 
Ao tentar colocar o vegetarianismo como culpado pela doença que ele diz, iniciou-se em seu organismo, Raul Teixeira deixa velado que foi seu completo desconhecimento, talvez até uma grande falta de interesse pela alimentação em si que o fez emagrecer, já que seu único objetivo, como já vimos em outros artigos ,não eram os animais, mas sua própria mediunidade.

Queremos pensar que foi por ironia e não apenas por desconhecimento que o afamado orador colocou que comia simplesmente alface ao molho pardo, dieta não vegetariana, afinal o molho pardo é feito com o sangue da galinha, um animal que possui alma e que é senciente e pior, deveria evoluir mas teve sua evolução travada nas mãos dos seres humanos; e que a alface não é a única alimentação de um vegetariano, até porque existem inúmeros vegetarianos que não gostam dela.

Era evidente que sua mediunidade não iria melhorar, posto que o egoísmo não transforma e sim o amor; ser vegetariano não é mudar por pensar em si mesmo, mas mudar por pensar no outro. Não foi o caso do orador.

Já postamos essas frase aqui mas colocaremos novamente:

Imagem: Abate de bovinos
724. Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação?
R.Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.” 

Por outro, essa é a chave principal da expiação, do abandono da alimentação a base dos corpos dos irmãos animais.O que impressiona em certas atitudes de alguns oradores é a raiva que lhes toma quando se tira a palavra Carne e se coloca corpos, quando se transforma a palavra bifinho em animais. mas gostem ou não, a carne que vocês comem, pasmem, é nada mais nada menos que seres vivos em evolução, tal como nós, seres sencientes, física e psicologicamente. Mas Kardec não colocou isso no Livro dos espíritos? Colocou, só que essa parte, exatamente essa parte não é estudada como as demais, afinal, fala apenas de animais, seres que muitos oradores julgam ainda, seres inferiores.

Desconhecimento? 

Só ele pode dizer.

Mais adiante ele diz ter retornado a alimentação carnívora, o que o teria feito melhorar, mais uma prova do desconhecimento dele em relação a alimentação; e como todo bom defensor da alimentação a base de irmãos animais ele leu, decorou e repetiu a questão 723 - que também já explicamos neste Blog - A frase mais usada e a mais mal compreendida do Livros dos Espíritos. " A carne nutre a carne" - (Vide artigo em; O Espiritismo e os animais:Ciência, Filosofia e Religião numa jornada de amor. pt 12:)

Vamos explicar mais uma vez e mais detalhadamente sobre os custos de uma alimentação vegetariana em confronto com uma alimentação carnívora.

A princípio tanto uma quanto outra se equivalem desde que sejam bem planejadas. O que não é o caso da maioria das pessoas que ingerem corpos de animais.Sabemos que muitas pessoas que se alimentam de carne podem, como ocorreu com o orador, ter anemia, isso porque as pessoas criam a falsa ideia de que a carne é o alimento mais saudável e o mais capaz de suprir todas as necessidades do organismo.

Mesmo assim muitos tem anemia e nem se cuidam porque acreditam que estão comendo de acordo com o que a grande massa diz: "A carne nutre a carne". Parece, ao lermos o trecho acima, que pobre tem dinheiro para comprar carne mas não tem dinheiro para comprar legumes - embora morando todos juntos-, o que nos parece muito estranho.

Vamos dar uma olhada na pirâmide alimentar;



A base, que é o alicerce da alimentação, seja vegetariana , carnívora ou vegana, é formada pelos cereais e tubérculos (batatas, mandioca), seguida das hortaliças, frutas e leguminosas. Essa é toda a base das três alimentações, com a diferença que tanto o vegetarianismo quanto o veganismo são opções que zelam pelo Outro, nesse caso o animal, e não pela própria pessoa.

É a base/alicerce que não permite a anemia e é ela que não permite o emagrecimento, se o orador tivesse se atentado ao menos para a base da Pirâmide Alimentar não teria adoecido.

Somente perto do topo da Pirâmide é que encontraremos a carne e notem bem, em poucas porções, bem ao contrário da base da Pirâmide. 

Resumindo: a alimentação se baseia nos carboidratos (grupo1), hortaliças (grupo 2) e legumes (grupo 4, dividido com a carne). Como falamos de uma dieta vegetariana e não vegana, não falaremos aqui dos ovos e dos laticínios.

