Nietzsche (Ecco
Homo)
O segundo livro que nos foi enviado através do Fale Conosco, foi um trecho de "Transição Planetária", de Divaldo Franco , um livro que está sendo muito vendido nas Casas Espíritas.
Não é a primeira vez que ouvimos
oradores de "peso" bradar contra os protetores de animais chamando-os
de misantropos ou acusando-os de não fazer nada pelo próximo.Mas quando Jesus
disse : "Amar ao teu próximo" ele não frisou "ame
ao teu próximo humano apenas, mas afirmou "Ame ao teu próximo" e
nosso próximo é aquele que no momento mais necessita de nosso auxílio. Ou não?
Sabemos que somos seres singulares
fadados a evolução.Alguns são excelentes matemáticos outros excelentes
filósofos. Alguns nasceram para ser pais enquanto outros são verdadeiros
desastres com crianças.Os matemáticos não podem querer(embora alguns queiram) que
todas as pessoas amem e sejam peritas em matemática assim como eles; assim
também não o podem ser os filósofos; se todos amassem a mesma disciplina ainda
moraríamos em cavernas.
Na vida é igual.Precisamos dos
sapateiros, dos cozinheiros, dos auxiliares de limpeza, dos enfermeiros, dos
veterinários e assim por diante. E moramos num Planeta onde não existem apenas
seres humanos, se assim o fosse já estaríamos mortos, pois não existiriam
mares, árvores ou animais, este meio ambiente equilibrado que nos permite a
vida e a evolução.
E como diria Mário Sérgio Cortela: Tem
gente que se acha.
Antes de mergulharmos no trecho do
livro "Transição Planetária", vamos ver o que este filósofo
brasileiro nos diz dos seres humanos, aqui ele se refere apenas a um ser humano,
mas vamos pensar que ele também poderia/deveria, falar isso para toda a espécie
humana:
“Você é um entre 6,4 bilhões de
indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de
espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma
estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia,
que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e
que vai desaparecer.” (Mário Sérgio Cortela)
Eu sou uma entre 6,4 bilhões de indivíduos,pertencente
a uma única espécie que é neste caso, a humana, mas existem cerca de 3 milhões
de outras espécies já catalogadas , entre elas os animais , em meio a cerca de
30 milhões no total.Não somos nada, não é, mas nos achamos.
Vejamos então o trecho do livro e o
que Divaldo Franco nos fala:
"Movimentos de proteção aos
animais se sensibilizam , muitos segmentos da sociedade, no entanto,
incontáveis pessoas permanecem indiferente a milhões de crianças , anciãos e
enfermos que morrem de fome cada ano, não por falta de alimento que o planeta
fornece, mas por ausência total de solidariedade...."
Por que falar dos movimentos de
proteção aos animais?
Essa foi nossa primeira dúvida.
Imagem: criança abaixo do peso |
Viagens, ternos, sapatos, relógios,
carros, alimentação, tudo custa dinheiro, isso enquanto milhões de crianças ,
anciãos e enfermos morrem de fome.
Escrevo este artigo entre Setembro e Outubro de
2013, e vejamos: As despesas do Governo Federal de 2003 a 2010 somaram cerca de
R$44,5 milhões. De janeiro a setembro do ano passado somaram-se cerca de R$46,1
milhões, dos quais R$ 21,3 milhões foram pagos secretamente.(Fonte : Estadão ) , isso enquanto milhões de crianças
, anciãos e enfermos morrem de fome.
Não queremos ser chatos, mas voltamos
a questionar:
Por que falar dos movimentos de
proteção aos animais num livro sobre a Transição Planetária que deveria exigir
uma moral mais elevada dos seres humanos? Ou será que compreendemos
erroneamente e o autor se refere a estas pessoas insensíveis que citamos acima?
Thomas de Aquino disse: “O pão que
você guarda é de quem tem fome”.
Os movimentos de defesa dos animais
igualmente alimentam aqueles que padecem da fome, e que são muito mais
ignorados do que crianças , anciãos e enfermos, a quem a grande maioria enxerga
e se sente a vontade para auxiliar.
Foi o próprio Divaldo Franco que
narrou em uma palestra, um caso que pode demonstrar que talvez ele mesmo não
compreenda as coisas que lhe surgem. Disse o orador que foi visitar uma casa,
de pessoas ricas, e que quando a dona da residência se apresentou a ele trazia
no pescoço um caríssimo colar. De pronto o orador pensou: para que em casa,
exibir sua fortuna. Ao que, a seu lado Joanna de Angelis teria lhe dito: Qual o
problema dela usar o colar, o marido dela trabalhou muito para que ela o
tivesse.
