Mediunidade Animal
Muitos questionam sobre a mediunidade nos animais e na verdade surge, nesse caso, uma particularidade pequena entre homens e animais: O intelecto mais evoluído que proporciona a comunicação por palavras - sendo que não podemos esquecer que inúmeros pesquisadores já demonstraram que muitas espécies de animais são capazes de um raciocínio lógico na resolução de problemas-. Não vetando, contudo, a possibilidade dos animais verem espíritos, embora não atuem como médiuns tal como os humanos. Muitos irmãos insistem em dizer que os animais, considerados inferiores, só enxergam espíritos inferiores, mas será isso verdade? 1- Era hábito do velho senhor sentar-se em sua cadeira e tirar os sapatos. Seu fiel companheiro, um cachorro, seguia para o quarto e lhe trazia os chinelos. Anos se passaram e o velho senhor desencarnou. Certa feita, quando a família estava reunida na sala, notou que o cão modificara o temperamento, correu para o quarto todo feliz e voltou trazendo os chinelos de seu querido dono, colocando-os como de costume, perto da cadeira. 2- Numa casa dita “ Mal assombrada”, onde uma senhora de preto sempre aparecia, conta-se que certa vez viram o cão correr em direção a escada , abanando o rabo, todo festeiro como sempre o fazem quando desejam agrado, mas no mesmo instante, correu para debaixo do sofá, assustado com o que provavelmente vira.
Esses e outros casos podem ser encontrados nos diversos livros já citados anteriormente, todos com base em estudos rigorosos, demonstrando a capacidade que os cães possuem de enxergar tanto espíritos bons quanto aqueles que desconhecem o bem. Como o tempo é curto, e a leitura na net é muitas vezes cansativa, resolvemos apenas pincelar o assunto.
Aguça-se também a curiosidade sobre a existência de animais em outros mundos. Há anos ouvi um companheiro espírita dizer que os animais nunca chegariam a ser homens, que evoluiriam dentro de raças e mais raças e mais raças e que, pasmem, haveriam mundos onde os animais poderiam “conversar com seus donos”, mas seus espíritos nunca iriam evoluir até a condição hominal, anulando a conhecida frase “Do átomo ao Arcanjo”.
Nisso surge uma dúvida. Conversar significa articular palavras, pensar no que se vai dizer, não seria então uma condição, vamos dizer, humana? Talvez seja o orgulho tolo dos homens que tentam guardar as “coisas boas” apenas para si mesmos. Só pela resposta que nos deu o amigo, já descobrimos que os animais renascem igualmente em outros planetas, caso contrário seria impossível sua evolução.
Quanto à mediunidade nos animais, já o dissemos antes, os animais não são médiuns que consigam transmitir ideias de espíritos desencarnados, mas podem enxergar espíritos e não creiam nas palavras daqueles que dizem que eles apenas podem ver espíritos inferiores, isto está longe de ser verdade absoluta, eles possuem percepções psíquicas condizentes com sua evolução, portanto veem aquilo que queira se apresentar diante deles, superior ou inferior. Afirmamos novamente, porém, que eles não são médiuns como os seres humanos (mediar a relação entre os dois mundos por meio da fala ou da escrita) porque ainda falta-lhes o intelecto mais evoluído para isso - em outro capítulo trataremos especificamente da inteligência animal-, mas que em nada isso os desmereça, a ponto de afligirmos seus corpos como fazemos diariamente. Eutanásia animal , abandono, matadouros
Esses são alguns assuntos que envolvem a crueldade do homem para com os animais. Há muito tempo atrás lendo um artigo de Emmanuel, ele falava que jamais, em circunstância alguma, deveríamos praticar a eutanásia contra um animal, a dor, o sofrimento ou o abandono por parte do dono, era prova de evolução para ele, o que não significa que deva acontecer, pois Jesus mesmo já dizia;” O escândalo há de vir, mas ai daquele por quem o escândalo vier”, ou seja, se os animais tiverem que sofrer, que não seja pelas mãos dos seres humanos. A ocorrência de atos brutais contra os animais, nada mais significa do que um desvio de caráter. Há casos e casos, mas se possível evitá-la, melhor, dizia o espírito. É certo que usamos a palavra sacrifício para nos livrarmos daquele peso da doença animal, daquele peso da velhice animal, sem nos incomodarmos muito se ele irá sofrer mais ou menos, desde que nosso sofrimento seja aliviado. Essa eutanásia consentida, tira do animal a chance de evolução a qual se destinava nessa reencarnação, e um dos maiores motivos para que ela continue tirando vidas é a irresponsabilidade humana.
Mas o que leva o ser humano, esse ser inteligente e repleto de razão, a abandonar um animal? Falta de conhecimento sobre o amor, isso é certo, não há outra explicação. Orgulho, pois não aceita ele a lei de que esse mundo pertence igualmente aos animais, demonstrando a grande irresponsabilidade dele para com a Criação Divina.
Mesmo na Bíblia nós assistimos pasmos, os sacrifícios de animais a deus, sim a deus com “d” minúsculo, porque um pai jamais aceitaria que um filho seu fosse sacrificado. Abel e Caim se transformaram em inimigos após deus pedir-lhes uma oferenda. Caim ofereceu-lhe um ramalhete de flores colhidas no campo. Abel matou um cordeiro e ofereceu a esse deus. Pensemos juntos amigo leitor, seria mesmo esse um pedido “Divino”? Matar, quando Sua lei é Não Matar? Deus iria então contrariar suas próprias leis? Matar um animal para que deus fique feliz não é o que devemos chamar de oferenda a divindade, pois qualquer deus que se felicite com a morte de um inocente, não deve ser deus.
