Lá dentro, aguardando o inicio do filme , eu ouvia aquela frase sobre 
perda de tempo, afinal para alguns, os filmes não ensinavam nada. 
Comecei a relembrar os primeiros episódios da saga e notei que aquilo 
não era uma obra de ficção mas sim, nossa mais pura, dura e terrível 
realidade. 
Ele mexe com aquelas duas palavras que nós espíritas tememos tanto. A 
reforma íntima, amenizando um pouco o : Vigiai e Orai. Ele retrata todas
 as nossas mazelas como o orgulho, a vaidade, a indisciplina, a ganância
 e aqueles defeitinhos que só gostamos de ver nos outros e que muitas 
vezes nos arrastam para aqueles terríveis casos de obsessão, no caso do 
filme, para o lado negro. 
A mais pura fragilidade humana. 
Nele é retratada a luta íntima de um homem que se deixa levar pelo 
orgulho e pela ambição. No início ele é um garoto puro, que dá o melhor 
de si em prol do próximo sem nada esperar em troca, no mais belo ato de 
caridade de um ser humano para com o semelhante. Seu coração bom faz 
tudo isso por amor, como nos ensina o espiritismo e outras religiões. 
Dar sem nada esperar receber. 
Nós também crescemos e  nosso garoto se torna rapaz e seus poderes, 
seria uma mera coincidência com alguns médiuns, fazem aflorar o orgulho 
naquele coração antes tão gentil, corrompendo-o aos poucos. Quantas 
vezes já não nos deixamos levar pelo orgulho? Com quantos amigos não 
vimos isso acontecer? 
Vulnerável e tomado pelo desejo de poder, o garoto deixa de vigiar , 
permitindo a aproximação daquele que o corromperia de vez, mostrando-lhe
 as vantagens que teria ao cruzar a fronteira entre o bem e o mal. Para 
nós, o obsessor, que se aproxima quando baixamos a vibração e nos intui 
ao mal, pois eles desconhecem o amor, enquanto que nós, que achamos que 
sabíamos o que era amar, nos esquecemos dele e chafurdamos nas 
vicissitudes terrenas. 
Por anos vagamos cegos ao amor e as verdades que Jesus deixou, até que 
um dia nos damos conta do que realmente estávamos fazendo, queremos 
parar, queremos voltar, pedimos ajuda.E a ajuda vem. Na forma de um 
amigo. De um estranho e até mesmo de um filho, que faz renascer em nosso
 coração aquele amor que havíamos encarcerado. 
Chega a hora da redenção, é a lei, o homem deve progredir até chegar a 
Deus.É preciso trilharmos mais uma vez o caminho certo, de onde jamais 
deveríamos ter nos afastado. 
O caminho da luz. Da força que vem de Jesus. 
Voltamos a si. Mudamos nossa vibração e afastamos de nós, com ajuda 
claro de nossos benfeitores, aqueles obsessores que nos cegavam. 
Recuperando a consciência passamos a enxergar nossos erros. Somos 
perdoados e com o tempo também conseguimos nos perdoar. 
É a lei de ação e reação. A lei do progresso que nos impele a caminhar 
até o Pai. Às vezes paramos.Às vezes erramos. Mas Ele, como Pai dedicado
 sempre nos auxilia a prosseguir.E prosseguimos. 
Não há ficção que não traga uma boa dose de realidade, nós é que muitas 
vezes estamos tão cegos que não queremos nos enxergar  ali, admitindo 
erroneamente que jamais nos deixaríamos corromper. 
Assim é nossa vida. Misturando-se com a magia do cinema onde até o 
diretor nos mostra: "É preciso voltarmos para a luz, por mais difícil 
que seja, é preciso buscarmos a Deus." 
Deus está em tudo e de um modo ou de outro sempre arruma um jeito de nos
 alertar. Agora diga, você vai conseguir assistir algum filme de hoje em
 diante sem tentar encontrar nele um recado de Deus? 
Simone Nardi – criadora deste blog e do antigo Consciência Humana, colunista do site Espírita da Feal (Fundação Espírita André Luiz) ; é fundadora do Grupo de Discussão Espírita Clara Luz que discute a alma dos animais e o respeito a eles.Graduada em Filosofia e Pós-graduada em Filosofia Contemporânea e História pela UMESP.
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