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Leão |
(SANDRA)
Morrerei
sem entender que prazer doentio sente o humano em manter encarcerado, numa
gaiola de dois palmos pela vida toda, um ser nascido para um céu inteiro.
Que
estranha alegria é essa, dizer que canta quem se imola e chora, dizer que ri
quem usurpamos tudo, doando em troca tudo o que não quer.
Como
entender quem não se veja ali, no lugar do que cumpre uma sentença por um crime
nenhum, quem não vislumbre o imenso sofrimento de não querer viver, mas estar vivo.
Que
forma humana de sorrir é essa, de quem
tortura e se ufana com isso,obstando um vôo que era o dele para o sombrio
atalho da prisão.
Qual
humano sem Deus, sem claridade é capaz de insistir para que cante, como se
fosse possível gargalhar no inferno do seu pranto, pobre ave infeliz.
Carcereira
cruel é a mão humana que a vai levar ao sol quando quer sombra e tirá-la da luz
quando tem frio e levá-la a dormir quando tem fome.
Que
amor esse, de mãe que ama seu filho
impedindo o amor das outras mães, roubando-a dos seus.
Por
causa do egoísmo, simplesmente e da ignorância com certeza, não entenderam que
amar a natureza é não apossar-se dela e seus
tesouros.
Visitantes
bem-vindos são aqueles que adentram a nossa casa sem roubar, apenas sorvendo o
encantamento dos momentos de paz.
Para
saber das aves na paisagem é só ouvi-las quando cantam livres,
nos altos galhos da floresta densa, cautelosas de humanos mais gulosos que as
querem furtar.
Felizes,
nos seus ninhos são ouvidas porque murmuram sem ninguém pedir; escolhem
companhia ou solidão sem ninguém lhes impor com quem morar; chuva ou sol é opção como voar – TAMBÉM.
“Não
queremos teu lar”, as escutamos, “porque o nosso é mais bonito e rico, não nos
falta alimento, água e ar, nossa
casa é a de Deus”
Sandra
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