terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ciência, Filosofia e Religião

Imagem: Pata e mão;"Quando lutamos pelos Direitos Animais,não consideramos a moralidade da sociedade em que vivemos,mas a moral da sociedade que queremos viver. ( Sérgio Greif)"



Desde que nos propusemos a levar esse trabalho adiante, e falo “nós” porque sei que tanto meu mentor quanto outros espíritos amigos me auxiliam nessa difícil jornada, buscamos entrelaçar Ciência, Filosofia e Religião em cada novo artigo, para que um reforce o pensamento do outro e se alicercem em saberes que nos levem a praticar sempre o melhor.
Jesus

A Religião, embora muitas vezes mal compreendida e fanatizada, acaba tendo suas palavras levadas ao contrário do que deveriam nos encaminhar; no caso dos animais, busca-se amenizar as fraquezas morais de cada um respaldando-se em palavras as quais os sentidos não foram amplamente conhecidos, muito embora os chamemos de irmãos, os tratamos como inimigos e a palavra irmão perdeu seu verdadeiro sentido de fraternidade fazendo com que nos tornássemos fratricidas.
Filosofia, amor a sabedoria

A Filosofia vem então e questiona o que é ser irmão, o que é ser fraternal e nos faz buscar dentro de cada coração o entendimento de que quando nos julgamos irmãos temos a obrigação de agir como irmãos ou as palavras que usamos de nada servirão. Ser irmão é ser misericordioso, ser irmão é abster-me muitas vezes em prol do próximo e é a Filosofia que vai nos fazer realmente compreender a Religião não como uma amenizadora de fraquezas, mas como uma mantenedora de nossa força moral no caminho do bem: é isso que devo fazer, é isso que farei sem medo.
Ratinho cientista

E agora a Ciência vem mais uma vez provar que ora compreendemos mal a Religião, ora esquecemos a Filosofia, somente porque não queremos sair de nossa zona de conforto moral. Quando dizemos que comer a carne de animais não faz bem, nem a eles nem a nós, muitos desacreditam e retrucam dizendo que queremos forçar as pessoas a pararem com hábitos que estão enraizados há anos. Acontece que não é isso que desejamos, e sim fazer as pessoas compreenderem que não se pode chamar de irmão um ser que irá morrer de forma violenta para servir de alimento, seria uma grande contradição do Espiritismo agir assim e o Espiritismo não é contraditório, alguns espíritas é que o são.

E encontramos uma noticia que deveria ser alarmante para quem se escuda na questão “a carne nutre a carne”, e defende que necessitamos dela para sermos saudáveis: 


“Consumo de todos os tipos de carne é ligado ao risco de câncer: Carne vermelha e de porco são mais nocivas à saúde, mas nem peixe é absolvido” [1]

Essa não foi e nem será, a última notícia sobre esse assunto que a Ciência levantará, muitos outros artigos já tratam dos malefícios da alimentação carnívora e se nos baseamos no Livro dos Espíritos para defendê-la, esquecendo que o Espiritismo se alicerça em Religião, Filosofia e Ciência, é melhor começarmos a pensar de outro modo, já que se precisamos nos alimentar para sobreviver temos que perceber de forma mais clara que o Livro dos Espíritos não nos diz que é obrigatoriamente a carne que vai nos manter vivos, até porque tanto a Filosofia quanto a Ciência já se opõe a esse paradigma.

Temos que decidir o que queremos ser realmente para os animais: irmãos ou algozes, não há meio termo, pois já sabemos que eles são seres sencientes e sabemos que a carne faz mal ao nosso organismo, nos resta agora perdemos o medo de mudar e enfrentar as verdades que tanto a Filosofia quanto a Ciência nos apresentam a cada dia, nós é que receamos compreendê-las. Muitos podem até não concordar, é direito de cada um, muitos podem continuar ignorando o assunto como ainda o fazem, mas jamais poderão se considerar verdadeiramente “irmãos dos animais”, jamais poderão dizer que compreenderam amplamente o significado do amor, não enquanto outros seres sofrerem por suas mãos. Existem verdades que doem, essa é com certeza, uma delas. 

Ou tratamos realmente os animais como irmãos ou corremos o risco de sermos acusados - e vermos o Espiritismo ser acusado- com o tempo, de “sepulcros caiados”[2], bonitos por fora e cheios de podridão por dentro, porque nossas palavras não chegam ao nosso coração. Diante disso, e de todo mal que ainda praticamos aos animais, é melhor começarmos a repensar as coisas.



Simone Nardi

Notas

 
[1] O Artigo em questão me foi enviado por email por uma amiga que se tornou vegetariana ao ler artigos sobre espiritismo e vegetarianismo, saiu no site Minha vida em 29/04/2010.

[2] Palavras essas que foram ditas por Jesus aos fariseus : “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas! Pois são semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos mortos e de toda a imundícia”. Por que Jesus lhes disse tal coisa? Porque muitas pessoas de grande furor oratório, conhecedores profundos dos grandes textos religiosos , faziam de seus discursos grandes armas de intolerância. E nós aqui? Com que intenção chamamos os animais de irmãos? Por sentimento ou por obrigação ao que foi estudado nos livros? 






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