“É
incompatível ceifar uma vida e ao mesmo tempo fazer a caridade, que é a
essência do praticar amoroso que norteia a Umbanda do Espaço.” - Ramatís-Norberto Peixoto
A Umbanda não sacrifica animais! Essa é uma das “máximas”
da Umbanda. Inclusive está “no conceito básico dos fundamentos da FUCESP”
(Federação de Umbanda e Candomblé do estado de São Paulo) - http://www.fucesp.com.br/historia-da-umanda/o-n%C3%A3o-sacrificio/.
Mesmo assim no subconsciente coletivo a ideia de associar a
Umbanda à “Macumba” e essa ao sacrifício de animais e outros atos execráveis
persiste na cabeça das pessoas.
Historicamente, a palavra macumba tem origem angolana. Do
quimbundo ma(o que
assusta) e Kumba(soar
assustadoramente). Portanto, deriva daí o primeiro significado dado a essa
palavra, que na realidade era um instrumento musical de percussão, tipo um reco-reco,
de origem africana, sendo que a princípio, macumbeiro era o tocador desse
instrumento. No início do século XX como esse instrumento era tocado nas
cerimônias de algumas religiões afro-brasileiras, passou-se a denominá-las
popularmente de macumbas. (Fonte:
www.significadosbr.com.br )
Na realidade e no pensamento geral;
macumba acabou tornando-se sinônimo de “oferenda”, “trabalho feito”, “demanda”,
etc...
Resumindo; “macumba seria uma
oferenda, geralmente de algum animal morto, para que um Espirito execute um
trabalho para o pedinte”. Essa oferenda serviria tanto para reverenciar quanto
para dar meios fluídicos para a execução da tarefa, cujo o objetivo quase
sempre seria negativo para a pessoa afetada ou que foi direcionado o trabalho.
Isso hoje e em todos os tempos foi conhecido como feitiçaria!
Se formos avaliar, muito antes da Umbanda existir aqui no
Brasil, já existe relatos de vários casos de bruxarias onde se oferecem sangue
e vísceras de animais mortos em troca de favores. Desde Circe nos contos
mitológicos gregos passando pelo “O
asno de ouro”, romance de Lúcio Apuleio escrito
no século II d.C até as feitiçarias dos filmes de Harry Porter, a bruxaria vem
assombrando o inconsciente coletivo de todas as épocas.
E a “macumba” é isso; bruxaria, feitiçaria, e não está
vinculada à Umbanda ou mesmo a outra religião seja de origem africana ou
qualquer outra. Seria um desrespeito à individualidade de qualquer pessoa uma
religião que fizesse “amarração” e se unisse duas pessoas por “capricho e
desejo” em vez de amor.
Religião vem do latim ¨religare¨, tem o siginificado de religação. Essa
religação se refere entre uma nova ligação entre o homem e Deus. Seria
incoerente imaginar uma religião que buscasse a “religação do homem com Deus”
através do desrespeito à individualidade de cada um, ou pior, que estimulasse
ações de maldade a outros seres vivos, seja em relação ao morto para ser
ofertado, quanto o atingido por esse ato.
“A umbanda não adota sacrifícios de animais. A UMBANDA NÃO RECORRE
AOS SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS para
assentamento de orixás..., pois recorre às oferendas de flores, frutos,
alimentos e velas quando as reverencia. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas
ofertórias ISENTAS DE SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS são uma reverencia aos orixás e
aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos
estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos
da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.”
- Rubens Saraceni.
Procurando
mudar essa ideia errônea que está enraizada nas mentes das pessoas o movimento
Umbandista está cada vez mais demonstrado que se importa com os animais. Já
existem vários terreiros em que os animais são bem recebidos e são tratados com
o respeito que lhes é devido.
Nesses
terreiros um dia é reservado especialmente para eles, onde são atendidos por
entidades incorporada e recebem através do passe energias de refazimento e
cura. E muitas vezes seus tutores recebem conselhos e orientação para que os
animais tenham uma condição de vida melhor e toda a família fique bem.
“No Brasil, já tínhamos cemitério de animais, mas nunca um
terreiro que não os sacrifica em seus rituais, mas sim, os cura e os limpa de
mazelas adquiridas de seus donos, e os quer bem vivos e saltitantes alegrando
mais a vida e os dias de cão que seus papais e mamães adotivos enfrentam. A
Umbanda Pés no chão, como é conhecida no Terreiro do Pai Maneco, sempre teve a
preocupação no bem-estar de todos, sejam seres humanos, animais e o meio
ambiente. Dos caboclos, pretos-velhos e eres terão amor, carinho, atenção,
tratamento espiritual, cirurgias, passes, descarrego e até biscoitinhos de
brinde ao final da sessão. Isso é o que donos e seus pets vão encontrar no
terreiro, além da diversidade e da oportunidade de socialização entre donos e
seus filhotes.” - João Emerson da Costa – Terreiro do Pai Maneco - http://www.paimaneco.org.br
Além de tratar os animais, muitos centros e terreiros estão
fazendo um trabalho de orientação e conhecimento sobre a “espiritualidade dos
animais”. Através de cursos, palestras e workshops estudos sobre as almas dos
animais são compartilhados e discutidos. Varias situações são esclarecidas: o
desencarne dos animais, suas doenças e seu papel na evolução de nosso universo
são melhores compreendidos, provocando uma reflexão sobre nosso papel como
tutores e guias de nossos irmãos menores.
“Anjos
de Luz do Templo de Umbanda Caridade é Amor, surgiu através de um grupo de
amigos que trabalham nesse lindo centro, que amam e respeitam a vida animal.
Acreditamos que todos os espíritos em evolução necessitam de ajuda espiritual e
material.” - Tels: (11)98236-5407 - Endereço do templo:Av.
Mutinga, 3377 – Pirituba - http://anjosdeluztuca.blogspot.com.br/
Tudo isso leva a uma nova reflexão da relação do homem com os
animais. São as trombetas anunciando que chega de nós “fazermos de vitimas” e
continuarmos na “birra” infantil que nos encontramos. É chegada a hora de
assumirmos a postura de adultos e seguirmos os exemplos das entidades da
Umbanda que voltam seus olhos em auxilio daqueles que ainda se encontram em um
degrau evolutivo menor. E o trabalho não para por aí. Já existe parcerias entre
terreiros e Ongs que ajudam animais e a tendência é cada vez esse contato ir se
ampliando!
Sejamos como os Pai Velhos que aconselham e guiam seus
afilhados em sua evolução, tomemos o papel de verdadeiros tutores dos animais.
“O caminho da evolução
acolhe a todos e se há uma escada, todos os seus degraus
são importantes...”. – Umbanda Proto-Síntese
Cósmica - F.
RIVAS NETO
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