Foto by: SN (Flor) |
Noutro dia entre um grupo de amigos, ouvi uma discussão, no bom sentido,
sobre o que é realmente ser espírita. Um amigo insistia que ser
espírita é apenas acreditar em reencarnação e pronto, você já era
espírita. Outro dizia que ser espírita era tentar mudar, melhorar a si
mesmo. Um outro ainda dizia que não era, mas tentava ser.
E o que seria realmente ser espírita? Haveria uma fórmula ou uma oração?
Ser espírita para alguns espíritas se torna uma verdadeira obsessão.
Sim porque ele vive se cobrando sobre como ser espírita. Não pode falar
alto, não pode perder o controle, não pode ser enérgico. Precisa aceitar
tudo.
Tudo?
E como fica o livre arbítrio, desde que usado com sabedoria, e a fé
raciocinada? E já falamos sobre livre arbítrio noutro artigo. Não
estariam alguns espíritas se apegando demais a palavra e se esquecendo
de sua verdadeira obrigação?
Não há livros nem cadernetas que tornem uma pessoa espírita, há sim bom
senso e fé, aliás, fé e trabalho, muito trabalho, pois sem ele não se
atinge os verdadeiros objetivos da vida.
Caridade e amor.
Sim, acho que essa deveria ser a verdadeira discussão dos espíritas.
Como praticar do melhor modo o amor em forma de caridade. Ser espírita
por si só não é amor e nem caridade. Ser espírita é ser ação. E qual a
melhor forma de agir senão amando ao próximo? Um dia falaremos num
artigo sobre esse conceito de próximo.
Mas para amar precisa ser espírita?
De forma alguma, para amar basta existirmos.
E existimos.
Deixemos de lado a discussão e as afirmações de que ser espírita é isso ou aquilo. Amemos. Trabalhemos.
Descortinemos o coração para o verdadeiro amor que Jesus ensinou, não há
regras, apenas amor. Seremos todos espíritas quando descobrirmos esse
amor.
Não nos preocupemos em dizer que somos dessa ou daquela religião, vamos
apenas sentir, apenas amar, apenas servir. Alguns espíritas se preocupam
muito em "ser espírita" e se esquecem do principal: o trabalho, o amor,
a caridade.
Muito mais importante que ser espírita é ser caridoso, e tem muita gente
por aí que não é espírita e é mais caridoso do que aqueles que discutem
se são ou não espíritas. Alguns espíritas se cobram muito e fazem
pouco, quando deviam fazer muito, assim não lhes restaria tempo para
ficarem se cobrando, já que estão servindo.
Como disse Gandhi:
"Que a nossa mensagem seja a nossa própria vida."
Assim eu acho que deveriam ser os espíritas, calados e praticantes,
reconhecidos pelas obras e não por sua religião, que sinceramente para
Deus não importa qual seja. Acho que quando ele compreender isso, o
espiritismo vai realmente romper fronteiras, mas as fronteiras do
coração, não a das religiões.
O espírita se cobra porque é cobrado, e é cobrado porque não faz muitas
vezes o que deveria fazer, embora saiba o que deva ser feito. Quando ele
for trabalho, amor e caridade, ele não vai ser cobrado e vai ser
reconhecido como espírita, aí sim ele vai poder dizer a si mesmo e a
mais ninguém:
Eu sou espírita.
Sejamos, pois espíritas nas vinhas de Deus, onde o trabalho urge e é tão necessário.
Simone Nardi
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