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| Imagem: Rosa | 
Vamos tocar num assunto muito conhecido dos vegetarianos/veganos: as
 plantas. Esse tema não é novo, em 2006(1) escrevi um pequeno ensaio (Reflexão sobre a atribuição de sensibilidade as Plantas)que 
rodou a internet e incentivou alguns amigos a pensarem sobre o assunto e
 hoje, alguns anos depois, posso ver como ainda desconhecia muita coisa,
 por isso é preciso muito cuidado com o que vai ser respondido, pois 
nosso futuro pode sempre mudar. Muitos estudos já se baseiam na inclusão
 delas em nossa esfera moral(2) e, embora possa parecer complicado, não é 
impossível que tal fato venha há ocorrer daqui a alguns anos. Mas a 
questão das plantas continua sendo uma das melhores “armas’” de defesa 
para pessoas que se negam a aceitar o fato de que os animais sofrem ao 
serem explorados. A grande maioria, não sabendo como se defender do que é óbvio frente aos olhos de qualquer pessoa, mas que as assusta ao ponto 
tentarem ridicularizar os próprios amigos, indagam sempre a mesma coisa:
 “Vocês não comem animais, mas e as plantas, afinal, elas também são 
seres vivos e sentem dor!?” Mal sabem elas que armam uma perigosa 
armadilha contra si mesmas, porque desconhecem tal assunto, e porque uma
 ética para as plantas, exige antes do que qualquer outra coisa, uma 
ética para com os animais.
Até quando vamos buscar por uma ética antropocêntrica, centrada no 
homem, enquanto que a verdadeira ética jaza moribunda debaixo do nariz 
de cada um?
Não comemos animais somente porque sabemos que eles sentem dor ou 
prazer, mas porque, tal como nós, possuem o interesse em permanecerem 
vivos. Não sabemos ainda se as plantas sentem realmente dor, mas sabemos
 que elas possuem uma singularidade conosco e com os animais: o mesmo 
“desejo” de permanecerem vivas. E o Biocentrismo acata a esse “desejo”, 
colocando-as como seres aceitáveis dentro de nossa comunidade moral. É, 
porém, uma nova ética a ser ainda estudada, debatida e compreendida, mas
 demonstra o avanço rumo à moralização humana, moralização que se 
iniciou há muitos séculos atrás quando deixamos de acreditar que as 
mulheres não possuíam alma, depois os negros, os indígenas e agora com a
 recusa a exploração animal, é assim que a ética trabalha, mudando a 
moral e as antigas tradições, restaurando e mudando conceitos, dando 
mais eticidade aos seres para que possam conviver em harmonia com o 
Planeta.
A questão, para o momento, pois nem todos conseguiram alcançar o grau
 biocêntrico ainda é: as plantas sofrem tanto quanto os animais? 
Cientificamente já foi comprovado que animais em geral, e vamos frisar 
aqui os peixes que algumas pessoas insistem em dizer que sofrem menos, 
todos sentem dor, sentem medo e fogem daquilo que os ameaça. Todos 
buscam pela preservação da vida, ao menos nesse primeiro momento é 
incomparável a dor que notamos nos animais diante da comparação que 
podemos fazer com as plantas. Porém, ao contrário do que possamos ter 
lido ou ouvido falar, as plantas não são como objetos, pratos, talheres 
ou carros. Elas buscam a melhor forma de viver, de sobreviver ao meio 
que as cerca, evoluíram assim como os animais num território 
extremamente feroz e competitivo e são, também como os animais, seres 
pluricelulares(3) que também, ao contrário do que achávamos há alguns anos
 e do que muitos ainda hoje insistem em dizer, não são seres totalmente 
inertes e passivos diante das agressões externas que possam vir a 
sofrer, sejam doenças ou insetos, pois desenvolveram mecanismos de 
defesa que são acionados diante de qualquer agressão. O fato de não 
poderem fugir quando são queimadas, por se tratarem de organismos 
sésseis(4), não significa que estejam totalmente impassíveis ou que sejam 
seres inanimados diante de determinadas ameaças. Como as víboras, 
escorpiões e aranhas, as plantas também possuem seu próprio arsenal 
químico, com venenos tão tóxicos que podem, igualmente aos de aracnídeos
 e serpentes, levar os animais humanos a morte se houver desrespeito em 
relação a elas. O mecanismo pelo qual elas reconhecem as agressões 
talvez ainda não esteja totalmente descrito, porém, apenas o fato de 
sabermos que elas buscam esses mecanismos, que buscam o Sol para 
realizarem a fotossíntese a fim de continuarem vivendo, já deixa claro 
que não são objetos inanimados. Evoluíram, cada qual ao seu tempo, de 
folhagens apenas, para flores, porque descobriram a necessidade de se 
tornarem chamativas aos insetos que as polinizam, criaram cores e 
odores, e ainda evoluem.
