quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Não podemos confundir o que diz O ESPIRITISMO com o que dizem OS ESPÍRITAS

Passaro e seu reflexo na água



Prezados Amigos.


         Não podemos confundir o que diz O ESPIRITISMO com o que dizem OS ESPÍRITAS. Entre estes, há muitos irmãos desatentos, desinformados, preguiçosos, egoístas, presos à matéria, etc., etc., como os há em todos os setores, pois são humanos, a caminho da evolução. Como ensina Allan Kardec, seria cometer o mesmo erro que desacreditar da Medicina porque existem médicos charlatães.

         Sim, sou vegetariano. Não como carne de nenhum tipo (inclusive frango) ou derivados e sou muito feliz por ter superado essa etapa, ao mesmo tempo que estudava profundamente a questão, não apenas no que diz respeito aos malefícios do consumo mas especialmente pelo assassinato dos animais, que têm direito à vida tanto quanto nós.

         A porcentagem de espíritas vegetarianos ainda é muito pequena, pois é óbvio: nosso próprio planeta ainda é de evolução bem rasteira. Porém, vamos em frente porque tudo vai mudando aos poucos. Vamos trabalhando e fazendo nossa parte.

         Os carnívoros inveterados e pouco dispostos a se mexer que empunham O Livro dos Espíritos apresentando a questão 723 ("Em vossa constituição física, a carne alimenta a carne, de outro modo, o homem enfraquece..."), no fundo sabem que estão apenas se utilizando de um ardil para continuarem desfrutando de seu bárbaro prazer. Engraçado que nunca se lembram de citar a questão imediatamente seguinte, em que encontramos:

         "724. A abstenção de alimento animal ou outro, como purificação, é meritória?
         - Sim, se essa abstenção for em benefícios dos outros. (...)"
         É, portanto, evidente que deixar de comer carne não apenas pelos danos à nossa saúde mas também em respeito à vida dos animais é um ato meritório muito importante e que TODOS, mais cedo ou mais tarde, com a evolução de seus espíritos, NECESSARIAMENTE, terão de abandonar esse hábito. Não querer pensar no assunto é simplesmente adiar – e arcar com as consequências. Como dizem estes versos finais do capítulo "Alimento e Animais" do livro Palco Iluminado (Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Jair Presente. GEEM – Grupo Espírita Emmanuel Sociedade Civil Editora):

         "O homem faz a matança
         E as doenças vão seguindo..."

         Os mesmos irmãos espíritas carnívoros que ainda vociferam que Hitler era vegetariano e Chico Xavier comia carne, têm a memória um pouco curta, pois esquecem deste texto (enviado pelo Projeto Saber e Mudar em 16 de junho de 2007):


JANTAR
Espiritismo X Vegetarianismo



 
         Nossas recordações se perdem no tempo. Chico [Xavier] é para nós um patrimônio imperecível não só de amizade mas também um tesouro vivo para o futuro do mundo. Nele, os homens encontrarão repouso e paz, como legítimo mensageiro de Cristo.

 
         O trabalho árduo que executa a cada dia, ele o faz através dos anos com a mesma regularidade e precisão. Não muda. Pelo contrário, amplia cada vez mais suas tarefas e responsabilidades.
 
         Naquele dia havíamos ido em caravana ver o Chico. A estrada poeirenta, camioneta com algumas cadeiras em cima, o vento atingindo-nos a face, cabelos esvoaçantes...
         Éramos talvez doze companheiros. Recebidos pelo médium com aquela alegria de sempre. Gordo, exibindo saúde e tranqüilidade.

 
         Felizes pelo reencontro. Nessa época ainda não se havia organizado o Movimento da Fraternidade e todos eram carnívoros. Comia-se carne à vontade. Alguns bebiam vinho ou cerveja.
 
         Troca de ideias, perguntas nossas, de todos, respostas do Chico a todos. Consultas, comentários, tudo se misturava.

 
         Logo, Chico nos disse que iríamos jantar num bar da cidade. Estávamos em Pedro Leopoldo. Tempo bom.

 
         Sentamos à mesa e a comida mineira foi servida: arroz, feijão, parece que tutu de feijão, ovos, bifes...

 
         Todos comiam e conversavam. Os bifes eram devorados regularmente, mas no prato do Chico o seu bife era afastado para um canto. Também não bebera nenhuma bebida alcoólica. Nada de vinho nem cerveja. Água mineral ou guaraná. Fiquei de olho no bife dele. Queria ver o que iria acontecer com a carne, que estava em seu prato.

 
         Pouco antes de terminar o jantar, procuramos o fotógrafo para uma fotografia coletiva. Não o encontramos.

 
         Logo depois, todos se levantaram da mesa e fomos ao caixa pagar a conta. O homem nos respondeu:

 
         — Chico já pagou.

 
         Ficamos abismados! Mais de doze pessoas; ele, o mais pobre de todos, ganhando pouco e tendo família para manter, inclusive as irmãs!

 
         Tentamos convencer o homem do bar e nada conseguimos. Ordens do Chico ali eram cumpridas rigorosamente...

