Em 12 / 10 / 2010 foi recebida a seguinte mensagem de
Richard Simonetti para Getúlio Machado
Prezado
Getúlio, bom dia.
A
mensagem que você enviou para com endereçamento à Folha Espírita não
chegou porquanto esse endereço não existe.
Quanto
à sua carta, agradeço suas ponderações, que julgo oportunas e valiosas, bem
como as transcrições, que eu já conhecia.
Julgo
importante diminuir a ingestão de carne, até em benefício de um retorno mais
tranquilo ao mundo espiritual, como recomenda Humberto de Campos (eu mesmo
limito-me a um pedaço de peito de frango ou peixe, diariamente), mas insisto
que não podemos considerar a abstenção de carne como indispensável à nossa
espiritualização ou para nos habilitar a um futuro melhor.
Fico
ainda com o Livro dos Espíritos, que nos explica que é problema da natureza
de cada um.
Nem
o uso da carne atrapalha nossa evolução, nem a abstinência a favorece. Tudo
depende de nosso comportamento, de nossos pensamentos, de nossa maneira de
ser.
Segundo
informações confiáveis, Chico, que havia largado a carne, voltou a comer por
orientação de Emmanuel, em face de suas necessidades.
Quanto
à matança, observe que existe uma cadeia alimentar, que a envolve, desde
micróbios aos animais de grande porte. Sempre há um ser vivo comendo outro.
Se pretendermos jamais "matar" teremos que renunciar a qualquer
alimento, porquanto mesmo em relação aos alimentos vegetais matamos para
sobreviver. Grãos, folhas, frutos, são seres vivos que deglutimos.
Assim,
meu caro Getúlio, peço-lhe perdoar a impossibilidade de atender ao seu
pedido, que não está de acordo com minhas convicções.
Nem
por isso deixo de respeitar as suas convicções, pelas que em nenhum momento
considerarei indignas de um espírita de seu porte.
Abraço
Richard Simonetti
Rua Monsenhor Cloro, 14-44 Bauru / SP - CEP: 17014-360 site: www.richardsimonetti.com.br CEAC: www.ceac.org.br
Com o intuito de finalizar o assunto, foi enviada esta
última resposta:
Caro Richard Simonetti,
Agradeço
atenção pela resposta concernente as minhas considerações sobre
o seu artigo na folha espírita, em janeiro de 2.008, intitulado “”A
CARNE”.
Também
quero parabenizá-lo pela Carta enviada à Revista
Veja, protestando contra o “Tom de Deboche na Reportagem Sobre o Filme Nosso
Lar “ a qual, tenho certeza , que conta com o apoio e
agradecimento de todos os espíritas e simpatizantes.
“O
que me preocupa não é o grito dos maus. É O SILÊNCIO DOS BONS.”(Martin Luther
King)
Infelizmente
são poucas as pessoas que reagem contra as informações e ou divulgações de
opiniões próprias, consideradas equivocadas, mal interpretadas,
incompletas, ou irreais, nos meios de comunicação.
Dessa
forma, essa opinião geralmente se estende de uma forma tão intensa que fica gravada na mentalidade humana como
verdadeira. Alguns exemplos;
(*) “CHICO XAVIER foi à reencarnação de ALLAN
KARDEC” “ERRADO”
(**) “ANDRÉ LUIZ”, foi à reencarnação de DR. CARLOS CHAGAS,
“TALVEZ”
(**) “ANDRÉ LUIZ”, foi à reencarnação de DR. OSVALDO
CRUZ.
“TALVEZ”
(***) “Foi atribuído a Léon Denis a frase; “"A
alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem" “ERRADO”
Essas
afirmações tive a oportunidade de ler em matérias espíritas e ouvir de muitos
renomados palestrantes, declararem como situações reais e insofismáveis.
Lamentavelmente
no meio espírita, como em qualquer meio do conhecimento humano, quase sempre
predomina a vaidade acerbada e muitas vezes a preguiça
intelectual. As pessoas apenas gravam informações e as reproduzem
sem senso crítico, pesquisa, bom senso, contrariando Allan Kardec e seus
mentores espirituais que queriam e querem uma Doutrina racional,
lógica, de pesquisa, de estudo. (Amai-vos e Instrui-vos).
É
claro que ERRAR é humano, mas persistir no erro pelo simples fato de vaidade,
de não aceitar ponderações, nem de pessoas mais instruídas e muito menos de
outras, é de fato muito triste.
Conceitos
simples são transmitidos de forma errada nos cursos e palestras a que tenho
assistido, e muitas vezes provocam questionamentos que são respondidos de
forma arcaica, obsoleta e também absurda.
Para
não tornar cansativo, registro no final, artigos sobre os 4 itens com
(*), sendo que o (**)pelo simples fato de existirem duas afirmações
ocasionou gestos de fúria e tons ameaçadores, por parte de
pessoas que se dizem espíritas e tomam partido sem grandes fundamentos.
Assim
podemos fazer um parâmetro entre a minha ação de repúdio a SUA
MATÉRIA e a sua ação, em repúdio a matéria da Revista
Veja. (O grito
e não o silêncio dos bons.)
Ambos
os textos contestados e publicados ferem a realidade, dentro de uma verdade
cientifica, filosófica e também religiosa.
Mas afinal, o que é a VERDADE? - Qualquer idéia ou princípio que é tido
como verdadeiro, justo, exato, lógico, de fato e provado.
PROVA
evidência de algo, que atesta a veracidade ou a autenticidade.
LÓGICA, - Em que há
coerência, nexo, harmonia entre as partes
A
verdade é validada pelo enriquecimento dos argumentos,
fundamentados em pesquisas cientificas confiáveis, no caso do
espiritismo iniciamos pela obras da codificação realizada por
Kardec, as psicografias de Chico Xavier, que se impõe
não só pelo valor moral e espiritual, mas também pela autenticidade
da Psicografia mecânica e outras fontes que
ganharam confiança. Mas vamos nos ater a Kardec e Chico Xavier.
Não quero de forma alguma entrar em CONFRONTO, forçar a minha opinião ou mesmo tornar a
nossa conversa um bate bola, pois ambos somos espíritas, temos
convicções que devem ser respeitadas, como o senhor mesmo
escreveu.
Entretanto
temos uma divergência, que abrange não só uma interpretação,
mas uma premissa muito séria, que envolve um grande vício antigo, que
esta se modernizando de uma forma voluptuosa e desregrada que é a alimentação
carnívora dentro e também fora do ambiente e residências
espíritas, aproveitando o ensejo para deixar sem ambigüidade
o fato de particularmente não ter nada contra o homem ainda carnívoro,
pois um dia, já fui também e como me ajudaram, também quero ajudar, na
esperança que os carnívoros de hoje deixem esse vício amanhã.
Mas
o que realmente pega, incomoda, aborrece, desgosta chateia
é a DIVULGAÇÃO da matéria de conotação espírita a
favor da carne, pois ainda não tenho acesso aos meios de
comunicação para publicar os meus ARGUMENTOS, TODOS BASEADOS NA
CODIFICAÇÃO E NAS OBRAS DO MAIOR MÉDIUM DO MUNDO “CHICO XAVIER,”
para esclarecer de uma vez por todas, aos amigos espíritas e simpatizantes, o
outro lado da moeda.
Pois
dessa forma sem a sua RETRATAÇÃO ou sem a
oportunidade da publicação de todo esse raciocínio, baseado em fatos e
em relações lógicas, não será dada a possibilidade dos espíritas
e simpatizantes chegarem a uma outra conclusão que não seja a
sua, que apenas justifica, e embasa a livre comilança,
devoramento e matança com requinte de crueldade
os animais “MANSOS E PACÍFICOS”
O senhor conquistou uma admiração muito grande nos meios espíritas,
por seu mérito próprio e tornou-se um fortíssimo “FORMADOR DE OPINIÃO”.