Nós, protetores de animais também
trabalhamos muito para manter nossos ideais, jamais solicitamos juntos as Casas
Espíritas que cedessem um pouco de seus recursos para que pudéssemos auxiliar
mais e mais animais, pois sabemos que esses recursos se destinam a seres
humanos.
Concluímos que esse recurso é sempre
muito utilizado para tentar desvalorizar o vegetarianismo, este hábito
alimentar que atormenta a grande maioria dos espíritas. Ou é esse o motivo ou é
a total falta de conhecimento sobre o assunto que leva tantos oradores
espíritas a tentar denegrir este movimento pelos Direitos Animais.
Sim é verdade que incontáveis pessoas
permanecem indiferentes aos milhões de crianças, anciãos e enfermos que morrem
de fome a cada ano, isso enquanto os médiuns se alimentam do bife de cada dia,
primeiro ignorando a dor dos animais, depois ignorando os trabalhadores que
abatem esses animais e ainda por cima ignorando que a grande maioria dos grãos
e dos pastos que serviriam para plantar alimentos para as crianças, os anciãos
e os enfermos que morrem de fome é destinado aos bois que os médiuns irão
ingerir seu bifinho para não se atormentarem durante o dia de trabalho, uma
total ausência de solidariedade também, mas que não é mencionada no trecho
acima.Ou seja, mais uma vez a verdade fica velada de nossos olhos.
Hoje o maior perigo , segundo os
cientistas, seria o Aquecimento Global. O engajamento dos seres humanos seria
fundamental para tentar frear as consequencias deste aquecimento, segundo a
FAO, a diminuição da alimentação a base de carne já seria um passo na direção
correta, mas...
Noutro canto do planeta, grupos de
ativistas lutam para que os oceanos não sejam destruídos pelos seres humanos.
Sim, existem ativistas e movimentos pela proteção dos oceanos, que se levado em
conta o trecho acima descrito, igualmente estariam indiferentes aos
milhões de crianças, anciãos e enfermos que morrem de fome a cada ano.
Vejamos o problema pelo seguinte
prisma, lembrando que como diz Leonardo Boff "O ponto de vista é
simplesmente a vista de um ponto" e no trecho do livro há somente um ponto
de vista, vejamos os demais:
O oceanos ocupam cerca de 71% da
superfície terrestre, desempenhando assim um importantíssimo papel na regulação
da vida planetária, regulando sobretudo nosso clima, nossa umidade e
nossas condições de vida.Cerca de 55% de nosso oxigênio, da qual depende nossa
sobrevivência, provém do fitoplânctom marinho, com suas mortes, a temperatura
das águas estaria desregulada e a vida no planeta totalmente ameaçada.Veja que
o fitoplâncton nos proporciona a vida e é ele um irmão em estágio inferior de
evolução assim como os animais.
Agora imaginemos se não existissem
movimentos de defesa dos oceanos e deixássemos que os seres humanos fizessem do
oceano o que desejassem... Com toda certeza ninguém mais iria morrer de fome,
já que morreríamos todos sem oxigênio antes.
Pode não parecer, mas há um movimento
mundial de proteção ao meio ambiente para que os seres humanos possam
sobreviver.Isso é ou não uma lição de solidariedade?
Existem movimentos de proteção às
florestas, sim florestas que alguns costumam chamar de “mato”. As florestas,
tais como os oceanos desempenham um papel fundamental na sobrevivência humana,
pois recobrem e protegem o solo, as matas ciliares promovem a boa saúde dos
rios, nem vamos dizer que protegem e servem de abrigos a inúmeros animais, pois
recairíamos no movimento de proteção animal, o único veementemente criticado
por alguns oradores espíritas.
Então por que sempre falar da proteção
animal?
Há alguns anos atrás ouvimos através
do rádio uma palestra da oradora e médica espírita Marlene Nobre, ela defendia
as leis anti-aborto e sem qualquer necessidade, em meio ao auditório que
parecia lotado, criticou as pessoas que defendiam Golfinhos porque não comiam
carne ao invés de defender as leis anti-aborto(????), toda a platéia riu,
talvez por desconhecerem e desconsiderarem também a vida dos animais.