Mas, talvez dessa falsa crença, é que o homem tenha cada vez mais maltratado os animais, achando nisso um consentimento divino, o que apesar de ser inaceitável em nosso Século, ainda ocorre em algumas religiões. E o nosso querido leitor muitas vezes se revolta contra isso dizendo que Deus não exige sacrifícios, e coloca-se então contra aqueles que insistem em matar os animais em ritos religiosos, esquece ele, porém, que o mesmo acontece nos abatedouros e nos laboratórios de pesquisas científicas, os quais muitas vezes, ele mesmo defende:
"Ao morrer, os animais sentem a maldade que os atinge, provocando-lhes tanta dor; seu pavor e desespero impregnam na carne as toxinas e liberam a sua volta, fluidos espirituais deletérios, os desencarnados infelizes que ali estão , absorvem tal matéria astral; os encarnados tem registrado em seus espíritos como débito, a violência que infligiram aos animais." (trecho do livro- Animais nossos irmãos).
Temos que compreender que não podem existir dois pesos e duas medidas, não somos deuses que devam escolher qual animal será amado, qual animal será abatido, sacrificado ou mutilado. No entanto, a cada dia, esse nosso hábito alimentar leva a morte milhares de animais, ano após ano, século após século, e insistimos em dizer que a carne é necessária, mesmo sabendo do sofrimento e das toxinas lançadas sobre ela no momento do abate, mesmo sabendo dos grupos vampíricos e dos obsessores que rondam esses locais de assassinatos. Insistimos, persistimos, fechamos os olhos para tanta dor.
…”insistimos ainda sobre o prejuízo do alimento carnívoro. Todos devem encarar essas tarefas sem se valerem da alimentação de carne de qualquer espécie, porque os seus fluidos, impregnados no organismo, são completamente contrários à ação dos fluidos dispensados nas correntes eletromagnéticas, onde as pessoas sentadas à volta de uma mesa se dão as mãos para praticar um tratamento à distância em prol de uma criatura que sofre. Há de estar-se bem preparado, além de moralmente, também fisicamente, porque o fluido ectoplásmico gerado pela carne é bastante pesado, e na medida em que a pessoa dele portadora recebe o fluido mais leve a circular pela corrente, ela sente um choque e passa mal. Pessoas desmaiam, vomitam, porque, repetimos, não estão de fato preparadas para o trabalho. A carne leva um fluido pesadíssimo, emanando um fluido ectoplásmico, como insistimos em repetir, que atrapalha bastante as pessoas. Observe-se uma pessoa que come a carne e ver-se-á como ela tem mais sono, mais vontade de repousar, enquanto o vegetariano consegue ficar por mais tempo acordado, sem sentir o peso do estômago”.( Desdobramento- Eurípedes Barsanulfo)
Claro que nesse pequeno trecho, embora se tenha o sentido de que a carne faça mal para os médiuns, é necessário lembrarmos que os animais sofrem desde o nascimento até o momento do abate, e que se desejamos praticar a caridade, não devemos pensar em nós mesmos o tempo todo, mas sim no sofrimento pelo qual “ELES” passam, isso sim seria altruísmo, abandonar a carne em nosso benefício nada mais seria do que egoísmo, abandonar a alimentação carnívora por eles, é desprendimento, e é isso que a Doutrina Espírita nos ensina.
A vida não nos deixará outra escolha entre altruísmo e egoísmo, um dia, cedo ou tarde será necessário mudar para prosseguir na evolução.
Não custa nada amar os animais. Não custa nada mudarmos nossos hábitos em relação a eles, pois se pregamos o amor, devemos agir com amor, pois se nos interessa saber sobre sua alma, também nos interessa saber como vivem e como morrem. Nossa evolução já nos permite conhecer a dor pela qual os forçamos a passar, é incoerente antes de conhecermos um abatedouro, dizermos que não há maldade em se comer um bifinho. Após presenciarmos um abate, com toda certeza, jamais conseguiremos repetir tal frase. Está em nossas mãos essa mudança, não é preciso que visitemos um abatedouro ou um laboratório de pesquisa, sabemos que como nós, eles podem sofrer, sabemos que estão numa fase evolutiva pela qual já passamos, então diante disso, a compaixão nos obriga a cuidarmos deles com amor.
Referências Bibliográficas LEADBEDER, C.W. - Tudo que vive é teu próximo KREISLER, Kristin Von - A compaixão dos Animais MAIA, João Nunes Maia - Miramez - Iniciação a viagem astral e Francisco de Assis BARSANULFO, Eurípedes - Desdobramento
Simone Nardi
- Na próxima parte trataremos sobre a senciência animal, até lá.
Simone Nardi – criadora deste blog e do antigo Consciência Humana, colunista do site Espírita da Feal (Fundação Espírita
André Luiz) ; é fundadora do Grupo de Discussão Espírita Clara Luz
que
discute a alma dos animais e o respeito a eles.Graduada em Filosofia e
Pós-graduada em Filosofia Contemporânea e História pela UMESP.
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