Dessa
forma, esse assunto tomou vulto e o que está em jogo é o futuro não só de o
espiritismo cair no ridículo, com interpretações intempestivas, discordantes
e conflitantes, como FRAGILIZAR MOVIMENTOS SERÍSSIMOS, de companheiros
espíritas, com árduas e longas lutas nesse sentido, principalmente da Fraternidade
Espírita Ramatís e de centenas de Institutos
dessa linha, ressaltando o Instituto Nina Rosa e muitos outros
Centros Espíritas, que perdem uma grande fatia do bolo que havia
conquistado, por que é mais fácil convencer uma pessoa tomar um
remédio gostoso, do que um amargo ou entrar pela porta larga do que entrar
pela porta estreita.
Assim
posto gostaria de entender melhor a sua postura, solicitando
mais uma vez, a paciência, atenção, dignidade e a disponibilidade de
seu precioso tempo, em ler toda essa matéria e a gentileza de responder
algumas perguntas, focadas na sua resposta anterior.
Mas antes de responder, peço um grande
favor, de ver os filmes de curta duração, que refletem bem do que estamos
falando
LEVANDO EM CONSIDERANDO QUE;
O gado ao ser abatido (na maioria das vezes com porretadas na
cabeça) libera na corrente sangüínea uma grande quantidade de
adrenalina, em razão do medo e da situação de perigo em que se encontra.
Essa adrenalina, uma vez no corpo humano, transforma-se em endrenocromo e posteriormente em adrenolutina, que são substâncias capazes de causar numerosos distúrbios nervosos e afetam não somente à nível bioquímico como também energético, bloqueando, por exemplo, a fluidez da energia Cósmica através dos canais sutis chamados Meridianos. Dentre os distúrbios nervosos podemos classificar alguns mais comuns: irritação, brutalidade, nervosismo sem causa aparente, depressão, angústia, insônia, medo, etc., os mesmos sintomas causados pelo stress da vida moderna. O gado recebe doses muito grandes de vacinas e não se pode avaliar as perturbações que as reações imunitárias do gado contra as doenças, pode causar ao organismo humano. A carne bovina, principalmente da vaca, contém hormônios próprios ao seu metabolismo e de sua característica física. Esses hormônios determinam uma série de distúrbios hormonais relacionados: masculinização, crescimento de pêlos, desequilíbrio menstrual, abortos prematuros e outros problemas bastante conhecidos, causados principalmente pela progesterona e pelo estrogênio, presentes na carne da vaca. No homem fica fácil imaginar o que podem desencadear hormônios dessa natureza quando se usa de carne em excesso. O uso excessivo de carne causa um acúmulo nas vias digestivas, produzindo a proliferação de bactérias patogênicas que podem provocar focos infecciosos e intensa putrefação intestinal. Assim, o ambiente intestinal fica propício à apendicite, colite, constipação intestinal (prisão de ventre) e muitas outras doenças que levam, aquilo que deveria ser o "Templo da Divina Presença do Cristo Interno", a ser um amontoado de carne, ossos e músculos doentes, fracos, deficientes, não correspondendo de forma alguma ao seu propósito de servir como eficiente veículo da Mônada espiritual na sua caminhada de retorno à casa do Pai. A própria Luz do espírito não poderá aumentar a sua freqüência vibratória porque o organismo enfraquecido pela falta da energia vital, não suportaria tanta energia. A carne bovina é muito fibrosa e grande parte do seu peso é eliminado, dando antes muito trabalho ao organismo para metabolizá-lo e transportar seus restos para a excreção. Com isto, há maior desgaste orgânico e conseqüentemente uma diminuição do tempo de vida e do tônus do aparelho digestivo, além do que a produção muito acentuada de enzimas proteolíticas causa intenso desgaste orgânico. Talvez seja por esse motivo pelo qual um animal carnívoro viva menos tempo do que um herbívoro. Nos entrepostos, é acrescentada à carne uma substância capaz de causar a esterilidade e a impotência no homem, além de ter também propriedades altamente cancerígenas; é o nitrito de sódio, usado para tornar a carne vermelha (para dar um bom aspecto, pois a carne é cinza e feia) e aceitável pelo consumidor. É sabido que a carne é muito rica em gorduras, principalmente, as gorduras saturadas e de difícil metabolização. É óbvio então, que o uso excessivo provoca acúmulo de gorduras no organismo, causando obesidade, deformidade estética e comprometimento do sistema cardiovascular pela terrível ação do colesterol. Todos os problemas aqui observados em relação à carne bovina, também o são em relação à carne de porco, que é muito mais gordurosa e cheia de toxinas. Ambas, porém , quando ingeridas mal cozidas podem causar ao homem a teníase (solitária), pois é comum encontrar ovos de Tênia Sólium (no porco) e de Tênia Saginata (na vaca) nos tecidos doentes animais. Além disso, o portador de uma Tênia, afora os distúrbios digestivos, da fraqueza e dos incômodos que esta pode causar, corre o risco de adquirir uma doença muito pior: a cesticercose, capaz de criar sérios problemas no Sistema Nervoso Central, no coração, nos M úsculos, e em muitos órgãos, podendo levar inclusive à loucura se um cesticerco (ou larva) atingir estruturas nobres no cérebro. A carne de frango (galinha) também possui altas doses de hormônio feminino, (para engordar), e sendo tratadas em ambientes fechados, com luz artificial, 24 horas por dia, sua carne possui resíduos tóxicos prejudiciais ao organismo humano. Os peixes, crustáceos, por viverem em mares altamente carregados por resíduos nucleares (radioativos), hoje também não são indicados ao consumo humano. Outro inconveniente é o fato de ser um tipo de carne que entra em estado de putrefação rapidamente, enchendo o organismo de perigosas toxinas. Texto extraído do livro EM BUSCA DA LUZ de autoria do prof. Ergom e Inti-Rá
Os
animais recebem alimentação com excesso de hormônios e antibióticos que
aceleram seu crescimento. Os frangos tem seus
bicos cortados com lâmina quente e sem anestesia (debicagem) para não
matar as outras devido o extremo estresse de viverem umas grudadas na outra,
as vezes sem poder descansar, enquanto as galinhas poedeiras vivem em
pequenas jaulas de ferro super lotadas, cheias de excremento, sob luz
artificial por 24 horas para que comam bastante para aumentar a produção.
Muitas
acabam morrendo antes do abate por asfixia ou ataque cardíaco.
Se ainda não viu, por favor, veja o FILME
(1)- PERGUNTA-SE - Se
a abstenção da carne não é indispensável para nossa evolução espiritual,
porque o snr. se limita a apenas um pedaço de peito de frango ou peixe
diariamente?
(2)-
PERGUNTA-SE - Porque o nosso querido e mais
nobre espírita, que tive o prazer em conhecer, Chico Xavier, largou a carne?
CONSIDERANDO QUE; O senhor disse que sempre há um ser
vivo comendo outro, se pretendermos jamais "matar"
teremos que renunciar a qualquer alimento, porquanto mesmo em relação aos alimentos
vegetais matamos para sobreviver. Grãos, folhas, frutos, são seres vivos que
deglutimos. –
POSSO DIZER;
- No início, somos guiados unicamente pelos instintos (conservação,
preservação da espécie, gregarismo etc.), quando o Espírito estagia nos reinos
mineral, vegetal e animal.
Ao
entrar no reino hominal, inaugura-se o uso do livre-arbítrio;
na verdade, é a presença do livre arbítrio, por menor que seja,
que faz a demarcação entre os reinos animal e hominal.
