sábado, 24 de dezembro de 2016

A história: Milagre de Natal (Conto)


Platão, Einstein e Bach, convidados que não podem faltar em qualquer que seja o Natal.

E todos os anos eles são os mais ilustres personagens, todos adoram quando eles estão a mesa, preparam o mais delicioso prato para servi-los com acompanhamento de primeira. Após o agradecimento de mãos dadas é hora de dar aos convidados especiais e ilustres que tanto amam, a sua mais digna faticidade! Todos a postos com um prato na mão e um copo de vinho na outra, empunhando garfos e facas afiadas. Faz-se fila porque todos querem ser os primeiros a contemplar o cheiro delicioso saindo dos convidados, que embriaga como perfume anestésico! E na hora que se mira com a faca espelhada os olhos de Platão já a mesa, este pula de forma assustadora e estarrecedora diante os olhos dos que esperavam sorver de suas entranhas,o mais puro deleite perversivo.

Com a agilidade de um tender, Platão literalmente voa e acaba caindo em cima de Einstein, que dá um grito de alegria quando a maçã que lhe tapava a boca sai de sopetão. Os dois ilustres convidados, agora parecem ser a festa!. Se juntam e cada um com um artefato de cozinha nas mãos, ficam de costas juntas e se protegem das pessoas que agora, fazem de escudo o prato e rezam novamente, mas não agradecendo e sim pedindo misericórdia ao Senhor por um fato no mínimo anormal.

Com passos sincronizados, partem de lado para a cozinha e procuram uma saída, não mais queriam fazer parte daquela festa e entraram na primeira porta que acharam.

A porta do forno não era bem o que pretendiam achar, mas foi ali que acabaram indo, no lugar escuro e quente; as pessoas paradas na porta não acreditavam no que viram e um espertalhão aproveitou o momento e amarrou a porta do forno com um guardanapo enxuga pratos!

Agora estavam perdidos mesmo, o espertalhão ascendeu o fogo e a temperatura alta, já começava a queimar os pés dos dois destemidos, dentro daquele lugar Platão faz uma pergunta  à Einstein, e este, antes mesmo de responder, escuta um grito alto em meio a tênue luz azul e amarela; é um chester que aguardava a hora do almoço do dia seguinte, já devidamente temperado para ser servido.

Com a ajuda dos dois, agora companheiros de forno, espantado e aflito, o chester se contorcia para se livrar do fundo da tigela que estivera metido, não foi fácil fazê-lo ficar de pé, pois o demasiado azeite que havia não facilitava as coisas. Tirá-lo de lá foi o melhor a fazer, Bach fazia movimentos com os braços que Platão não entendia, mas Einstein sim, e este traduzia a Platão, que desesperado ao saber da embolada que se meteram começou a chorar! 

Bach já estando ali dentro a mais de duas horas, teve tempo mais do que suficiente para avaliar todos os cantos do pequeno local. Mas disso não passava, Einstein de diferente maneira começou a bolar um plano de fuga, pois a cada segundo a temperatura subia e já estavam sentindo o cheiro de pena começando a queimar.


A lâmpada de dentro do forno foi acesa, por um curioso mas assustado e vestido de papai Noel ,chefe da família e dono da casa; com seus pequenos óculos sem lentes, firmou a vista e viu os três em formação de time antes de entrar em campo; bolavam um plano estrambólico de fugir pela saída de gás, ideia de Platão que Einstein recusou de princípio, mas foi aceitando aos poucos.... 

Ao verem o homem vestido de papai Noel, Bach que já havia ficado ali dentro por horas, deu um grito ao revê-lo e voou de encontro ao vidro; ele havia pedido incessantemente que naquele Natal papai Noel lhe salva-se a vida e ao vê-lo ficou tão feliz que surtou de vez; a porta do forno abruptamente foi arrebentada e Bach caiu em cima do já desmaiado chefe de família, o resto das pessoas, atônitas com toda a situação, fugiram as pressas prensando seus corpos ante a estreita parede de acesso à sala de jantar.


