Allan Kardec |
E por que escrevi tanto sobre dogma e polêmica para chegar até aqui?
Porque uma amiga recebeu de uma Federação Espírita o seguinte
comunicado, ao pedido dela, para que nos "jornaizinhos" distribuídos, não
se tocasse apenas em assuntos que todos estavam dispostos a conversar,
mas que se falasse também sobre o assunto: Animais e Vegetarianismo.
Eis a resposta:
"Evitamos temas ainda considerados polêmicos pelos "mais conservadores",
já que o objetivo da (...) é "unir" as casas espíritas. Somente quando o
assunto é inadiável, abordamos esses temas, como aborto, células
troncos, etc(...)."
Depois de alguns dias, questionei um amigo sobre o mesmo assunto e a resposta foi à réplica do que eu havia lido:
"Esse é um assunto ainda polêmico dentro do Espiritismo, o pessoal mais
conservador não aceita, e se eu tocar no assunto as pessoas podem se
assustar".
Depois disso ainda podemos dizer que não existem dogmas dentro do
Espiritismo? Que não existem assuntos polêmicos e assustadores? Vamos
nos sintonizar com o Espiritismo ou com os "mais conservadores"? Afinal
de contas eles são o Espiritismo ou o Espiritismo é a Doutrina que
reúne, Filosofia, Ciência e Religião, que necessita da verdade para nos
levar ao conhecimento?
Não vamos chegar impondo que todos sejam vegetarianos, sabemos que
muitos não vão conseguir, mas nada, absolutamente nada, pode nos impedir
de semearmos a terra fértil. Se há aqueles que não querem mudar, há
também aqueles que necessitam ouvir e ouvindo, desejam mudar; também há
aqueles a favor do aborto, sabemos que é preciso respeitar as opiniões,
mas mesmo assim temos total liberdade de falar contra esse ato. Mas o
tema dos animais e do mal que infligimos a eles, já é inadiável há
séculos, e não deve mais ser encarado como polêmica que não deva ser
discutida nem como dogma que deva ser aceito, mas sim como uma dialética
para o descobrimento da verdade sobre o que fazemos com eles.
Não queremos exigir que os "mais conservadores" se penalizem pela dor
dos nossos irmãos animais, não, queremos mostrar à eles e a nova
geração Espírita que os animais são, realmente, nossos irmãos, que
possuem alma e sentimentos, que sentem medo e dor e fazer brotar dessa
maiêutica, a descoberta de novas respostas, e de uma nova posição diante
desse novo conhecer. É preciso se posicionar diante de tanta dor, é
preciso atitudes que mudem o rumo desse sofrimento, é preciso um
Espiritismo menos conservador e mais atuante diante de uma verdade que
fica mantida na escuridão: Os animais são nossos irmãos. Só que um irmão
não mata outro quando existe o amor.
Leonardo Kurcis foi brilhante ao dizer: "Não se pode defender o que não se ama, e não se pode amar o que não se conhece".
É preciso ao Espiritismo fazer conhecer essa verdade, fazendo com que
tomemos uma posição diante dessa realidade e diante do sofrimento dos
animais que nós, seus irmãos mais velhos, lhes impomos. Se é preciso
amar para defender, é obrigação do Espiritismo dar a conhecer, ensinar
e, chegando a esse termo, veremos em que solo caíram as nossas sementes:
se em pedra ou em terra fértil. Sempre haverá um caminho, o que não se
pode nunca é fechar a estrada.
Abrir o coração e a mente, é o primeiro passo para se eliminar os dogmas.
Referências Bibliográficas
KARDEC,Allan - Livro dos Espíritos –FEB
KARDEC,Allan - Livro dos Espíritos –FEB
KARDEC,Allan – Evangelho Segundo o Espiritismo –FEB
KURCIS, Leonardo – CD do Programa Autodescobrimento Rádio Boa Nova
KREISLER, Kristin Von – A Bondade nos Animais - Cultrix
KREISLER, Kristin Von – A Compaixão dos Animais - Cultrix
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