Legumes em forma de boi |
É de alguns poucos anos para cá que o tema "Animais", tem tomado conta
dos círculos espíritas; como tudo que é novo, porém, o tema passa pela
negação, pela ironia e em alguns casos, pela aceitação.
Mas o amigo leitor me questionará: Aceitação de quê? - Se já sabemos que os animais possuem alma.
Sabemos sim, e sabemos muito mais do que isso. Sabemos que os animais
reencarnam, que embora no Livro dos Espíritos esteja escrito que não
existam animais na erraticidade, e está certo Kardec nisso, existem
animais no plano espiritual sim. O termo erraticidade aí é que não foi
compreendido, julgando-se que os animais, todos eles, reencarnam assim
que desencarnam o que nem sempre acontece e que já foi esclarecido por
muitos outros espíritos : Sim, existem animais no mundo espiritual e
muitos deles trabalhando no auxílio de espíritos perdidos nos umbrais.
O Livro dos Espíritos ainda nos diz que os animais são princípios
inteligentes e, embasados nesse pensamento, muitos espíritas negam a
inteligência desses nossos irmãos de caminhada, aproveitando-se disso
para usá-los como seres desprovidos de qualquer emoção ou sensação,
Kardec porém nos diz uma frase que nenhum espírita utiliza com a
constância que deveria:
"Quando a ciência demonstrar que o espiritismo estiver errado em um ponto, ele se modificará neste ponto"; e qual a atitude que tomamos em relação a isso?
Bom, mas se esquecêssemos essa frase de Kardec e continuássemos a
acreditar que os animais são apenas princípios inteligentes, o que nos
daria o direito de usurparmos a vida deles?
Viu como o tema "Animais", hoje se desenvolvendo ainda timidamente nos
círculos espíritas, não é totalmente compreendido e sua explanação ainda
não é clara como deveria?
Vemos centenas de pessoas falando sobre animais, lemos em revistas, na
internet, em inúmeros lugares. A grande maioria fala da Alma dos
Animais, uma determinada parte quer saber por que eles sofrem e a
minoria fala sobre respeito, amor e caridade para com eles.
A alma é o espírito, vamos colocar assim, desencarnado.O sofrimento sem
carma, no caso dos animais, é necessário para sua evolução.Sabemos tudo
sobre a alma deles, tudo mesmo.Mas e onde fica nosso respeito, amor e
caridade para com esses animais, que a Doutrina também nos ensinou: São
nossos irmãos!? Quando ainda estão vivos?
São poucos os que se aventuram a falar sobre isso, pois se nota que não
há muito interesse por essa tão esquecida, porém a mais importante fase
dos animais: Sua vida enquanto encarnado.
Aqui hei de esclarecer que não falo dos cãezinhos e gatinhos criados a
mimo por seus donos humanos, mas falo de todos os animais,
principalmente daqueles que são quase sempre esquecidos durante as
palestras sobre o tema. O amigo leitor sabe de quais animais eu falo?
Não são os pássaros encarcerados em minúsculas gaiolas para alegrar os
ouvidos humanos com sua melodia triste e solitária, nem os peixes presos
em seus aquários também, muitas vezes minúsculos; não, eu falo dos
esquecidos, daqueles que não possuem alma e nem passam pela evolução!?
Os bois, os frangos, os suínos, os esquecidos; animais sem alma ou
valor, do qual ninguém deseja ouvir falar. Porém, igualmente animais.
Se possuem alma ou não, não importa agora . Se são eles inteligentes ou
não, e hoje até mesmo a Ciência(a qual Kardec se referia), tem dado o
braço a torcer que erraram em alguns aspectos nesse parâmetro, não
importa. Se fossem mesmo os animais movidos somente pelo instinto, tal
como máquinas movidas a diesel (alimentação), qual seria nosso dever
para com eles, já que como espíritas sabemos que eles possuem alma, são
seres como nós, em evolução e que nós, sejamos ricos ou pobres,
facultativos ou analfabetos, já passamos por esse reino? Quem desejar
saber mais sobre nossa evolução entre os reinos, pode ler o livro de
Cairbar Schutel, a Gênese da Alma.O certo é que: não importa a
inteligência do outro ser, quando sabemos que devemos, acima de tudo,
respeitá-lo como criatura Divina. Esse é o ponto de partida.
Deixarei o leitor refletir um pouco sobre o tema, sobre o que lhe
interessa saber ou não, pois esse assunto está apenas nascendo no meio
espírita e veio com certeza, para ficar e para mostrar que Kardec não
estava errado, nem que a Doutrina estava errada ou tampouco a Ciência,
mas que nós é que a usamos de modo a nos protegermos do que é novo, do
que nos assusta , daquilo que pode nos fazer mudar.
Não apenas nós espíritas, mas nós seres humanos superiores
intelectualmente, o que desejamos dos animais agora?
Vingança ou compaixão?
Simone Nardi
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