Essa é uma frase de Oliver Goldsmith, um escritor inglês , na frase
completa ele indica a indignação pelo pensamento humano ao dizer : “Mas
no entanto (consegues acreditar?) eu tenho visto o próprio homem que se
gaba da sua ternura, a devorar de uma só vez a carne de seis animais
diferentes num fricassé. Estranha contradição de conduta! Têm piedade, e
comem os objetos da sua compaixão!”.
Numa só frase ele demonstra como muitas vezes nós somos
contraditórios entre o que falamos e o que realmente fazemos. Nós
acostumamos a chamar os animais de irmãos, no entanto visitamos
churrascarias, fazemos lanches com presunto, comemos frango assado no
domingo com a família, tudo numa “boa”; nossas reuniões familiares
normalmente são recheadas das carnes desses nossos irmãos em evolução.
Talvez nunca tenhamos parado para realmente pensar no significado da
palavra irmão e na extensão da palavra animais.
Nós somos todos irmãos, todos centelhas Divinas criadas por um mesmo
Pai, irmãos espirituais que devem se auxiliar na grande caminhada
evolucional. Não somos irmãos apenas no reino “hominal”, mas em todos os
reinos onde Deus colocou suas mãos.Não somos irmãos apenas no Planeta
Terra, mas em muitos outros Planetas , em muitos outros Universos que
ainda desconhecemos. Fisiologicamente somos parecidos com os animais, e
podemos compreender que o reino animal abarca a todos os seres, mesmo
aqueles aos quais nós desconsideramos por uma tradição cruel que nos foi
trazida pelo passado remoto de nossos ancestrais.
Os cães, os gatos, os pássaros, os peixes, não apenas aqueles que
estão ao nosso lado são nossos irmãos animais, mas aqueles cães e gatos
abandonados nas ruas, nos laboratórios de experimentação, os peixes que
se debatem nas redes, que se prendem aos anzóis e sufocam aos poucos,
esses também são nossos irmãos e caminham conosco na seara Divina. Os
bois, suínos, galos, gansos,carneiros, coelhos e tantos outros que são
usados como alimento, esses também são nossos irmãos.E um irmão não
deveria matar outro irmão.
Quando vamos passar a considerá-los assim? Quando vamos deixar nossos
medos e tradições, para alçarmos mais um degrau em nossa evolução?
Nosso minuto de prazer valeria mesmo a vida de um desses nossos irmãos? O
Planeta já nos pede essa consciência de fraternidade, os animais nos
pedem essa consciência fraternal, a vida nos pede essa reflexão.
Somos contra os rodeios, as vaquejadas e as touradas, somos contra o
uso de peles, contra a dor infligida aos animais, tiramos um cão da rua,
o abrigamos e alimentamos, no entanto nos permitimos nos alimentar de
outro, protestamos quando ouvimos dizer que outros povos comem cães e
gatos, mas ignoramos a senciencia dos porcos, somos a favor a
vivissecção porém não desejamos ver o que se passa dentro dos
laboratórios com os cães que não tiveram a mesma sorte dos nossos, e
ouvimos a voz de Oliver Goldsmith ecoar em nossa mente: Têm piedade, mas
comem o objeto de sua compaixão”.
Até quando teremos apenas “piedade”?
Simone Nardi
Fonte original do artigo: ANDA
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Sí ... Como sempre um artigo bem claro e específico. As vezes fico aqui a pensar o que impede que as pessoas não vejam ... notem ... intuam essas contradições. O que as cegam? Talvez um dia tenha estas respostas. Espero que ainda restem alguns espécimes para nos acompanhar em nossa trajetória por aqui. Ou estarão todos extintos? inclusive nós "umanos" ....
ResponderExcluirPois´é meu amigo, é uma pergunta ainda sem resposta, quem sabe um dia saberemos.
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