Bois são animais que possuem alma |
Há
muitos anos trabalhando na divulgação do vegetarianismo, estudando, enviando
cartas, conversando com espiritas de várias Casas, conseguimos ver –ao que parece
- que finalmente uma nuance de mudança começa a surgir.
Muitos
sites espíritas hoje falam sobre a alimentação vegetariana, ao contrário dos
e-mails “ofensivos” que recebíamos há alguns anos atrás quando enviávamos um
artigo referente ao assunto e nos eram devolvidos com a frase: “Não
postamos temas polêmicos no site.”
Parece
que finalmente o tema começa a deixar de ser polêmico e se torna algo que é
necessário ser tratado por medo que o site/Casa seja visto como um local
dogmático e atrasado moralmente. Visto que hoje se torna cada dia mais difícil-
salvo alguns oradores da velha guarda espirita– alguém que tenha coragem de
pregar contra o vegetarianismo.
Mas
este artigo vai como resposta a um site que, diante do tema para ele polêmico, nos
enviou como resposta - uma frase várias vezes repetidas, porém mal
compreendida- que assegurasse a alimentação carnívora baseada nas seguintes
palavras de Emmanuel:
Livro:
O Consolador
129.
É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?
R. A
ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual
derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante
situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a
cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser
encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos
matadouros e frigoríficos. Temos de considerar, porém, a máquina
econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários
fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia
para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir,
sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento de tempos novos em que os homens terrestres
poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos
inferiores.
Emmanuel
Note
que o amigo espírita frisou a frase:
“Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da
harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas
peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves.”
Ou seja, para ele ainda existiria a
necessidade dos frigoríficos devido à “máquina econômica e o interesse coletivo
dos operários que ali trabalham e ganham o pão de cada dia”.
Este livro foi lançado em 1941, há 76
anos, quando já existia a máquina da carnificina animal que só iria aumentar
com o passar dos anos. Vejamos o que ocorreu:
Segundo o e-mail que recebemos a
resposta de Emmanuel nos diria que é necessário manter os empregos dos
trabalhadores matando animais, mas isso teria consequência que não sabemos se
Emmanuel previu: tal atitude geraria um incentivo a alimentação carnívora que
geraria o aumento do abate que geraria um aumento de empresas do ramo
frigorífico.
Coincidentemente ou não, realmente foi
isso o que ocorreu. O incentivo a alimentação carnívora – claro que não apenas
pelos espíritas, mas por outras religiões e também pela força da propaganda da Indústria
de morte- criou-se o seguinte ciclo:
O que vimos nestes últimos anos/meses
no Brasil foi o extraordinário crescimento do abate de animais para consumo
(abuso, as pessoas comem carne de manhã, à tarde a noite) dentro de um País com
legislações fracas e corruptíveis que pouco se importa com o abate, mas sim com
os lucros que a tal “Proteína Animal” pode oferecer.
Ah, mas não foi isso que Emmanuel
disse:
Não, ele disse o seguinte:
“a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos
operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de
um dia para o outro, sem perigos graves.”
As peças realmente não foram
destruídas, ao contrário, foram triplicadas, quadruplicadas e mais e mais
pessoas que antes poderiam ir buscar empregos em qualquer outra indústria que
não fosse tão mortal, buscaram seu “pão de cada dia” dentro da indústria da
morte que tem repercutido em graves consequências:
Mais mortes de animais sencientes
Aumento de doenças
Embargos por falta de higiene
E o que os espiritas pensavam temer: Desemprego.
Sim, pois com todas as denuncias de
fraudes, falta de higiene, corrupções e propinas, muitos frigoríficos fecharam
e tiraram o “pão de cada dia” de muitos trabalhadores da indústria da morte.
Mas Emmanuel disse apenas isto?
Claro que não, apesar de alguns
espiritas utilizarem suas palavras como desculpa para continuar matando animais
Emmanuel disse o seguinte, na mesma frase:
“A ingestão das vísceras dos animais é
um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da
nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o
estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas
vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de
origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.”
Veremos isto:
“um
erro de enormes consequências”
Não existe diferença entre a dor de um cão e a dor de um Frango |
Não apenas para os animais, mas também
para os seres humanos, e Emmanuel frisa para os defensores da frase “A carne
nutre a carne:
“se o estado de materialidade da
criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores
nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a
necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.”
Explicando
melhor:
“se o estado de materialidade”, ou
seja, a carne exige que seja nutrida, tal nutriente é seguramente encontrado em
produtos de origem Vegetal, sem qualquer necessidade da morte cruel de animais.
Lembrando que este livro foi escrito há 76 anos quando não havia tantas
pesquisas sobre nutrição e nem tampouco a quantidade de alimentos destinados
aos vegetarianos e veganos como existem hoje em qualquer mercado.
O laço está se estreitando ao redor do
pescoço de alguns espiritas; por um lado o medo da mudança e da reforça íntima,
de outro a negociação com o Divino – “fora da caridade não há salvação” – e por
outro o avanço excepcional do vegetarianismo ao redor do Planeta, mostrando que
os animais realmente são tudo o que o espiritismo sempre disse que eles eram,
ou seja:
Nossos irmãos.
Simone Nardi
Só
para finalizar, já conhecíamos essa conversa de Chico Xavier com outro
interlocutor, e já tratamos várias vezes aqui no Blog o fato da alimentação de
um dos maiores baluartes do espiritismo, é mãos uma resposta de Simonetti em
defesa da morte de animais pelos humanos(pois de fato a alimentação carnívora é
isso) , é para mero conhecimento e comparação entre o que diz o espiritismo, e
o que Faz o espirita, mesmo o que é considerado o melhor deles:
“ Era muita gente falando em abstenção de carne,
principalmente por parte dos médiuns. A médium incomodava-se, sentindo-se em
falta porque não dispensava um bife, não tanto pelo prazer, mas por
recomendação médica. E perguntou ao Chico:
E o médium:
- Calma, minha
filha, eu também saboreio meus bifinhos... [...]
Quanto ao mais, lembremos que Hitler era vegetariano e Chico Xavier comia seus
bifinhos.”
Referencias
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