Não
 podemos confundir o que diz O ESPIRITISMO com o que dizem OS ESPÍRITAS.
 Entre estes, há muitos irmãos desatentos, desinformados, preguiçosos, 
egoístas, presos à matéria, etc., etc., como os há em todos os setores, 
pois são humanos, a caminho da evolução. Como ensina Allan Kardec, seria
 cometer o mesmo erro que desacreditar da Medicina porque existem 
médicos charlatães.
         Sim,
 sou vegetariano. Não como carne de nenhum tipo (inclusive frango) ou 
derivados e sou muito feliz por ter superado essa etapa, ao mesmo tempo 
que estudava profundamente a questão, não apenas no que diz respeito aos
 malefícios do consumo mas especialmente pelo assassinato dos animais, 
que têm direito à vida tanto quanto nós.
         A
 porcentagem de espíritas vegetarianos ainda é muito pequena, pois é 
óbvio: nosso próprio planeta ainda é de evolução bem rasteira. Porém, 
vamos em frente porque tudo vai mudando aos poucos. Vamos trabalhando e 
fazendo nossa parte.
         Os carnívoros inveterados e pouco dispostos a se mexer que empunham O Livro dos Espíritos
 apresentando a questão 723 ("Em vossa constituição física, a carne 
alimenta a carne, de outro modo, o homem enfraquece..."), no fundo sabem
 que estão apenas se utilizando de um ardil para continuarem desfrutando
 de seu bárbaro prazer. Engraçado que nunca se lembram de citar a 
questão imediatamente seguinte, em que encontramos:
         "724. A abstenção de alimento animal ou outro, como purificação, é meritória?
         - Sim, se essa abstenção for em benefícios dos outros. (...)"
         É,
 portanto, evidente que deixar de comer carne não apenas pelos danos à 
nossa saúde mas também em respeito à vida dos animais é um ato meritório
 muito importante e que TODOS, mais cedo ou mais tarde, com a evolução 
de seus espíritos, NECESSARIAMENTE, terão de abandonar esse hábito. Não 
querer pensar no assunto é simplesmente adiar – e arcar com as consequências. Como dizem estes versos finais do capítulo "Alimento e 
Animais" do livro Palco Iluminado (Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Jair Presente. GEEM – Grupo Espírita Emmanuel Sociedade Civil Editora):
         "O homem faz a matança
         E as doenças vão seguindo..."
         Os
 mesmos irmãos espíritas carnívoros que ainda vociferam que Hitler era 
vegetariano e Chico Xavier comia carne, têm a memória um pouco curta, 
pois esquecem deste texto (enviado pelo Projeto Saber e Mudar em 16 de 
junho de 2007):
JANTAR
JANTAR
| Espiritismo X Vegetarianismo | 
         Nossas
 recordações se perdem no tempo. Chico [Xavier] é para nós um patrimônio
 imperecível não só de amizade mas também um tesouro vivo para o futuro 
do mundo. Nele, os homens encontrarão repouso e paz, como legítimo 
mensageiro de Cristo.
 
         O
 trabalho árduo que executa a cada dia, ele o faz através dos anos com a
 mesma regularidade e precisão. Não muda. Pelo contrário, amplia cada 
vez mais suas tarefas e responsabilidades.
 
         Naquele
 dia havíamos ido em caravana ver o Chico. A estrada poeirenta, 
camioneta com algumas cadeiras em cima, o vento atingindo-nos a face, 
cabelos esvoaçantes...
         Éramos talvez doze companheiros. Recebidos pelo médium com aquela alegria de sempre. Gordo, exibindo saúde e tranqüilidade.
 
         Felizes
 pelo reencontro. Nessa época ainda não se havia organizado o Movimento 
da Fraternidade e todos eram carnívoros. Comia-se carne à vontade. 
Alguns bebiam vinho ou cerveja.
 
         Troca de ideias, perguntas nossas, de todos, respostas do Chico a todos. Consultas, comentários, tudo se misturava.
 
         Logo, Chico nos disse que iríamos jantar num bar da cidade. Estávamos em Pedro Leopoldo. Tempo bom.
 
         Sentamos à mesa e a comida mineira foi servida: arroz, feijão, parece que tutu de feijão, ovos, bifes...
 
         Todos
 comiam e conversavam. Os bifes eram devorados regularmente, mas no 
prato do Chico o seu bife era afastado para um canto. Também não bebera 
nenhuma bebida alcoólica. Nada de vinho nem cerveja. Água mineral ou 
guaraná. Fiquei de olho no bife dele. Queria ver o que iria acontecer 
com a carne, que estava em seu prato.
 
         Pouco antes de terminar o jantar, procuramos o fotógrafo para uma fotografia coletiva. Não o encontramos.
 
         Logo depois, todos se levantaram da mesa e fomos ao caixa pagar a conta. O homem nos respondeu:
 
         — Chico já pagou.
 
         Ficamos
 abismados! Mais de doze pessoas; ele, o mais pobre de todos, ganhando 
pouco e tendo família para manter, inclusive as irmãs!
 
         Tentamos convencer o homem do bar e nada conseguimos. Ordens do Chico ali eram cumpridas rigorosamente...
 
         Até
 hoje, nosso coração dói quando pensamos no caso. Sentimo-nos culpados 
daquela situação. Jamais poderíamos imaginar que isso pudesse ocorrer, 
mas ocorreu.
 
