quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Animais não são "coisas"

Foto: Husky Siberiano




     Cada vez mais, o amor e o respeito pelos animais tem se tornado tema de livros, reportagens de TV e filmes. No âmbito espírita, também é crescente a preocupação em destacar que é chegado o tempo em que devemos modificar nossa maneira de agir em relação aos nossos irmãos ditos  "irracionais". André Luiz, em sua obra “Missionários da Luz”, traz-nos, de maneira esclarecedora, que virá o dia em que os estábulos serão considerados sagrados, assim como nosso Lar. Ele quis dizer, com sua afirmação, que virá o dia em que compreenderemos a real dimensão dos que nos estão abaixo na escala evolutiva e respeitaremos, como de fato, merecem, esses nossos companheiros de jornada que, ao longo da história, tanto tem nos ajudado nesta grande caminhada rumo à evolução. 



     Ao analisarmos a presença dos animais em nossas vidas, podemos notar que essas criaturinhas de Deus nos dão lições de amor, fidelidade, solidariedade e muitos outros sentimentos, que até bem pouco tempo não eram tão evidentes para os seres humanos, por não reconhecerem que ali, naquele corpo rudimentar, existe um ser senciente, dotado de alma. 

Para que esse conceito fique claro, é importante explicar que a senciência é definida como a presença de estados mentais que acompanhem as sensações físicas. Ela é um atributo fundamental para todos os animais, por estes estarem separados de sua fonte de alimentos e, portanto, só existe neles. Por isso é considerada uma característica típica e definidora dos indivíduos do reino animal. É um conceito que combina os termos “sensibilidade” e “consciência”. Diz-se de organismos vivos que não apenas apresentam reações orgânicas ou físico-químicas aos processos que afetam o seu corpo (sensibilidade), mas, além dessas reações, possuem um acompanhamento no sentido em que essas reações são percebidas como estados mentais positivos ou negativos. É, portanto, um indício de que existe um “Eu” que vivencia e experimenta as sensações. É o que diferencia INDIVÍDUOS VIVOS de meras COISAS VIVAS. (Ver verbete senciência em: http://www.sentiens.net/top/PA_GLOSSARIO_top.html).

"Quanto maior o grau de autoconsciência, maior é a percepção que o animal tem do tempo e, portanto, maior o dano que se causa a ele ao tirar-lhe a vida – pois, desse modo, ele não perde apenas a vida, mas todos os planos que tem para o futuro.".

     A senciência é uma característica que está presente apenas em seres do reino animal. O sinal exterior mais amplamente reconhecido de senciência é a dor e, dessa forma, esse conceito – ou sua ideia – tem sido usado, há tempos, como fundamento para a defesa da proteção dos animais contra o sofrimento, ou para a atribuição de direitos morais a estes. Por exemplo, Gerem Bentas, no século XIX, já dizia que o que deveria ser considerado no debate sobre o dever de compaixão dos seres humanos perante animais não era se estes eram dotados de razão ou linguagem, mas se eram capazes de sofrer. No entanto, é bastante controverso, mesmo entre ativistas e estudiosos dos direitos animais, quais animais podem ser considerados sencientes. A senciência é amplamente reconhecida em todos os animais vertebrados – portadores de sistema nervoso central -, o que inclui quase todos os animais usados comumente pelo ser humano em suas atividades. Essa definição, porém, enfatiza apenas um critério para a existência de senciência: a manifestação (a nós, perceptível) da dor.

Existem, porém, outros sinais exteriores que evidenciam que outras espécies de animais experimentam o mundo de forma individual, como a existência de órgãos sensoriais que indicam uma necessidade de interpretar imagens, sons ou odores captados a partir dos respectivos sentidos. Esse conceito abrange não apenas animais vertebrados, mas também animais invertebrados, como insetos, moluscos e aracnídeos. Portanto, corresponde a todos os animais que são tradicionalmente usados pelo ser humano. Por essa definição, apenas esponjas seriam animais não-sencientes.

     Pode-se ainda usar o conceito como uma forma de definir todos os seres do reino animal: é também provável que o conceito de senciência esteja vinculado à própria condição de ser um animal – seres que se separam de sua fonte de provimento ao nascer e precisam buscar o alimento por movimento próprio. (Ver verbete Senciência em: http://www.sentiens.net/top/PA_GLOSSARIO_top.html).

     Desse modo, as correntes mais abrangentes do movimento pelos direitos animais defendem que, pelo princípio da senciência, se reconheça direitos morais a todas as espécies de animais, sem distinção, e se conceda o benefício da dúvida àquelas espécies cujo conhecimento da sua biologia não permita uma conclusão definitiva sobre a presença de senciência.

     Não se deve confundir senciência com autoconsciência, que é o conceito que define a consciência que o Eu tem de ser um indivíduo pensante, separado dos demais seres. Esse conceito de origem kantiana é enfatizado principalmente por Peter Singer, que o emprega para estabelecer um critério hierárquico entre os seres sencientes cujos interesses entrem em conflito. 

Para Singer, quanto maior o grau de autoconsciência, maior é a percepção que o animal tem do tempo e, portanto, maior o dano que se causa a ele ao tirar-lhe a vida – pois, desse modo, ele não perde apenas a vida, mas todos os planos que tem para o futuro. A autoconsciência geralmente é “constatada” pelo teste do reconhecimento no espelho. Tal teste, porém, tem como referência aquele sentido que é, de modo geral, privilegiado pelos seres humanos, e como tal, negligencia o fato de que outros sentidos (como o olfato ou a audição) são mais importantes para determinadas espécies animais. Assim, ele é tido como um método especista e antropocêntrico de se auferir a autoconsciência de um animal. Sabe-se, por exemplo, que o cão não “passa” no teste do espelho e, no entanto, reconhece os indivíduos de sua espécie primordialmente através do olfato.

     Gary L. Fracione, por sua vez, usa o conceito de senciência como o critério fundamental e suficiente para garantir direitos morais aos animais não-humanos.

     Ante o exposto, conclui-se que os animais são merecedores de nosso respeito e nossa compaixão, não só por serem criaturas de Deus, mas por sentirem e amarem como nós. Já podemos encontrar na literatura espírita alguns autores que nos trazem bastante material para reflexão e esclarecimento. Existem também algumas casas espíritas que notaram a grande necessidade de auxiliar não só os animais enfermos, mas também seus tutores (“donos”). Isso porque eles, profundamente ligados aos seus amigos bichos, também necessitavam receber explicações sobre a espiritualidade dos animais. Esses esclarecimentos levaram mais confiança na Justiça Divina e conforto a seus corações. 

     Nos textos que virão, trataremos de vários assuntos relativos aos animais, sugerindo livros, contando casos verídicos e muito mais!  Até a próxima. 


Fernanda Almada, 

.......uma das protetoras mais valentes que já conheci





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