A base de uma Pirâmide Alimentar seria simples e barata:
 
Cereais(pães, massa, arroz)
Carboidratos,glicose, amido
Legumes e verduras(brócolis, couve,cenoura, beterraba, abóbora
Vitaminas, fibras, sais minerais, inclusive ferro
Frutas
Vitaminas, fibras, sais minerais,frutose
Leguminosas(feijão,ervilhas, grão-de-bico, lentilhas, soja)
Proteínas, sais minerais, inclusive o ferro


Se, e é o que parece diante do trecho descrito, a família pobre não pode comprar a base da Pirâmide, como poderia então sobreviver apenas se alimentando de carne? 

Substituição era a chave mágica que o orador não conseguiu des-velar.

Ao substituir a carne - que não é barata e o pobre ao qual ele se refere não tem acesso fácil à ela -  não há um aumento de custo como o que é proposto durante a palestra e a alimentação vegetariana - ao contrario do que é dito - não se torna elitista ,como o que parece, querem descrever.

Já falamos aqui sobre o preço da alimentação vegetariana, ela é mais cara desde que queiramos comprar tudo pronto ( hambúrguer, kibes, coxinhas, etc). 

A única diferença, utilizando-se ainda a Pirâmide Alimentar, é a substituição das carnes por mais vegetais, sem contudo aumentar o gasto como é colocado na palestra em questão.

Somente uma pessoa não instruída vai acreditar que vegetariano se alimenta apenas de alface, já que arroz, feijão, ervilhas entre outras oleaginosas, são estritamente alimentos Vegetarianos e substituem a carne.Além disso, muitas verduras e muitos legumes podem ter cascas e talos aproveitados o que contribue para uma alimentação saudável.

Qual é mesmo o obstáculo para uma alimentação vegetariana?

DESCONHECIMENTO


Esse é o único obstáculo para uma boa reeducação alimentar e para uma verdadeira Transformação Humana

O motivo para se tornar vegetariano nunca deve ser "nós mesmos", "nossa mediunidade" , "eu, e eu somente", mas a visão do sofrimento do Outro, daquele que é a vítima de nossa gula, daquele a quem chamamos de irmão na frente dos outros e mais tarde os devoramos em nossas mesas. 

Não pode, nem haverá qualquer Transformação Humana , enquanto falamos de amor sem conhecer todos os meandres de seu significado. Não podemos impedir uma guerra entre humanos enquanto travamos uma guerra cruel contra outros irmãos só porque os chamamos de animais.

As mãos que cuidam não podem ser as mesmas mãos que matam, mutilam, causam tanto sofrimento.

Os lábios que oram não podem ser os mesmos lábios que devoram, que escondem as marcas de sangue por detrás de orações de amor.

As Transformações Humanas demoram?

Só demoram o tempo que levamos para rejeitá-las.

Quanto tempo faz que você está rejeitando a sua transformação? 



Simone Nardi








Notas:

1- Colocação usada por Raul Teixeira ao se referir ao dirigente:"Visitei uma Instituição e, no primeiro contato, eu notei que o dirigente era obtuso em conhecimento espírita. Não conhecia nada, mas era dirigente. Nós temos o outro lado."

2- Não podemos nos esquecer que "animais", são todos os seres sencientes (passíveis de sentir física e psicologicamente) , possuidores de alma e que se encontram neste Planeta para evoluir ao lado dos seres humanos e não sob seus pés.

3- Ao contrário do que alguns espíritas alegam o Instruir-se , tão bem orientado por Kardec, não se restringe somente ao estudo da Doutrina Espírita, mas em todas as relações sociais , científicas e filosóficas na qual existimos, pois é nossa vivência no mundo que moraliza o Espírito.

4 - Algumas pessoas ainda hoje dizem que comem carne porque quando nasceram não existia tantas informações sobre vegetarianismo, até concordamos que nos dias atuais a informação cai em nosso colo, mas alegar que não ocorreu qualquer transformação por falta de informação é desmerecer a própria capacidade.


Referências:




* Embora essas duas cartilhas tragam alimentos como carnes , peixes, e laticínios, é importante conhecer para saber como reaproveitar sobretudo leguminosas e verduras.





Simone Nardi



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domingo, 26 de janeiro de 2014

O que os cachorros sentem ?



O pastor-belga Mal feliz, triste e com medo (da esquerda para a direita)


Segundo pesquisa da Universidade da Flórida, a maioria das pessoas é capaz de entender as expressões dos cães.

