A tecnologia nos proporciona coisas inimagináveis: o contato com pessoas distantes, a rapidez dessa comunicação, as notícias que nos chegam em tempo real, ou seja, a tecnologia deveria aproximar as pessoas, mas, será que é isso mesmo que ela tem feito?
Nós temos mais acesso as notícias, as imagens ,aos fatos do dia a dia, mas nós também temos acesso a um lado (h)umano que não conhecíamos e que deveria ser muito estudado.
A visão dele (h-umano) diante da dor do outro.
Nós nos abstraímos tanto da dor alheia que não conseguimos mais senti-la como algo a ser evitado, mas apenas como algo a ser visto,aceito e talvez se possível filmado, e que pode ou não, causar algum sentimento em algumas pessoas.
Nos revoltamos com cenas de espancamentos, com cenas de assalto. Nos recusamos a ver cenas de abatedouros ou de criações de animais em confinamento. Mas não fazemos absolutamente nada para mudar as coisas.
A dor do outro permanece em nós como sendo apenas " a dor do outro".
Enquanto o outro sofre nós filmamos para depois postarmos nas redes sociais para que "alguém" faça alguma coisa, para que alguém mais, além do meu Eu, saiba que tal fato existiu.
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Cão abandonado |
Para Levinas, filósofo, qualquer um de nós tem inteira responsabilidade pelo outro, sobretudo pelo seu sofrimento, pela sua dor . Para este autor, somente o fato do Outro me olhar, já me torna responsável por ele.O Outro para Levinas, é todo aquele que sofre e necessita de meu auxílio, em sua concepção, todos somos culpados por essa dor.
" [...] a culpabilidade não é um sentimento neurótico, mas a obsessão do sujeito que escuta com solicitude o apelo do outro." (Timm, et.Ética e dialogos)
Ouvir o "grito silencioso" da dor do outro é uma emergência ética.Se posicionar diante desse fato é abrir caminho para tornar-se realmente humano.
A manifestação do outro diante de mim é capaz de trazer com ela o sentido da dor que se exprime naquele ser a quem , eticamente, não posso me furtar em auxiliar. Ao vê-lo, ao tomar seu lugar (alteridade), ao auxiliá-lo, redimo em mim a humanidade esquecida, quase perdida . Abdico de meu solipcismo, de meu antropocentrismo em direção ao outro. Ao vê-lo, finalmente vejo a mim, não importa se ele é humano ou animal, vejo apenas aquele que sofre e que merece a minha humanidade.
Só assim me posiciono diante do mundo ao qual pertenço, só assim enxergo que também sou o Outro de algum outro Eu.
" [...] a culpabilidade não é um sentimento neurótico, mas a obsessão do sujeito que escuta com solicitude o apelo do outro." (Timm, et.Ética e dialogos)
Ouvir o "grito silencioso" da dor do outro é uma emergência ética.Se posicionar diante desse fato é abrir caminho para tornar-se realmente humano.
A manifestação do outro diante de mim é capaz de trazer com ela o sentido da dor que se exprime naquele ser a quem , eticamente, não posso me furtar em auxiliar. Ao vê-lo, ao tomar seu lugar (alteridade), ao auxiliá-lo, redimo em mim a humanidade esquecida, quase perdida . Abdico de meu solipcismo, de meu antropocentrismo em direção ao outro. Ao vê-lo, finalmente vejo a mim, não importa se ele é humano ou animal, vejo apenas aquele que sofre e que merece a minha humanidade.
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Elefante acorrentado |
Simone Nardi
Fonte:
Éticas em Diálogo;Levinas e o pensamento contemporâneo; Ricardo Timm
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