Claro
que nos estágios iniciais da hominilidade, o Espírito está comandado muito
mais pelo instinto, do que pela razão ou discernimento.
O instinto por si só não redunda em erro, pois se assim fosse todos
os animais seriam considerados criminosos, perante Deus, ao agirem sob os
instintos; tampouco os impositivos da cadeia alimentar, onde vemos em todos
os reinos da Terra (vegetal, animal, etc.) a presença desta característica.
Manoel
Philomeno quer dizer, é que o erro e o crime decorrem do livre arbítrio
mal utilizado, das escolhas equivocadas, dos murmúrios
contra a prova a nós imposta pelo Criador, quando da influência cega
do instinto; ou seja, todos os Espíritos os quais deixamos nos levar pelas
heranças passadas, ligadas aos instintos cegos e impositivos
irracionais, estaremos sujeitos ao erro e ao crime.
ALLAN
KARDEC diz,
L.E., questão 586: As plantas têm
consciência de sua existência?
R: Não; elas não pensam, têm apenas a vida orgânica.
Questão 587: As plantas têm
sensações? Elas sofrem quando são mutiladas?
R: As plantas recebem impressões físicas que agem sobre a matéria,
mas não têm percepções e, portanto, não têm a sensação da dor.
Questão 588: A força que atrai as
plantas umas às outras é independente de sua vontade?
R: Sim, uma vez que não pensam. É uma força mecânica da matéria
agindo sobre a matéria; elas não poderiam se opor a isso.
Aqui podemos afirmar que vegetal tem vida, mas jamais
inteligência, pensamento, sofrimento, ou pior, espírito. É “matéria
agindo sobre a matéria“. Nem mesmo o principio inteligente possui. Tem apenas
a vida orgânica.
(3)-
PERGUNTA-SE - O senhor concorda que o texto acima é muito claro em relação à
cadeia alimentar, que somente o HOMEM tem consciência e livre arbítrio
para escolher entre o crime de TORTURAR e matar um animal que sente medo
e DOR ou apenas uma vida orgânica? Por que?
(4)-
PERGUNTA-SE -
Concorda que comer animais
mamíferos(muito próximo ao homem) é muito pior que comer aves ou
peixes, pela própria cadeia de evolução? Por que?
(5)- PERGUNTA-SE - Afirmam que se não há receptador não há
ladrão, que se não houvesse homens devoradores de carnes, não existiriam
matadouro e também não existiria o horror mostrado no filme anexo. O Senhor
concorda que seria um mundo melhor, ou deveríamos deixar o mundo do jeito que
está? Por que?
(6)- PERGUNTA-SE - Foi provado conforme matéria abaixo, que presidiários violentos e perigosos, foram recuperados, devido à dieta
macrobiótica naturalista. Esse fato não vem provar que
todos os malefícios da carne, principalmente a adrenalina liberada na
corrente sanguínea etc. torna o homem mais violento, mais nervoso e
ansioso? Não seria esse, o motivo de toda essa violência
atual? Por que?
CONSIDERANDO QUE: - Peter Singer, assim como um número incontável de pesquisadores e
ecologistas têm apontado a criação de animais para o abate,
principalmente os bovinos, como uma das atividades de maior
impacto ambiental, destruindo florestas, diminuindo a fertilidade do
solo, liberando gás metano (o que contribui para o aumento do efeito estufa)
e consumindo uma quantidade altíssima de recursos vegetais (em média, para um
boi gerar um quilo de carne ele deve consumir 10 quilos de vegetais, o que demonstra
que o consumo de carne, especialmente vermelha, ao invés de diminuir, aumenta
a fome no mundo).
Estas
informações são extremamente sugestivas se lembrarmos que as famosas Questões
722 e 723 de L.E., estão inseridas no capítulo intitulado “Lei de Conservação”, o que claramente
inclui a necessidade de conservação do planeta, que proporciona a vida dos
corpos físicos! Ademais, vale a reflexão: Se até um autor materialista tem
tamanha consideração pelos animais, como deveria ser a atitude dos discípulos
de Jesus, vinculados ao “Consolador” prometido pelo mestre?! Muitos
espíritas que comem carne defendem esse hábito simplesmente para desenvolver
uma falsa tentativa de se justificarem perante a sociedade e, principalmente,
frente à própria consciência, pois não conseguem deixar de praticar tal
atitude. Ora, essa postura não corresponde de maneira nenhuma a uma atitude
de consciência espírita, fundamentada na fé raciocinada. Seria o mesmo que um
assassino que se considerasse cristão começasse a pregar o assassinato como
nova “interpretação” evangélica somente para justificar o seu procedimento.
Um
médico que fuma ou beba vai ensinar que tal hábito é bom para a saúde?! Uma
mãe que cometeu aborto vai pregar que isso é certo segundo o Evangelho e o
Espiritismo para tentar inutilmente se enganar?! A conscientização do certo e
do errado é o primeiro passo, o arrependimento vem em seguida e uma atitude
dinâmica de amor, “que cobre a multidão de pecados”, é a postura que se
espera daquele que “conheceu a Verdade para que a Verdade o liberte” dos
erros!
Resta,
então, saber: O que fazer?!É fundamental uma atitude de consciência espírita,
mas também de bom senso, sem extremismos e fanatismos, conforme a orientação segura de Emmanuel em “O Consolador”.
“Conhecer a Verdade” é o primeiro passo para que ela “nos liberte” de
equívocos arraigados em séculos de atitudes viciosas. Todavia, essa
“libertação” requer tempo, paciência, disciplina e condicionamento lento e
gradual. Assim sendo, nossa proposta deveria ser, a princípio, diminuir o
consumo de carne, planejando com educação e trabalho um futuro, talvez
próximo, em que trataremos nossos irmãozinhos conforme Jesus nos recomenda,
ou seja, com amor. Isso não sou eu que estou dizendo, mas quem diz
é Leonardo Marmo Moreira, que bate com que escrevi da primeira
resposta.
(7)- PERGUNTA-SE - Observando esses filmes o senhor ainda acha que
um espírita carnívoro ou um cristão, pode evoluir espiritualmente, sendo
conivente com essa crueldade? Por que?
CONSIDERANDO QUE, Emmanuel em “O Consolador” apresenta opinião bem
categórica quando aborda o tema na Questão 129:
“129.
É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?
R.
A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do
qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante
situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a
cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser
encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos
matadouros e frigoríficos.
Temos
de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia
coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças
não podem ser destituídas de um dia para o outro, sem perigos graves.
Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente,
pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar
da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.”
Portanto,
Emmanuel afirma peremptoriamente que “a ingestão das vísceras dos animais é
um erro de enormes conseqüências”, mas admite que naquele momento histórico
em que a obra “O Consolador veio a lume (prefácio de 8 de março de 1940) não
seria aconselhável e tampouco exeqüível, em função de motivos
sócio-econômicos e dos próprios condicionamentos muito arraigados, uma
mudança brusca de hábito alimentar.
(8)- PERGUNTA-SE -
EMMANUEL esta ERRADO em
sua afirmação? Por que?
CONSIDERANDO QUE;
Emmanuel não está sozinho neste posicionamento.
A frase “A carne nutre a carne” é uma sentença interessante, André Luiz
em “Os Mensageiros” (Capítulo 41, intitulado “Entre Árvores” e Capítulo
42, denominado “Evangelho no Ambiente Rural”) e “Missionários da Luz”
(Capítulo 11, intitulado “Intercessão), assim como Humberto de Campos em
várias de suas obras deixam evidentes seus posicionamentos contrários
ao uso da carne como recurso alimentar.