Lembrando, somos apenas uma espécie
entre 3 milhões catalogadas...
Nunca compreendemos o paralelo, será
que temos, obrigatoriamente que defender somente a espécie humana? Será que ,
como a oradora, as demais espécies devem receber nossa desconsideração? Ou, se
cada um fizer o seu trabalho o Planeta agradece? Se cada um varrer a sua
calçada o planeta fica limpo? Temos todos que varrer a mesma calçada, é isso?
Não sabemos ...
Pensamos o seguinte: Os oradores
espíritas desejam que, mesmo salvando animais não nos esqueçamos dos milhões de
crianças , anciãos e enfermos que morrem de fome. Sim, achamos essa preocupação
louvável, e na mesma mão pedimos à eles que não se esqueçam e se solidarizem
mais com os mais de 50 bilhões de
animais que morrem anualmente, seja para o abate, seja por “diversão”, seja
pelo abandono, seja pela fome. São fêmeas, filhotes e idosos. São grande ou
pequenos.
Pedimos aos:
Imagem: Mão e Pata |
Sejam solidários com a nossa causa do
mesmo modo que desejam que sejamos solidários a sua, e nós já o somos,
embora vocês não saibam não ajudamos apenas uma espécie, mas várias. Seria essa
capacidade de auxiliar tantas espécies diferentes que os choca e provoca?
O bife que está no prato dos oradores
que defendem apenas os seres humanos, está ali pela total ausência de
solidariedade em relação a estes irmãos animais.A boca que prega contra os
movimentos de proteção aos animais, o faz exatamente pela total ausência de
solidariedade, para com animais sencientes.
O que irrita tanto, nos movimentos de
proteção aos animais,que instiga a fala desses Oradores? Seria a capacidade que
o Movimento de Proteção aos Aanimais tem de literalmente legislar em favor do
próximo, pela causa de um Outro que é esquecido e marginalizado muitas vezes,
pelo próprio movimento espírita? Seria essa coragem, essa audácia, essa entrega
de cada ser humano que trabalha em meio aos movimentos de proteção aos animais
possui de lutar por um outro que pode ser humano, vegetal ou animal, ainda mais
por este que lhes soa tão distante, ao invés de legislar por uma única causa?
Nós conseguimos abranger a todos, não nos é possível salvar o mundo como também
não o é para eles, mas nós ao menos tentamos.
A ética que pedimos não é uma ética
humana para humanos, uma ética apenas filantrópica de quem quer salvar o navio
usando uma canequinha.Mas uma ética muito mais ampla, que seja capaz de
envolver todo o Planeta e todas as 30 milhões de espécies existentes nele.
Cremos que tanto os oradores quanto os mentores que os acompanham devam
conhecer toda a exploração, toda a violência e toda a indiferença e matança que
nós, os seres humanos fazemos aos animais.Não?
O que eles desejam? Que viremos às
costas aos animais para fazer o mesmo trabalho que eles? Querem que ignoremos,
como alguns deles fazem, todo o desrespeito e todo o sofrimento que geramos
para com os animais, simplesmente porque para eles a penas a causa humana é
importante?
Ao contrário de pedir que nos juntemos
a eles, porque desconhecem nosso trabalho, nós é que pedimos: Juntem-se a
nós.Defendam o Planeta, pois a Terra sobreviverá sem os seres humanos, mas será
que os seres humanos sobreviverão sem a Terra?
E questionamos?
Não está na hora de parte do Movimento
Espírita deixar de criticar o que desconhece ? Não está na hora de deixar que
realmente cada um faça a sua parte em vez de querer que todos façam a mesma
coisa? Não está na hora de compreenderem que o campo é muito grande e que
muitos trabalhos possam ser realizados para a Harmonia planetária? Não está na
hora de parte do movimento realizar a Transição Planetária? O que os impede de
nos deixar caminhar?
Cada ser vivo deste planeta tem sua
importância, dizer o contrário ou eleger apenas uma espécie seria desconsiderar
a inteligência Divina.
O que devemos fazer?
"E
procureis viver quietos e tratar dos vossos próprios negócios e trabalhar com
vossas próprias mãos, como já vô-lo temos mandado." –
Paulo.(I TESSALONICENSES, 4:11.)
