“Nunca qualquer floco de neve se sentiu responsável por uma avalanche”Voltaire
Dois anos se
passaram desde a mostra do fotografo Adolfo Leirner em São Paulo intitulada:
“Crueldades Impessoais” onde nos mostrou de forma brilhante em suas fotografias
aquilo que não conseguimos enxergar,
ou seja, o absurdo e o insólito de cadáveres de animais que são destinados à
alimentação humana.
Temos
verificado em nosso cotidiano que a “crueldade” citada por Leirner não alcança
apenas os animais ali expostos em suas fotografias, mas extrapola o ambiente asséptico
da mostra para mergulhar na sujeira humana de nossa realidade. O mundo hoje
passa por uma onda talvez nunca vista em sua história, de atrocidades entre os
próprios seres (h)umanos. Na época apontávamos que essa crueldade cometida nos
colocava no patamar de seres potencialmente perigosos.
Porque não
nos damos conta de nossa cumplicidade diante das crueldades cometidas e que
tanto influenciam para um comportamento humano belicoso?
Cauterizamos
nossa consciência! Não mais enxergamos nossa crueldade.
Por exemplo:
A crueldade desaparece frente a criatividade culinária de pratos exuberantes e
tão exaltados pela mídia e pelo modo glamoroso de viver promovendo a insensibilização de nossos
sentidos, o embotamento de nosso senso critico e sensibilidade já tão corroída
desde a infância. Melhor dizendo, este embotamento é promovido desde o berço
através do desenvolvimento de hábitos e modos de viver, cristalizando assim,
modos de ser instalados tão profundamente no sujeito que acabam transformando-se
em verdades inalienáveis.
Lentamente a
criança ou adolescente tem em seu proprio núcleo familiar a perpetuação e
automatização de hábitos, posturas e atitudes que deverão conduzi-los pela vida
afora..
Esse
processo de automatização de comportamentos e hábitos humanos retira-lhe
consequentemente o senso do que seja a vida
por excelência e suas vertentes e como
consequência disso, não associa a morte a seus hábitos cotidianos.
Justificamos
tudo isso afirmando que “sempre foi assim” ou “Deus deixou os animais para
consumo”, ou ainda, “não fui eu quem matou” etc. etc. Desviamos de nossa
atitude individual a responsabilidade pela morte e crueldade, imputando ao
coletivo essa responsabilidade. Voltaire mais uma vez nos socorre com uma
reflexão extraordinária: “Nunca qualquer
floco de neve se sentiu responsável por uma avalanche”
Isentos da culpa, difundimos o mais que puder a
satisfação um prato
sofisticado onde jaz uma vida. Devidamente
adormecidos os sentimentos de piedade e
compaixão, devoramos sem pensar no que mastigamos agradecidos a Deus pelo
alimento (?).
Há
alternativas? Sim, há! E muitas.
Mais importante
que a força de vontade de optar pelo veganismo ou vegetarianismo, é a força de
vontade de libertar-se dos automatismos e condicionamentos impostos que nos
roubaram a sensibilidade e a ternura pelos demais seres viventes. Só assim
poderemos então nos tornar autônomos e éticos por excelência, pois, estaremos
respeitando antes de tudo, o mais importante princípio humano - A Vida.
Antonio
Simões, filosofo, sociólogo e colaborador do Blog.
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