Basta olhar para o rosto de uma pessoa para presumir o que ela está sentindo ou pensando. A empatia, como é chamada a habilidade de distinguir e fazer suposições sobre o que se passa na mente alheia, demanda circuitos neurais sofisticados e tem papel-chave, por exemplo, na socialização, na criação de vínculos e na aquisição de cultura. E essa capacidade, segundo pesquisadores da Universidadeda Flórida, não se restringe a teorizar apenas sobre os membros da nossa espécie – em estudo publicado no European  Journal of Social Psychology, eles mostram que a maioria das pessoas é capaz de interpretar o que os cães estão sentindo.

No experimento, os psicólogos despertaram algumas emoções em Mal, um pastor-belga adestrado pela polícia local. Para isso, deram remédio de sabor desagradável, brincaram com ele, fingiram repreendê-lo e simularam um assalto. A intenção era provocar no animal reações de nojo, alegria, medo, agressividade, enquanto filmavam e fotografavam suas expressões. Em seguida, com a ajuda de especialistas em comportamento canino, os pesquisadores selecionaram fotos para serem mostradas a 50 voluntários, metade deles “inexperiente” com cães, isto é, não convivia diariamente com ao menos um.

Ao contrário do esperado, a capacidade de interpretar as expressões de Mal diferiu pouco entre os dois grupos de voluntários.  Curiosamente, os menos experientes com cães foram ligeiramente mais hábeis em identificar agressividade. Na média geral, mais de 80% das pessoas acertaram quando o animal estava alegre (feição marcada pela língua de fora e as orelhas em pé); quase metade distinguiu o medo; 37% e 13% identificaram, respectivamente, tristeza e nojo.

 






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sábado, 25 de janeiro de 2014

Animais têm sentimentos?

Quem gosta de bicho não duvida que seus companheiros de estimação sentem simpatia, indignação, ou gratidão; cientistas, porém, fazem distinção entre respostas a estímulos e a interpretação das próprias emoções.

 

Klaus Wilhelm


Imagem: Flamingos

No horizonte surgem duas manadas de elefantes, andando uma ao encontro da outra. As colossais criaturas fazem um barulho ensurdecedor, abanam suas enormes orelhas e dão voltas em torno de si. Elas parecem se conhecer - e o ritual todo lembra uma verdadeira reunião de família.

Qualquer pessoa que tenha viajado pelas savanas africanas pode ter testemunhado um desses eventos. Ao longo de décadas de trabalho de campo, Joyce H. Poole, diretora de pesquisas do Fundo Amboseli para Elefantes do Quênia, presenciou encontros similares muitas e muitas vezes. "Elefantes", diz a bióloga, "ficam felizes por ver seus velhos amigos e conhecidos."

Pesquisadores já presenciaram manadas reunidas ao redor de natimortos. Os elefantes tocam o corpo do filhote repetidamente com as suas trombas, como se tentassem ressuscitá-lo. Passam dias em vigília, derramando lágrimas. Quando um membro da manada está doente ou foi ferido por um caçador, eles acariciam a vítima, reconfortando-a, e cuidam dela até que se recupere.

Outros animais também demonstram emoções. Chimpanzés quando brincam emitem sons característicos de alegria e riem.Cachorros latem de maneira a convidar outros cães a participar de brincadeiras, e pesquisadores que reproduziram esses sons em canis e abrigos para animais abandonados conseguiram provar que o som reduz o nível de stress dos animais. Especialistas dizem que ratos de laboratório, quando acariciados, guincham alegremente em frequências sonoras superiores às que os seres humanos conseguem ouvir. 

Pessoas que acreditam nos sentimentos dos animais em geral são acusadas de antropomorfismo - atribuição de características humanas a seres não-humanos. Contudo, após anos ignorando ou desprezando o que os amantes dos animais de estimação sustentam há muito tempo, a ciência finalmente começa a acreditar que, se não todos os bichos, ao menos os mamíferos apresentam alguma forma de emoção.


Ansiedade emocional


Alguns cientistas exploraram corajosamente o mistério das emoções dos animais. O naturalista inglês Charles Darwin, pai da teoria da evolução, escreveu A expressão das emoções no homem e nos animais (1872).

Ninguém pode negar que as reações dos animais têm um lado emocional, ele concluiu, dadas as impressionantes similaridades entre o comportamento humano e o animal. No século passado, porém, consagrou-se a visão reducionista de que abelhas, sapos, vacas, cães, gatos, cobras e lagartos seriam organismos com padrões de comportamento instintivos e rígidos. Os bichos seriam desprovidos de sentimentos.

