Guias cegos! Que coais um mosquito, e engolis um camelo.
Conta-se que uma vez, uma mãe aflita levou seu filho diante de Gandhi,
afim de que ele dissesse ao garoto que parasse de comer açúcar. Gandhi
olhou-os e pediu a mãe que retornasse com o filho dali a duas semanas.
Confusa a mulher agradeceu e duas semanas depois retornou novamente com o
filho.
—Pare de comer açúcar!
A mãe, ainda confusa com a ordem do sábio, perguntou-lhe:
—Por que o senhor me pediu para trazê-lo em duas semanas, se poderia ter-lhe dito isso , duas semanas atrás?
E Gandhi, voltando-se para ela respondeu:
—Porque há duas semanas atrás, eu estava comendo açúcar.
O que vemos nessa pequena história é que Gandhi, antes de pedir ao
garoto que parasse de fazer algo, tratou ele mesmo de parar antes, para
depois sim , pedir que o menino fizesse isso. Mas será que é assim que
nos comportamos no dia a dia? Será que agimos como sábios ou como
hipócritas?
Hipocrisia = do grego hypokrisis significa fingimento, falsidade, simulação.
Hipócrita = do grego hyprokritês significa aquele que tem hipocrisia, falso, fingido.
O amigo leitor deve estar cansado de ouvir a antiga frase “faça o que eu
digo, mas não faça o que eu faço”, pois é uma frase antiga e hipócrita,
pois agimos de um modo enquanto mandamos a pessoa que nos ouve fazer de
outro.
Pedimos algo que não sabemos se o nosso próximo poderá ou não
realizar, pedimos algo que nem mesmo “Nós”, conseguimos fazer.
Somos bombardeados com frases já conhecidas, e sempre citadas como: “não
chorar por nossos mortos”, “perdoar e amar aos nossos inimigos”,
“praticar a caridade para com todos”, etc e tal.E tentamos, alguns pelo
menos se esforçam. E nos sentimos culpados quando não conseguimos fazer
isso. O que geralmente não sabemos é que, muitas das vezes, a pessoa de
quem ouvimos frases tão bonitas e bem colocadas, não faz aquilo que
prega .Não consegue e talvez, nem sequer tente mudar. Possui palavras
bonitas, porém vazias de sentimentos.
Os padres, pastores, expositores, no espiritismo não é diferente, nos
pedem coisas que ainda não estamos preparados para fazer.Os
pseudo-sábios, letrados, conhecedores de todas as verdades, conseguem
colocar sobre o ombro de muitos, o peso da culpa. Escondendo-se por trás
de palavras bem colocadas, usam a voz para pregar a verdade, a beleza e
o trabalho que muitas vezes eles próprios não realizam, esquecendo-se
de que cada pessoa tem o seu tempo de despertar.Esquecendo que a
religião não pode ser feita de opiniões pessoais, nem tão pouco de
hipócritas.
Pregar o amor Divino é uma coisa, é falar sobre Jesus e sobre o imenso
amor que nos deixou, impor o que deve ser feito é hipocrisia e
arrogância. Quem conhece o verdadeiro amor de Jesus, conhece também o
verdadeiro amor a seguir.Ele é a bússola que deve nortear nossos
caminhos: não eu, nem você, nem ninguém, porque só Jesus sabe aguardar o
momento certo de nosso Despertar.
Para encerrar, vamos lembrar uma frase de Gandhi:
“A partir do momento que me outorgo o direito exclusivo de ter razão, usurpo uma função que pertence a Divindade”.
Simone Nardi
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