É
interessante lembrar que “Missionários da Luz” é
considerado um dos 10 mais importantes livros espíritas do século XX
em pesquisa recentemente divulgada que considerou a opinião de expoentes do
movimento doutrinário contemporâneo.
A
pretexto de buscar recursos protéicos exterminávamos frangos e carneiros,
leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os
ossos. Não contente em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de
progresso e valores educativos, para melhor atenderem à obra do Pai,
dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles
determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com mais
eficiência. O suíno comum era localizado por nós em regime de ceva, e o pobre
animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para o nosso uso certas
reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas
doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras que lhes
hipertrofiasse o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a
quitutes que ficaram famosos, despreocupados com as faltas cometidas com a
suposta vantagem de enriquecer valores culinários. O quadro das vacas mães,
em direção ao matadouro, para que as nossas panelas transpirassem
agradavelmente.
Adiante, à página 42 cita parte de um diálogo com uma autoridade técnica do lado
de cá:
- Os seres inferiores e necessitados, do planeta, não nos encaram
como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos
cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da
natureza,mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer
condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiarem em nossas
palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas
de aflição, incapazes de discernir, com o raciocínio embrionário, onde começa
a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão.
Da
mesma obra Missionários da Luz, as páginas 135/136 Capítulo ”INTERCESSÃO”, o
autor descreve a turba de espíritos famintos que, em lastimáveis condições,
se atiravam desesperados aos borbotões de sangue vivo, tentando obter o tônus
vital que lhes favorecesse um contacto mais nítido com o mundo físico.- Estes
infelizes irmãos, que nos não podem ver, pela deplorável situação de
embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sanguíneo
dos animais. São famintos que causam piedade. A cena identifica
mais uma das funestas realidades que se produzem devido à matança do
animal, pois as almas ainda escravas das sensações inferiores, que perambulam
no Espaço sem objetivos superiores, encontram nos lugares onde se derrama em
profusão o sangue do animal os meios de que precisam para consolidar as
perseguições e incentivar o desregramento humano. O autor em questão
transcreve, em seguida, novo diálogo com o seu interlocutor
desencarnado: Por que tamanha sensação de pavor, meu amigo? Saia
de si mesmo quebre a concha da interpretação pessoal e venha para o campo
largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na esfera da Crosta, os
açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre havia
sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de
carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com
o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto
já fomos, dos animais mortos cujo sangue fumegante lhes oferece
vigorosos elementos vitais. Ficou demonstrado, nessa obra mediúnica,
de confiança, que o vício da alimentação carnívora é sinal de
inferioridade espiritual; a ingestão de vísceras cadavéricas e a
conseqüente adesão ao progresso dos matadouros mantêm a fonte que ainda
sustenta a vitalidade dos obsessores e dos agentes das trevas sobre a
humanidade terrestre. O terrícola paga, diariamente, sob a
multiplicidade de doenças, incômodos e conseqüências funestas em seu lar, a
incúria espiritual de ainda devorar os restos mortais do animal criado por
Deus e destinado a fins úteis
A
famosa frase “A carne nutre a carne” (L.E. 723) É
bem “simplista” enunciada pela “Falange do Espírito de Verdade”
está focada, principalmente, no problema nutricional da ingestão carnívora e
não na temática moral, que é o grande tópico da discussão doutrinária. Allan
Kardec diz respeito muito mais ao aspecto moral do ato de matar animais
para comer suas vísceras do que aos fatores positivos e negativos que
a carne representaria para o ser humano sob o ponto de vista nutricional.
Realmente,
a pergunta anterior de “O Livro dos Espíritos” (L.E. 722) é bastante
interessante em função de sua sutileza e também deve ser considerada na
presente análise, pois os “Espíritos da Codificação” respondem
que “Tudo aquilo de que o homem se
possa alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido...”.
Ora,
com os atuais conhecimentos oriundos de sérias pesquisas desenvolvidas por
médicos, nutricionistas e profissionais de várias áreas interdisciplinares,
está bem estabelecido que a alimentação carnívora, especialmente em se
tratando de carne vermelha (carne de
mamíferos), tem sido considerada um dos principais fatores
responsáveis por um número incontável de doenças e óbitos,
destacando-se aí as enfermidades cardiovasculares e cerebrovasculares
e diversos tipos de câncer, tais como o câncer de intestino. Isso
sem mencionar a obesidade, muitas vezes mórbida,
que se tornou um gravíssimo problema de saúde pública em todo mundo.
De
fato, a obesidade tem nas gorduras de origem animal um de seus principais
fatores causais. Assim sendo, à luz dos novos conhecimentos da ciência, a
carne saudável como poderiam supor as gerações anteriores. Logo, se
carne não é algo saudável, paradigma que vicejou durante muito tempo, mas que
não seria tão correto assim, a compreensão da resposta “Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem
prejuízo para a sua saúde, é permitido...” seria completamente
diferenciada.
(9)
- PERGUNTA-SE - Os
autores em epígrafe mencionados, principalmente André Luiz, Irmão X
estariam todos errados? Por que?
FINALMENTE CONSIDERANDO “Carne x Saúde”
Agosto 18, 2008 por Claudia
Tavares
O
texto a seguir é muito rico em informações sobre a saúde do ser humano e o consumo de carnes.
Texto extraído do livro: - “As hortaliças da medicina doméstica”.
O homem não é carnívoro
como a onça, pois não dispõe como esta, de garras e presas para matar um boi
só com os membros dianteiros e a boca; nem é cadaverívoro como o corvo, pois,
não tendo como este, glândulas neutralizadoras dos venenos, frequentemente se
intoxica comendo carne; nem é onívoro como o porco, pois tem um organismo e
um instinto diferente dos do suíno.
Os irracionais que
comem carne preferem-na ao natural. Não a falsificam nem a disfarçam para
mudar-lhe o gosto e o cheiro.
O ser humano, porém altera e dissimula a carne com temperos, para neutralizar a repugnância que esta produziria à sua vista, ao seu olfato e ao seu sabor. O homem engana seu verdadeiro instinto com grave prejuízo de sua saúde.
“A
natureza dotou o nosso instinto nutritivo de suas zelosas sentinelas que, em
seus postos avançados no organismo, têm a missão de admitir ou recusar o
alimento.
Vamos ao mercado, nos dirigimos às bancas de frutas, escolhemos as que melhor nos pareçam, e com toda a segurança podemos levá-las à boca, saboreando-as com prazer. Sucederá o mesmo com os postos de carne? Com toda a certeza, não. Nossa vista e nosso olfato recusarão a presença desses despojos e muitas vezes teremos que tapar o nariz, pois esses cadáveres denunciarão já um avançado estado de decomposição; e, se conseguimos enganar a vista e o olfato, é devido à arte culinária que se encarrega da falsificação de sua primitiva forma e estado”. Afirma o Professor Doutor José Nigro Basciano.
A
carne é tida como alimento fortificante por excelência. Será exato? Não.
Está
hoje provado que a carne é menos nutritiva do que a maior parte dos alimentos
tirados do reino vegetal, como sejam: as frutas secas (nozes, castanhas,
amêndoas), arroz, legumes secos (feijão, favas, lentilhas).
Pode-se
mesmo dizer que, de todos os alimentos usuais (com exceção da soja, das
frutas frescas, dos legumes frescos e dos tubérculos farináceos, como a
batata), a carne é o menos nutritivo.
Um
adulto, de peso médio, querendo nutrir-se exclusivamente de carne, terá
de ingerir diariamente perto de três quilos e, mesmo assim, não estará bem
alimentado.
A
carne é tão pouco nutritiva que, para emagrecer um obeso, basta submetê-lo ao
regime cárneo o mais absoluto.
