quarta-feira, 30 de julho de 2014

Livre Arbítrio X Animais - Parte 2


Luar



Os males deste mundo estão em razão das necessidades fictícias que criais para vós mesmos. ALLAN KARDEC



A moralidade rege o Livre Arbítrio e o Livre Arbítrio rege a moralidade, ou assim deveria ser.

Continuando nosso bate papo sobre livre arbítrio e o quanto ele afeta a vida de outros seres, vamos nos lembrar que refletimos como é muito mais fácil lermos sobre os males do carnaval e nos afastarmos dele, basta não sairmos de casa, não ligarmos a TV, e nos absteremos de todo contato dessa festa, para muitos, imoral. É muito fácil lermos sobre a tristeza que existe no natal, basta doarmos aquilo que não nos fará falta para aqueles que nada possuem, e afinal, pipocam campanhas e mais campanhas nessa época, tornando ainda mais fácil nossa abnegação.

Mas é difícil nos vermos prejudicando a evolução espiritual de outros seres que dividem conosco a maravilha de sermos todos, centelhas divinas. Não vou dividir entre mineral, vegetal, animal ou hominal, vamos nos colocar apenas como realmente somos, ou seja: almas encarnadas em busca da evolução.

Sempre que esse tão temido assunto surge à tona, buscamos no Livro dos Espíritos muitas desculpas para nossa fraqueza moral diante de determinados seres da criação. Pergunta tal, numero tal de fulano de tal e acreditamos que nossa consciência ficará tranquila porque, afinal, está escrito que a carne nutre a carne, mas também lá, no mesmo livro está escrito que é meritório abster-se de carne, porém, para nossa consciência, isso não é tão importante e temos também o direito a usar e abusar de nosso "livre arbítrio".

É sempre muito difícil falarmos sobre a alimentação carnívora porque as pessoas simplesmente não aceitam o fato de que os animais, como nossos irmãos, são centelhas divinas em evolução, como um dia já fomos, e ainda o somos. O espiritismo nos diz: "Os animais são nossos irmãos!" E eu questiono: Irmãos em quê?

Porque a maioria de nós não os trata como tal. Que desafio dificílimo não é? Encarar seres que aprendemos a ver como inferiores, como nossos irmãos espirituais. Do átomo ao arcanjo.

Quem consegue imaginar hoje que, aquele ser ao qual tiramos a vida, porque julgamos ter direitos sobre ele, porque nos é, moralmente inferior, um dia chegará a arcanjo?

Já imaginou se um dia nos encontrássemos na espiritualidade com ele e, mais fantástico ainda, ou não, porque demore milhões de anos ou não, a evolução sempre chega para todos, o reconhecêssemos? Será que iríamos nos envergonhar? Ou será que diríamos que tínhamos um direito sobre ele que hoje, ele como arcanjo, já não temos mais!?!?

E será que temos mesmo esse direito ou nos outorgamos um direito que deveria pertencer somente a divindade, o direito sobre a vida e a morte!?!?

Leitão no prato
A verdade é que somos também inferiores e que precisamos da alimentação animal para sobreviver!?!?Alguns sim, outros não. Porém não é por isso que devemos esconder de nossos olhos e de nossos ouvidos o sofrimento e os gritos de dor desses nossos irmãos; mas frequentemente o fazemos, pelo livre arbítrio e para deixarmos nossa consciência mais tranquila. Aí, nesse caso, já não importa o que Emmanuel disse ou André Luiz escreveu, é muito difícil tentar mudar. Podemos sim comer carne, mas não podemos dizer que consideramos os animais nossos irmãos menores, isso jamais iria corresponder à verdade, e também não podemos esconder de nós mesmos o que fazemos com eles.

Não gostamos de quando tentam nos contar como os bois são abatidos, queremos acreditar que existe mesmo o tal "abate humanitário" e que eles não sofrem nada nem antes nem durante o abate. Não queremos ver imagens de porcos sendo eletrocutados para que não nos falte o presunto na mesa matinal, não, não queremos ver, isso fere a nossa sensibilidade. E nós somos bons, somos sensíveis e gostamos dos animais.

Tapamos os nossos ouvidos para aquele cara chato que tenta narrar como as galinhas, coelhos e cabras são degolados e agonizam, porque isso nos causa náuseas e um medo cruel de que, ouvindo, lendo ou vendo tal brutalidade com outras centelhas divinas, não consigamos mais comê-los.

Por que nos recusamos a ouvir ou ver como eles morrem, se ficamos satisfeitos ao vê-los em nossos pratos? Há um provérbio chinês que deixa em descoberto a nossa posição relutante de mudar:

"Fechando os olhos não aliviará a dor do outro"

Por que não queremos pensar neles e em sua dor diante da morte? Por que, ainda hoje, mesmo com todas as provas da ciência de que eles são seres senscientes, queremos viver num passado primitivo onde era necessário matar para sobreviver?

Talvez porque ignoremos as palavras dos Espíritos em relação a eles; porque não queremos mudar, porque temos medo de mudar e deixar a nossa posição confortável diante deles, e talvez o que mais me assusta nos espíritas:

Talvez porque não consigamos vê-los ainda como verdadeiras centelhas da luz divina, porque os animais com certeza, já não nos vêem mais com bons olhos:

"Os seres inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiarem em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir, com o raciocínio embrionário, onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão. (Cap. 4págs. 41 e 42- Livro Missionários Da Luz)".

Espero que todos um dia, tenham a verdadeira compreensão dessa mensagem em beneficio não se si mesmos, mas daqueles que realmente precisam e sofrem mais do que nós mesmos.

Encerramos com uma frase de Kardec, para nos lembrarmos do caminho mais correto a seguir:

"O progresso da humanidade tem seu princípio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade".

Caridade para com todas as centelhas divinas que dividem conosco, este pequeno planeta. 




Simone Nardi 






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