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Cada
vez mais, o amor e o respeito pelos animais tem se tornado tema de
livros, reportagens de TV e filmes. No âmbito espírita, também é
crescente a preocupação em destacar que é chegado o tempo em que devemos
modificar nossa maneira de agir em relação aos nossos irmãos ditos "irracionais". André Luiz, em sua obra “Missionários da Luz”, traz-nos, de
maneira esclarecedora, que virá o dia em que os estábulos serão
considerados sagrados, assim como nosso Lar. Ele quis dizer, com sua
afirmação, que virá o dia em que compreenderemos a real dimensão dos que
nos estão abaixo na escala evolutiva e respeitaremos, como de fato,
merecem, esses nossos companheiros de jornada que, ao longo da história,
tanto tem nos ajudado nesta grande caminhada rumo à evolução.
Ao
analisarmos a presença dos animais em nossas vidas, podemos notar que
essas criaturinhas de Deus nos dão lições de amor, fidelidade,
solidariedade e muitos outros sentimentos, que até bem pouco tempo não
eram tão evidentes para os seres humanos, por não reconhecerem que ali,
naquele corpo rudimentar, existe um ser senciente, dotado de alma.
Para
que esse conceito fique claro, é importante explicar que a senciência é
definida como a presença de estados mentais que acompanhem as sensações
físicas. Ela é um atributo fundamental para todos os animais, por estes
estarem separados de sua fonte de alimentos e, portanto, só existe
neles. Por isso é considerada uma característica típica e definidora dos
indivíduos do reino animal. É um conceito que combina os termos
“sensibilidade” e “consciência”. Diz-se de organismos vivos que não
apenas apresentam reações orgânicas ou físico-químicas aos processos que
afetam o seu corpo (sensibilidade), mas, além dessas reações, possuem
um acompanhamento no sentido em que essas reações são percebidas como
estados mentais positivos ou negativos. É, portanto, um indício de que
existe um “Eu” que vivencia e experimenta as sensações. É o que
diferencia INDIVÍDUOS VIVOS de meras COISAS VIVAS. (Ver verbete
senciência em: http://www.sentiens.net/top/PA_GLOSSARIO_top.html).
"Quanto
maior o grau de autoconsciência, maior é a percepção que o animal tem
do tempo e, portanto, maior o dano que se causa a ele ao tirar-lhe a
vida – pois, desse modo, ele não perde apenas a vida, mas todos os
planos que tem para o futuro.".
A
senciência é uma característica que está presente apenas em seres do
reino animal. O sinal exterior mais amplamente reconhecido de senciência
é a dor e, dessa forma, esse conceito – ou sua ideia – tem sido usado,
há tempos, como fundamento para a defesa da proteção dos animais contra o
sofrimento, ou para a atribuição de direitos morais a estes. Por
exemplo, Gerem Bentas, no século XIX, já dizia que o que deveria ser
considerado no debate sobre o dever de compaixão dos seres humanos
perante animais não era se estes eram dotados de razão ou linguagem, mas
se eram capazes de sofrer. No entanto, é bastante controverso, mesmo
entre ativistas e estudiosos dos direitos animais, quais animais podem
ser considerados sencientes. A senciência é amplamente reconhecida em
todos os animais vertebrados – portadores de sistema nervoso central -, o
que inclui quase todos os animais usados comumente pelo ser humano em
suas atividades. Essa definição, porém, enfatiza apenas um critério para
a existência de senciência: a manifestação (a nós, perceptível) da dor.
Existem,
porém, outros sinais exteriores que evidenciam que outras espécies de
animais experimentam o mundo de forma individual, como a existência de
órgãos sensoriais que indicam uma necessidade de interpretar imagens,
sons ou odores captados a partir dos respectivos sentidos. Esse conceito
abrange não apenas animais vertebrados, mas também animais
invertebrados, como insetos, moluscos e aracnídeos. Portanto,
corresponde a todos os animais que são tradicionalmente usados pelo ser
humano. Por essa definição, apenas esponjas seriam animais
não-sencientes.
Pode-se
ainda usar o conceito como uma forma de definir todos os seres do reino
animal: é também provável que o conceito de senciência esteja vinculado
à própria condição de ser um animal – seres que se separam de sua fonte
de provimento ao nascer e precisam buscar o alimento por movimento
próprio. (Ver verbete Senciência em: http://www.sentiens.net/top/PA_GLOSSARIO_top.html).
Desse
modo, as correntes mais abrangentes do movimento pelos direitos animais
defendem que, pelo princípio da senciência, se reconheça direitos
morais a todas as espécies de animais, sem distinção, e se conceda o
benefício da dúvida àquelas espécies cujo conhecimento da sua biologia
não permita uma conclusão definitiva sobre a presença de senciência.
Não
se deve confundir senciência com autoconsciência, que é o conceito que
define a consciência que o Eu tem de ser um indivíduo pensante, separado
dos demais seres. Esse conceito de origem kantiana é enfatizado
principalmente por Peter Singer, que o emprega para estabelecer um
critério hierárquico entre os seres sencientes cujos interesses entrem
em conflito.
Para Singer, quanto maior o grau de autoconsciência, maior é
a percepção que o animal tem do tempo e, portanto, maior o dano que se
causa a ele ao tirar-lhe a vida – pois, desse modo, ele não perde apenas
a vida, mas todos os planos que tem para o futuro. A autoconsciência
geralmente é “constatada” pelo teste do reconhecimento no espelho. Tal
teste, porém, tem como referência aquele sentido que é, de modo geral,
privilegiado pelos seres humanos, e como tal, negligencia o fato de que
outros sentidos (como o olfato ou a audição) são mais importantes para
determinadas espécies animais. Assim, ele é tido como um método
especista e antropocêntrico de se auferir a autoconsciência de um
animal. Sabe-se, por exemplo, que o cão não “passa” no teste do espelho
e, no entanto, reconhece os indivíduos de sua espécie primordialmente
através do olfato.
Gary
L. Fracione, por sua vez, usa o conceito de senciência como o critério
fundamental e suficiente para garantir direitos morais aos animais
não-humanos.
Ante
o exposto, conclui-se que os animais são merecedores de nosso respeito e
nossa compaixão, não só por serem criaturas de Deus, mas por sentirem e
amarem como nós. Já podemos encontrar na literatura espírita alguns
autores que nos trazem bastante material para reflexão e esclarecimento.
Existem também algumas casas espíritas que notaram a grande necessidade
de auxiliar não só os animais enfermos, mas também seus tutores
(“donos”). Isso porque eles, profundamente ligados aos seus amigos
bichos, também necessitavam receber explicações sobre a espiritualidade
dos animais. Esses esclarecimentos levaram mais confiança na Justiça
Divina e conforto a seus corações.
Nos
textos que virão, trataremos de vários assuntos relativos aos animais,
sugerindo livros, contando casos verídicos e muito mais! Até a próxima.
Fernanda Almada,
.......uma das protetoras mais valentes que já conheci
.......uma das protetoras mais valentes que já conheci
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