Recentemente, no entanto, uma visão mais flexível começou a ganhar credibilidade, à medida que se começou a questionar as vantagens evolutivas que os seres humanos, ou os animais, tiram das emoções. Segundo o darwinismo, todo e qualquer organismo tem por objetivo supremo reproduzir-se o mais freqüentemente e da melhor forma possível.
No caso de minhocas, insetos ou águas-vivas, seguir um padrão predeterminado de comportamento para atingir esse objetivo basta. Porém, entre peixes, répteis, aves e vertebrados, o comportamento é menos previsível. Em última análise, o comportamento dos mamíferos é muito maleável e imprevisível, e por isso sua atividade não pode resultar única e exclusivamente de modelos já estabelecidos. Como ratos, bodes, símios, elefantes e seres humanos sabem quais ações favorecem a sobrevivência e a reprodução? Entre outras coisas, eles contam com as emoções.

A afirmação de que um animal pode "utilizar suas emoções" significa que seu cérebro reage a certos eventos de maneira particular - uma rede de neurônios é ativada, dando início a um comportamento previsível. Um animal evitará situações que, anteriormente, o fizeram se sentir ameaçado. Do mesmo modo, animais procuram repetir ações que associem a experiências positivas. Mas a pergunta permanece: será que o animal sente? Nesse ponto, os especialistas divergem.

Boa parte da discussão se dá em torno das definições de emoção e sentimento. Não há acordo entre psicólogos e neurologistas nem mesmo no caso dos seres humanos, quanto mais no dos animais. No livro Em busca de Espinosa, publicado em 2003, António R. Damásio, da Universidade de Iowa, apresenta um esquema que tem aceitação crescente e que distingue emoções primárias, quase instintivas; emoções sociais, que ajudam um indivíduo a conviver em grupo; e sentimentos, que nascem da reflexão autoconsciente.

Emoções primárias incluem medo, raiva, repulsa, surpresa, alegria e tristeza, e Damásio as atribui a vários animais. Até mesmo a Aplysia, um molusco marinho, demonstra medo. Quando suas guelras são tocadas, sua pressão sangüínea e seus batimentos cardíacos aumentam e seu corpo se encolhe. Isso não é reflexo, diz Damásio, mas elementos de uma resposta ao medo, que compreende reações complexas. Ele enfatiza, porém, que organismos tão primitivos não produzem sentimentos. Para Damásio, as emoções são sinais físicos do corpo, em resposta a estímulos, e os sentimentos são sensações que surgem quando o cérebro interpreta essas emoções. Tanto em humanos como nos moluscos marinhos a frequência cardíaca aumenta e os músculos se contraem, mas um organismo só registra a sensação de medo se o cérebro percebe as alterações físicas. 

Entre as emoções sociais, Damásio lista simpatia, constrangimento, vergonha, culpa, orgulho, inveja, admiração, ciúme, gratidão, contentamento e indignação. Essas reações tampouco estão restritas à espécie humana. Gorilas adotam atitude arrogante para ganhar o respeito de outros gorilas. Lobos em posições hierárquicas inferiores na alcatéia demonstram resignação com "gestos" de humildade. Cães que levam broncas de seus donos dão sinais evidentes de constrangimento. Mesmo assim, como no caso das emoções primárias, neurocientistas entendem que essas ações são inatas, automáticas e as colocam entre os mecanismos usuais de que os animais se valem para a sobrevivência.


Reflexão ancestral 


Os sentimentos, ao contrário, surgem da mente analítica. Uma pessoa que se sente bem, que experimenta alegria, está consciente de que seu corpo se encontra num humor específico. A percepção de tal sentimento requer processamento de regiões somatossensoriais do córtex cerebral, que mapeiam as partes do corpo e suas condições além de, simultaneamente, controlar a atividade cerebral que avalia o que essas condições significam. Esse processamento constitui o que se chama de auto-reflexão, e pode ocorrer devagar ou rápido.

É difícil provar que animais possuem capacidade de auto-reflexão. Damásio aventa a possibilidade de que chimpanzés pigmeus, por exemplo, talvez sejam capazes de sentir pena (emoção social) de outros animais, mas eles não teriam "consciência" disso. Em face da impossibilidade de definir o que se passa na mente de um animal, Damásio reluta em afirmar que eles têm sentimentos.

Outros especialistas, no entanto, estão dispostos a aceitar a idéia. Jaak Panksepp, renomado especialista em comportamento da Universidade Estadual de Bowling Green, Ohio, concorda que apenas seres humanos refletem sobre seus sentimentos, graças a seu neocórtex altamente desenvolvido. E apenas humanos podem controlar e fingir sentimentos, como políticos e atores o fazem. 

