segunda-feira, 13 de março de 2017

Vingança ou compaixão- parte 1

Legumes em forma de boi



É de alguns poucos anos para cá que o tema "Animais", tem tomado conta dos círculos espíritas; como tudo que é novo, porém, o tema passa pela negação, pela ironia e em alguns casos, pela aceitação.

Mas o amigo leitor me questionará: Aceitação de quê? - Se já sabemos que os animais possuem alma.

Sabemos sim, e sabemos muito mais do que isso. Sabemos que os animais reencarnam, que embora no Livro dos Espíritos esteja escrito que não existam animais na erraticidade, e está certo Kardec nisso, existem animais no plano espiritual sim. O termo erraticidade aí é que não foi compreendido, julgando-se que os animais, todos eles, reencarnam assim que desencarnam o que nem sempre acontece e que já foi esclarecido por muitos outros espíritos : Sim, existem animais no mundo espiritual e muitos deles trabalhando no auxílio de espíritos perdidos nos umbrais.

O Livro dos Espíritos ainda nos diz que os animais são princípios inteligentes e, embasados nesse pensamento, muitos espíritas negam a inteligência desses nossos irmãos de caminhada, aproveitando-se disso para usá-los como seres desprovidos de qualquer emoção ou sensação, Kardec porém nos diz uma frase que nenhum espírita utiliza com a constância que deveria:

"Quando a ciência demonstrar que o espiritismo estiver errado em um ponto, ele se modificará neste ponto"; e qual a atitude que tomamos em relação a isso?

Bom, mas se esquecêssemos essa frase de Kardec e continuássemos a acreditar que os animais são apenas princípios inteligentes, o que nos daria o direito de usurparmos a vida deles?

Viu como o tema "Animais", hoje se desenvolvendo ainda timidamente nos círculos espíritas, não é totalmente compreendido e sua explanação ainda não é clara como deveria?

Vemos centenas de pessoas falando sobre animais, lemos em revistas, na internet, em inúmeros lugares. A grande maioria fala da Alma dos Animais, uma determinada parte quer saber por que eles sofrem e a minoria fala sobre respeito, amor e caridade para com eles.

A alma é o espírito, vamos colocar assim, desencarnado.O sofrimento sem carma, no caso dos animais, é necessário para sua evolução.Sabemos tudo sobre a alma deles, tudo mesmo.Mas e onde fica nosso respeito, amor e caridade para com esses animais, que a Doutrina também nos ensinou: São nossos irmãos!? Quando ainda estão vivos?

São poucos os que se aventuram a falar sobre isso, pois se nota que não há muito interesse por essa tão esquecida, porém a mais importante fase dos animais: Sua vida enquanto encarnado.

Aqui hei de esclarecer que não falo dos cãezinhos e gatinhos criados a mimo por seus donos humanos, mas falo de todos os animais, principalmente daqueles que são quase sempre esquecidos durante as palestras sobre o tema. O amigo leitor sabe de quais animais eu falo?

Não são os pássaros encarcerados em minúsculas gaiolas para alegrar os ouvidos humanos com sua melodia triste e solitária, nem os peixes presos em seus aquários também, muitas vezes minúsculos; não, eu falo dos esquecidos, daqueles que não possuem alma e nem passam pela evolução!? Os bois, os frangos, os suínos, os esquecidos; animais sem alma ou valor, do qual ninguém deseja ouvir falar. Porém, igualmente animais.

Se possuem alma ou não, não importa agora . Se são eles inteligentes ou não, e hoje até mesmo a Ciência(a qual Kardec se referia), tem dado o braço a torcer que erraram em alguns aspectos nesse parâmetro, não importa. Se fossem mesmo os animais movidos somente pelo instinto, tal como máquinas movidas a diesel (alimentação), qual seria nosso dever para com eles, já que como espíritas sabemos que eles possuem alma, são seres como nós, em evolução e que nós, sejamos ricos ou pobres, facultativos ou analfabetos, já passamos por esse reino? Quem desejar saber mais sobre nossa evolução entre os reinos, pode ler o livro de Cairbar Schutel, a Gênese da Alma.O certo é que: não importa a inteligência do outro ser, quando sabemos que devemos, acima de tudo, respeitá-lo como criatura Divina. Esse é o ponto de partida.

Deixarei o leitor refletir um pouco sobre o tema, sobre o que lhe interessa saber ou não, pois esse assunto está apenas nascendo no meio espírita e veio com certeza, para ficar e para mostrar que Kardec não estava errado, nem que a Doutrina estava errada ou tampouco a Ciência, mas que nós é que a usamos de modo a nos protegermos do que é novo, do que nos assusta , daquilo que pode nos fazer mudar. Não apenas nós espíritas, mas nós seres humanos superiores intelectualmente, o que desejamos dos animais agora?

Vingança ou compaixão?

Simone Nardi


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