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| Imagem: Flor | 
“Um campo de algodão, por exemplo, ao ser atacado por um parasita por
 um dos lados, envia um sinal para o outro para avisar a tempo que está 
sendo atacado e para que as plantas do lado de lá liberem algum tipo de 
substância química contra os predadores. É um sistema de comunicação 
impressionante. ”
De onde provém essa estratégia de defesa das plantas, seja por barreiras físicas ou químicas(5)? A excreção de substâncias, a produção de enzimas, proteínas e de fitoalexinas(6)? É inegável que as plantas demonstram vida ao crescerem, se desenvolverem e reagirem diante de estímulos exteriores, retorcendo-se para escapar da escuridão em busca de um raio de Sol, da qual dependem para sobreviver. Sua interação com o mundo se dá através das cores de suas flores, algo que desenvolveram ao longo de sua evolução conforme suas próprias necessidades, dos espinhos que afugentam, das toxinas, da doçura de sua seiva que lhes permite a polinização através do pólen e de sementes, da sinalização através de odores repulsivos ou adocicados, uma complexidade que não pode ser totalmente ignorada; diante dessa luta pela autopreservação até mesmo a senciência acaba se tornando irrelevante(7), descobrir como lutam para sobreviver, como conseguem se comunicar com outras a distância, mesmo que através de agentes químicos ou elétricos para que não sejam devoradas, é uma coisa a ser totalmente desvendada pela biologia; até pouco tempo havia quem achasse que os animais também não eram sencientes, ou seja, não sabemos tudo, não podemos julgar o que desconhecemos, não sendo possível afirmar que a planta não tenha qualquer interesse, posto que para sobreviver ela se aperfeiçoa, se protege e se torna mais atrativa, tudo com um propósito, o que a leva a isso ainda nos é desconhecido. Se usarmos da senciência para separarmos o que deve viver ou não, cairemos na mesma questão que levou Peter Singer a ser proibido de realizar palestras na Alemanha por defender a senciência como base/cisão, criando uma brecha para que fossem aceitos tanto a eutanásia quanto o aborto, por tratar-se nesse caso, do feto ainda não ter interesse nem ser senciente, e não podemos esquecer que até pouco tempo, muita gente também afirmava que os animais igualmente, não tinham qualquer interesse, apenas existiam.
“Embora o feto, depois de certa altura seja capaz de sentir dor, não 
há fundamento para julgá-lo racional ou auto consciente. [...] bebês 
humanos não nascem conscientes nem capacitados a entender que existem no
 tempo”
Não queremos comparar as plantas com animais, sejam eles humanos ou 
não-humanos, o interesse aqui é apenas demonstrar que a senciência não é
 mais uma fonte tão segura para nos espelharmos na defesa da vida em si.
 Será que já compreendemos tão bem assim o significado da frase: “Valor 
da vida”? Antes nossa compreensão nos permitia dizer que apenas a vida 
humana possuía valor, com o tempo descobrimos que a vida dos animais 
igualmente possuía valor, aos poucos o Biocentrismo nos mostra que 
qualquer vida possui bem inerente8, sendo assim, nos surge outra 
questão: assim como a razão foi um dia a fronteira entre homens e 
animais, por que hoje, apenas a vida dos sencientes deveria ter valor? 
