sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Crueldades Impessoais

Adolfo Leirner mostra o modo perverso com que os seres humanos tratam os animais sem refletirem sobre seus atos.

 
Imagem: corpo de um leitão morto sobre um  prato



Por Antonio Simões




As fotografias expostas por Adolf Leirner em agosto passado na Galeria Fass, na mostra intitulada: “Crueldades Impessoais” na qual mostra o modo perverso de lidar com animais mortos, dialoga diretamente com o insólito e com o absurdo. Absurdo que é visto cotidianamente por todos nós, porém, não é enxergado, dado que os olhos de nossa consciência estão vedados; velados; cegados para a realidade tal qual se nos apresenta.

 


Imagem: 5 lhamas mortas dependuradas
Ele nos mostra a insanidade e a voracidade do homem em relação a outras espécies que servem de mero alimento, como se fizessem parte de uma cadeia alimentar natural, com isso, satisfazendo o hábito des-natural de consumir, ou melhor, devorar outras espécies vivas.
Muito apropriado o nome da mostra “Crueldades Impessoais”. O próprio conceito de impessoalidade afasta daquele que comete qualquer ato insano, a culpa; o ônus moral; o incômodo provocado pela consciência (ou o resquício desta), enfim, toda e qualquer responsabilidade, conivência ou cumplicidade com a barbárie de assassinar, esquartejar, devorar, torturar outros seres viventes. Interessante como o ser (h)umano encontra sempre uma forma de “enfeitar” estes termos fortes, tais como trocar morte por “abate” ,por exemplo, para amenizar o impacto de nos associar à estes fatos, ou seja, às imagens tão bem enquadradas por este fotografo sensível que aprendeu antes de tudo a olhar a realidade como se deve. 


Imagem: cabeça de um camelo pendurada em um gancho

Leirner apresenta dentre as fotos insólitas de animais mortos, um destaque mais insólito ainda: a imagem de “dentaduras expostas numa vitrine marroquina. Como diz o colunista Antonio Gonçalves, “Destituídas de função, elas lembram que esses dentes foram feitos para criaturas vorazes, que estraçalham outros animais com violência insana ...”


Imagem:16 dentaduras expostas


Infelizmente não caímos em si apenas por observar todas estas “insanidades" (h)umanas. Dessensibilizamos nosso coração. Cauterizamos nossa consciência e onde deveria haver um sinal de alerta toda vez que observamos crueldades, restou um coração insensibilizado, cauterizado pela hipermodernidade, onde a própria vida se transformou em artigo descartável ... inclusive, e principalmente, a nossa.




Somos perigosos .....

Imagem: bezerro estendido em mesa com pescoço cortado


 

 

 

 

 

 

Sobre o autor: Antonio Simões, Graduado em Filosofia e Especialista em História da Filosofia Contemporânea, professor da rede pública de SP.



 

Nota final


Imagem: patos mortos, dependurados em ganchos

A sutileza com que somos aliciados dia a dia, ideologicamente, homeopaticamente não deixa que percebamos isso . Somos feitos perigosos gota a gota e de repente estamos degolando pessoas, queimando-as, jogando bebes em lagos ,em caçambas de lixo, arrancando braços e jogando em  rios, degolando animais para amuletos fazendo chaveiros com mini tartarugas vivas como em alguns países, em nome de uma (h)umanidade que não mais existe.





 
Imagem:várias cabeças de porcos sobrepostas










 
Imagem: tartarugas mortas dentro de redes























Fotos: Estadão





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4 comentários:

  1. Estes seres são os ocupantes de um planeta tão lindo como a Terra. Devemos criar um planeta melhor para eles??? Acho que não. Quem merece um planeta melhor, habitado por pessoas melhores, são nossos irmãos animais. Eles sim, são os verdadeiros merecedores de tudo de bom que Deus foi capaz de criar. Penso que o ser (des)humano só atrapalha o mundo!

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  2. Realmente Yara, os animais merecem um lugar afastados da humanidade, para que possam evoluir em paz e harmonia, coisas que nós não lhes permitimos.
    Grande abraço

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  3. Parabéns senhor Simões, o texto apesar(para mim) de dificl leitura, expressa com clareza o que somos e o que fazemos.

    (Jorge)

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  4. Olá Jorge
    repassaremos seu email ao autor
    Grata pela visita

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