Não é minha intenção que esse texto seja encarado como um texto 
bem-estarista, o que ele não é, mas por ser abolicionista de toda e 
qualquer forma de violência, não poderia deixar de comentar sobre uma 
nova violência silenciosa que se aproxima de nós. Sei que muitos irão 
falar contra o que escreverei, porque ninguém se julga segregador ou 
racista, ou violento, ninguém aceita que diz uma coisa e que, muitas 
vezes, caminha na contramão do que fala. Sempre é algo difícil e 
polêmico falar sobre os erros que podemos cometer, sobre as fraquezas 
que exercitamos; sempre é muito difícil falarmos que somos racistas ou 
que, mesmo sem querer, pregamos de modo delicado uma nova forma de 
segregação, uma violência como outra qualquer.
"Não-violência não quer dizer renúncia a
 toda forma de luta contra o mal. Pelo contrário. A não-violência, pelo 
menos como eu a concebo, é uma luta ainda mais ativa e real que a 
própria lei do talião, mas em plano moral." (M. Gandhi)
Sabemos que todo e qualquer preconceito é abominável, pois acaba gerando a segregação de determinados "indivíduos1"
 por parte da sociedade. Essa atitude em relação a outros membros, sejam
 eles animais humanos ou animais não humanos, normalmente provêm da 
intolerância, da busca pelas diferenças e não pelas singularidades2 que podem "Unir" ao invés de "Separar", os seres.
"O conceito da diferença estabelece uma
 ruptura entre os seres dignos e os indignos de consideração e apreço 
morais". (Sonia T. Felipe)
Nenhum preconceito que exclui indivíduos lhes é favorável diante da 
sociedade; a exclusão causa revolta e o excluído pode se voltar contra o
 segregador, gerando conflitos que a História já demonstrou, foram 
desastrosos para a humanidade. Segregar, seja pela aparência, pela fé 
religiosa, pela espécie, já é gerar uma violência que vai fazer com que 
esse "alvo" sofra as consequências dessa discriminação. Essa preocupação
 de separar, de discriminar os que não nos são iguais, de causar "dor"3, já é demonstração de intolerância, se pseudo-superioridade e porque não dizer, mediocridade.
Ao longo de toda a História da humanidade assistimos perplexos, o 
nascimento de inúmeros tipos de segregações que levaram com eles, as 
vidas de famílias inteiras e pior, muitas vezes não notamos que ajudamos
 nessa segregação de forma sutil ao concordarmos que existem diferenças 
entre os seres. Essa busca pela diferença é sempre a responsável pelas 
discriminações, pelas segregações, posto que a segregação em si, envolve
 um "Q" de superioridade, de supremacia de um ser diante de outro. Se 
pincelarmos a História, veremos que o sexismo nasceu dessa 
diferenciação, o racismo da cor, o anti-semitismo, as guerras 
religiosas, todos buscavam separar o que deveria ser "superior" do que 
lhes parecia ser "inferior", essa a base do especismo que hoje tentamos 
abolir. Para compreendermos melhor, basta lembramos que a mulher foi um 
dos seres mais subjugados da História, desde a criação Bíblica até hoje,
 e essa subjugação ocorre ainda em muitas culturas. A mulher já foi tida
 como um símbolo do mal, perseguida, torturada e morta por aqueles que a
 julgavam diferente, por aqueles que a achavam inferior. Durante quatro 
séculos, mais de 100 mil mulheres foram mortas, segundo alguns 
historiadores, para torná-las dóceis e submissas. Ainda hoje em muitas 
culturas é notável a subjugação violenta das mulheres através da 
mutilação genital das meninas4, tal absurdo 
só poderá ser evitado com a mudança de mentalidade dos grupos sociais 
que a praticam, tal como a eliminação total do especismo.
O anti-semistismo também nasceu como semente, delicadamente plantada 
nas mentes das pessoas, não era algo assustador no início, apontava 
apenas dificuldades na convivência com uma raça aparentemente 
"diferente", com costumes e origens diferentes. Durante o Holocausto, 
ninguém mais se lembrava de como o anti-semitismo,que fora alimentado 
durante séculos[5] e que se iniciara silencioso, explodira numa das maiores carnificinas que a História viria a conhecer.