Será que alcançamos um patamar de conhecimento tal, que a senciência 
deva mesmo ser a última fronteira a definir o limite para a expansão de 
nossa comunidade Moral?
“A Terra é um estágio muito pequeno numa vasta arena cósmica. As 
nossas presunções, a nossa imaginada auto-importância, a ilusão de que 
nós temos alguma posição privilegiada no universo são desafiadas por 
este ponto de luz pálida”. (Carl Sagan)
Esse mesmo astrônomo também afirmou um dia, que as plantas eram nossos parentes distantes, e que nós e os animais nada mais éramos do que simples parasitas delas.
“As plantas são o resultado. [...] os animais, tal como os seres humanos, são parasitas das plantas. ”
E um pouco mais adiante ele prossegue, numa frase que seria própria a moral e a ética biocêntrica, embora ele mesmo ainda não o fosse.
“Houve o surgimento de uma organização celular semelhante às células 
atuais, que se tornou o ancestral comum de plantas e animais; o que 
implica em um distante grau de parentesco entre o ser humano e as 
plantas que o rodeiam. Logo, quando o homem corta uma árvore, está 
destruindo um parente distante; ou próximo [...] Nós, seres humanos, 
parecemos bem diferentes de uma árvore. Sem dúvida, percebemos o mundo 
de uma maneira bem diferente de um vegetal. Mas no fundo, no íntimo 
molecular da vida, árvores e nós somos essencialmente idênticos. 
Consideremos a enorme diversidade de formas  de vida na Terra, todas 
compartilhando do mesmo planeta e de idêntica biologia molecular.”
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| Imagem: Pássaros | 
Para o filósofo, os animais não eram seres auto conscientes, não 
possuíam faculdades cognitivas ou linguagem inteligível, não possuíam 
interesse e nem sabiam que existiam no mundo; Descartes por sua vez, 
evitava usar o termo “animais” para cães, gatos ou macacos, que eram 
rotulados por ele como “bestas”, que nada mais eram do que seres 
autômatos mecânicos – embora, como nas plantas, fosse perceptível um 
“comportamento intencional” como o de buscar comida ou reagir ao perigo –
 o que causou uma perturbadora implicação no uso dos animais: “Com 
efeito, no século subsequente ao da morte de Descartes, seus seguidores 
celebrizaram-se pelo tratamento cruel que davam aos animais no curso da 
pesquisa experimental em fisiologia; sabemos que o próprio Descartes 
praticava a vivissecção com aparente serenidade”. (Dicionário Descartes 
de John Cottingham)
“Parece seguir-se daí que, uma vez que os animais não são coisas pensantes, são eles meras massas de matéria extensa – complexos, é verdade, na organização de suas partes, mas completamente destituídos de qualquer coisa a que se pudesse chamar consciência. A importância da linguagem, como “o único sinal seguro de pensamento interior”, foi salientada por Descartes como crucial evidência da ausência completa de pensamento nos animais. ” (Dicionário Descartes de John Cottingham)
“Parece seguir-se daí que, uma vez que os animais não são coisas pensantes, são eles meras massas de matéria extensa – complexos, é verdade, na organização de suas partes, mas completamente destituídos de qualquer coisa a que se pudesse chamar consciência. A importância da linguagem, como “o único sinal seguro de pensamento interior”, foi salientada por Descartes como crucial evidência da ausência completa de pensamento nos animais. ” (Dicionário Descartes de John Cottingham)
Muitos autores hoje colocam o mesmo sobre as plantas e ensinam veganos e vegetarianos a pensarem assim, o fato de não sabermos como reagem nesse caso parece não ser levado em consideração, elas são consideradas seres desprovidos de qualquer interesse e consciência, o que as torna seres insensíveis e para alguns, inanimados, quase objetos, se antes havia a teoria do animal-máquina, hoje as plantas tomaram esse lugar e se tornaram plantas-máquinas; mesmos pensamentos para outros seres singulares(10). Se antes a razão dividia os seres, hoje a senciência é que ocupa esse lugar, mas então nos surgem novas e novas indagações: se a planta busca o Sol para poder sobreviver, o faz “mecanicamente” ou porque reconhece, de alguma forma, que o Sol lhe é benfazejo? Se “reconhece” é porque seria senciente? Se lhe é possível reconhecer as ameaças a sua sobrevivência, o faz de que modo? Como se comunica, como “sente” essa necessidade de expelir odores ou criar espinhos para se defender? São questões que ainda estão sendo estudadas e que não nos permitem afirmar categoricamente, que sejam realmente seres desprovidos de qualquer sensibilidade.
