Para os amigos que ainda não ouviram falar nessa palavra esquisita, vou dar uns exemplos antes de dizer o que significa:
Quantos de nós, pequeninos ou adultos, já não imaginamos Deus como um
velhinho de barbas longas e encurvado com o peso dos séculos, diga-se de
passagem, milhares de séculos.
Quantas vezes não nos pegamos falando por Deus: “Deus fez o homem, errou
depois fez a mulher”. “Deus não diria isso”. “Deus se esqueceu de parar
de fazer chover.” E por aí segue nossa comparação para com o Altíssimo.
Isso é nada mais nada menos que Antropomorfismo, ou seja, quando
atribuímos à Deus, forma ou atributos puramente humanos, linguagens ou
comportamentos que Ele jamais teria, pois nós somos iguais a Ele e não
Ele igual a nós.
Ainda bem, não é?
Pois isso é o Antropomorfismo e minha pergunta é, o que somos nós: Antropomórficos ou Antropocêntricos?
O leitor ou leitora devem estar se perguntando, e o que é esse tal de Antropocentrismo? Eu explico.
Antropocentrismo é quando nos consideramos o centro do Universo. Achamos
que Deus criou tudo para nos satisfazer. Desde a mais humilde semente
até a mais gigantesca criatura da Terra.
Sim, Deus fez tudo isso para nos agradar. Para que ficássemos felizes. Ele nos criou para sermos como Ele. Deuses.
Ops, onde será que erramos? E onde será que eu quero chegar?
Vamos raciocinar um pouco.
Atribuímos a Deus os mesmos valores que possuímos e ao mesmo tempo,
achamos que Ele criou tudo para que desfrutássemos de uma boa vida na
Terra.Achamos que somos os únicos seres que merecem atenção e respeito,
tanto de nossa parte como por parte Dele. Achamos que nascemos para
decidir o destino dos seres, para nós, inferiores. E assim o fazemos.
Esquecemos que também somos animais.
Animais? Nós? Não! Nós somos deuses, nascemos para reinar.
E o que fazemos então? Acreditamos que os animais nasceram para nos servir.Antropocentrismo.
Acreditamos que temos sobre eles o dom de decidir quem vive e quem morre.Antropocentrismo.
Acreditamos que jamais Deus nos culpará por suas mortes, sejam elas
brutais ou não, afinal eles não passam de animais e tudo o que fazemos é
pelo bem da ciência. Antropocentrismo.
Não conseguimos admitir que como nós, eles também evoluem e que
evoluindo a cada dia, sobem também os degraus que os levarão para
Deus.Do átomo ao Arcanjo.
Nós espíritas acreditamos nisso. Nos três reinos, mineral, vegetal,
animal. Mas somos, quando hominais, incapazes de nos lembrarmos disso.
As outras religiões ou os ateus não acreditam e fazem o cometem o mesmo
erro.
Antropomorfismo.
Nos tornamos deuses.Deuses baratos que não respeitam a Criação do verdadeiro Deus.
Nós queremos dominar, mas pela força. Nos queremos servidão, mas através da dor. Nós queremos diversão, mas através da morte.
Outro dia, lendo um artigo que tratava sobre a alma dos animais, o
companheiro alegou que a evolução animal começou no mineral e que
seguiria até as alturas angelicais, e que éramos, nós humanos, tratados
pelos anjos, assim como tratamos os animais.
Senti um frio tremendo no estômago.Um medo enorme em imaginar que os
anjos um dia poderiam fazer conosco o que fazemos aos indefesos animais.
Não preciso ir buscar exemplos lá fora, basta vermos a farra do boi aqui
mesmo no Brasil. Os rodeios, as rinhas e tantos outros maus tratos que
cometemos sem um pingo de remorso no coração.
Tudo porque achamos que eles não sentem dor como nós.Que não possuem
medo ou qualquer outro tipo de emoção que nós, humanos, sentimos.Jamais
admitiríamos então que eles possam ser inteligentes, no seu grau de
evolução claro. Não, imaginar isso seria compará-los conosco.
Quem se tornou Deus agora?
Deus tem barbas brancas, pensamos nós. Ora, mas nós podemos imaginar
isso. Agora admitir que um animal possa pensar, isso jamais.
Tomara que os anjos não pensem isso de nós, pobres mortais, no final das contas, antropocêntricos e antromórficos.
E o amigo leitor, já descobriu o que somos?
Simone Nardi
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