quarta-feira, 19 de abril de 2017

UMBANDA E OS ANIMAIS



“É incompatível ceifar uma vida e ao mesmo tempo fazer a caridade, que é a essência do praticar amoroso que norteia a Umbanda do Espaço.” - Ramatís-Norberto Peixoto

            A Umbanda não sacrifica animais! Essa é uma das “máximas” da Umbanda. Inclusive está “no conceito básico dos fundamentos da FUCESP” (Federação de Umbanda e Candomblé do estado de São Paulo) - http://www.fucesp.com.br/historia-da-umanda/o-n%C3%A3o-sacrificio/.

            Mesmo assim no subconsciente coletivo a ideia de associar a Umbanda à “Macumba” e essa ao sacrifício de animais e outros atos execráveis persiste na cabeça das pessoas.

            Historicamente, a palavra macumba tem origem angolana. Do quimbundo  ma(o que assusta) e Kumba(soar assustadoramente). Portanto, deriva daí o primeiro significado dado a essa palavra, que na realidade era um instrumento musical de percussão, tipo um reco-reco, de origem africana, sendo que a princípio, macumbeiro era o tocador desse instrumento. No início do século XX como esse instrumento era tocado nas cerimônias de algumas religiões afro-brasileiras, passou-se a denominá-las popularmente de macumbas. (Fonte: www.significadosbr.com.br )

            Na realidade e no pensamento geral; macumba acabou tornando-se sinônimo de “oferenda”, “trabalho feito”, “demanda”, etc...

            Resumindo; “macumba seria uma oferenda, geralmente de algum animal morto, para que um Espirito execute um trabalho para o pedinte”. Essa oferenda serviria tanto para reverenciar quanto para dar meios fluídicos para a execução da tarefa, cujo o objetivo quase sempre seria negativo para a pessoa afetada ou que foi direcionado o trabalho. Isso hoje e em todos os tempos foi conhecido como feitiçaria!
Se formos avaliar, muito antes da Umbanda existir aqui no Brasil, já existe relatos de vários casos de bruxarias onde se oferecem sangue e vísceras de animais mortos em troca de favores. Desde Circe nos contos mitológicos gregos passando pelo O asno de ouro”, romance de Lúcio Apuleio escrito no século II d.C até as feitiçarias dos filmes de Harry Porter, a bruxaria vem assombrando o inconsciente coletivo de todas as épocas.




E a “macumba” é isso; bruxaria, feitiçaria, e não está vinculada à Umbanda ou mesmo a outra religião seja de origem africana ou qualquer outra. Seria um desrespeito à individualidade de qualquer pessoa uma religião que fizesse “amarração” e se unisse duas pessoas por “capricho e desejo” em vez de amor.
Religião vem do latim ¨religare¨, tem o siginificado de religação. Essa religação se refere entre uma nova ligação entre o homem e Deus. Seria incoerente imaginar uma religião que buscasse a “religação do homem com Deus” através do desrespeito à individualidade de cada um, ou pior, que estimulasse ações de maldade a outros seres vivos, seja em relação ao morto para ser ofertado, quanto o atingido por esse ato.
           
“A umbanda não adota sacrifícios de animais. A UMBANDA NÃO RECORRE AOS SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS para assentamento de orixás..., pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertórias ISENTAS DE SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.” - Rubens Saraceni.

Procurando mudar essa ideia errônea que está enraizada nas mentes das pessoas o movimento Umbandista está cada vez mais demonstrado que se importa com os animais. Já existem vários terreiros em que os animais são bem recebidos e são tratados com o respeito que lhes é devido.
Nesses terreiros um dia é reservado especialmente para eles, onde são atendidos por entidades incorporada e recebem através do passe energias de refazimento e cura. E muitas vezes seus tutores recebem conselhos e orientação para que os animais tenham uma condição de vida melhor e toda a família fique bem.

“No Brasil, já tínhamos cemitério de animais, mas nunca um terreiro que não os sacrifica em seus rituais, mas sim, os cura e os limpa de mazelas adquiridas de seus donos, e os quer bem vivos e saltitantes alegrando mais a vida e os dias de cão que seus papais e mamães adotivos enfrentam. A Umbanda Pés no chão, como é conhecida no Terreiro do Pai Maneco, sempre teve a preocupação no bem-estar de todos, sejam seres humanos, animais e o meio ambiente. Dos caboclos, pretos-velhos e eres terão amor, carinho, atenção, tratamento espiritual, cirurgias, passes, descarrego e até biscoitinhos de brinde ao final da sessão. Isso é o que donos e seus pets vão encontrar no terreiro, além da diversidade e da oportunidade de socialização entre donos e seus filhotes.” - João Emerson da Costa – Terreiro do Pai Maneco  - http://www.paimaneco.org.br

Além de tratar os animais, muitos centros e terreiros estão fazendo um trabalho de orientação e conhecimento sobre a “espiritualidade dos animais”. Através de cursos, palestras e workshops estudos sobre as almas dos animais são compartilhados e discutidos. Varias situações são esclarecidas: o desencarne dos animais, suas doenças e seu papel na evolução de nosso universo são melhores compreendidos, provocando uma reflexão sobre nosso papel como tutores e guias de nossos irmãos menores.




“Anjos de Luz do Templo de Umbanda Caridade é Amor, surgiu através de um grupo de amigos que trabalham nesse lindo centro, que amam e respeitam a vida animal. Acreditamos que todos os espíritos em evolução necessitam de ajuda espiritual e material.” - Tels: (11)98236-5407 - Endereço do templo:Av. Mutinga, 3377 – Pirituba - http://anjosdeluztuca.blogspot.com.br/

Tudo isso leva a uma nova reflexão da relação do homem com os animais. São as trombetas anunciando que chega de nós “fazermos de vitimas” e continuarmos na “birra” infantil que nos encontramos. É chegada a hora de assumirmos a postura de adultos e seguirmos os exemplos das entidades da Umbanda que voltam seus olhos em auxilio daqueles que ainda se encontram em um degrau evolutivo menor. E o trabalho não para por aí. Já existe parcerias entre terreiros e Ongs que ajudam animais e a tendência é cada vez esse contato ir se ampliando!
Sejamos como os Pai Velhos que aconselham e guiam seus afilhados em sua evolução, tomemos o papel de verdadeiros tutores dos animais.
 “O caminho da evolução acolhe a todos e se há uma escada, todos os seus degraus são importantes...”.Umbanda Proto-Síntese Cósmica - F. RIVAS NETO 






Autor: M. Veterinário Ricardo Luiz Capuano -









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