Outra segregação que persiste até os dias atuais são as guerras 
religiosas, que ainda hoje matam milhares de pessoas em todo o Planeta, a
 intolerância, a "dificuldade" de convivência, torna as pessoas 
"diferentes", intolerantes, segregadoras:
"Em 1766, em Abbville, França, um 
adolescente foi acusado de cantar canções não-religiosas que zombavam da
 Virgem Maria, estragar um crucifixo e permanecer de chapéu enquanto 
passava uma procissão religiosa. Criticar a Igreja era ação punível com a
 morte. O garoto, Chevalier de La Barre, foi condenado a ter a língua 
cortada e a mão direita decepada, e a ser queimado na fogueira.[...] O 
Parlamento demonstrou misericórdia, permitindo que o jovem fosse 
decapitado, em vez de mutilado e queimado vivo.Primeiro ele foi 
torturado[...] e então executado."
As Cruzadas, hoje romantizadas em filmes, demonstram a intolerância 
humana diante da opção religiosa, e que permanece segregadora até hoje, 
detalhes, meras diferenças de opiniões, fazem desatar um banho de sangue
 de algo que deveria levar os homens ao bem, tudo devido ao fanatismo 
que os torna intolerantes e segregadores:
"Os homens nunca praticam o mal de modo tão completo e animado quando o fazem a partir da convicção religiosa". (Blaise Pascal)
Poderíamos colocar a frase de Pascal de outro modo, inteligível para 
determinadas atitudes que acompanhamos nos dias de hoje, e sobre o 
delicado assunto que queremos tratar:
"Os homens nunca iniciam uma segregação de modo tão completo e animado quando os fazem a partir de suas convicções."
É simples compreendermos o que inicia uma segregação:
Hitler queria segregar o povo alemão, para ele, uma raça hiperbórea, 
perfeita, "Ariana". O conceito de homem hiperbóreo de Nietzsche não 
segrega apenas um povo específico, é universal, ou seja, engloba todas 
as criaturas que pelo mundo todo, tem a coragem de se auto-determinar 
fortes e livres dos preconceitos moralistas, principalmente dos de sua 
época, pois para ele, a moralidade enfraquecia o ser humano. Podemos 
notar aqui que ele não faz disso uma bandeira a favor nem da segregação,
 nem da separatividade dos povos.Mas Hitler decifrou assim este 
conceito, trazendo para o seio de sua ideologia está idéia de 
separatividade através da propaganda ativa, em que exortava o povo 
alemão a exclusão dos demais povos. Tudo isso em nome de uma IDEIA.
Essa "separatividade" é o que define a exclusão de quem quer que 
seja, em nome de uma doutrina, ideologia, comunidade, religião. Em nome 
de uma pseudo-verdade[6] que só existe na mente de quem não pertence a Unidade7, ao todo que é o Universo, ou mesmo de uma verdade real - como combater o especismo.
"Sempre que um povo ou alguém se sente 
eleito e portador de uma mensagem única, corre o risco da arrogância e 
cai facilmente nas tramas da lógica e da exclusão."8
Pensar em separatividade é ir à contramão de tudo o que se pretende 
nesse momento, onde os animais humanos e animais não humanos têm a 
necessidade urgente de caminhar rumo a uma fraternidade. Não queremos 
tecer críticas, mas levantar questionamentos a respeito da eficácia de 
se segregar ao invés de lutar para unificar.
Seitas racistas rechearam a História com sangue e dor, a luta pela 
supremacia branca da Ku Klux Klan, criada a partir da "diferença de cor"
 entre brancos e negros, que extorquía, incendiava casas, assassinava 
negros e brancos em nome de algo que jamais deveria existir: a diferença
 entre os seres.