Se a carne
fosse um alimento preciosissímo, insubstituível pelo seu
valor nutritivo excepcional, como geralmente se pensa, a sua supressão
acarretaria naturalmente diminuição de peso, com sinais acentuados de
fraqueza, debilidade, anemia, etc.
Na prática é o oposto que se observa.
A
observação da natureza demonstra que os alimentos que dão, conservam e
desenvolvem as forças, ou seja, os verdadeiramente nutritivos são
os hidratos de carbono, as hortaliças e as frutas.
Deve-se
considerar como um grande erro científico, talvez o maior e mais
nefasto do último século, a afirmação de que o regime cárneo constitui uma
alimentação fortificante por excelência.
A carne é muito mais excitante do que nutritiva. Quem faz uso diário da carne, em quantidade não moderada, e a suprimir
bruscamente um dia, embora a substitua por alimentos mais nutritivos,
experimentará nesse dia uma sensação pronunciada de fraqueza,
como se não tivesse se alimentado. O que provoca essa falsa sensação de fraqueza não é a falta de
alimento e sim a supressão do excitante, que, no caso presente, é a carne.
O mesmo fenômeno se observa com outros excitantes, tais como o álcool, o fumo, a morfina, etc. Além de excitante, a carne é tóxica. O líquido extraído dos músculos (o suco de carne), injetando na dose de 3 a 5 c.c., por quilo, mata um animal. Entre os venenos contidos na carne, uns são ácidos pela sua própria toxidez, outros simplesmente porque são ácidos.
Da
destruição da proteína da carne, na economia, se originam produtos de toxidez
mais ou menos elevada: ácido úrico e quantidade apreciável de ácido sulfúrico
e ácido fosfórico, sendo esses dois últimos muito energéticos e até cáusticos
se não estivessem extremamente diluídos.
Todas as carnes,
mesmo que sejam perfeitamente sãs, se encontram impregnadas de
substâncias nocivas, e são mais tóxicas quando provêm de
animais doentes ou simplesmente fadigados. Os venenos da carne se multiplicam rapidamente
após a morte do animal.
Quando a carne não é completamente digerida no estômago e intestino delgado, a albumina apodrece no grosso intestino, resultando daí a formação de novos venenos (ácidos graxos voláteis, ptomaínas), a maior parte de grande virulência.
Do
intestino, a proteína da carne passa ao sangue: uma parte mínima se fixa nos
tecidos e o resto é destruído, deixando como principais resíduos os ácidos
úrico, sulfúrico e fosfórico.
A gordura da carne, oxidando-se põe em liberdade igualmente ácidos
diversos. Daí uma
superprodução de ácidos, que, quando não são eliminados ou neutralizados
pelos alimentos alcalinos (hortaliças e frutas), ficam retidas nos órgãos, dando
lugar a todas as manifestações do artritismo.
Assim
se opera lentamente, mesmo com a carne bem digerida, uma espécie de
intoxicação crônica, de que não suspeitamos. Porquanto, os seus progressos
são infinitamente lentos, e que nós só percebemos quando o mal é
irremediável.
Pascault.
Experiências do Dr. Ignotowsky demonstraram que em todos os animais que não se habituaram
lentamente ao regime cárneo, a carne atua como um veneno violento.
Nos coelhos, por exemplo, o efeito da carne é fulminante, mesmo quando ela é fornecida em pequena quantidade, associada à alimentação habitual. Do segundo dia em diante, a urina que era alcalina, torna-se ácida; os pobres animais emagrecem rapidamente e morrem.
Três
gramas de carne – quantidade, que parece insignificante – basta para provocar
no coelho efeitos tóxicos, que se traduzem por enterite com diarréia,
acabando com matá-lo em seis a sete semanas.
Pode-se,
de fato, habituar o coelho à alimentação cárnea, como sucedeu com o homem
através das gerações. Misturando-se à alimentação do coelho 30 a 40
centigramas de carne por dia, ele acaba por tolerá-la; os filhos já suportam
uma quantidade maior.
Após algumas gerações, os coelhos sucumbem mais ao uso da carne, sendo notável, porém, a sua decadência física. Sucede com eles o que se observa nas famílias que abusam da carne; tornam-se todos artríticos.
“Os
animais carnívoros conseguem transformar em amoníaco e tornar, portanto,
inofensiva a carne que eles ingerem em grande quantidade, o que não se dá com
a espécie humana”. Relata o
Dr. Gustavo Armbrust.
O
homem, diz o Dr. Durville, não tem o poder de transformar a carne em
amoníaco; a proteína contida em excesso na carne para ser eliminada, deve ser
queimada. Ora, sabemos que as proteínas são maus combustíveis. Ao passo que
os hidratos de carbono se queimam integralmente, deixando como resíduos
apenas água e gás carbônico. A combustão das proteínas dá lugar aos produtos
ácidos extremamente nocivos ao organismo.
O homem não é, aliás, carnívoro por natureza: falta-lhe para isso
não só a dentição, mas também as glândulas eliminadoras de que os carnívoros
são dotados.
O Dr. Domingos D´Ambrosio diz: Todas as carnes são substâncias cadavéricas. Portanto, constam apenas de elementos em decomposição
putrefata.
Falando das carnes,
incluímos nelas também os peixes, pois, igualmente, são
substâncias protéicas musculares, com o pejorativo que, quando em
putrefação avançada, são mais nocivas do que as carnes de animais terrestres,
pela libertação do fósforo, o qual, fora das combinações orgânicas, é muito
tóxico.
As
carnes até quando são queimadas e utilizadas por completo pelo metabolismo,
deixam escórias muito tóxicas.
Quando a combustão e a utilização são parciais, deixam uma quantidade enormemente maior de substâncias danificas.
Além
de sua ação putrefativa, pelas ptomaínas e saproínas, perturbadoras
deletérias do sistema nervoso, em geral, e do encéfalo em particular, com a
abundante produção de ácido úrico, concorrem na provocação da fatal acidose.
Quando
os elementos ácidos se abarrotam em elevada quantidade nos sistemas
circulatórios, estabelecem nos líquidos circulantes um estado de
hiperacidade, que vai classificando com o nome de acidose crônica.
Com
a sua persistência, começa por adoentar gradualmente os órgãos de
fermentações e de eliminações, que são o sistema gastroentérico, o fígado e
os rins.
A acidose, pois, é a causa das alterações e das debilidades orgânicas. Por sí só ela é a responsável pela quase totalidade das doenças. Uma vez enfermados, e até somente perturbados estes órgãos, o indivíduo já está nos limites de um campo patológico capaz de funestar mais ou menos intensamente à sua existência.
A
acidose, não só é a causa direta de numerosas doenças, como também é o fator
mais poderoso de recepção e cultura microbiana.
É também, a maior responsável pelas enfermidades específicas, produzidas por determinados micróbios.
Neste
caso, a acidose, assim como todo o cortejo de substâncias estranhas,
representa o adubo que fomenta e desenvolve os agentes produtores das tristes
flogoses crônicas (sífilis, tuberculose, lepra, etc.) e das agudas,
produzidas pelos numerosos cocôs e bacilos mais ou menos virulentos.
Um
sangue limpo e com suas valiosas defesas, não permite a permanência nem o
desenvolvimento de qualquer micróbio.
Ainda a palavra autorizada de alguns médicos:
O
alcoolismo e o abuso da carne são os motivos pelos quais o homem não chega a
viver até 140 ou 150 anos, como deveria suceder. – Dr. Henrique Roxo.
A
freqüência dos casos de apendicite é devida principalmente à
alimentação cárnea. – Dr A Gautier.