Era estranho e aterrorizador à todos, ver a comida da ceia de Natal fugir da mesa, ressuscitada, andando por toda a casa,correndo entre as pessoas , tal obra só poderia ser coisa do capeta, que o mal havia se instalado naquela casa ou talvez algum caboclo estava enterrado debaixo da mesa....na cozinha, quem poderia dizer. Bach , agora emocionado,beija Noel agradecendo-o pelo milagre, Platão e Einstein se vêem livres do inferno em que haviam se metido, saem de lá feito ratos na toca, perscrutam todo o ambiente e num rápido salto, Platão já no lombo de Einstein puxa o chester pelas penas do rabo e os três seguem rumo a janela. Einstein queria voar e o porquinho corre cada vez mais e mais.....rumo a liberdade, junto de Platão e Bach, seus novos amigos.

Só não contavam que estivessem no 5º andar, onde somente o tender e o chester conseguiriam voar, se estivessem com penas claro!! Ao saltar, ou cair, os três se abraçam pelo medo da queda, Platão berra, Einstein só geme e Bach chora "amuído"......

 Platão e Bach, tentando bater as asas e Einstein tentando se agarrar neles, acaba mordendo um pedaço de linha que sai dentre os dois, mas que linha afinal, já que nem penas possuem??


E por falar em penas, uma surge após a linha ter esticado, e mais outra pena e depois mais outra.........parece que como mágica as penas de Bach estão voltando ao seu normal e ele começa a voar aos poucos já com as duas asas totalmente refeitas, ouve-se um murmurinho de Platão em plena queda, e Einstein ao esticar as orelhas o ouve  dizendo baixinho.

- Meu senhor, faça com que minhas penas também voltem a nascer! 

 Einstein tenta se agarrar as pernas de Bach, mas acaba escorregando junto com a antiga pele queimada que cobria seu corpo sob a mesa de jantar. - Pele queimada antiga?? ....Espera aí!!  diz Einstein com o rosto de felicidade. 


 Venha mais perto de mim Platão, deixe me agarrar em você; este por sua vez, com muito esforço se aproxima de Einstein que agarra a pele do tender e desesperadamente a puxa, puxa e puxa........as penas de Platão voltam a aparecer, um pouco chamuscadas é claro, mas ainda inteiras o suficiente para escapar da queda.


Einstein agora aos prantos ao ver o chão se aproximar olha pra cima e vê Bach em um mergulho em direção a eles; Platão não consegue voar com Einstein preso as suas pernas e os dois seguem caindo até que Bach se aproxima e pelo rabo de Einstein o segura.

A queda é amenizada e eles tocam o chão suavemente, após muito esforço de Platão e Bach!!

Exaustos, porém alegres, os três descansam e olham para o alto, a família que perdera os convidados se espreme na janela, alguns irritadíssimos e outros ainda muito espantados pelo acontecido. Havia uma pessoa da família que durante todo o tempo, ficou em seu cantinho assistindo a tudo de longe e com os dedos em "figuinha". Era Teobaldinho, o filho mais novo que durante o ano viu os animais sendo colocados a mesa, cortados e mastigados, ingeridos com ervas finas e preparados das mais diversas formas possíveis. 

 Quando o final do ano vinha chegando, Teobaldinho começou a escrever cartinhas e pedir ao Papai do Céu e Noel....que este ano, os animais pudessem  ser convidados à mesa e não servidos à mesa. A mamãe de Teobaldo ficava incumbida de colocar as cartinhas no correio, mas lia antes e depois da terceira começou a comover-se e decidiu preparar uma surpresa a Teobaldo e aos convidados humanos e não-humanos.


E assim foi feito. Vestiu os animais com pele queimada e um pouco de sonífero, para que só acordassem na hora "h"....ninguém jamais desconfiara.

Os animais fugitivos, começaram a procurar um lugar para os três, acharam uma chácara após 12 dias de procura.

Uma senhora muito simpática e seu marido os acolheram e cuidaram de Platão, Einstein e Bach, nomes estes dados por sua única filha, que sempre amou os animais e protegeu-os até que papai do Céu um dia os levasse em paz.



Anderson Pacheco, amigo, louco por animais, veg e de vez em quando..... escritor de contos.




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