E veio a escravidão, a homofobia, a xenofobia, o especismo e começa a
 se desenvolver ainda de forma sutil, um novo tipo de segregação, tão 
perigosa quanto qualquer outra e que busca mais uma vez a diferença, uma
 espécie de "nutricismo"9 que não aceita 
determinadas opções alimentares. Essa discriminação alimentar que 
sutilmente vem sendo pregada em forma de frases ou discursos ainda 
discretos, aplaudido por muitos que não perceberam o seu real aspecto 
discriminatório, tudo com base na opção de cada individuo, seja 
vegetariano ou onívoro, trabalha igualmente como todas as demais 
discriminações a qual já comentamos, ou seja, a identificação do ser 
superior diante do ser inferior,a separatividade, a diferença sempre 
regida pela intolerância de que "eu sou o ser supremo diante do outro", "
 eu estou do lado da verdade, do lado do bem", e isso nós já sabemos, é 
um mito, e qualquer um que queira se colocar como diferente, recai na 
segregação, na discriminação, no erro de se achar superior a qualquer 
outro, pois ao estabelecer sua superioriodade diante de outro, ao se 
afastar daquele ser que lhe parece inferior ou diferente, estabelece aí 
uma certa, "hierarquia", que deve ser seguida pelos seus iguais, 
rejeitando tudo aquilo que lhe for, mais uma vez, "diferente".
É certo que o veganismo ainda não é a perfeição alimentar, por não incluir as plantas como seres vivos que também desejam viver10,
 porém o que vemos, por enquanto em algumas poucas pessoas, são 
pensamentos que tingem de maneira grotesca essa luta pelo fim do 
especismo, criando "um outro", igualmente segregador. Essa "rachadura", 
essa nova barreira no movimento de Libertação Animal (Veganos X 
Vegetarianos X Onívoros) não veio para fortalecê-lo como alguns podem 
acreditar, ao contrário, poderá enfraquecê-lo e desacreditá-lo diante do
 grande rebanho11 social, ávido para macular
 a causa. Quando apontamos para um vegetariano e dizemos que ele não 
luta pela causa porque ainda se alimenta de ovos e leite, nós 
simplesmente fazemos o mesmo que os onívoros fazem com os animais, nós 
segregamos, nós buscamos o que os difere de nós, veganos, nós 
desrespeitamos o fato de que todo "Ser" tem uma condição e uma opção, 
seja certa ou errada, que o leva, ou infelizmente não, a mudar. O 
desrespeito é o primeiro passo para a intolerância e para a segregação 
de um movimento que luta por uma coisa tão magnífica: a igualdade ética e
 moral entre animais humanos e animais não humanos, o respeito à 
dignidade e a vida. Não podemos obrigar que alguém seja como somos, não 
podemos desrespeitá-lo com o risco de incorrermos nos mesmos erros dos 
especistas, o desrespeito pela espécie.
"Nada mais longe do meu pensamento que a idéia de fechar-me e erguer barreiras." (M.Gandhi)
Segregar é o ato de separar, e a causa deve ser unida, se nos 
apartarmos totalmente dos vegetarianos e dos onívoros, em que realmente 
seremos melhores do que aqueles com os quais "lutamos"? Não podemos 
permitir que o remédio, acabe sendo pior que a doença chamada especismo.
"O vírus que ataca não é o mesmo que cura". (L. Boff)
Reconhecemos que nos é difícil aceitar pessoas falando em comer carne com tamanha ignorância ao assunto12,
 mas muitos de nós, que escapamos desse "rebanho", já nos debatemos 
dentro dele alegando coisas semelhantes, e mesmo para os que nasceram em
 famílias já veganas, é possível, através, de sua própria dificuldade em
 aceitar o onivorismo, ver como é difícil para alguns onívoros se 
tornarem veganos. A convivência não é impossível, a convivência nada 
mais é do que um campo de aprendizado, de auxílio e de ajuda àqueles que
 não possuem força para escapar da imposição social sozinhos. De qual 
outro modo poderemos mostrar-lhes que é possível uma vida totalmente 
isenta de crueldade se nos colocarmos acima deles, se os excluirmos de 
nossas relações sociais? Lembrando que a segregação é exatamente isso, a
 separação, a divisão, as barreiras que criamos para determinados 
indivíduos dentro de grupos sociais, restringindo com o tempo, ou o 
deles ou o nosso acesso, a lugares que eles igualmente frequentam13.