O reumatismo, a tuberculose, o câncer, a diabetes, a apendicite e
outras enfermidades, são, em grande parte, causadas pelo costume de
alimentar-se com cadáveres de animais. – Dr.
Chittenden.
A
carne é, ao contrário do que se pensa geralmente, um alimento medíocre.
Pensamos ser mais acertado abster-se da carne, para não adquirir desde verdes anos, o hábito de uma alimentação tóxica. – Dr. Alberto Seabra.
O
caldo de carne não alimenta; não contém nenhum elemento nutritivo; pelo
contrário, é perigoso para a saúde. – Dr.Charles
Richete.
A
carne não é um alimento que possua os princípios essencialmente nutritivos
que à luz das descobertas mais recentes em matéria de nutrição foram
estabelecidos como sendo indispensáveis à vida.
Os sais minerais, as vitaminas, os fermentos catalíticos e digestivos primordiais são elementos quase ausentes na carne.
A
alimentação à base de carne, ao invés de produzir força, produz
enfermidade, isto é, fraqueza.
O fato se explica pela razão de que o organismo humano não foi feito e nem está capacitado para assimilar e conservar os excessos de albumina (substância viscosa esbranquiçada que coagula pela ação do calor e que existe na clara do ovo, no soro do sangue e, em geral, nos líquidos dos organismos animais), proveniente dessa alimentação, os quais são prejudiciais à saúde. Disso resulta que os produtos de desassimilação (transformação de substâncias em outras) da natureza essencialmente venenosa ficam retidos no organismo, passam ao sangue e o intoxicam. Essa intoxicação, ao tornar-se crônica e hereditária, cria os estados mórbidos que hoje têm os nomes de artritismo, reumatismo, diabetes, escrófula, tuberculose e também o câncer, enfermidade do nosso século.
O hábito de comer carne conduz ao alcoolismo pela sede mórbida que produz; ao tabagismo, por produzir excitação
nervosa, na qual, por sua vez, conduz ao hábito de tomar café e ao uso de
condimentos picantes para disfarçar o gosto, o cheiro e a vista dos restos
cadavéricos apresentados à mesa do carnívoro, que, consciente ou
inconscientemente, vive enganado com a idéia de que a carne é um verdadeiro
alimento. – Dr. C. A. Obedman.
O que muitos ignoram é que a carne, principalmente a assada,
grelhada (famoso churrasco), também produz
câncer.
O famoso cancerologista italiano, da Organização Mundial de Saúde, Professor Carlo Cirtori, diretor da Divisão de Anatomia Patológica do Instituto Nacional de Tumores de Milão, anunciou em estudos concluídos em setembro de 1966 que as proteínas da carne grelhada se decompõem e suas substâncias graxas se transformam em hidrocarburetos, ativando e provocando as células cancerígenas. De um quilo de carne assada em um churrasco – informou – obtém-se 6 gramas de benzo-pireno, quantidade essa que corresponde à produzida por 600 cigarros.
(10)
- PERGUNTA-FINAL - Tendo lido todo esse texto,
INCLUSIVE os textos complementares abaixo e visto os filmes, o senhor
continua com a mesma opinião, que COMER CARNE, nada tem a haver com a
situação, espiritual, com doutrina espírita ou que ninguém deve ter
mudança de atitudes, no que se refere a;
a) - Aquecimento do Planeta?
(COMPROVADO)
b) - Matança com requinte de crueldade
com os animais?(COMPROVADO)
c) - Mortalidade pelas
doenças causadas pela ingestão de CARNES?(COMPROVADO)
d) -Sadia evolução espiritual e
material, pois uma é complemento da outra? - POR QUE?
(*) “CHICO XAVIER NÃO
FOI à reencarnação de ALLAN KARDEC” talvez tenha sido de RUTH CÉLINE JAPHET
(**) “ANDRÉ LUIZ”, (**) “ANDRÉ LUIZ”,
Talvez tivesse sido reencarnação de um ou de outro.
(***) “Leon Denis afirma que: “na planta, a
inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda.
MATÉRIA COMPLEMENTAR
DOENÇA RARA “Hidradenitis Suppurativa”
E PRESÍDIOS NATURALISTAS
Eu
sou uma pessoa; Roberta Achy Santos Davis’, uma mulher diria nos
seus 30 e alguma coisa, Dallas, Texas vindo do Brasil em 2004.
- Uma das grandes mudanças que experimentei juntamente com a
auto-hemoterapia e toda a mudança de hábitos foi aderir à dieta macrobiótica.
Primeiro tornando-me vegetariana, abolindo a carne vermelha e aos poucos
eliminando do cardápio qualquer ingrediente que não fosse natural. Ainda não
posso dizer que estou 100% macrobiótica porque ainda consumo alguns alimentos
dos quais AINDA sou viciada… Café, por exemplo, ainda me é uma verdadeira
tortura também porque AINDA não consegui abandonar o vício do cigarro. Bem,
cada dia uma nova batalha que faz parte de uma grande guerra santa comigo
mesma.
Mas
de fato, o conjunto de todas essas variáveis agregadas foi o que tornou
possível a sensível, visível e irrefutável melhora em minha saúde. Não se
trata da CURA, mas por certo que me foi devolvido a condição de voltar a ter
uma vida social, uma vez que quase todos os sintomas das minhas enfermidades (tanto
da HS quanto da Ictiose) tornaram-se administráveis. Sou capaz de dizer que
“ressuscitei” das cinzas.
Em
meio a minhas tantas leituras e pesquisas acho interessante a reportagem
feita por Marco Antônio de Lacerda (de São Francisco, EUA) sobre a influência
da alimentação sobre a saúde física e mental, justamente por se tratar da
mesma linha a qual me adéquo atualmente. Para mim, mais uma prova contundente
da veracidade do que venho experimentando. Afinal, não sou a única a reportar
os milagres promovidos por estas adequações de hábitos.
Hoje,
já não uso qualquer medicação. Aboli todos os comprimidos. Minha pressão
normalizou em 12 por 8 constantemente sem oscilações, perdi bastante peso,
ganhei muita vitalidade, desconheço a palavra “purulência ou abscessos” já
por meses, ando descalça sem problemas, recuperei a capacidade de me
locomover e de me exercitar como há muito tempo não podia… Meu corpo tem se
regenerado mais rápido e mais forte… Já me esqueci até como é estar gripada
ou ter uma espinha… Abaixo reporto a matéria que comentei.
Dieta Alimentar Recupera a Nata do Crime nos Estados Unidos
Os
mais perigosos presidiários dos Estados Unidos – alguns condenados à perpétua
– fornecem ao chamado e caótico “mundo moderno” a mais fascinante experiência
já vivida a partir da dieta alimentar macrobiótica naturalista. (PUBLICADA NA REVISTA PLANETA Nº 122 EM NOVEMBRO DE 1.982)
Quinta-Feira
é dia de conferência na prisão de Alameda, pequena cidade no litoral da
Califórnia, a poucos quilômetros de São Francisco. O tema é Ecologia e o
conferencista, Marc Hanner, um dos presidiários, é um homem condenado a
passar o resto da vida na cadeia por ter matado o pai e mais sete pessoas
numa única chacina. “A Ecologia começa dentro de nós mesmos”, diz Marc com
voz calma e pausada para uma platéia onde estão reunidos alguns dos homens
mais perigosos dos Estados Unidos. Senão vejamos: Anthony Bassin, 33 anos,
condenado a 12 anos de detenção por assalto a mão armada e assassinato;
Arthuro Flores, 44 anos, o resto da vida na cadeia por ter degolado a mãe por
razões ignoradas. John Burnie, 26 anos, 12 anos de reclusão por roubar 500
mil dólares da General Electric, onde trabalhava até o ano passado. E outros
crimes menores, porém sempre revestidos de violência ímpar, que garantiam aos
seus autores um lugar de honra na mais famosa prisão da Califórnia.