“Se a capacidade racional, a linguagem conceitual e o pensamento 
lógico forem critérios morais distintivos, isto é, indicadores de quem é
 digno de consideração moral, ou não, esses critérios excluem do âmbito 
da comunidade moral não apenas todas as espécies vivas não-humanas, mas 
também muitos humanos que não possuem as habilidades típicas, ou que já 
as perderam, por doença, idade ou acidente. Considerando-se que a ética e
 a justiça são a expressão máxima da razão humana, norteada pelo 
princípio da igualdade, a discriminação moral de seres semelhantes, por 
parte dos humanos, deve ser questionada. ” (Sonia T. Felipe)
“Nem a racionalidade nem a capacidade para sentir prazer e dor me parecem condições necessárias (embora possam ser suficientes) para a consideração moral. (…) Nada menos que a condição de estar vivo me parece um critério plausível e não arbitrário. ” (Kenneth Goodpaster)
“Nem a racionalidade nem a capacidade para sentir prazer e dor me parecem condições necessárias (embora possam ser suficientes) para a consideração moral. (…) Nada menos que a condição de estar vivo me parece um critério plausível e não arbitrário. ” (Kenneth Goodpaster)
O fato de aceitarmos que um ser tão renegado quanto às plantas possa um dia vir a ser respeitado como um ser que busca a vida, nos trará ainda mais força na lua pelos Direitos Animais, já que os animais são seres sencientes, que se movimentam, que fogem da dor, que buscam carinho. Ao aceitarmos que sim, como nos dizem os onívoros, que as plantas sofrem, temos ainda mais força para questioná-los porque então não pararam ainda de explorar os animais, já que possuem plena consciência de que o sofrimento das plantas também é importante e deve ser diminuído até que não mais exista. Esse pensamento de compaixão que eles dizem possuir pelas plantas seria ainda mais benéfico em relação aos animais, o que os deixaria numa posição muito incômoda afinal, a preocupação com as plantas requer um grau de sensibilidade ainda maior do que aquele que temos em relação aos animais.
Assim como coloquei no ensaio anterior sobre as plantas, sabemos que 
no momento devemos praticar a velha frase que nos diz: “Dos males o 
menor”. Somente essa frase bastaria para vencer esse argumento. O animal
 sofre, eu vejo, a planta eu ainda “imagino”, mas é com certeza um salto
 gigantesco passarmos direto do onivorismo para o biocentrismo e como 
estamos aprendendo a cada dia, nos moralizando a cada dia, do onivorismo
 passamos para o vegetarianismo e/ou para veganismo e um dia, quem pode 
dizer quando, para o Biocentrismo, o certo é que, no momento no qual nos
 encontramos devemos sempre nos questionar: diante de nossos olhos de 
aprendizes da harmonia com o Planeta e com os seres que nele vivem, qual
 sensibilidade nos toca mais? As Plantas sofrem? Claro, porque criam 
mecanismos de defesas contra doenças que, de algum modo elas “sabem”, 
poderiam matá-las. E os animais, não sofrem? Fazemos o primário antes da
 faculdade ou fazemos a faculdade antes do primário? Se já somos 
biocêntricos é porque já passamos pela fase do veganismo, não há 
qualquer outra saída para essa questão.
Na verdade o argumento das plantas é a fuga mais fraca que pode ser 
usada contra os veganos, não há porque temer tal questão, ela só rebaixa
 mais a pessoa que pergunta do que o vegano que luta por uma ética 
melhor, não há porque alegar sobre SNV (Sistema Nervoso Central), 
sinapses, sobre a dor que podem ou não sentir, sobre lóbulos ou córtex 
cerebrais, nem sua individualidade ou racionalidade de escolher o que 
desejam, o Biocentrismo derruba tudo isso quando coloca a Vida, como 
“Bem primordial”, e se somos capazes de pensar nos animais, pensaremos 
um dia nas plantas e se eles se preocupam mesmo com as plantas ao 
questionarem sobre elas a um vegano, nada mais provam do que sua total 
ignorância sobre o assunto. Não é possível ter compaixão pelas das 
plantas e continuar devorando animais, isso sim é irracional.
