Platão e Aristoteles |
...e o justo meio de Aristóteles
A obra do pintor renascentista Rafael Sanzio “Causarum cognitio” mais
conhecida como “A Escola de Atenas”, retrata a Academia de Platão. Pelo Átrio
da Escola figuram alguns filósofos representando diversos períodos do
pensamento filosófico. Destacam-se, entretanto, no centro da figura, dois dos
mais importantes pensadores que o mundo já conheceu: Platão, discípulo de
Sócrates e Aristóteles, discípulo
do próprio Platão.
Platão carrega consigo O “Timeo”
diálogo no qual afirma o Mundo das ideias como o mundo das coisas perfeitas,
por isso mesmo aponta para o alto. Ao seu lado Aristóteles indica o mundo
concreto, por isso mesmo tem a mão espalmada para baixo. Segura na mão esquerda,
a “Ética,” tratado no qual afirma o mundo sensível como lugar privilegiado da
Filosofia natural e empírica.
Qual seria a excelência máxima
proposta pela ética Aristotélica? A Virtude – Areté.
Aristóteles alça a virtude ao patamar de excelência, expressão da nobreza, dignidade e
integridade do ser humano. E é através do meio
termo entre os extremos que se abre a possibilidade ao ser humano alcançar
a razão, que segundo Aristóteles, é o elemento fundamental para alcançar a virtude.
Diz-nos ainda Aristóteles que a paixão,
por exemplo, é um excesso que embota nossa razão. Alguém dominado pela paixão
inclina-se ao vício, ou seja, ao excesso de prazer, ou à falta deste. A Temperança ou o justo meio entre esses
excessos faculta ao ser humano alcançar o pleno uso de sua razão, portanto,
para Aristóteles a virtude esta intimamente ligada à razão - a racionalidade
comandando as atitudes humanas.
Esse conhecimento refletido ha 2.400 anos ainda hoje é de uma atualidade
estonteante. O ser humano ainda hoje está longe de alcançar este patamar
proposto por Aristóteles. Pelo menos é o que nos apresenta a realidade que nos
cerca.
Mesmo antes de Aristóteles e dos Filósofos da Magna Grécia, sábios na
antiguidade já apresentavam a humanidade propostas semelhantes a essa.
Siddartha Gautama – o Buda (563ac-483ac), por exemplo, propunha O Caminho do meio o caminho para a
moderação, afastando-nos dos extremismos. Salvo as diferenças conceituais entre
as reflexões de Aristóteles e o iluminado Buda, ambos propõe a prudência, a
racionalidade e a moderação em nossos comportamentos para que possamos atingir
a plenitude de nós mesmos: a harmonia, o equilíbrio a felicidade enfim.
Belos ensinamentos milenares. Conceitos tão concretos e racionais, mas,
que carrega em si ao mesmo tempo a leveza do equilíbrio e da serenidade.
Porque somos tão reticentes à tão belos ensinamentos em pleno século
XXI?
Século onde predomina o imediatismo, o consumismo desenfreado proposto
pela sociedade que induz e molda o ser humano de todas as formas possíveis.
A alucinação contemporânea do consumo compulsivo leva-nos a passar por
cima de princípios dados como cristalizados há milênios. Dentre esses
princípios, o maior deles, a vida em todas as suas dimensões – de humanos, de
não humanos e do proprio planeta, como temos presenciado nessa era de
incertezas – Restou-nos apenas as paixões desenfreadas.
Diminuímos aquilo que deveríamos por simples raciocínio lógico
engrandecer: A vida. Em que recôndito e remoto lugar dentro da consciência
coletiva (Se é que há uma) ficou escondido todos os ensinamentos que, se
colocados em prática, salvaguardariam plenamente a vida de todos nós? Todos nós
indiscriminadamente – Seres (h)umanos, animais, etc .... etc .... etc.
Fica, portanto aqui, o desafio de encontrarmos respostas ou saídas
definitivas ou parciais mesmo, para o tão desafiador momento de nossa história.
Antonio Simões, colaborador do Blog
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