Ex-Rei
da cocaína lançará livro sobre Justiça e Gratidão.
“A
loucura do mundo em que vivemos começa pela falta de equilíbrio ecológico
interno nas pessoas”, prossegue Hanner em sua palestra. “Há muito mais gente
no mundo morrendo por causa de alimentação desequilibrada do que por falta de
alimento”, afirma ele. Marc Hanner, assim como a maioria dos presidiários de
Alameda, está em busca desse equilíbrio ecológico interior. Aos 58 anos, ele
já passou a maior parte de sua vida na prisão. Marc tem câncer no intestino
grosso e, em maio do ano passado, os médicos disseram que ele só teria mais
um mês de vida. Ao saber do diagnóstico, Hanner decidiu abandonar o
tratamento por quimioterapia a que estava sendo submetido, e aderiu à dieta
naturalista seguida por outros prisioneiros de Alameda.
Os
resultados conseguidos por ele surpreendem médicos, diretores de prisão e até
os próprios companheiros de cadeia que o ajudam a seguir a dieta.
Basicamente, o que Marc fez foi eliminar carne, laticínios, e açúcar da sua
alimentação, substituindo-os por vegetais frescos, frutas e cereais
integrais. Além de comer o máximo de cenoura que consegue, Marc toma todos os
dias pela manhã, um copo de chá de aspargo moído (uma pesquisa recente
constatou que o aspargo contém um poderoso agente anticancerígeno). Três
meses depois de iniciado a nova dieta, o tumor maligno no intestino de Marc,
antes do tamanho de um ovo, reduziu-se para o tamanho de um grão de
pimenta-do-reino.
Marc
Hanner é o resultado mais eloqüente de uma nova experiência que vem sendo
realizada em algumas prisões da Califórnia. Tudo começou na penitenciária de
Alameda, para onde são enviados os detentos mais perigosos dos Estados Unidos
desde que Alcatraz foi fechada por decisão do governo. No começo, um pequeno
grupo de prisioneiros pediu autorização para cozinhar a sua própria
alimentação natural. As mudanças ocorridas na vida e no comportamento desses
detentos, por causa da dieta, foram tão visíveis, que inspiraram outros
presidiários a seguirem o exemplo. Hoje, dos 800 presos de Alameda, 500
seguem uma alimentação naturista baseada no equilíbrio yin-yang. Além da
alimentação equilibrada, eles fazem exercícios físicos pela manhã, ioga e
meditação.
“No
passado essa idéia provavelmente me parecia ridícula”, diz Lewis Whale, 28
anos, ex-chefe de uma quadrilha de traficantes de cocaína da Colômbia para os
Estados Unidos, condenado a 10 anos de detenção. No passado a vida de Lewis
seguia um ritmo muito frenético para que sobrasse tempo para ele mastigar 80
vezes os alimentos – como prescreve a macrobiótica. “Agora, um senso de
justiça e gratidão me compele até a escrever um livro a respeito dessa dieta
que regenerou a minha vida”, diz ele. “Eu me transformei, e quando um homem
se transforma a sua visão se amplia e aprofunda.” O sonho de Lewis é que seu
livro, caso venha mesmo a terminá-lo, sirva de inspiração aos presos de todo
o mundo. “Em qualquer cadeia que se vá, os prisioneiros estão em péssimo
estado de saúde física e mental”, diz ele. “Os crimes que eles cometeram em
geral tiveram origem, não na coragem e na força, mas no medo, no desespero,
na fraqueza.”
A
modificação radical no comportamento dos presos de Alameda logo teve
repercussão nacional nos Estados Unidos e o American Institute of Biosocial
Research resolveu dar um passo adiante: com o apoio da Comissão do Crime e
Prevenção da Violência, estendeu a experiência a dez outras penitenciárias do
país. “Estamos convencidos de que a violência e o crime estão diretamente
ligados à alimentação”, diz Edward Cohen, um dos responsáveis pelo programa.
O sucesso alcançado em Alameda tem levado juízes, advogados e burocratas do
sistema penitenciário os Estados Unidos a admitirem a existência de uma
“correlação entre alimentação e comportamento” e a apoiarem a tese de que uma
dieta adequada pode ser o primeiro passo para a reabilitação dos
presidiários.
A
comovente visita de Kushi, o guru da macrobiótica
Uma
pesquisa feita pelo American Institute of Biosocial Research demonstra o
sucesso da experiência macrobiótico-vegetariana nas cadeias dos EUA. O ponto
considerado mais importante é o aspecto médico da experiência. Desde que
mudaram de dieta, a saúde dos presos melhorou bastante, a ponto da procura da
clínica da prisão ter caído para a metade nos últimos três anos. “A nova
alimentação parece tornar os presidiários mais resistentes a doenças”, diz
Edward Cohen. “Além disso, eles agora desfrutam de maior equilíbrio
psicológico e emocional, o que criou uma nova atmosfera dentro da cadeia. Não
é preciso ser detetive para perceber a enorme diferença entre Alameda e uma
prisão comum. Aqui não existe o clima de histeria e violência próprio da
maioria das cadeias. Em vez disso há mais harmonia e delicadeza entre os
detentos”, observa Cohen.
No
mês passado, os prisioneiros da Alameda tiveram uma grata surpresa, uma
visita que eles vinham esperando há muitos anos: Michio Kushi, o guru de
todos os macrobióticos do mundo. Kushi tinha intenção de ficar apenas dez
minutos na prisão, mas acabou cancelando todos os compromissos para passar o
dia com os detentos, só deixando a cadeia quando o horário de visitas foi
encerrado. O que mais o impressionou “foram as desafiadoras perguntas feitas
pelos prisioneiros, sempre revestidas de forte conteúdo espiritual e
filosófico”.
A
rebelião da boa alimentação
Para
Michio Kushi, prisioneiros em geral são bem mais saudáveis que pessoas comuns.
“Eles têm excesso de vitalidade, em vez de falta. A maioria é dotada de
grande espírito de aventura e inventividade e sempre expressa idéias
positivas e criativas”, diz Kushi. “Mesmo tendo cometido atos de violência, o
prisioneiro é um homem moralmente superior ao cidadão comum, principalmente
se o compararmos com governantes e homens de negócios que administram o
mundo.”
“As
prisões deviam ser lugares de educação, nunca de punição”, afirma Michio
Kushi. “Os promotores de justiça deviam mudar de função e passar a
desempenhar o papel de guias, e os juízes deviam tornar-se filósofos e
educadores. Só assim, segundo ele, os encarcerados teriam estímulo suficiente
para descobrir novos horizontes para suas vidas. “Minha experiência em
Alameda”, diz Kushi, “mostrou que os prisioneiros necessitam de inspiração
para desenvolverem uma nova compreensão da cosmologia de suas próprias
vidas”.
Hanner,
ex-colega de prisão de Al Capone: só brandura
Para
o mais importante filósofo da macrobiótica (considerada por muitos como um
estilo de vida que visa à felicidade física e espiritual) a dieta que os
detentos de Alameda fazem hoje é recomendável para a maioria dos americanos.
Isto, no mínimo, atrairia os interessados em evitar as enormes contas
hospitalares resultantes das doenças degenerativas e do câncer que assolam os
Estados Unidos. Essas doenças, lembram Kushi, são causadas principalmente
pelo alto consumo de produtos de origem animal entre os americanos. “Ainda é
possível prover o mundo com a serenidade e a beleza que fui encontrar
justamente entre marginais. Isso pode ser alcançado através de uma dieta
equilibrada. As religiões perderam a sua autoridade porque negligenciaram,
por ignorância, em manter e ensinar suas tradições dietéticas”, afirma Michio
Kushi.
