É inegável que a maioria das pessoas que se torna vegana ou vegetariana o
faz por um sentimento em relação aos nossos irmãos animais, é uma ética que nos força a não compactuar
com a violência a qual eles são submetidos
por aqueles que ainda não conseguem enxergá-los como seres dignos de
benevolência e caridade.
Numa amigável troca de emails, recebemos de um amigo uma nota onde ele
colocava que alguns veganos/vegetarianos, escreviam desejando que todos aqueles
que submetem animais a dor/sofrimento, sofressem um dia como eles, tal como na
Lei de Talião “ Olho por olho dente por dente” e ele questionou:
“Onde está o mérito de ser vegetariano ou vegano, quando se deseja mal a
alguém???
Questão contundente que muitas vezes faz com que se desperte nos onívoros uma certa animosidade em relação a
luta pela Libertação Animal e que revolta , de certa forma, aqueles que estão
dentro da causa e que tentam informar do melhor modo possível aqueles que não
desejam ser informados.
Não há mérito nenhum em se tornar vegano e ainda assim segregar, em
apontar o dedo em riste, em desejar o mal. Essa não é a atitude ética que leva
uma pessoa ao veganismo, ainda mais porque ela se esquece que um dia pode ter
sido tão cega quanto aqueles a quem hoje ela deseja o mal. Ainda mais se tem um
pai ou uma mãe que não é vegano, um amigo, um irmão. Que ética tenho ao dizer a
outro: “Você causa mal aos animais”, se
por outro lado trago no coração o desejo de que ela sofra como eles?
Isso não é caridade nem amor, pois passamos a agir como aqueles a quem,
suostamente, apontamos o dedo em riste. Continuamos afirmando que SIM, as Casas
Espíritas devem esclarecer as pessoas sobre o problema da alimentação
carnívora, sobre o mal que causamos aos animais com esse tipo de alimentação,
pois ao “Informar”, ela é capaz de “Transformar” as pessoas através do
conhecimento passado, não informar é omitir-se perante um mal que existe, é
compactuar com ele. Deixar àqueles que ouvem, o Livre Arbítrio de querer mudar ou
não é a tarefa do Espiritismo, lembrando a todos que muito será cobrado,
daqueles que muito sabem.
Ramatis, talvez o mais ardoroso espírito que luta em prol do
esclarecimento sobre o vegetarianismo, nos coloca que não adianta sermos os
“Bons Samaritanos” da humanidade se não nos entrelaçarmos com todos os seres
vivos , podemos nos despir de nossas vestes, doarmos tudo ao nosso irmão
humano, mas se ainda nos alimentarmos com a carne desses nossos outros irmãos,
ainda estaremos em dívida com o Criador. Não poderemos chegar ao Divino
enquanto matarmos animais para nos alimentarmos , pois estaremos tornando
nossas vestes pesadas demais para alçar um vôo mais livre. Essa chegada ao
Divino faz parte de um “pacote de deveres” que temos para com Deus, que é o de aprender
realmente a Amar, a trabalhar pelo irmão e frisamos, podemos parecer bons aos
olhos humanos, até mesmo aos olhos de Deus, mas enquanto não nos harmonizarmos
com todas as suas criaturas, não poderemos chegar até Ele e isso em relação aos
humanos e aos animais, não podemos amar um e esquecer o outro e vice versa.
O vegetarianismo não “santifica” ninguém, faz apenas parte desse
"pacote de deveres", ele é um passo dentre tantos e os que já são
bons com os humanos, para se completarem, terão que deixar, obrigatoriamente
, de comer animais, não sou eu quem diz, é o próprio Livro dos Espíritos
que diz na frase "a carne nutre a carne", podemos achar que
esses irmãos são maravilhosos, porem a roupagem astral deles, devido a carne,
ainda está pesada e eles terão que voltar e rever esses conceitos.Com os
veganos irá ocorrer o mesmo se não conseguirem enxergar nos irmãos onívoros,
irmãos em evolução.
Se não conseguimos vê-los assim, como queremos que eles compartilhem do
nosso pensamento, como a nossa ação de termos conseguido olhar para um irmão
que ele ainda não viu? Não é isso que nos elevará a Deus e ser ateu para
livrar-se ao peso de Deus, também não irá diminuir nossa responsabilidade pelo
próximo, pois seremos tão errados quanto aqueles que acusamos de trabalhar
apenas pela humanidade.
O equilíbrio na ação é tudo, se alguns não chegam agora ao
vegetarianismo, devemos ter em mente que um dia chegarão, assim como nós mesmos
chegamos, isso é fato.Esse é o porvir de que Emmanuel nos fala, nós é que
insistentemente o negamos achando que esse porvir ocorrerá daqui há 1, 2, 10
séculos, quando somos nós mesmos que devemos construí-lo.
Não há mérito nenhum em ser vegetariano se não amarmos ao próximo, essa é
que é a grande verdade, como não haverá mérito em fazermos o bem aos filhos
humanos e continuarmos negando a condição animal na hora do abate, enquanto
enchermos nossa boca de belas orações e mais tarde a cobrirmos com a carne do
animal abatido. Por isso insistimos: Equilíbrio é tudo; aos poucos iremos nos
modificando, uns antes, uns depois, só não podemos nos calar.
O hábito é fácil de ser modificado desde que as pessoas sejam informadas
do mau que ele pode causar, tanto a elas quanto aos outros, mas não é só virar
vegetariano, é trabalhar pelo amor, é informar, é servir, isso é caminhar ao Divino.O
ódio e a segregação não devem guiar os seres humanos; ser vegano e odiar é ser
avesso ao que o veganismo nos traz: Paz de espírito.
O problema, maior que assola o mundo é que muitas pessoas ainda não
tem amor no coração, viram vegetarianas e se esquecem de amar o resto do mundo,
assim como muitos amam os humanos e ignoram os filhos animais ,o que não passa
de desconhecimento e despreparo. Algo que encontramos na grande maioria das
pessoas, onívoras e vegetarianas.
Que o equilíbrio no amor seja o guia dos nossos passos.
Simone Nardi
Redação do blog Irmão Animais- Consciência Humana
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meu professor de educação ambiental sempre dizia que: "para mudar é preciso conscientizar, e para conscientizar é preciso sensibilizar"...
ResponderExcluirFabíola
Oi Fabíola
ResponderExcluirVocê descreveu o caminho correto, sensibilizar é um dos caminhos, assim como conscientizar para transformar, como diz Jane Goodall, você não ama aquilo que não conhece.É preciso que as pessoas conheçam os animais, para poder amá-los verdadeiramente, amando o vegetarianismo deixa de ser tabu.
Muito valiosa a sua contribuição, ficamos agradecidos
Abçs