Se começarmos a colocar na cabeça das pessoas que para um vegano, é 
difícil a convivência com um vegetariano que toma leite e coma ovos ou 
com um carnívoro despreparado para deixar o rebanho imediatamente, 
iremos começar uma segregação. Lembrando que na maioria das famílias, 
temos apenas uma ou duas pessoas veganas14, 
fato que diminui no círculo de amigos, no trabalho e no círculo 
estudantil; se colocarmos nossas opções alimentares como uma relação 
dificultosa erguendo uma barreira diante daqueles que achamos, não nos 
são iguais, o que faremos diante desse convívio social do qual fazemos 
parte? A convivência, pode parecer estranha para ambos, porém deve ser 
pacífica e respeitosa, não há grupos, não há diferenças, há Indivíduos, 
principalmente dentro da luta pelos Direitos dos Animais, e tal como a 
mutilação genital, o fim do especismo só vai terminar quando houver a 
mudança da mentalidade a respeito da igualdade entre os seres, mas não 
pela discriminação, pela acusação ou pela intolerância. A grande maioria
 dos veganos foi onívora, foi vegetariana e hoje é vegana; amanhã, com 
esforço, seremos todos frugívoros, pois no campo biocêntrico15
 toda forma de vida é respeitada, e as plantas fazem parte desse todo, e
 não nos admiramos de encontrar veganos que, diante do biocentrismo, se 
tornam tão especistas em relação às plantas quanto os onívoros em 
relação aos animais pelo simples fato de que ainda, tal como os 
especistas, não estarem preparados moralmente para mudar; mais uma vez, 
cai à diferença e surge a singularidade. Poderíamos então imaginar os 
frugívoros nos discriminando, sem respeitarem nosso entendimento diante 
dessa nova ética; será que nos sentiríamos bem?
Precisamos ter muito cuidado com o que se falamos, uma só frase dita 
errada e se lançarão vozes bradando contra esse trabalho árduo de fazer 
as pessoas compreenderem que não são indivíduos privilegiados por serem 
racionais, afinal, os maiores genocídios da História ocorreram pelas 
mãos de seres racionais. Num trabalho como esse, é sempre melhor ser 
acusado do que acusador é sempre melhor ser ridicularizado do que 
ridicularizar. Nosso intuito dentro do campo de trabalho é unificar não 
segregar, isso já é feito pelo rebanho social que nos cerca e do qual 
conseguimos escapar, porém temos pais, mães, filhos e amigos 
encarcerados lá. O segregador por si mesmo, causa dor, e nós lutamos 
para evitar que qualquer dor aconteça a qualquer ser, seja ele animal ou
 hominal. Não se pode matar um preconceito gerando um novo.
"Não podemos submeter ninguém ou incorporá-los a nossa visão de vida por mais correta que esteja". (L. Boff)
E reformulando um dos muitos pensamentos desse teólogo, poderíamos 
ainda frisar, alterando um pouco a frase original que: Não podemos 
transformar nossas convicções em dogmas a serem impostos as demais 
pessoas, instaurando uma fraternidade de terror contra toda diversidade 
de pensamento, nada mais inimigo da Libertação Animal, do Abolicionismo,
 do que esta censura na solidariedade universal e a negação da aliança 
sob cujo arco-íris todos, e não somente alguns, se encontram.16
O veganismo em si, já se traduz no princípio da não violência, 
incluindo em sua comunidade moral quase todas as formas de vida, e deve 
agir conforme fala, pois do contrário sua luta será vazia e nunca 
atingirá seus objetivos: Exterminar as Diferenças. Veganismo é uma 
filosofia de "Respeito à Vida", diante disso ele deve ser o primeiro a 
respeitar. Se fugirmos disso, não seremos melhores, mas seremos piores 
que qualquer outro segregador, pois como poderemos trazer a intenção de 
igualdade se não agimos com igualdade para com os outros?