         Era
 sempre o primeiro a pagar as contas dos amigos. É natural que se 
tornasse depois imenso sacrifício. Nada, porém, havia mais a fazer. Não 
prevíramos a sua atitude... Éramos moço, meio envergonhados...
 
         Prometemos a nós mesmos ser mais prevenidos para o futuro.
 
         No entanto, a história do bife ficou em nossa mente. Chico não comia carne. Disfarçadamente, colocara o seu bife de lado.
 
         Lendo o O Consolador,
 de Emmanuel, e recebido por ele, encontramos lá a pergunta 129, com a 
resposta que ingerir carne é um erro de enormes consequências...
 
         O
 problema da carne tornou-se no correr dos anos um problema maior. A 
Fraternidade orientada por Espíritos Superiores estabeleceu como norma 
que os elementos que compusessem o Departamento Mediúnico não comessem 
carne. Pelo Peixotinho, através da mediunidade de efeitos físicos, os 
Espíritos materializados recomendavam a mesma coisa. Em O Consolador, Emmanuel ensinava o mesmo princípio... Depois, muitos outros Espíritos, por outros médiuns, falaram a mesma coisa...
 
         Só
 quando Waldo [Vieira] foi morar com o Chico é que começamos a ouvir 
coisas diferentes que partiam dele... Médico, fez uma campanha contra a 
falta de carne na alimentação. Havia notícias sobre isso. Pessoalmente, 
nunca estivemos com ele e não ouvimos, por isso, de sua boca qualquer 
referência. Falava-se nos pobres que não teriam condições para se 
alimentar com alimentos diferentes, que substituíssem a carne, tais como
 ovos, leite, etc., etc.
 
         É
 lógico que a humanidade marcha para a libertação da alimentação 
carnívora. Os homens não poderão por muito tempo continuar ingerindo as 
vísceras que lhes trazem com elas as vibrações de sofrimento dos animais sacrificados,
 assim como as doenças e distúrbios que elas produzem. Há o problema, 
porém, da libertação imediata ou gradativa. Esse fato, de acordo com 
informações mediúnicas de Entidades espirituais, tornou-se problema 
também nos planos do Espírito, já que ali há Espíritos Superiores que 
querem que a humanidade deixa de se alimentar da carne imediatamente e 
há os Espíritos Superiores que ensinam que a libertação deve ser 
gradativa, já que a humanidade através dos milênios se intoxicou com as 
vibrações da carne e para deixá-la deverá proceder a uma
 desintoxicação lenta, gradativa, até que possa estar livre dela.
 
         A
 carne acirra as paixões e alimenta o ódio; enfim, dinamiza as paixões 
fortes que levam o homem às atitudes mais belicosas e violentas.
 
         Assim
 como nós, diz o Chico, recebendo instruções de André Luiz, os Espíritos
 continuam estudando, também, esses problemas e outros mais difíceis que
 constituem imensa trama no imenso Universo.
Livro
Recordações de Chico Xavier
R. A. Ranieri
LAKE - Livraria Allan Kardec Editora"
         Já o trecho citado do livro O Consolador diz o seguinte:
         "129. É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?
         -
 A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências,
 do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar 
semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da 
criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores 
nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a 
necessidade absoluta de matadouros e frigoríficos.
         Temos
 que considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia 
coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas 
peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos 
graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos 
dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres
 poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos 
inferiores.
Livro
O Consolador
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
FEB – Federação Espírita Brasileira"
         Portanto,
 amiga Simone, não se deixe levar pelos espíritas que pretendem 
distorcer sutil ou grosseiramente uma Doutrina que é toda amor e 
verdade.
         Ainda como o próprio Kardec disse, é um erro de muita gente achar que O Livro dos Espíritos
 esgotou todas as questões de filosofia. A Doutrina continua se 
desenvolvendo com o tempo – sem, contudo, modificar nenhum ponto de suas
 bases fundamentais. Muito já foi, está e continuará a ser pensado, 
pesquisado e escrito sobre diversos assuntos.
         Sobre o consumo de carne, por exemplo, recordemos também a magnífica obra Fisiologia da Alma,
 de Hercílio Maes, pelo Espírito Ramatís. Conhece? Riquíssima em 
informações, perguntas e respostas, precisa ser estudada atentamente.
         Há
 alguns anos, realizamos em particular um trabalho de energização e cura
 à distância, semanalmente. Alguns irmãos encarnados e desencarnados são
 tratados com amor e fluidos para o restabelecimento de sua saúde 
física, mental, emocional. E os animais não são esquecidos. Incluímos os
 pedidos de alguns amigos cujos animais de estimação passam por 
dificuldades orgânicas. Ao final dos trabalhos, tratamos também, com 
muito carinho, de outros animais anônimos, encaminhados pelos 
veterinários da Espiritualidade. E quando realizamos o Evangelho no Lar,
 não nos esquecemos de citá-los em nossas vibrações, como citamos os 
órfãos, os moradores de rua, os presidiários, os doentes em toda parte 
enfim...
         Não desanime, irmã. 
         Prossiga
 em sua tarefa de alertar a Humanidade sobre a questão, mantendo todo 
esse amor em seu coração, com firmeza mas sem qualquer agressividade, 
confiando em Deus de que tudo mudará, como tudo está mudando. Aos poucos
 e sempre...
         Um forte abraço fraterno e muita Paz,
Fernando Peron
Coordenação
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
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Apaixonante.
ResponderExcluirArtigo apaixonante. Parabéns!
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