Adolfo Leirner mostra o modo perverso com que os seres humanos tratam os animais sem refletirem sobre seus atos.
Imagem: corpo de um leitão morto sobre um prato |
Por Antonio Simões
As fotografias expostas por Adolf Leirner em agosto passado na Galeria Fass, na mostra intitulada: “Crueldades Impessoais” na qual mostra o modo perverso de lidar com animais mortos, dialoga diretamente com o insólito e com o absurdo. Absurdo que é visto cotidianamente por todos nós, porém, não é enxergado, dado que os olhos de nossa consciência estão vedados; velados; cegados para a realidade tal qual se nos apresenta.
Imagem: 5 lhamas mortas dependuradas |
Muito apropriado o nome da mostra
“Crueldades Impessoais”. O próprio conceito de impessoalidade
afasta daquele que comete qualquer ato insano, a culpa; o ônus
moral; o incômodo provocado pela consciência (ou o resquício
desta), enfim, toda e qualquer responsabilidade, conivência ou
cumplicidade com a barbárie de assassinar, esquartejar, devorar,
torturar outros seres viventes. Interessante como o ser (h)umano
encontra sempre uma forma de “enfeitar” estes termos fortes, tais
como trocar morte por “abate” ,por exemplo, para amenizar o impacto de nos associar
à estes fatos, ou seja, às imagens tão bem enquadradas por este
fotografo sensível que aprendeu antes de tudo a olhar a realidade
como se deve.
Imagem: cabeça de um camelo pendurada em um gancho |
Leirner apresenta dentre as fotos insólitas de animais mortos, um destaque mais insólito ainda: a imagem de “dentaduras expostas numa vitrine marroquina. Como diz o colunista Antonio Gonçalves, “Destituídas de função, elas lembram que esses dentes foram feitos para criaturas vorazes, que estraçalham outros animais com violência insana ...”
Imagem:16 dentaduras expostas |
Infelizmente não caímos em si apenas por observar todas estas “insanidades" (h)umanas. Dessensibilizamos nosso coração. Cauterizamos nossa consciência e onde deveria haver um sinal de alerta toda vez que observamos crueldades, restou um coração insensibilizado, cauterizado pela hipermodernidade, onde a própria vida se transformou em artigo descartável ... inclusive, e principalmente, a nossa.
Sobre o autor: Antonio Simões, Graduado em Filosofia e Especialista em História da Filosofia Contemporânea, professor da rede pública de SP.
Nota final
Imagem: patos mortos, dependurados em ganchos |
A sutileza com que somos aliciados dia a dia, ideologicamente, homeopaticament
Imagem:várias cabeças de porcos sobrepostas |
Imagem: tartarugas mortas dentro de redes |
Fotos: Estadão
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Estes seres são os ocupantes de um planeta tão lindo como a Terra. Devemos criar um planeta melhor para eles??? Acho que não. Quem merece um planeta melhor, habitado por pessoas melhores, são nossos irmãos animais. Eles sim, são os verdadeiros merecedores de tudo de bom que Deus foi capaz de criar. Penso que o ser (des)humano só atrapalha o mundo!
ResponderExcluirRealmente Yara, os animais merecem um lugar afastados da humanidade, para que possam evoluir em paz e harmonia, coisas que nós não lhes permitimos.
ResponderExcluirGrande abraço
Parabéns senhor Simões, o texto apesar(para mim) de dificl leitura, expressa com clareza o que somos e o que fazemos.
ResponderExcluir(Jorge)
Olá Jorge
ResponderExcluirrepassaremos seu email ao autor
Grata pela visita