"Unir a mais firme resistência ao mal 
com a maior benevolência para com o malfeitor. Não existe outro modo de 
purificar o mundo."(M. Gandhi)
Somos todos abolicionistas17, somos todos seres singulares, e como tal devemos abolir do movimento qualquer pensamento segregador18 que o afaste de seu real objetivo: ver o triunfo da vida através da igualdade e do respeito entre todos os seres.
"Conviver com os homens é mais terrível
 que com os deuses.E ninguém conhece a epopéia mais dolorosa que a de 
moldar, dia a dia, clara e verdadeira, a fugitiva condição humana.Não 
basta pregar: é necessário fazer, para que os homens se convençam. Não 
basta fazer entender: é necessário provar." (Cecília Meireles)
Essa a nossa mais difícil missão dentro de uma sociedade que não se 
tolera e que ainda não possui qualquer moral para construir um Ser 
ético. Nós buscamos por esse Ser, e para tanto, sermos éticos é o que 
nos tornará mais fortes. Aprendermos a ser éticos não é o bastante, é 
necessário que apliquemos esse conhecimento no campo mais difícil de 
todos: O convívio social.
Referências Bibliográficas
FELIPE, Sonia T. - Diferenças ou Singularidades? - Disponível em www.anda.jor.br. - Colunistas. Colóquio Kairós. O Estatuto Moral dos Animais - UMESP 2008
HAUGHT, James A. - Perseguições Religiosas.
CORNWELL, John - o Papa de Hitler
ROSENBAUM, Ron - Para Entender Hitler - A Busca das Origens do Mal
KRAMER, Heinrich - SPRENGER , James - Malleus Maleficarum
ABBAGNANO, Nicola - Dicionário de Filosofia.
NIETSZCHE, Friedrich - Assim Falou Zaratustra . Os Pensadores
GANDHI, Mohandas K. - Autobiografia: Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade
BOFF, Leonardo - Ecologia:Grito da Terra, Grito dos Pobres
N. A.: Colaborador do artigo: Antonio Simões, formado em Ciências Sociais e pôs-graduado em Filosofia
NOTAS
1 Queria colocar que ao escrever 
Indivíduos, significativamente nesse texto, uso tal conceito tanto para 
animais humanos quanto para animais não humanos.
2 Artigo Diferença ou Singularidade . Sonia T. Felipe.
3 A dor nem sempre pode ser encarada como
 proveniente, unicamente, de uma força física sobre o corpo, mas também 
de uma força psíquica, que agride não física, mas, moralmente.
4 Segundo dados de organismos 
governamentais como a UNICEF, mais de três milhões de meninas são 
mutiladas anualmente, dessas , cerca de seiscentas mil morrem. A ablação
 do clitóris leva as meninas a morte devido as intensas hemorragias 
decorrentes desse ato violento.
5 O teólogo jesuíta Peter de Rosa, 
reconheceu que o catolicismo ao longo de vários séculos havia alimentado
 o anti-semitismo, publicando centenas de documentos anti-semitas.
6 Talvez a idéia errônea de que 
vegetarianos, veganos e onívoros não possam coexistir, até que a 
Libertação Animal definitivamente ocorra.
7 Unidade- está foi a idéia em que muitos
 povos se apoiaram para segregarem seu próprio povo dos demais , porém, 
como todo pensamento ortodoxo, terminou caindo no lugar comum, na vala 
comum da separatividade. Respeitando a forma de ser de outros povos e 
sua forma de conduzir seria mais fácil alcançarmos nossos objetivos.
8 Ecologia, Grito da Terra, Grito dos Pobres- p. 114, §2º
9 Poderíamos também dizer "nutrinismo", 
numa referência a segregação que vem surgindo devido a opção alimentar 
de cada indivíduo.O uso do sufixo "ismo" é importante no estudo da 
formação consciencial, pois tal sufixo é formador de conceitos , de 
posições e colocações de idéias(veganismo, vegetarianismo, sexismo, 
etc).
