Cada Casa em particular tem um modo
de falar sobre os animais, por isso as experiência aqui citadas dizem respeito
a Casa a qual trabalho e frequento semanalmente.
Convidada a realizar palestras sobre a espiritualidade dos animais e da vida
destes irmãos enquanto ainda encarnados, foi possível notar o grande
desconhecimento das pessoas em relação a estes seres que nos fazem companhia no
Planeta, seres estes a quem nos foi dada a tutela e de quem durante séculos,
não soubemos cuidar.
Muitos queriam , ao chegar na Casa, saber sobre a alma, sobre a reencarnação,
sobre o retorno deles aos nossos lares quando assim permitido. Quebraram-se ali
muitos medos e dogmas criados não pelo Espiritismo, mas pelos espíritas. Alguns
dogmas que ruíram é que sim, é verdade, os animais possuem alma, eles
reencarnam, eles são nossos irmãos.Eles não são apenas um princípio inteligente
com o qual podemos fazer o que desejarmos sem a culpa ou o remorso, eles são
seres que possuem - cada espécie e cada animal - uma inteligência particular
adequada às suas necessidades e não as necessidades humanas.Seus espíritos
evoluem tal como evoluímos, estagiando em diferentes corpos e em diferentes
planetas no eterno aprendizado do amor. Não, o passe não mata os animais quando
conduzido pela espiritualidade que modifica nossas energias em prol destes
irmãos, o mesmo ocorrendo com a irradiação da água à eles destinada. Ao
contrário da crença até aqui, tida como única verdade, nem todos os animais
reencarnam imediatamente, muitos permanecem no plano espiritual em tratamentos
ou em auxílio junto aos irmãos que lá estão e que necessitam da coragem e da
força destes para resgatar espíritos em regiões umbralinas.Descobrimos aos
poucos que ao humanizá-los como muitos o fazem, criamos para eles inúmeros
problemas e assim retardamos a sua reencarnação e a sua evolução.
Mas esse é apenas um lado, o lado espiritual que todos anseiam conhecer, há
porém um lado que durante muitos anos ficou “proibido” de adentrar as Casas
Espíritas, algumas ainda relutam, e que é o lado material/carnal. Como
espíritos encarnados nós sabemos que a maior prova é a matéria, sem ela não
atingimos nossos objetivos, é ela que nos permite aprender, que nos permite
amar, que nos permite nos libertarmos dela e atingirmos a plenitude
espiritual.Sempre ouvimos que este corpo nos foi emprestado por Deus e que dele
devemos cuidar com amor, sem maltratá-lo, sem subjugá-lo para que ele possa nos
permitir o aprendizado, só nos esquecemos que não é diferente com os animais.
Muitas vezes nos entusiasmamos com a vida espiritual, mas devemos nos lembrar
que residimos neste momento na matéria, uma matéria que sofre e que se
deteriora, talvez fosse exatamente com esta parte dos estudos que a grande
maioria dos espíritas temia ao falar com as pessoas .
Como dizer ao mundo que nós humanos, que buscamos a caridade em Cristo, somos
violentos com outros seres da criação?
Como nos permitir ver coisas que nos machucariam profundamente?
Como mudar hábitos que não queremos mudar?
Como dizer que desrespeitamos criaturas Divinas porque não compreendemos o que
Jesus, Kardec e tantos outros nos transmitiram?
Passado o impacto inicial de nos vermos como verdugos dos animais, fica mais
fácil compreender “por que” durante tanto tempo, este assunto ficou tão
distante das Casas Espíritas e de muitas outras religiões.
E é assim que nossas experiências de vida nos mostram que as pessoas estão sim,
em sua grande maioria, dispostas a compreender mais, a conhecer mais, a se doar
mais. São inúmeros os casos onde ouvimos que ao buscar por mais informações, e
hoje temos um verdadeiro arsenal de informações ao nosso alcance, as pessoas se
deram conta do que realmente acontece aos animais. Eles não foram criados por
Deus para serem abatidos. Eles não foram criados por Deus para serem
violentados.Eles foram criados para evoluir ao nosso lado, não sob nosso jugo
dominador, mas ao nosso lado, de modo fraternal e caridoso. As palestras
normalmente ocorrem uma vez por semana, tempo mais que suficiente para nossas
reflexões. Não somos mais como éramos há 200 anos atrás, somos seres que
prosseguem em sua evolução diariamente, podemos sim optar por mantermos os
olhos fechados para a dura realidade dos animais ou abrí-los para que nossa
reforma íntima vá se completando.
A opção é nossa, mas devemos nos lembrar que mesmo de olhos fechados para o
mundo, os animais continuarão a sofrer e apenas adiaremos algo que nos será
inevitável: Amá-los tal como Deus os ama.
Simone Nardi
Simone Nardi
Redação do blog Irmão Animais- Consciência Humana
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