Talvez agora ainda não possamos defender o biocentrismo com o mesmo 
grau de força com que lutamos pelos Direitos Animais, embora haja quem 
já o defenda, mas com certeza ele não deve ser um assunto que deva 
permanecer escondido, aguardando o momento certo para aparecer, ele pode
 ser discutido, ampliado, estudado de forma a que, quando chegue sua 
hora, não tenhamos que nos debater novamente sobre antigas questões como
 razão, sensibilidade, senciência, porque as barreiras que erguermos 
hoje contra as plantas, seguramente um dia terão que ser derrubadas por 
aqueles que virão depois de nós.
| Flor | 
“Se a vida, a liberdade e a vulnerabilidade são critérios morais 
relevantes, e, se o sujeito moral deve considerar os sujeitos dessas 
características merecedores de apreço moral, suas decisões, projetos, 
ações e interações não podem violar nem prejudicar sujeitos vivos, 
livres e vulneráveis, pois essas características incluem no âmbito da 
comunidade moral todos os que as possuem, ainda que apenas na condição 
de pacientes e não de agentes morais” (Paul Taylor).
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| Imagem: Fungos | 
Referências Bibliográficas
DESCARTES, René- Discurso do Método / Meditações
FELIPE, Sonia T. – Da Considerabilidade Moral dos Seres Vivos: A Bioética Ambiental de Kenneth E. Goodpaster 
Reflexões sobre a sensibilidade das plantas: Texto original disponível em: http://www.uniblog.com.br/conscienciahumana/149874/reflexoes-sobre-a-atribuicao-da-sensibilidade-as-plantas.html ou http://mauricio-kanno.blogspot.com/2007/10/sensibilidade-que-as-pessoas-atribuem-s.html 
ARANTES, Tadeu – A mente oculta das plantas. A ciência descobre o 
surpreendente domínio da consciência vegetal- Disponível em http: 
//galileu. globo. com/edic/98/conhecimento5. htm
SINGER, Peter – Ética Prática / Vida Ética 
RAVEN, P. H. ; EVERT, R. F. ; EICHHORN, S. E. – Biologia Vegetal. – 7º. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007
COTTINGHAM, John – DICIONÁRIO DESCARTES – Jorge Zahar Editor – RJ
PINHEIRO, Márcia. – A defesa das plantas contra doenças- Laboratório de genética Molecular Vegetal – Depto de Genética.
SCHULTE, Neide Köhler – Da estética a ética ambiental Biocêntrica 
SAGAN, Carl – Ligações Cósmicas 
Entrevista de M. Night Shyamalan à George Musser, da Scientific 
American; Disponível em: http: //www2. uol. com. 
br/sciam/artigos/eu_vejo_pessoas_condenadas_imprimir. html
Agradecimento especial ao amigo Giridhari Das.
Notas
1 Texto original em http: //www. uniblog. com. 
br/conscienciahumana/149874/reflexoes-sobre-a-atribuicao-da-sensibilidade-as-plantas.
 html
2 Biocentrismo, é uma ética que tira dos animais humanos toda sua 
falsa superioridade, colocando-os como iguais diante de qualquer ser que
 busque sobreviver, que busque a vida; um ponto de equilíbrio entre 
todos os seres vivos.
3 Entretanto, têm uma característica que as distingue desses seres – 
são autotróficas. Autotróficos são aqueles que produzem o próprio 
alimento pelo processo da fotossíntese.
4 Organismos que não possuem capacidade de se locomoverem, vivendo 
presos a qualquer substrato, foram durante muito tempo, interpretados 
erroneamente, como se tais organismos não pudessem, de forma alguma, 
reagir a agentes externos, sendo que é possível as plantas reagirem a 
insetos e a outras plantas.