 
         Até hoje, nosso coração dói quando pensamos no caso. Sentimo-nos culpados daquela situação. Jamais poderíamos imaginar que isso pudesse ocorrer, mas ocorreu.

 
         Era sempre o primeiro a pagar as contas dos amigos. É natural que se tornasse depois imenso sacrifício. Nada, porém, havia mais a fazer. Não prevíramos a sua atitude... Éramos moço, meio envergonhados...

 
         Prometemos a nós mesmos ser mais prevenidos para o futuro.

 
         No entanto, a história do bife ficou em nossa mente. Chico não comia carne. Disfarçadamente, colocara o seu bife de lado.

 
         Lendo o O Consolador, de Emmanuel, e recebido por ele, encontramos lá a pergunta 129, com a resposta que ingerir carne é um erro de enormes consequências...

 
         O problema da carne tornou-se no correr dos anos um problema maior. A Fraternidade orientada por Espíritos Superiores estabeleceu como norma que os elementos que compusessem o Departamento Mediúnico não comessem carne. Pelo Peixotinho, através da mediunidade de efeitos físicos, os Espíritos materializados recomendavam a mesma coisa. Em O Consolador, Emmanuel ensinava o mesmo princípio... Depois, muitos outros Espíritos, por outros médiuns, falaram a mesma coisa...

 
         Só quando Waldo [Vieira] foi morar com o Chico é que começamos a ouvir coisas diferentes que partiam dele... Médico, fez uma campanha contra a falta de carne na alimentação. Havia notícias sobre isso. Pessoalmente, nunca estivemos com ele e não ouvimos, por isso, de sua boca qualquer referência. Falava-se nos pobres que não teriam condições para se alimentar com alimentos diferentes, que substituíssem a carne, tais como ovos, leite, etc., etc.

 
         É lógico que a humanidade marcha para a libertação da alimentação carnívora. Os homens não poderão por muito tempo continuar ingerindo as vísceras que lhes trazem com elas as vibrações de sofrimento dos animais sacrificados, assim como as doenças e distúrbios que elas produzem. Há o problema, porém, da libertação imediata ou gradativa. Esse fato, de acordo com informações mediúnicas de Entidades espirituais, tornou-se problema também nos planos do Espírito, já que ali há Espíritos Superiores que querem que a humanidade deixa de se alimentar da carne imediatamente e há os Espíritos Superiores que ensinam que a libertação deve ser gradativa, já que a humanidade através dos milênios se intoxicou com as vibrações da carne e para deixá-la deverá proceder a uma desintoxicação lenta, gradativa, até que possa estar livre dela.

 
         A carne acirra as paixões e alimenta o ódio; enfim, dinamiza as paixões fortes que levam o homem às atitudes mais belicosas e violentas.

 
         Assim como nós, diz o Chico, recebendo instruções de André Luiz, os Espíritos continuam estudando, também, esses problemas e outros mais difíceis que constituem imensa trama no imenso Universo.

 
Livro
Recordações de Chico Xavier
R. A. Ranieri
LAKE - Livraria Allan Kardec Editora"

         Já o trecho citado do livro O Consolador diz o seguinte:

         "129. É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?

         - A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta de matadouros e frigoríficos.

         Temos que considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.
 
Livro
O Consolador
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
FEB – Federação Espírita Brasileira"
 
         Portanto, amiga Simone, não se deixe levar pelos espíritas que pretendem distorcer sutil ou grosseiramente uma Doutrina que é toda amor e verdade.
 
         Ainda como o próprio Kardec disse, é um erro de muita gente achar que O Livro dos Espíritos esgotou todas as questões de filosofia. A Doutrina continua se desenvolvendo com o tempo – sem, contudo, modificar nenhum ponto de suas bases fundamentais. Muito já foi, está e continuará a ser pensado, pesquisado e escrito sobre diversos assuntos.
 
         Sobre o consumo de carne, por exemplo, recordemos também a magnífica obra Fisiologia da Alma, de Hercílio Maes, pelo Espírito Ramatís. Conhece? Riquíssima em informações, perguntas e respostas, precisa ser estudada atentamente.
 
         Há alguns anos, realizamos em particular um trabalho de energização e cura à distância, semanalmente. Alguns irmãos encarnados e desencarnados são tratados com amor e fluidos para o restabelecimento de sua saúde física, mental, emocional. E os animais não são esquecidos. Incluímos os pedidos de alguns amigos cujos animais de estimação passam por dificuldades orgânicas. Ao final dos trabalhos, tratamos também, com muito carinho, de outros animais anônimos, encaminhados pelos veterinários da Espiritualidade. E quando realizamos o Evangelho no Lar, não nos esquecemos de citá-los em nossas vibrações, como citamos os órfãos, os moradores de rua, os presidiários, os doentes em toda parte enfim...
 
         Não desanime, irmã.
 
         Prossiga em sua tarefa de alertar a Humanidade sobre a questão, mantendo todo esse amor em seu coração, com firmeza mas sem qualquer agressividade, confiando em Deus de que tudo mudará, como tudo está mudando. Aos poucos e sempre...
 
         Um forte abraço fraterno e muita Paz,
 


Fernando Peron
Coordenação
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.






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