O
que torna a experiência de Alameda ainda mais notável, segundo Edward Cohen,
“é o fato de aqui estarem detidos alguns dos homens mais perigosos dos
Estados Unidos”. Marc Hanner, por exemplo, foi colega de prisão, de Al
Capone, na famosa cadeia na ilha de Alcatraz. Aos 9 anos, Marc foi abandonado
pelo pai, um milionário do Texas “que nunca me deu um centavo nem para pagar
os estudos”. Marc alimentou ódio e desprezo pelo pai milionário durante toda a
vida. Aos 30 anos, na véspera de casar-se, resolveu dar-lhe a última chance
de se redimir, pedindo um empréstimo para comprar uma casa na Flórida, onde
pensava em viver com a futura esposa. A resposta, segundo Marc, foi a mesma
de sempre: não. Mas, naquele dia ele estava bêbado o suficiente “para não
tolerar mais uma insolência”. Disparou um, dois, três tiros contra o pai. Não
satisfeito, voltou o rifre contra os funcionários da empresa e passou bala em
quantos viu pela frente. Resultado: 8 mortos e prisão perpétua para Marc
Hanner.
Enquanto
Marc conversa em sua cela com um grupo de jovens jornalistas que visitam
Alameda, outros presidiários aproximam-se e põem-se a ouvir suas declarações
à imprensa. Um deles traz uma bandeja de doces macrobióticos feitos na hora,
à base de mel e farinha integral. Outro passa uma bandeja de suco de maça
natural. “Tudo feito aqui na prisão, por nós mesmos, sem produtos químicos”,
diz orgulhosamente Jeff, 25 anos, condenado a 40 anos de reclusão por ter
violentado e quase matado uma menina de 13 anos em San Francisco. Até agora
Jeff cumpriu apenas os dois primeiros anos de sua pena, mas parece olhar com
tranqüilidade para um futuro em que estará sempre atrás das grades. “Nada
melhor do que um lugar pequeno como a minha cela para acalmar o coração e a
mente e para desencadear uma verdadeira mudança interior”, diz ele com
firmeza, enchendo de espanto os presentes.
“A
uma certa altura da entrevista, os repórteres encontravam-se numa cela de
prisão, rodeados por um grupo de marginais perigosos em cujos currículos
constam os mais bárbaros crimes que se poderia imaginar. Não havia policiais
nem qualquer dispositivo de segurança para proteger os visitantes.
Curiosamente, tampouco havia qualquer sinal de suspeita ou receio entre os
jornalistas. Os presidiários de Alameda parecem um grupo de homens
inofensivos, incapazes de qualquer ato de violência. Era difícil acreditar em
seus currículos passados. “A vida mudou completamente nesta prisão”, diz Marc
Hanner, o que tem mais tempo de casa.
Um
dos deflagradores da mudança em Alameda foi Denis Hoffman, 35 anos, cujo nome
seus companheiros mencionam com um ar de respeito. Denis é o cozinheiro-chefe
da prisão. Foi ele quem ensinou a todos os benefícios de uma dieta baseada no
princípio yin-yang. “Quando yin e yang se encontram, em qualquer lugar deste
mundo, produzem um brilho que ilumina o espírito. Da união dos dois nasce o
verdadeiro milagre da vida”, diz Denis.
A
rebelião da boa alimentação
Nas
horas vagas, Denis cuida do jardim de Alameda, ao qual acaba de adicionar um
novo carvalho. Demorou muitos anos para que as árvores ficassem bonitas e
frondosas como se encontram hoje, enfeitando o jardim dos condenados. Foi o
Denis quem as plantou logo que chegou à cadeia, há 15 anos. Um dia ele
certamente verá, copado e forte, o novo carvalho que acaba de semear. Afinal,
é ali, junto de suas árvores e de seus companheiros macrobióticos, que Denis
vai passar o resto da vida.
Tudo
começou com as cinco punhaladas no “Verão do Amor”
Enquanto
trabalhava, ele conta a trajetória que o levou à prisão perpétua. Tudo
começou no “Verão do Amor” em San Francisco, no final dos anos 60. Foi nessa
época que surgiram os hippies, uma nova contracultura que teria influência marcante
em todo o mundo. Denis, na época aos 20 anos, era um dos muitos a engrossar a
caravana de jovens que abandonaram lares e escolas em busca de um novo
sentido para suas vidas.
Foi
nas ruas de San Francisco que Denis ouviu, de gurus orientais, as primeiras
lições de ioga e culinária macrobiótica. Todos os dias, às 4 da tarde, no
Golden Gate Park, era servida uma refeição macrobiótica, de graça, para os
hippies. Denis era um dos cozinheiros. A comida oferecida naqueles dias era
basicamente a mesma que comem hoje os presidiários da Alameda: arroz
integral, soja, vegetais cozidos, salada, pão integral e frutas da estação.
|
A
última ceia realizada no parque, porém, transformou-se num espetáculo de
violência. A polícia chegou e começou a recolher as panelas contendo a refeição
do dia, sob a alegação de que os hippies não tinham autorização para fazer a
celebração ao ar livre. Indignado, Denis avançou contra os policiais, tentando
tomar de volta as panelas, mas acabou envolvendo-se numa briga corpo-a-corpo
com um deles. Quando finalmente o guarda o derrubou no chão, Denis olhou ao seu
redor e percebeu que toda a comida tinha sido confiscada. Não hesitou: pegou a
faca que trazia no bolso, a mesma que usara para preparar a ceia dos hippies, e
avançou contra o guarda. Cinco punhaladas. E o policial caiu morto no gramado
do parque.
Quando
se está condenado a passar o resto da vida atrás das grades, o melhor a fazer é
adaptar-se à realidade da prisão. Denis Hoffman, assim como a maioria dos
detentos de Alameda, parecem ter feito da cadeia o seu mundo, como se a vida lá
fora já não valesse a pena. “De alguma maneira, todos os seres humanos vivem
encarcerados”, comenta Denis, “alguns em corpos doentes ou decrépitos, outros
em casamentos ou situações familiares infelizes, outros em escritórios,
repartições, fazendo trabalho sem significação”, conclui
Não
existe entre os encarcerados de Alameda o menor vestígio de desespero em
relação à longa duração de suas sentenças, da mesma forma como não existe neles
qualquer intenção de dar uma justificativa moral para os atos de violência que
cometeram no passado. No momento, eles parecem despertar de um pesadelo e a
alimentação equilibrada tem papel fundamental na nova vida que escolheram
Na cozinha dessa prisão incomum, Denis Hoffman e
mais dois ajudantes criam diariamente a comida que vem revolucionando o sistema
penitenciário americano e ensinando aos prisioneiros um novo sentido para a
palavra liberdade. A cozinha tornou-se de repente o coração de Alameda, de onde
parece emanar uma nova luz para todos. Penduradas na parede, muito limpas e
coloridas, as panelas parecem esperar a hora de servir mais um banquete mágico.
Facas bem amoladas, colheres de pau, uma grande mesa de amassar pão. E, a um
canto, escrito à mão num pequeno quadro, um lembrete de Denis Hoffman a todos
os que participam dos rituais culinários da cadeia: – “Amor não é apenas o
ingrediente mais importante. É o único ingrediente que realmente importa.
Getúlio
Machado
Demais links/continuação
Cartas/Emails que foram enviados aos oradores
Vegetarianismo e Espiritismo:Carta sobre " A Carne": pt 1
Protetores de Animais - Carta enviada à José Carlos De Lucca
Protetores de animais- Carta enviada à Rádio
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