Uma vida de Frustração, sofrimento e stresse.
Este era o resumo da vida de M que, segundo diziam, só servia para gerar a vida, nada mais.Mas era somente M que vivia assim, muitas outras viviam e ainda hoje, vivem como ela , logo hoje, na modernidade do século 21, a tristeza ainda as acolhe os corações sofridos. Elas viviam e ainda vivem assim, desprezadas, espancadas, violadas.
A lei!
A lei não funciona no local onde moram. A lei não pune nem prende.E elas sofrem.Todas elas.Mas vamos falar apenas de M.
Ninguém percebia que M sofria.
Por que M?
Que importa o nome, se nem direito à vida ela tinha.Poderia ser M de Maria, de Martha ou Madalena.sua vida seria igual.Por isso vamos chamá-la apenas de M.
M sofria, se estava realmente viva, disso não sabia, pois muitos de seus bebes lhes foram tirados, morreram ou como M, também sofreram.Que vida era essa então?
Entre quatro paredes, presa, não podia sair para conhecer o mundo, não podia respirar novos ares, não podia correr, fugir, sumir...
Ninguém percebia, mas M enfraquecia.
M era escrava.De Sol a Sol trabalhava, comia às vezes quando o patrão, seu dono e senhor, lembrava-se dela.Não era tudo porém que podia comer, estava sempre machucada e tudo lhe doía.Muitas vezes passara fome, impossibilitada de comer que estava.
Sua mente se torturava: trabalhar e comer,comer e trabalhar, trabalhar para comer, comer para trabalhar, trabalhar para comer.
M não compreendia mais por que, vivia assim? Privada de tudo, da felicidade, da liberdade, da amizade.Tudo era tão triste e M sentia que nada, absolutamente nada, melhoraria.
E se talvez se chamasse Maria, será que algo de bom lhe aconteceria?
Ninguém percebia, mas M adoecia.
Não conseguia mais comer, todo o corpo lhe doía, na pele desnuda, feridas se abriam.
Foram dias tão cruéis aqueles, sozinha, ferida, humilhada, que vida tão desgraçada.Sem sonhos e sem esperança.Sem passado, sem presente e sem futuro.
A respiração lhe faltava, os pulmões não mais se enchiam de ar, dor infecção, tristeza, solidão.
M deixara até mesmo de sonhar.
Ninguém percebia, mas M morria.
E morreu a infeliz, no silêncio de sua dor, na insatisfação de sua vida.
Morreu livrando-se para sempre, da dor, do tormento, da humilhação.
Morreu sozinha, a avezinha........
Quem era M?
Era uma frágil galinha poedeira e essa foi sua vida nos poucos meses em que sobreviveu a escravidão, as gaiolas imundas, a solidão, mesmo dividindo o espaço com outras como ela.
Pensou acaso que fosse M uma mulher?Sofreu ao vê-la sofrer?
Então me diga, agora após ler:
Qual é a diferença entre esse sofrer, na mulher ou na avezinha?
Simone Nardi
A lei não funciona no local onde moram. A lei não pune nem prende.E elas sofrem.Todas elas.Mas vamos falar apenas de M.
Ninguém percebia que M sofria.
Por que M?
Que importa o nome, se nem direito à vida ela tinha.Poderia ser M de Maria, de Martha ou Madalena.sua vida seria igual.Por isso vamos chamá-la apenas de M.
M sofria, se estava realmente viva, disso não sabia, pois muitos de seus bebes lhes foram tirados, morreram ou como M, também sofreram.Que vida era essa então?
Entre quatro paredes, presa, não podia sair para conhecer o mundo, não podia respirar novos ares, não podia correr, fugir, sumir...
Ninguém percebia, mas M enfraquecia.
M era escrava.De Sol a Sol trabalhava, comia às vezes quando o patrão, seu dono e senhor, lembrava-se dela.Não era tudo porém que podia comer, estava sempre machucada e tudo lhe doía.Muitas vezes passara fome, impossibilitada de comer que estava.
Sua mente se torturava: trabalhar e comer,comer e trabalhar, trabalhar para comer, comer para trabalhar, trabalhar para comer.
M não compreendia mais por que, vivia assim? Privada de tudo, da felicidade, da liberdade, da amizade.Tudo era tão triste e M sentia que nada, absolutamente nada, melhoraria.
E se talvez se chamasse Maria, será que algo de bom lhe aconteceria?
Ninguém percebia, mas M adoecia.
Não conseguia mais comer, todo o corpo lhe doía, na pele desnuda, feridas se abriam.
Foram dias tão cruéis aqueles, sozinha, ferida, humilhada, que vida tão desgraçada.Sem sonhos e sem esperança.Sem passado, sem presente e sem futuro.
A respiração lhe faltava, os pulmões não mais se enchiam de ar, dor infecção, tristeza, solidão.
M deixara até mesmo de sonhar.
Ninguém percebia, mas M morria.
E morreu a infeliz, no silêncio de sua dor, na insatisfação de sua vida.
Morreu livrando-se para sempre, da dor, do tormento, da humilhação.
Morreu sozinha, a avezinha........
Quem era M?
Era uma frágil galinha poedeira e essa foi sua vida nos poucos meses em que sobreviveu a escravidão, as gaiolas imundas, a solidão, mesmo dividindo o espaço com outras como ela.
Pensou acaso que fosse M uma mulher?Sofreu ao vê-la sofrer?
Então me diga, agora após ler:
Qual é a diferença entre esse sofrer, na mulher ou na avezinha?
Simone Nardi
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