segunda-feira, 2 de abril de 2012

OBSESSÃO E DESOBSESSÃO - Parte I

Mão de Jesus que ampara


"E quando chegaram para junto da multidão,
aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse:
Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito;
pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas na água.
 Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.
Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa!
Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?
Trazei-me aqui o menino.
E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino;
e desde aquela hora, ficou o menino curado"
- (Mateus, cap. 17 - 14 a 18).


Esse trabalho fez parte de uma longa grade de estudo que fiz há alguns anos atrás, há muitas referências que foram esquecidas, mas todo o material foi  estudado e reestudado e como é mais que atual, é imprescindível que toquemos nesse assunto novamente.

A obsessão é uma espécie de enfermidade de ordem psíquica e emocional, que consiste num constrangimento das atividades de um Espírito pela ação de um outro. A influência maléfica de um Espírito obsessor pode afetar a vida mental de uma pessoa, alterando suas emoções e raciocínios, chegando até mesmo a atingir seu corpo físico. A influência espiritual só é qualificada como obsessão quando se observa uma perturbação constante. Se a influência verificada é apenas esporádica, ela não se caracterizará como uma obsessão. Somente os Espíritos imperfeitos e que desconhecem o bem, provocam obsessões, interferindo na vontade do indivíduo, fazendo com que ele tenha ações contrárias ao seu desejo natural. 

A obsessão só se instala na mente do paciente quando o obsessor encontra fraquezas morais que possam ser exploradas. São pontos fracos que, naturalmente, todos nós temos, pela imperfeição que nos caracteriza. Deste modo, conclui-se que todos estamos sujeitos à obsessão

            Basicamente, a obsessão tem quatro causas: as morais, as relativas ao passado, as contaminações e as anímicas.

Alimentação carnívora

As causas morais 

                                As obsessões de causas morais são aquelas provocadas pela má conduta do indivíduo na vida cotidiana. Ao andarmos de mal com a vida e com as pessoas, estaremos sintonizando nossos pensamentos com os Espíritos inferiores e atraindo-os para perto de nós. Desse intercâmbio de influências poderá nascer uma obsessão.Vícios mundanos, como o cigarro, a bebida em excesso, o cultivo do orgulho, do egoísmo, da maledicência, da violência, da avareza, da sensualidade doentia e da luxúria, da gula poderão ligar-nos a entidades espirituais infelizes que, mesmo desencarnadas, não se desapegaram dos prazeres materiais.Aqui podemos contabilizar o vício da alimentação carnívora, já que reconhecemos os animais como seres irmãos e possuidores de alma.

Causas relativas ao passado 

                              As obsessões relativas ao passado são aquelas provenientes do processo de evolução a que todos os Espíritos estão sujeitos. Nas suas experiências reencarnatórias, por ignorância ou livre arbítrio, uma entidade pode cometer faltas graves em prejuízo do próximo. Se a desavença entre eles gerar ódio, o desentendimento poderá perdurar por encarnações a fio, despontando nos desafetos, brigas, desejos de vingança e perseguição. Casos assim podem dar origem a processos obsessivos tenazes.Desencarnados, malfeitor e vítima continuam a alimentar os sentimentos de rancor de um para com o outro. Se um encarna, o outro pode persegui-lo, atormentando-o e vice-versa.


As contaminações

                                  As contaminações obsessivas geralmente acontecem quando uma pessoa frequenta ou simplesmente passa por ambientes onde predomina a influência de Espíritos inferiores. Seitas estranhas, onde o ritualismo e o misticismo se fazem presentes; terreiros primitivos, onde se pratica a baixa magia; benzedeiras e mesmo centros espíritas mal orientados são focos onde podem aparecer contaminações obsessivas. Espíritos atrasados, ligados ao lugar onde a pessoa frequentou ou visitou, envolvem-se na sua vida mental, prejudicando-a. Ocorrem também situações em que as irradiações magnéticas vindas desses ambientes, causam-lhe transtornos fluídicos. A gravidade dos casos estará na razão direta da sintonia que os Espíritos inferiores estabelecerem com os pacientes.


Causa anímica ou auto-obsessão

                                        As obsessões anímicas são causadas por uma influência mórbida residente na mente do próprio paciente. Por causa de vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia pensamentos que causam desequilíbrio em sua área emocional.Muitas tendências auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas às vidas passadas do enfermo. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências inexplicadas podem fazer parte de processos auto-obsessivos. O auto-obsediado costuma fechar-se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai Espíritos doentios que, sintonizados na mesma faixa psíquica, agravam sua doença espiritual.

 

Vicio: Fumo

Tipos  de Obsessão

 

 Obsessão Simples

                               É um tipo de influência que, de forma sutil, constrange a pessoa a praticar atos ou ter pensamentos diferentes do que geralmente possui. O obsedado, às vezes, nem percebe o que lhe está ocorrendo. Em outras, têm consciência da influência daninha, mas não consegue se livrar dela. Este tipo de obsessão é muito comum e pode agravar-se, dependendo da natureza do Espírito atrasado envolvido e das disposições morais do paciente.

Fascinação

                      Allan Kardec disse, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que a fascinação é o pior tipo de obsessão. Trata-se de uma ilusão provocada por um Espírito hipócrita que domina a mente do paciente, distorcendo seu senso de realidade. O Espírito obsessor planeja muito bem seu intento destrutivo e busca envolver o indivíduo em artimanhas mentais bem preparadas.As portas de entrada para a fascinação, como sempre, são as falhas morais. É no orgulho de sua vítima que o Espírito hipócrita encontra o alimento para fascinar-lhe a personalidade. Para conseguir seu domínio, a entidade maldosa exalta a vaidade do obsedado, fazendo-o sentir-se infalível e autoconfiante. A ilusão é tamanha que o fascinado adquire uma grandiosa cegueira, o que não lhe permite perceber o ridículo de certas ações que pratica.


Subjugação

                     A subjugação pode ser moral ou corpórea. No caso moral, o Espírito obsessor adquire forte domínio sobre o psiquismo do indivíduo, levando-o a tomar decisões contrárias ao seu desejo. Na fascinação há uma ilusão. Na subjugação, o paciente tem consciência do que lhe acontece.Na subjugação corpórea, além de exercer o domínio psíquico, o obsessor atinge a parte fluídica perispiritual do doente. Domina seu corpo físico e, às vezes, numa crise semelhante à epilepsia, atira-o ao chão. Como o obsedado fica quase sempre sem as energias necessárias para dominar ou repelir o mau Espírito, carece da intervenção de uma terceira pessoa com ascendência moral sobre ele, para auxiliá-lo a sair da difícil situação. 


Simone Nardi


Referência

 Desobsessão – André Luiz

 Revista Cristã de Espiritismo- Ano 3 - Nº 18

 Jornal Espírita Harmonia – Ano 5 - Edição 30

 Da Fraternidade Francisco de Assis

 Nova Voz : ww.novavoz.org.br

 

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