Caminhar juntos, cada qual no trabalho
que escolheu.Sem acusar, sem ironizar, sem zombar, porque tais coisas não são
próprias de uma Doutrina que prega o amor.
Se precisam nos lembrar de não
esquecer outros seres humanos, vamos também insistir em lembrá-los que não
olvidem os animais e assim seguiremos, cada qual no serviço que elegeu para
manter a harmonia na Terra.
Vocês conseguem?
Simone Nardi
Referências
Estadão .Link- http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lista-de-gastos-secretos-da-presidencia-vai-de-diaria-de-hotel-a-material-de-pesca,982875,0.htm
Para que este artigo não ficasse muito grande, dividimos em várias partes, na próxima iremos falar sobre o gasto de água para a criação de gado, bem como o processo de abate e as doenças ocupacionais que este trabalho pode causar nos trabalhadores.
Demais links/continuação
Demais links/continuação
Cartas/Emails que foram enviados aos oradores
Vegetarianismo e Espiritismo:Carta sobre " A Carne": pt 1
Vegetarianismo e Espiritismo:Carta sobre " A Carne".pt 2
Protetores de Animais - Carta enviada à José Carlos De Lucca
Protetores de animais- Carta enviada à Rádio
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2013
Simone, este é um dos mais belos artigos que tenho oportunidade de ver brotar de suas mãos...
ResponderExcluirAdmiro sua fibra.Admiro, antes de tudo, sua lucidez frente aos ataques, criticas, e desrespeito por sua luta, que também é nossa. Não é de hoje que verificamos que alguns procuram acomodar sua necessidade de evoluir, da maneira mais "básica" possível não é? "Vamos deixar para a próxima", diriam os mais acomodados. O que falta a muitos é simplesmente coragem de dizer: "Não quero", enquanto dizem um dramático,"Não posso, não consigo" colocando nossa condição imperfeita como justificativa torpe de nossas ações infantis. Até quando seremos crianças espirituais? Obrigado por ser nossa voz, Antonio ...
Oi meu Guru
ResponderExcluirAcredito que seja a hora de começarmos, unidos, a desmascarar a violência consentida dentro das religiões, os animais precisam da nossa ajuda e se é a palavra que pode ajudá-los, combateremos com ela.
grande abraço
Simone
As Vidas de Chico Xavier
ResponderExcluirMARCEL SOUTO MAIOR (pag. 215-216)
Humberto de Campos
sofreu censura espiritual. Tudo porque assinou, através de Chico, artigo sobre um
dilema já em alta naquela época: o homem deve ou não comer carne?
.
Para responder à questão, Humberto contou a história de
um anjo encarregado por Deus de fazer um relatório sobre a Terra. Chegou aqui e
encontrou um animal arando o campo, açoitado por uma espécie de demônio.
Depois,
viu outro animal no curral, com outro demônio espremendo suas tetas e tirando
leite, em prejuízo do filho dele, que berrava à distância. Mais tarde, viu um enorme
animal sendo morto, suas carnes sendo comidas pelos pequenos demônios e seu
couro sendo usado em calçados. Era o bastante. Ele anotou no seu bloco:
O homem é um ser muito elevado, bom e paciente, merecedor do amor de Deus.
E decidiu conversar com o demônio:
- Por que fazes isto com o homem? Por que o maltratas e o matas se ele te dá
tudo?
O demônio desfez o mal-entendido:
Eu sou o homem. Ele é o boi.
O anjo ficou perplexo e enviou o mais rápido possível seu relatório a Deus.
Emmanuel apareceu, leu a parábola e mandou Chico rasgar o texto em
pedacinhos. Os espíritas poderiam ser influenciados por aquela história. Muitos
deles, inclusive
Rômulo Joviano e Chico Xavier, funcionários da Fazenda Modelo, trabalhavam
com a carne e ganhavam a vida assim. O artigo poderia provocar problemas
sociais mais
graves do que os gerados pela alimentação carnívora.
Chico acatou.
Bem lembrado esse trecho Anderson, hoje não temos mais porque nos preocupar em rasgar textos que preguem o vegetarianismo e o respeito aos animais, sabemos o que fazemos, sabemos que eles são nossos irmãos, o trecho que vc postou(excelente por sinal) deve sim, hoje, século 21, influenciar os espíritas a frearem essa matança.
ResponderExcluiragradecemos infinitamente a colaboração e o texto maravilhoso.