5 Barreiras químicas são as toxinas que uma grande variedade de 
plantas possuem, um exemplo seria a citronela que espanta os insetos, já
 as barreiras físicas, como veremos, são os espinhos, as ceras, a 
espessura das folhas, que as impeçam de serem devoradas.
6 Fitolalexinas são conhecidas como substâncias repelentes produzidas
 pelas plantas, possuem inibidores contra fungos e são tóxicos para 
animais.
7 Nota-se aqui a planta não necessita ser senciente para reagir 
diante daquilo a qual se sente ameaçada, nem necessita dela para 
sobreviver como tem sido colocado por algumas pessoas. Embora as plantas
 não possam fugir, “criam” mecanismos para afastar os agentes 
agressores, o fato de não poderem se mover não as torna menos 
insensíveis a agentes externos, e não podemos desta feita, sair alegando
 que algo que não conhecemos não possui interesse quando vemos, que cria
 sozinha, mecanismos de defesa; não se pode julgar aquilo que não se 
compreende. Como ocorre tal mecanismo, é a questão não esclarecida pela 
ciência ainda, e que nos leva também a imaginar o porque de, mesmo 
desconhecendo a verdade, afirmarmos que elas não merecem nenhuma 
consideração que não seja a mesma com a qual julgávamos os animais há 
anos atrás, ou seja: Matar um animal ou arrancar uma árvore, qualquer 
dos dois atos fará mal a mim ou não? Não importando nesse caso, se fará 
mal à eles.
8 Segundo Paul Taylor, deve ser atribuído apenas a entidades 
possuidoras de bem próprio, seu reconhecimento é declarado de dois 
modos: independentemente de uma entidade ser valorizada de forma 
intrínseca ou instrumental, por algum avaliador humano; 
independentemente de uma entidade ser de fato útil para a busca da 
realização do bem de algum outro ser, humano ou não-humano, consciente 
ou não-consciente. Portanto, na teoria de Taylor, se um ser vivo possui 
bem inerente, este possui tal valor independentemente de qualquer valor 
instrumental ou inerente, e sem referência ao bem de qualquer outro ser.
 Se considerarmos as pessoas como possuidoras de bem inerente, então 
todas elas possuem o mesmo valor, sendo que é a personalidade a base de 
seu valor. É possível estabelecer a verdade da afirmação, de que uma 
pessoa possui bem inerente, ao mostrar que apenas esta forma de 
considerar as pessoas é coerente com a concepção de toda pessoa, como um
 ser racional, valorizado um centro autônomo de vida consciente. O mesmo
 tipo de argumento, segundo Taylor, também sustenta a afirmação de que 
todos os animais e plantas, no mundo natural, possuem bem inerente. ( 
Neide Köhler Schulte- Da estética a ética ambiental biocêntrica)
9 O Cogito (Penso, logo existo) não demonstrava, contudo, que os 
animais não eram seres vivos, tal como ninguém hoje descarta que as 
plantas o sejam, porém que os animais nada mais eram do que “vidas” 
ligadas a processos de natureza puramente mecânicos, assim como muitos 
acreditam que hoje, as plantas o sejam.
10 Talvez uma das maiores singularidades entre nós e as plantas seja o
 fato de que, tanto elas quanto os, animais, serem seres pluricelulares:
 “Os vários sistemas ou aparelhos – como o circulatório, o respiratório,
 o esquelético, etc. – constituem o organismo. São organismos: um pé de 
alface, uma laranjeira, um lobo ou uma ameba. No caso da ameba, que é 
unicelular, não encontraremos todos os níveis de organização, visto que,
 não existem tecidos, órgãos ou sistemas.
Simone Nardi
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Simone Nardi – criadora deste blog e do antigo Consciência Humana, colunista do site Espírita da Feal (Fundação Espírita
 André Luiz) ; é fundadora do Grupo de Discussão  Espírita Clara Luz
 que 
discute a alma dos animais e o respeito a eles.Graduada em Filosofia e 
Pós-graduada em Filosofia Contemporânea e História pela UMESP.
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