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Cobra | 
“O Homem branco não pode ter direito, em razão de sua cor, a 
escravizar e tiranizar um homem negro... Da mesma forma, o homem não tem
 direito natural de abusar e atormentar um animal.”
Humphrey Primatt
Terminamos a primeira parte do artigo com a seguinte frase : 
“Não somos “diferentes” somos apenas seres “singulares”. E o que 
significa isso para nós? Significa que, diferentemente do que venham nos
 ensinando há séculos, animais humanos e não-humanos não são criaturas 
diferentes, mas apenas singulares, com singularidades que as definem e 
não que as tornem diferentes a ponto de uma ter poder sobre a outra, de 
forma a criar-se uma discriminação moral por isso ou por aquilo, mas 
singularidades que nos ensinem o respeito, de forma a que possamos viver
 lado a lado umas com as outras. 
Outro autor, não espírita também, e que nos fala sobre isso é Andrew 
Linzey ,Teólogo , que além de tudo que Primatt já havia dito, assegura 
que além da forma externa ser irrelevante, não há qualquer outra 
diferença moralmente satisfatória para que os animais não sejam 
incluídos em nossos fundamentos éticos, acima de tudo é mais um autor 
que defende a compaixão humana para com os seres que sofrem. Compaixão :
 “Além de evitarmos o pior, devemos praticar o bem, em outras palavras, 
além de não causarmos dor e sofrimento aos animais, devemos agir com 
compaixão para com eles.” 
Agir com compaixão, amar, acolher, auxiliar aos que sofrem, essas foram 
muitas das palavras deixadas por Jesus de Nazaré, palavras que 
encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, palavras que correm por 
inúmeras páginas de livros espíritas ou não, e que rodeiam todas as 
nossas ações norteando-nos rumo ao bem. 
O que todos esses autores desejam nos mostrar? Que, e agora falando 
espiritualmente, já que nos encontramos num reino superior onde a 
inteligência e a razão nos guiam, onde sabemos que temos uma capacidade 
mental acima dos demais e nos assumimos como mais evoluídos em relação 
aos demais reinos, trazemos para nós mesmos uma “Responsabilidade Moral”
 muito maior para com as demais criaturas, ou seja, esse “refinamento 
intelectual”[1] essa “evolução espiritual” nos obriga a sermos 
“Moralmente Éticos” com as criaturas que sentem dor e sofrem e não ao 
contrário. 
Os animais, ainda falando espiritualmente, não devem ser apenas 
respeitados por estarem sujeitos as percepções da dor e do sofrimento, 
mas sim por dividirem conosco essa Centelha Divina que nos torna o que 
somos, filhos de Deus; por vermos neles o que fomos num passado 
distante, e não importa se essa distância que nos permeia esteja deles 
para nós como de nós para Deus,o que não podemos é negar o que fomos 
para aliviar nossa culpa pelo seu sofrimento. 
Ao considerarmos apenas uma razão para que nos tornemos diferentes 
deles, estamos agindo como seres antropocêntricos, como se fôssemos a 
medida de todas as coisas, indicando o que é bom em nós e o que é ruim 
neles ao invés de escolhermos o contrário, afinal em muitas coisas os 
animais são superiores a nós. 
Somos todos Centelhas Divinas, somos todos seres em evolução, sabemos 
que a cor da pele, o tamanho, a forma, não são mais critérios para se 
diferenciar quem deve ou não fazer parte de nossa esfera moral. A partir
 disso, nos outorgamos, mesmo que sem querer, uma responsabilidade 
enorme para com os animais não-humanos, é nosso dever moral cuidarmos 
deles, haja vista que são nossos irmãos, haja vista que os fazemos 
sofrer e somos os únicos capazes de libertá-los desse sofrimento. 
Sabendo disso agora, devemos pensar em como agir e em como aliviar a dor
 de nossos irmãos. Mudar faz parte da nossa evolução. 
Simone Nardi
15/01/2010
Referências Bibliográficas 
KARDEC, Allan – Evangelho Segundo o Espiritismo – Editora FEB
KARDEC, Allan – Livros Dos Espíritos – Editora Feb 
KARDEC, Allan – Céu e Inferno – Editora FEB 
COURRIER, Jimmy – Ampliação da Comunidade Moral - Texto original em : http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/772779 
SCHUTEL, Cairbar – A Gênese da Alma - Editora FEB 
MARCONDES , Danilo - Textos básicos de ética - Jorge Zahar Editor 
Notas
[1] Richard Ryder –“ o refinamento intelectual implica no dever do ser 
refinado em tratar bem os animais”. Ryder, em acordo com Primatt, afirma
 que a visão antropocêntrica que considera a razão o critério 
responsável para selecionar os membros da comunidade moral é 
discriminadora. 
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