Muito obrigada
Lendo os seus textos, senti como se vomitasse tudo aquilo que está entalado em minha garganta sobre o movimento espírita. Que alívio!
ResponderExcluirEu vejo como o único grande erro do movimento, a total indiferença com os não humanos.
E se o movimento espírita não se adequar e logo nesse aspecto, ficará para traz de muitas religiões, inclusive a católica cujo o papa tem diversas vezes se manifestado em defesa dos animais. Coisa que o espiritismo deveria por obrigação, devido ao conhecimento que possui, estar fazendo a muito mais tempo, e ainda infelizmente nem começou a fazer.(Aquele que mais for dado, mais será cobrado) O espiritismo precisa compreender de uma vez por todas que libertação humana anda de mãos dadas com a libertação animal. Esse planeta nunca se tornará um planeta regenerado enquanto matarmos qualquer criatura. Simples assim. Se o homem não consegue sentir compaixão por aquele irmão inferior em escala evolutiva que não pode lhe ferir moralmente de maneira nenhuma, como sentirá compaixão pelo irmão de humanidade que pode te prejudicar, caluniar, difamar, trair...
Volto a dizer, o orgulho cresce velozmente no meio espírita, e não é somente orgulho relativo a mediunidade e a doutrina em si, é o orgulho em relação aos demais seres da criação, colocando-os em patamar inferior ao homem, podendo este "comandar" seus irmãos menores como bem entender.
O especismo é gritante no meio espírita.
No meio espírita não se ouve um A, em favor dos animais.
Oremos a Deus para que iluminem os grandes oradores espíritas a enxergarem de maneira diferente o movimento de libertação humana e animal, compreendendo a interdependência de ambos para a construção de um planeta feliz.
Mas o que realmente não compreendo é o silêncio dos espíritos que comanda o movimento espírita em se pronunciarem sobre a questão animal. Acredito que seja uma questão de respeitar o livre arbítrio dos médiuns oradores que se julgam acima das demais espécies, e pelo próprio fato de os espíritos não encontrarem passagem em médium algum para se pronunciarem a respeito desses nossos irmãos. Vejamos o caso do irmão Marcelo, cujo os livros não são aceitos no meio espírita e muitos afirmam categoricamente que seus livros possuem erros doutrinários. Ou seja: falou sobre animais, ou é animismo ou está sob influência de obsessores porque na visão especista deles, os animais não importam, vamos cuidar das pessoas. Tratam nós que cuidamos dos animais como se fossemos criancinhas. - olha que bonitinho, ele defende os bichinhos, cuti cuti. - " ele está treinando a amar as pessoas, amando aos animais." Quantas vezes já ouvi dizerem isso, que quem ama muito aos animais é porque ainda não aprendeu a amar pessoas, por isso está treinando a amar pessoas, sendo que o próprio Chico disse: Aquele que maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar. Como pode então que ama os animais que são diferentes (corporalmente e evolutivamente), não amar seus semelhantes (corporalmente e evolutivamente)
Lembrando que saímos das mãos do mesmo Criador.
Não me entra na cabeça essa pretensa superioridade dos espíritas em relação aos animais.
Mas, sigamos em frente de cabeça erguida pois se os 'grandes" oradores menosprezam nosso trabalho e amor pelos animais e a natureza de modo geral, os acontecimentos que cada vez mais ocorrem mundo a fora demonstram que estamos certos, pois jamais na história da humanidade se viu tanta preocupação e dedicação ao próximo humano e não humano. Grupos de proteção aos animais e aos homens tem surgido a cada dia. Leis de proteção aos animais estão sendo criadas em vários paises todos os anos, portanto, a oratória fala uma "verdade", mas os fatos nos mostram a verdadeira verdade. Deus estende sua misericórdia a Todos os seus filhos, independente da espécie. Para o homem viver livremente, somente dando liberdade e vida a todos os seus irmãos planetários.
Grande abraço e que Jesus continue iluminando a você e a todos nós nessa luta tão árdua pela liberdade desses nossos irmãos, como foi a luta pela abolição da escravatura.
Murilo, só quero te agradecer e te dar os parabéns pelo excelente texto que escreveu, sua racionalidade realmente demonstra que é possível mudarmos a mente espírita e orgulhosa como nosso trabalho de amor que nada espere em troca.Parabéns, seu t6exto emocionou a todos nós que tentamos manter este blog ativo.
ResponderExcluirObrigada do fundo do coração
Simone