Panksepp não acredita, porém, que sentimentos surjam apenas da reflexão. Ele afirma que a raiz das emoções se encontra em regiões do cérebro tais como o sistema límbico, muito antigo do ponto de vista evolutivo e presente em todos os mamíferos. Ele cita, a esse respeito, uma recente pesquisa liderada por Naomi I. Eisenberger, da Universidade da Califórnia. Eisenberger usou imageamento por ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) para monitorar a atividade cerebral de pessoas que se consideravam socialmente excluídas. Pedia-se aos voluntários que participassem de um jogo de computador, em que eram informados de que havia dois outros participantes ocultos. Na verdade, os "outros" eram ícones controlados por um software. Os três participantes deveriam arremessar uma bola virtual uns para os outros, mas as duas "pessoas" controladas pelo computador passavam a bola apenas entre si, ignorando a pessoa real que as observava na tela. Os voluntários sofriam com a experiência, por se sentirem excluídos.

Os resultados do fMRI obtidos durante o experimento mostraram atividade significativa em várias regiões do cérebro, especialmente no córtex cingular anterior. Estudos anteriores indicam que pessoas que se vêem em situações depressivas apresentam atividade incomum no tálamo e no tronco cerebral. Essas regiões desempenham papéis importantes no sistema límbico - área cerebral que produz e regula as emoções.


Alegria e diversão 


É interessante notar que porquinhos-da-índia prematuramente separados da mãe apresentam grande atividade no mesmo sistema cerebral. Na visão de Panksepp, a sensação de solidão e vulnerabilidade, e o stress dela decorrente, têm origem em mecanismos arcaicos que são a base do sentimento de tristeza dos humanos. O sistema límbico é uma estrutura cerebral antiga, e o fato de ele desempenhar papel importante indica que a emoção é parte fundamental da vida dos animais.

Biólogos que observam sinais de contentamento em animais concordam. Nas florestas tropicais de Sumatra, orangotangos balançam em galhos de árvores e batem as mãos em poças d`água para se divertir. No Alasca, corvos deitam e escorregam sobre telhados cobertos de neve sem motivo aparente. Búfalos da América do Norte berram ao deslizar, de propósito, sobre tufos de grama congelada. Macacos da ilha japonesa de Honshu brincam com bolas de neve. 

É largamente aceito que mamíferos possuem tendência inata para brincar, porque a interação os ajuda a descobrir oportunidades sociais e testar limites. Eles aprendem habilidades que mais tarde serão importantes para a sobrevivência. Mas o que os motiva a brincar? Marc Bekoff, biólogo da Universidade do Colorado em Boulder, pesquisou profundamente o tema. Ele afirma que é a necessidade de diversão que leva à brincadeira.

Estudos sobre o metabolismo do cérebro fornecem evidências de que os sentimentos dos animais talvez não sejam muito diferentes dos sentimentos dos seres humanos, pois entre eles há processos cerebrais comuns. Pesquisas mostram que o neurotransmissor dopamina é importante no processamento de emoções como alegria e desejo tanto em humanos como em outros mamíferos.

Ainda não é possível provar, através da observação, se um animal possui sentimentos conscientes, do mesmo modo como não se pode ter certeza sobre o que uma pessoa sente no íntimo. Experimentos de laboratório indicam que pelo menos alguns animais dispõem de capacidade de autoconsciência. Portanto, não é totalmente despropositado supor que talvez tenham consciência de suas emoções. Bekoff lembra que os sentimentos dos animais não precisam ser idênticos aos das pessoas.

Humanos ficam felizes de inúmeras maneiras. Animais talvez fiquem felizes de um jeito diferente daquele dos humanos.

É possível que animais e humanos compartilhem orgulho, alegria, sofrimento e vergonha. O psicólogo Marc Hauser, da Universidade Harvard, observou um macaco reso que, depois de copular, passou a desfilar cheio de si até que tropeçou e caiu. Aflito, olhou ao redor antes de se levantar - aparentemente envergonhado do tombo. Quando teve certeza de que ninguém o vira, ergueu-se, empertigado, como se nada tivesse acontecido.

Para Bekoff, as novas descobertas têm não apenas valor científico, mas também significado social: se os animais são capazes de sentir emoções, então temos uma razão a mais para tratá-los com carinho.


- Tradução de Demétrio Toledo 

Para conhecer mais

The smile of a dolphin. Marc Bekoff. Discovery Books, 2000.

Minding animals: awareness, emotions and heart. Marc Bekoff. Oxford University Press, 2002.

"Laughing" rats and the evolutionary antecedents of human Joy. Jaak Panksepp e Jeff Burgdorf, em Physiology and Behaviour, vol. 79, nº 3, págs. 533-547, 2003. 

 




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