10 Biocentrismo- Sonia T. Felipe- Colóquio Kairós
11 Referência ao artigo Mito da Caverna: Verdade x Mentira, disponível em http://irmaosanimais-conscienciahumana.blogspot.com.br/2013/07/mito-da-caverna-verdade-x-mentira.html
12 Ainda hoje existem muitas pessoas que 
realmente não sabem de onde e nem como a carne chega ao seu prato, 
muitos dos que sabem, procuram ignorar e manter o hábito social alegando
 que matar um cão é diferente de matar um boi, sem conseguirem de algum 
modo, fazer essa relação de dor e sofrimento .
13 Torna-se necessário esclarecer que não
 são todos os lugares que provém determinantemente de sofrimento animal 
como as churrascarias, das quais seguramente podemos e devemos nos 
afastar, porém ao nos recusarmos a participar de um encontro entre 
amigos onívoros ou termos namorados(as) ainda presos ao rebanho social, 
podemos perder a oportunidade de demonstrar como a comida vegana pode 
ser nutritiva e saborosa, além de sermos colocados como anti-sociais. O 
fato de nos negarmos a ir, implica, em mesma linha de pensamento, em nos
 negarmos a convivermos dentro do lar, com pais, mães e irmãos(as) que 
sejam onívoros. Como escapar então desse paradoxo? Utilizando da 
convivência tolerante para demonstrar que é possível abandonar velhos 
hábitos em prol da vida, e não criando barreiras para estes 
relacionamentos.
14 Particularmente em minha família sou a
 única vegana, minha mãe é vegetariana e meu pai é onívoro, a relação 
íntima familiar, contudo, não é nem nunca foi abalada por causa da opção
 alimentar de cada membro. No grande círculo de amigos que me segue 
desde a infância, apenas um é vegano, nossos amigos são todos onívoros e
 como no laço familiar, qualquer atrito jamais ocorreu nas reuniões a 
que nos propusemos a ir. Sendo minoria, recebemos, na maioria das vezes,
 zombarias de todos os tipos, mas a tolerância com os amigos que ainda 
não conseguiram escapar desse "rebanho" sempre estreita os laços de 
amizade, nunca fomos vistos como anti-sociais, ao contrário, vemos que 
muitos mantém grande respeito pela mudança de hábitos que conseguimos 
embora outros nos achem estranhos, mas nesse caso se a segregação tiver 
que ocorrer, que parta deles , jamais de nós, deixando assim nosso ideal
 de Liberdade puro.
15 A Ética Biocêntrica admite a inclusão 
moral de todos os seres vivos, incluindo-se as plantas, através do 
reconhecimento de seu interesse na autopreservação, ou seja tanto 
animais quanto as plantas passam a ser "sujeitos de direito".
16 Vide texto original de Leonardo Boff no livro. Ecologia, Grito da Terra, Grito dos Pobres.
17 Prova cabal desse início de cisão 
dentro do movimento é a necessidade de explicarmos que o texto não quer 
impulsionar o onivorismo pelo simples fato de exigir respeito aqueles 
que ainda não conseguiram escapar, seja por fraqueza ou por opção, do 
rebanho, da caverna mental, da sociedade que nos cerca, levantar 
barreiras não nos tornará mais fortes.
18 Isso não quer dizer que devemos 
desistir de anunciar os benefícios do veganismo para homens e animais, 
mas respeitar as diferenças de opinião assim como desejamos, e nem 
sempre somos, respeitados pela nossa opção.
Simone Nardi – criadora deste blog e do antigo Consciência Humana, colunista do site Espírita da Feal (Fundação Espírita
 André Luiz) ; é fundadora do Grupo de Discussão  Espírita Clara Luz que 
discute a alma dos animais e o respeito a eles.Graduada em Filosofia e Pós-graduada em Filosofia Contemporânea e História pela UMESP.
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